quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

"Pedis e Não Recebeis, Porque Pedis Mal"

Não que seja errado orar por nossas
necessidades, sonhos ou desejos,
mas um dos fatores que definem
a resposta positiva de Deus a
uma oração é a intenção do nosso
coração. Por essa razão, a primeira
coisa que devemos pedir é que Ele
guie nossa vontade de acordo com
a vontade dEle. Isso evita muito
sofrimento.
Tiago 4:3a - “Pedis e não recebeis, porque pedis mal [...]”
    Esse versículo tem rendido verdadeiras pérolas no meio gospel: há quem diga que a pessoa não tem suas orações atendidas porque não ora ajoelhado e em voz alta (1º Sm 1:13); porque ora em voz alta, o Diabo escuta e impede a bênção (Is 43:12,13); porque pede para Jesus ou para o Espírito Santo sendo que tem que pedir para Deus com a ajuda do Espírito Santo e em nome de Jesus - em regra, sim, mas não significa que não possa haver exceções - (At 7:59); porque esquece de dizer “amém” no final da oração (Rm 14:5,6); ou até mesmo porque quando está pedindo não especifica detalhes como a cor, marca, modelo, formato e tamanho daquilo que está pedindo (Tg 4:13-16) e, ainda pior, porque na oração diz para Deus fazer a vontade dEle, aí Ele não dá mesmo porque isso é falta de determinação (Mt 26:39). Seja por ingenuidade ou segundas intenções, quem manipula as Escrituras dessa forma precisa ser refutado para o bem dos que o ouvem e dele próprio que está caminhando para o abismo.
    Quando falava que muitos pedem e não recebem porque pedem mal, ele não se referia a regras a serem aplicadas na oração, mas sim à situação da pessoa que está orando e ao motivo do seu pedido (Tg 1:1,2). Ele deixa claro que a intenção da pessoa, para ser atendida, tem que ser boa (Tg 1:3); na sequência, ele continua falando de um povo que clamava a Deus, mas suas atitudes eram condizentes com o mundo pecaminoso (Tg 1:5-10). Quanto às regras, é claro que existe sim uma postura quando nos colocamos a falar com Deus, porém isso é apenas uma questão de prudência e reverência e não um fator determinante para garantir uma resposta positiva dEle. O que define o êxito de uma oração é a fé (Mt 8:25,26), a santidade (Jo 9:31) e, acima de tudo, o propósito divino (Is 14:27). O que o crente precisa saber é se seu pedido condiz com a vontade de Deus; para isso é preciso pedir que o Senhor guie seu coração, confirmando ou fazendo-o perder aquele desejo caso aquilo não seja para ele; pois muitas vezes somos traídos pelo nosso coração (Jr 17:9,10).

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

“Deus Não Habita em Templos Feitos Por Mãos de Homens”

Não saber diferenciar entre templo
como casa de Deus e como local de
ajuntamento daqueles que o
adoram, tem sido a causa de
grandes confusões alimentadas por
aqueles que não querem ter
compromisso com a Obra do Senhor
formalizada como instituição na terra
pela Igreja.
Atos 7:48 - “mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens [...].”
    Uma leitura isolada desse versículo é o que tem feito muitos acharem que não precisam ou não devem frequentar um templo porque Deus não está lá. Mas lendo todo o texto - a última pregação de Estevão, pela qual foi apedrejado - vemos que ele está falando em sentido espiritual e não físico, pois Deus é Espírito e é onipresente; dessa forma ele não precisa de um lugar para morar, mas está em todos os lugares ao mesmo tempo. Paulo enfrentou situação parecida explicando aos atenienses que o templo ou imagens não deviam ser idolatradas (At 17:22-26).
    Estevão falava da rebeldia de Israel no deserto (At 7:38-46), então disse que o Altíssimo não habita em templos - ou casas - feitos por homens: declaração semelhante à que Salomão fez em sua oração pelo templo (1º Rs 8:27), enfatizando também o que falou Isaías (At 7:49,50; Is 66:1,2). Continuando sua mensagem repreensiva, diz que o povo sempre resistiu ao Espírito Santo (At 7:51); assim estava dizendo que iam ao templo cumprir formalidades, mas não adoravam verdadeiramente (Mc 7:5-9) e nem eram fiéis, porque sempre perseguiram e mataram os profetas (At 7:52,53). Não preciso nem dizer o que aconteceu com Estevão depois dessa pregação “sem unção”...  Concluindo, ele não estava pregando contra a existência de templos, e sim ensinando que templos não são um lugar específico aonde Deus está (Jo 4:21-24; Mc 13:1,2). Isso significa que não temos que frequentá-los? Não! Ao contrário! Eles são o lugar em que nos reunimos para adorar e aprender a Palavra (1ª Co 14:26); não posso dizer que amo ao Senhor se não consigo servi-lo junto com meus irmãos (1ª Jo 4:20,21). E aquele negócio de “a Igreja sou eu”? Isso é só mais um modismo Gospel, pois a Bíblia diz que somos membros de um Corpo e não o Corpo: a Igreja somos nós (Rm 12:4,5; 1ª Co 12:12-28)! Ser templo do Espírito Santo (1ª Co 6:19; 2ª Co 6:16) não é ser Igreja sozinho e sim ter o Espírito Santo em nós (Ef 5:18-21).

