segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Biblicamente Falando, O Que é a Morte?

Para os verdadeiros cristãos, por
mais difícil que seja a separação
de um ente querido, resta o
grande consolo de saber que é a
partir desse momento que ele
começa a ter uma vida
verdadeiramente vitoriosa.
    Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece[1].”; Esse alerta registrado em Tiago 4:14 resume a realidade da morte[2] de forma bem clara e objetiva, levando-nos a refletir sobre nossa fragilidade e a brevidade de nosso tempo sobre essa terra. Diante de todas as dúvidas, nascemos e crescemos alimentando apenas uma certeza: podemos morrer a qualquer momento! Sendo ela o maior motivo de medo entre os seres humanos, por nós, cristãos, é encarada com muito mais seriedade ainda; isso porque sabemos que ela representa não apenas o fim da vida terrena, mas o início de uma vida no plano espiritual, o que pode ser muito bom... ou não. Nas Escrituras Sagradas, de forma direta ou indireta, a morte é citada mais de mil vezes. Mas antes de analisarmos biblicamente o que é a morte, vejamos o que ela significa sob o ponto de vista secular[3]. De acordo com os mais renomados dicionários da língua portuguesa, resumidamente, a palavra morte é definida como “fim ou cessação da vida animal ou vegetal”. Embora cause pavor, ao mesmo tempo ela fascina e desperta a curiosidade de muitos, razão essa pela qual esse assunto é bastante explorado. Para a maioria das pessoas, nada existe além da sepultura, mas o que a Bíblia diz sobre isso? Sendo o ser humano composto de corpo, alma e espírito (1ª Ts 5:23) - o que a Teologia define como tricotomia[4] -, o que acontece com esses três elementos após a morte? Para entender isso melhor, lembremo-nos do seguinte: fomos criados segundo a imagem de Deus (Gn 1:26,27), o qual possui uma tríplice personalidade - a Trindade[5] -: o Pai (a alma), o Filho (o corpo) e o Espírito Santo (o espírito).

O corpo
    Essa é a parte material do ser. É o que lhe permite funções físicas, as quais dependem do funcionamento de todo o organismo e membros que o compõem. A Bíblia afirma que ele foi formado da terra pelas próprias mãos de Deus, o qual lhe deu fôlego de vida soprando suas narinas (Gn 2:7,22[6]; 3:20[7]). A ciência reconhece que a composição básica do corpo humano é 43,5% de cálcio, 4,3% de sódio, 10,2% de potássio, 7,1% de enxofre, 1,4% de magnésio, 29,1% de fósforo e 0,1% de ferro, além de pequenas porcentagens de iodo, manganês, cilício e cobre entre outros minerais. Isso significa que não há como negar que somos realmente feitos do pó da terra. As Escrituras afirmam ainda que o corpo será transformado para a eternidade (1ª Co 15:51-54; 1ª Jo 3:2) e que é pelo que fazemos por meio dele que seremos julgados (2ª Co 5:10). Segundo os especialistas nas ciências que estudam o assunto, o corpo do ser humano, quando morre, passa por vários processos; e não há nada que contenha mais vida do que um cadáver[8], porque durante todo o estágio de putrefação ele se torna hospedeiro de vários parasitas que o consomem, assim executando sua decomposição, a qual já se inicia em poucos minutos após o óbito[9]. Os sinais determinantes da ausência de vida são a perda total da respiração e dos movimentos e a cessação do batimento cardíaco e da pulsação; e suas características mais notáveis se tornam visíveis em alguns minutos: queda de temperatura, endurecimento e uma coloração roxa e acinzentada; com o passar das horas, o cheiro vai se tornando cada vez mais desagradável. No ato do falecimento, quando cessa a respiração, as células param de receber oxigênio, mas ainda ficam vivas por alguns minutos gerando dióxido de carbono, um ácido que se acumula e se rompe dentro das células, digerindo-as de dentro para fora. Isso gera fluídos ricos em nutrientes que passam a alimentar fungos e bactérias que conforme consomem a matéria humana, produzem uma quantidade aproximada de quatrocentos produtos químicos e gases como freon, benzeno, enxofre e uma molécula chamada tetracloreto de carbono. Todo esse processo leva semanas e, até chegar a esse ponto, quase já não existe mais carne, pois as larvas e os insetos deixam apenas os ossos para trás. Com o passar do tempo - o que leva em média dois anos -, a proteína dos ossos também é decomposta e o que sobra é um mineral ósseo conhecido como hidroxiapatita, o que o leva a se transformar em pó. Assim vemos, sob comprovação científica, como a Palavra de Deus se cumpre fielmente (Ec 3:20). É interessante ressaltar ainda que a mistura desses elementos na terra