terça-feira, 29 de novembro de 2016

“Vós Tendes a Unção do Santo e Sabeis Tudo”

Recusa de conhecimento bíblico
não é sinal de unção espiritual,
mas sim de negligência e
desrespeito à Palavra daquEle a
quem se diz acreditar, amar,
adorar e respeitar.
1ª João 2:20 - “E vós tendes a unção do Santo e sabeis tudo.”
    A leitura superficial desse versículo é mais um prato cheio para quem não gosta de estudos bíblicos. Mas, calma! Antes de rasgar os livros teológicos, as revistas da EBD e talvez até a própria Bíblia, vamos conversar porque existe uma boa explicação para isso! Antes da explicação, vale lembrar a importância daquela regrinha básica: O contexto fala de quê? Por quê? Pra quem? Essas são apenas as principais perguntas que se deve fazer antes de uma interpretação de texto.
    O assunto desse capítulo da epístola trata de pecado e obediência aos mandamentos. Nesse ponto, o apóstolo João começa a alertar contra os falsos mestres, classificando-os como anticristos, os quais até chegaram a fazer parte da Igreja, mas não permaneceram nela (1ª Jo 2:18,19). O Santo que ele menciona é o próprio Espírito Santo - letra “S” maiúscula - (1ª Jo 2:20; Jo 14:26) e as expressões “unção” e “sabeis tudo” se referem ao dom do discernimento de espíritos (1ª Co 12:10c); tal exortação era apenas o reforço de uma informação que os crentes já tinham (1ª Jo 2:21; Rm 10:9); porque muitos falsos pregadores diziam que Jesus não era o Messias, então o alerta era para que os irmãos não caíssem em dúvida do conhecimento que haviam recebido como base de sua fé na promessa da salvação (1ª Jo 2:22-26; 1ª Jo 4:3; 2ª Jo 1:7-10); pois o ensinamento e a pregação da Palavra transmitem ao ouvinte que verdadeiramente a recebe uma testificação do próprio Espírito Santo que não o permite ser enganado (1ª Jo 2:27; At 5:3); a ordem era para que não dessem ouvidos a falsos ensinamentos não sendo assim condenados no dia da vinda do Senhor (1ª Jo 2:28,29; 1ª Jo 3:23). Dessa maneira, entendemos que quando ele diz que “não é necessário que ninguém vos ensine” está falando sobre discernimento espiritual: aquilo que o crente sente em seu coração e consegue diferenciar entre a verdade e a mentira (1ª Jo 3:23,24; 1ª Jo 4:1,2). Assim sendo, não se trata de uma proibição da busca por conhecimento (Os 4:6; Tg 1:5; Mc 12:24). 

“A Letra Mata”

Confundir a letra da Lei com a
letra da Bíblia é o que tem
mantido muitos cristãos na
escuridão da ignorância, assim
levando muitas pessoas à
prática de heresias que apenas
escandalizam o Evangelho. A
Palavra de Deus não mata
ninguém; o que mata mesmo é
a falta de conhecimento sobre
ela.
2ª Coríntios 3:6 - “o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica.”
    Esse merece estar no topo da lista dos versículos mal interpretados; pois a partir do pensamento de que estudar a Bíblia leva à morte espiritual, outros versículos acabam também sendo mal interpretados. O não entendimento desse texto leva muitos a encarar a Teologia e até mesmo a Escola Bíblica Dominical como coisa desnecessária ou perigosa, pois estariam supervalorizando o conhecimento humano e diminuindo a “unção espiritual”. Quanta hipocrisia e ingenuidade! Se essas mesmas pessoas ouviram falar sobre Deus, Jesus e o Espírito Santo e agora são cristãs é porque alguém que estudou a Bíblia levou esse conhecimento à elas.
    Para entender o que significa “a letra mata” é preciso ler o contexto. Aqui Paulo ensinava a Igreja sobre a necessidade de que os judeus convertidos ao cristianismo se desprendessem da antiga Lei Mosaica (2ª Co 3:1-5); essa é a letra a que ele se refere - a Lei foi entregue à Moisés em letras gravadas em pedras -, ela foi dada para punir pecados enquanto que a Graça - o Espírito Santo - veio para dar vida (2ª Co 3:6; Gl 3:21-23); a Lei, embora manifestada gloriosamente, era transitória (2ª Co 3:7; Êx 34:28-35); a Graça, além de gloriosa, é permanente (2ª Co 3:8; Mt 28:18-20), e em vez de apenas apontar o pecado, oferece oportunidade de salvação (2ª Co 3:9; 2ª Co 4:16-18); não se pode comparar a antiga com a nova Aliança (2ª Co 3:10; Hb 7:11,12); os rituais feitos por sacerdotes humanos não eram perfeitos, mas o de Cristo tem poder para dar vida eterna (2ª Co 3:11; Hb 10:15-18); o Evangelho veio para resgatar e transformar vidas que pelos sacrifícios da Lei não podiam ser libertos da condenação (2ª Co 3:12-18; Hb 10:19-23). Resumindo, a expressão “a letra mata” é uma advertência aos legalistas presos às tradições religiosas e não uma ordem para não estudarmos as Escrituras Sagradas, as quais existem para a nossa vivificação espiritual (Jo 5:39; Mt 22:29; 2ª Tm 3:14-17; At 8:30,31).

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

“O Dinheiro é a Raiz de Todos os Males”

As armadilhas que podem nos
matar tanto material quanto
espiritualmente não estão no
que temos, mas sim na forma
como usamos o que temos; o
dinheiro em si não é um mal,
porém o amor a ele revela
toda a maldade existente no
coração daquele que se faz
dependente dele.
1ª Tm 6:10a - “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males [...]”
    Interpretação exige atenção e senso crítico: quem tem atenção percebe que o texto diz que o problema não está no dinheiro, mas no amor a ele, e o senso crítico serve para a pessoa não aceitar tudo o que ouve costumeiramente sem verificar se realmente está escrito dessa forma. O equívoco no entendimento em relação a esse versículo tem causado uma verdadeira demonização da imagem do dinheiro; é como se ser bem-sucedido financeiramente fosse pecado. Mas nem é preciso ser muito inteligente para perceber que o pecado está no apego às coisas materiais.
    Nessa carta, entre vários outros assuntos, era tratada a questão da ganância e da preocupação com as coisas terrenas, questão essa sobre a qual ele advertia que o maior lucro do questão é a prática verdadeira da religião: a piedade, ou seja, a prática do amor (1ª Tm 6:6; Tg 1:26,27); as coisas dessa vida são passageiras (1ª Tm 6:7; Sl 49:16,17); o Senhor provê o necessário para a nossa vida (1ª Tm 6:8; Mt 6:30-32); a cobiça leva à perdição da alma (1ª Tm 6:9; Lc 12:16-21); e essa perdição inclui muito sofrimento também aqui na terra (1ª Tm 6:10; Pr 1:18,19); por isso os crentes são orientados a manterem-se longe de desejos que os impeçam de priorizar as coisas espirituais (1ª Tm 6:11; Mt 6:19-21); exercendo seu chamado visando a vida eterna (1ª Tm 6:12; Mt 19:16-24). É também necessário esclarecer que as riquezas não são um mal por si só, pois, sendo bem aplicadas tornam-se bênçãos tanto para os que as possuem quanto para o seu próximo (Sl 37:25,26). Entretanto, aqueles que vivem apenas focados nelas tornam-se avarentos, egoístas, orgulhosos e autoconfiantes a tal ponto de achar que não devem confiar ou não precisam depender de Deus (Pr 30:8,9). Os males que temos presenciado na sociedade atual - inclusive na igreja - comprovam o que diz a Bíblia, pois, de uma forma ou de outra, sua raiz está no amor existente pelo passageiro conforto causado pela conquista do dinheiro (Mt 26:14,15; 27:3-5).

“Deus Cegou a Mente dos Incrédulos”

Permissão de Deus não significa
vontade de Deus. As ações
malignas que afastam o homem
do Senhor são resultado do
próprio pecado humano, do qual
Deus, por meio da sua Graça, dá
uma oportunidade de restauração
por meio do arrependimento.
2ª Coríntios 4:4a - “[...] nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos [...]”
    Há quem diga que Deus cegou a mente dos incrédulos, no entanto, se observarmos mais atentamente o texto perceberemos que a palavra “deus” está escrita com “d” minúsculo e seguida do termo deste século, o que se refere a algo ou criatura comum considerada, literal ou figuradamente, como um deus. Em outras palavras, o texto não afirma que foi Deus - Jeová - quem cegou a mente dos incrédulos, mas sim que Ele apenas permitiu que aqueles que não creem nEle ou não o obedecem sejam enganados pelas suas próprias crenças.
    Um dos maiores problemas sempre foi a existência de falsos pregadores que confundem a mente dos ouvintes. Por essa razão, o apóstolo Paulo relata que aqueles a quem foi confiada a missão de anunciar a Graça de Deus devem fazer isso com grande responsabilidade (2ª Co 4:1; Dt 18:20; Jr 14:14-16); exortando quanto à importância de se rejeitar tudo o que contrarie a Palavra de Deus e tomar como exemplo de conduta os que a pregam verdadeiramente (2ª Co 4:2; 2ª Co 2:17); alertando ainda que nem todos os que ouvem dão crédito à Palavra (2ª Co 4:3; 1ª Co 1:18); dessa forma ele declara que o deus desse século - Satanás, o deus desse mundo (1ª Jo 5:19) - tem mantido muitas pessoas em escuridão espiritual para não enxergarem a luz da salvação para que não creiam em Deus ou em seu poder e sua misericórdia (2ª Co 4:4; Ef 2:1-3); fazendo com que elas não aceitem nada que se fale sobre renúncia contra o pecado (2ª Co 4:5; 2ª Tm 4:1-4); pois o autêntico Evangelho diminui o homem e glorifica a Cristo (2ª Co 4:6; Jo 3:30); colocando-o em condição de servo: frágil e dependente do seu Senhor (2ª Co 4:7; 12:7-10). É óbvio que o inimigo apenas consegue prender suas vítimas sob permissão divina (Jó 1:12; 2:6; Lc 22:31,32), porém, isso não significa que, levadas pelo arrependimento, as mesmas não possam alcançar o seu maravilhoso amor (At 3:19; Jo 3:16).

sábado, 26 de novembro de 2016

“Onde Está o Espírito do Senhor, Aí Há Liberdade”

Liberdade no Espírito Santo não
é fazer o que quer como um
filho mimado que sempre vai
ter seus pais para defende-lo
independentemente do que
tenha feito; essa liberdade
consiste em estar livre da
condenação do mundo desde
que esteja em obediência aos
mandamentos divinos.
2ª Coríntios 3:17b - “[...] onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.”
    Qual é a liberdade mencionada nesse texto? Muitos o usam para justificar seus atos de libertinagem, fraquezas, rebeldia e exageros naquilo que chamam de adoração. A pregação de um “evangelho anêmico” tem debilitado a saúde espiritual de várias pessoas que, sob o pretexto de liberdade, usando o título de cristãs, levam uma vida sem renúncia ao pecado pregando um inclusivismo sem transformação, um amor cego em cumplicidade com a iniquidade, uma compreensão desequilibrada que negligencia sua obrigação de corrigir qualquer tipo de erro, uma postura de condenadores contra aqueles que pregam a obediência ao verdadeiro Evangelho, e a mistura irracional de costumes nada sagradas ao culto prestado. Vejamos então o que é a real liberdade ensinada na Bíblia.
    O contexto desse capítulo fala sobre o modo de vida do cristão abordando seu testemunho dentro e fora da igreja (1ª Co 3:1-5); seu objetivo, na época, era mostrar aos judeus convertidos que, com o sacrifício de Cristo, a Lei que tinha a função de condenar havia passado a dar lugar à maravilhosa Graça divina (2ª Co 3:6-11); eles não mais estavam sob o véu da Lei que servia para “cobrir” a glória de Deus, pois agora o Espírito Santo está acessível aos que reconheceram Cristo como seu Salvador (2ª Co 3:12-18). Muitos haviam aderido ao Evangelho, mas não tinham perdido os antigos costumes, ou sejam, estavam presos à antiga Lei; não haviam compreendido o porquê do sacrifício na cruz. Porém, a ideia de liberdade causava neles uma certa confusão, tanto que, em outros pontos, as Escrituras alertam que nem tudo convém ao crente (1ª Co 6:12; 10:23), o qual não deve usar de sua liberdade para fazer tudo o que acha que é certo (Gl 5:13,16). Ser livre em Cristo não é estar livre de regras ou obrigações (Gl 5:16-26), mas sim não estar preso à rituais exigidos para a salvação (Hb 10:1-6) e nem à perdição do pecado (Rm 6:17,18; Ef 2:1-3,13).

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

“Comuniqueis aos Santos as Vossas Necessidades”

Não é proibido ao crente pedir
ajuda em caso de necessidade;
porém, é obrigação da própria
Igreja - principalmente sua
liderança - é estar atenta e
prestar assistência social aos
necessitados que fazem parte
de sua congregação.
Rm 12:13a - “Comunicai com os santos nas suas necessidades [...]”
    Aparentemente essa é uma recomendação para que o crente comunique à Igreja quando estiver passando por necessidade financeira, mas em uma análise mais atenta da frase é possível perceber que se trata de uma advertência à Igreja - ­mais diretamente à sua liderança - para observar os necessitados na congregação e ajuda-los. O termo “comunicai”, usado nas traduções mais comuns, expressa a ideia de contato com os mesmos em seus momentos de dificuldades. De fato, a língua portuguesa parece ser um pouco confusa, principalmente porque com o passar do tempo certos termos vão se tornando fora de uso como, por exemplo, a expressão aqui usada “suas necessidades” que, em linguagem normal diríamos simplesmente “as necessidades deles”. No entanto nenhuma versão bíblica usa o termo “vossas necessidades”; por isso é importante estudar usando várias versões e ter atenção à sua forma de escrita. Vejamos esse versículo em algumas versões diferentes: Nova Tradução na Linguagem de Hoje - Repartam com os irmãos necessitados o que vocês têm -; Revista e Atualizada - Compartilhai as necessidades dos santos -; Tradução Livre do Grego - Acudi aos santos nas suas necessidades -; Nova Bíblia Viva - Quando os filhos de Deus estiverem em necessidades sejam vocês os primeiros a ajudá-los -; Nova Versão Internacional - Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades -.
    Então não podemos pedir ajuda à Igreja? Não! Não se trata de uma proibição de pedir ajuda! Aliás, os crentes têm todo o direito de buscar auxílio em sua congregação - principalmente os envolvidos na Obra - (1ª Co 9:10-14). Mas o texto em questão é uma exortação à igreja quanto aos seus deveres tanto na prestação do culto como no uso dos dons espirituais (Rm 12:1,4,5), e também no cuidado para com os irmãos carentes (Rm 12:9,10). A atenção à assistência social é um dever da administração ministerial (At 6:2,3) já previsto desde a lei mosaica (Dt 24:14-22). Líderes atentos a essa causa não esperam seus liderados pedirem ajuda, pois eles mesmos procuram, identificam e resolvem o problema (2ª Co 9:1,2).

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

“Seja Este Tal Entregue à Satanás”

Deixar uma pessoa entregue ao
próprio pecado não é falta de
amor, mas sim uma forma de
preservar a imagem da Igreja
de escândalos e o próprio
pecador de se manter iludido
com um nome de crente sem
estar realmente servindo a
Deus.
1ª Coríntios 5:5 - “Seja o tal entregue a Satanás, para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor.”
    Esse é um dos desafios maiores para a liderança ministerial e para outros, um pretexto para não perdoar que cai em pecado. A primeira coisa que devemos entender é em que situação se enquadra esse texto, ou seja, o seu contexto. Lendo, podemos ver que se trata de punir alguém que estava praticando imoralidade sexual. Então analisemos detalhadamente.
    A crise estava tão séria que ocorriam atos sexuais tão imorais que nem mesmo entre os incrédulos eram considerados normais, inclusive o fato de um homem que mantinha relações com sua própria madrasta (1ª Co 5:1); ato esse repudiado por Deus (Lv 20:11,12). Os crentes estavam tão despreocupados que achavam isso como normal (1ª Co 5:2-4); só que o pecado nunca deve ser visto como normal (1ª Jo 5:16,17). Então o apóstolo ordenou que ele fosse entregue à Satanás para destruição da carne, para que o espírito fosse salvo (1ª Co 5:5); isso significa não considera-lo como irmão, mas como pecador, deixando-o afundar naquela situação até que reconhecesse seu erro (Sl 51:1-11), pois o problema do grande “amor” da Igreja é aceitar o ímpio com sua impiedade, fazendo-o pensar que está sendo aceito por Deus dessa forma (Rm 8:13,14). Por isso ele exorta os irmãos a terem cuidado com o tipo de gente que recebem como membros (1ª Co 5:6-8) em vez de corrigi-los mostrando-lhes o que é preciso para servir a Cristo (1ª Jo 5:3,4). Então Paulo explica que não se deve aceitar o pecado por parte daqueles que se dizem crentes, mas deixa claro que há diferença quanto aos que estão assumidamente no mundo (1ª Co 5:9-12), então isso não tira nossa responsabilidade de pregar para os de fora (Lc 24:46,47). Resumindo, deixar o falso crente “nas mãos de Satanás” é dizer para ele se converter ou se assumir de vez (1ª Co 5:13). Optando pela segunda alternativa, depois de sofrer as consequências do pecado ele pode se arrepender e voltar (Lc 15:21); porém, isso não vai acontecer se ele for bem aceito pecando dentro da igreja.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

“Devemos Suportar as Fraquezas dos Fracos”

O que um fraco precisa é
de força. Espiritualmente
falando, dar essa força não
significa tratá-lo como um
coitadinho e deixá-lo
morrer dessa fraqueza,
mas sim injetar nele, com
carinho, o sangue de
Cristo, ou seja, a Palavra
de correção que levanta e
liberta.
Rm 15:1 - “Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos.”
    “É preciso amar! Não foi isso que Jesus mandou que fizéssemos?” Sim! Esse é o resumo dos mandamentos ordenado pelo próprio Senhor Jesus (Mt 22:37-39). Porém, precisamos entender a diferença entre amar o pecador e tolerar o pecado, ou seja, a diferença entre suportar as fraquezas e achar normal que a pessoa continue errando por ser fraca. “Mas todos nós temos fraquezas, não temos?” Temos sim (1ª Co 10:12)! Mas entre suportar e aceitar um problema existe uma diferença muito grande.
    Ao dizer essas Palavras, o apóstolo Paulo estava ensinando que se deve tratar com compreensão aqueles que estão com alguma dificuldade. O versículo seguinte deixa claro que devemos agradar ao próximo no que é bom para a edificação (Rm 15:2); isso significa que suportar não é consentir com o erro, mas sim não condenar o irmão mais fraco e estender as mãos para ajuda-lo (Rm 14:19; 1ª Co 10:24-33). Cristo nos deu um grande exemplo disso (Rm 15:3; Mt 26:39); desde o princípio, as Escrituras já ensinavam a prática do amor (Rm 15:4; Lv 19:9,10); amar consiste em compartilhar sentimentos (Rm 15:5; 12:15) o que depende de uma boa convivência com os demais (Rm 15:6; 12:16-21); como Jesus fez, não podemos fechar as portas àqueles que mesmo errantes buscam abrigo no Evangelho (Rm 15:7; 14:1); mostrando-lhes que há uma oportunidade para eles (Rm 15:8; Mc 16:15); para que o nome do Senhor seja por eles glorificado por meio de nossos atos (Rm 15:9; At 28:6); vendo eles que a Igreja existe para acolher e não para condenar (Rm 15:10; Tg 5:14-16); sendo acessível aos que por ela buscam (Rm 15:11; Mt 22:9,10); fazendo-os experimentar a graça de ter o Espírito Santo em sua vida (Rm 15:12; Cl 3:11). Façamos tudo isso, mas sem nos esquecermos que a maior demonstração de amor por uma pessoa que está fraca na fé é, sem apedrejá-la pelo seu erro, lhe mostrar biblicamente a vontade de Deus que ela viva em santidade e ajuda-la para que ela possa ter sua vida transformada.

“O Espírito é Sujeito ao Profeta”

Equilíbrio emocional é
fundamental tanto para saber se
controlar quanto para
entender a Bíblia e
compreender que o espírito
humano é sujeito a Deus e não
o Espírito Santo sujeito ao
homem; no entanto, é preciso
saber também que o que as
Escrituras ensinam sobre
ordem no culto continua tão
atual quanto a existência dos
dons espirituais.
1ª Coríntios 14:32 - “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.”
    Esse é um caso clássico de má interpretação causada pela falta de atenção ao texto; não são poucos os que dizem que o Espírito Santo está sujeito a eles. Deve-se notar que “espírito” está no plural e escrito com “e” minúsculo; como sabemos, só há um Espírito Santo e, quando se refere a Ele, a Bíblia grafa sua letra inicial como maiúscula. Geralmente cometem esse erro quando tentam defender a ordem no culto; porém erram ao achar que se pode controlar o Espírito Santo, pois a palavra “espírito” aí se refere ao espírito humano, ou seja, o próprio homem.
    Devemos esclarecer que a ordem no culto é necessária (1ª Co 14:36). Essa foi a razão pela qual Paulo se preocupou em ensinar isso à Igreja (1ª Co 14:26-31). Hoje, muitos escândalos causados no meio pentecostal - falsas profecias, promessas absurdas, vendas de objetos ungidos, barulho desordenado, curas duvidosas, etc. - tem provocado o descrédito de muitos, os quais não podemos censurar por não crerem, pois se deixaram levar pela decepção dos maus exemplos que, vergonhosamente, é tolerado em nosso meio. Porém nem todos os pentecostais que cometem tais erros agem na maldade, pois muitos são vítimas do próprio emocionalismo causado pelo pouco - ou nenhum - exame das Escrituras Sagradas. Só que não podemos aceitar tudo sob o pretexto da boa intenção, mas sim corrigir os exageros que em nada edificam, muito pelo contrário, afastam os que tentam se aproximar (1ª Co 14:23,24). Dessa forma, esse versículo é uma exortação para que o crente saiba controlar seu próprios impulsos e prestar a Deus um culto racional (Rm 12:1), sendo assim realmente útil para a Obra (1ª Co 14:26). Esse negócio de “não consigo me controlar” contraria os princípios éticos ensinados na bíblia e, por outro lado, achar que pode sujeitar o Espírito Santo é o mesmo que querer dominar a Deus (Is 43:13). Concluindo, Ele não se manifesta de maneira a causar escândalo (1ª Co 14:33), nós é que devemos dominar nossos sentimentos (1ª Co 14:37,38).

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

“Nenhuma Condenação Há Para os que Estão em Cristo Jesus”

Estar em Cristo Jesus é ser
participante com Ele das
aflições suportando perseguição,
humilhação, acusação e as
demais formas de injustiça sem
largar sua "cruz" por amor à Ele
e às vidas que dEle necessitam.
Aí sim podemos dizer que
nenhuma condenação há para
nós.
Romanos 8:1 - “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.”
    O que há de errado nessa afirmação? Nada! Ela está na Bíblia! O erro, na verdade, está na interpretação de muitos que acreditam que o simples fato de serem membros ou frequentarem um templo cristão, ou ainda meramente crerem que Jesus existe os torna participantes dessa promessa. Antes de acharmos que estamos livres de condenação devemos examinar a nós mesmos para sabermos se estamos mesmo em Cristo Jesus; mas para isso temos antes que saber o que é estar em Cristo Jesus.
    Esse versículo se inicia com o termo “portanto” - classificado na língua portuguesa como uma conjunção conclusiva -, o que significa que se trata da conclusão do que foi dito antes; no capítulo anterior o apóstolo Paulo fala sobre a miserável natureza pecaminosa do ser humano (Rm 7:24). Isso quer dizer que nós, por natureza, somos inclinados ao mal (Rm 7:22,23), porém, somos transformados pela Graça de Cristo concedida na cruz (Cl 2:13,14); em seguida, ele usa a expressão “agora”, indicando que antes da conversão não tínhamos como escapar das consequências do pecado, mas, a partir da conversão - o reconhecimento de Jesus como Salvador - passa a existir uma oportunidade de salvação (Rm 10:9-11); assim sendo, a condenação para a qual caminhamos é anulada pela fé nEle (Jo 3:16-19). Em sua continuação o texto é claro: a condição para isso é estar em Cristo Jesus, mas o que significa estar em Cristo Jesus? O próprio texto responde: é não andar segundo a carne (Gl 5:16-21), mas segundo o Espírito (Gl 5:22-25). Em outras palavras isso requer santificação, ou seja, renúncia (Mt 16:24), obediência (Jo 14:21), compromisso com a Obra (Jo 21:15-17) e, entre muitas outras coisas, ser cheio do Espírito Santo (Ef 5:17-20). Concluindo, só podemos dizer que não há nenhuma condenação para nós se a nossa vida for agradável ao Senhor (Rm 12:1,2; 2ª Co 5:17).

sábado, 19 de novembro de 2016

“Houve Festa no Inferno Quando Jesus Foi Crucificado”

O brado de Jesus na cruz dizendo
que estava tudo consumado não
foi um grito de agonia avisando
que estava morrendo, mas sim
uma expressão de vitória. A
crucificação não foi uma falha
na missão do Salvador, mas sim
a sua concretização, e Satanás
sabia muito bem disso. 
Mateus 16:21-23a - “[...] começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia. 22E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. 23Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, [...]”
    Muitos pregadores têm empolgado o público gospel com a infundada teoria de que houve festa no inferno quando Jesus foi crucificado. Mas o que há de errado com isso? Primeiramente, a crucificação de Cristo foi o concretização da derrota de Satanás e, em segundo lugar, o inferno nem sequer foi inaugurado, assim sendo não pode ser a casa do Diabo como pensam alguns. Então, esclareçamos esses fatores à luz da Bíblia.
    Conforme descrito no texto bíblico aqui exposto, Satanás agia até por meio de pessoas próximas de Jesus numa tola tentativa de fazê-lo desistir da cruz. Isso porque ele sabia que esse sacrifício representava a vitória da Igreja sobre ele (Cl 2:13-15). Vários relatos mostram o quanto ele tentou impedi-lo de cumprir sua missão: após seu nascimento, por meio de Herodes, procurou mata-lo (Mt 2:1-3,16); o tentou achando que conseguiria faze-lo pecar (Mt 4:1-11); durante a própria crucificação, induziu pessoas a incitá-lo a descer da cruz (Mt 27:39-44). Se havia alguém que não tinha interesse nessa crucificação, esse alguém era Satanás, pois o mesmo já havia recebido uma “promessa” sobre ela lá no jardim do Éden (Gn 3:15). Resumindo, ele sabia que aquela morte não seria seu fim, pois sua ressurreição era certa e ela resultaria na grande vitória de todos aqueles que nEle cressem (Hb 2:14,15; Jo 3:16). Quanto ao inferno, ele será inaugurado no Juízo Final (Ap 19:20; 20:10); assim sendo, o Diabo e seus demônios não vivem lá, mas sim nas regiões celestiais (Ef 2:2; 6:12) - não confundir com o céu - pois eles são espíritos e precisam de um corpo para agir (Mt 12:43). A crucificação é motivo de festa sim, mas para nós e não para o inimigo; nem ele seria tão idiota pra comemorar a própria derrota.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

“Jesus Mudou o Nome de Saulo Para Paulo”


A conversão de Paulo não resultou
na mudança de seu nome, mas sim
de sua vida, e é isso o que acontece
com todos os que verdadeiramente
entregam sua vida à Deus. Muitos
personagens bíblicos, por diversas
razões, tiveram sim seus nomes
mudados pelo Senhor, porém,
esse fato não se repetiu com o
apóstolo.
Atos 13:9a - “Todavia Saulo, que também se chama Paulo [...]”
    Fala-se muito que Saulo, após sua conversão, teve seu nome mudado para Paulo. Porém, não existe nenhuma afirmação bíblica ou histórica que confirme isso, muito pelo contrário, pois na Bíblia, por exemplo, como vimos nesse texto de Atos dos Apóstolos escrito por Lucas, ele simplesmente era chamado pelos dois nomes. Historicamente, pelo que se sabe de sua trajetória, sendo judeu tinha ele também cidadania romana. Antes de prosseguir, vejamos o significado dos dois nomes: Saulo é hebraico e significa Pedido a Deus; e Paulo é de origem latina significando Pequeno ou Menor.
    Não há, aparentemente, nenhum significado espiritual que motivasse uma mudança de nome. A explicação lógica para essa “alteração” se explica mais pelo costume das pessoas - os cristãos - com quem ele passou a conviver após a conversão que habituaram-se a chama-lo assim; razão essa pela qual os escritores bíblicos utilizam mais Paulo do que Saulo. Antes de ser levantado por Cristo como apóstolo, Saulo, sendo um judeu devido à linhagem de sua família, nascido em Tarso da Cicília - cidade romana habitada por muitos judeus - zeloso pela Lei Mosaica (At 22:3; Fp 3:5), estando a serviço do governo de Roma, foi um terrível perseguidor de cristãos desde a sua juventude (Fp 3:6; At 7:57-59; 22:4,5). Nessa condição, exercia ele sua cidadania romana, direito esse que havia comprado por alto valor em dinheiro (At 16:37; 22:25-30), tal documento lhe permitia também o uso de um nome romano. Essa seria a mesma situação de Silas, também chamado de Silvano (At 15:22,27,32,34; 2ª Co 1:19; 1ª Ts 1:1) e provavelmente ainda de João que tinha por sobrenome Marcos (At 12:12,25); vale ressaltar que não há informações claras referentes a isso. Concluindo então, não houve mudança de nome, ou seja, o apóstolo tinha mesmo esses dois nomes e prevaleceu com mais ênfase o de origem latina - Paulo - devido ao fato de ele ter exercido praticamente todo seu ministério entre os gentios.

“Antes que o Galo Cante Três Vezes, Me Negarás”

Dar a devida atenção a
detalhes de textos como
esse não é uma simples
questão de querer se
encher de conhecimento,
mas sim de compreender
o risco existente em uma
má interpretação, a qual
é a mãe das heresias.
Mateus 16:34 - Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás.
    Essa é mais uma da série “abandonar a escola faz mal à saúde”... e como faz: não saber observar a aplicação de uma vírgula muda todo o sentido de um texto. Parece besteira, mas essa dúvida é muito comum, pois muitos não sabem dizer quantas vezes o galo cantou. Parece besteira também se preocupar com isso, e antes que algum cristão sacrossanto me apedreje, vou dizer que sei sim que saber ou não saber isso não muda em nada nossa vida espiritual; porém, saber o que está falando passa mais seriedade, pois muitos não nos ouvem justamente por duvidarem de nossa condição intelectual. O “atestado de ignorância” que muitos insistem em manter dificulta muito a evangelização. Mas convencer o mundo do pecado não é obra do Espírito Santo e blá-blá-blá (Jo 16:7,8)? Sim! Mas Ele fala por intermédio de quem (At 6:10; 1ª Co 2:4)? Então sejamos coerentes e nos apliquemos mais à busca do conhecimento (Tg 1:5).
    Mas, voltando ao galo, isso parece ser uma questão bem simples, só que essa teimosia de Pedro em discutir com Cristo dizendo que não o negaria tem causado problemas até hoje devido à falta de cuidado com a leitura. E o pior disso tudo é que esse texto de Mateus 16:34, também narrado em Marcos 14:30, Lucas 22:34 e João 13:38 também tem rendido boas discussões entre os estudiosos que não conseguem se decidir se esse galo era um galo mesmo ou não. Isso porque, de acordo com a história, no centro de Jerusalém não eram criados animais de pequeno porte e no palácio do sumo sacerdote, onde Jesus foi julgado, não seria normal ter um galinheiro; muitos dizem que esse galo eram os toques de trombetas emitidos por soldados na Fortaleza Antônia de madrugada - sendo último as seis da manhã -; Marcos 14:72 seria a prova disso? Não sei! Polêmicas à parte, nem adianta aprofundar nisso, pois o fato é que o tal galo cantou apenas uma vez logo após Pedro ter negado três vezes (Mt 26:74). Enfim, melhor parar por aqui antes que eu ganhe um galo na cabeça.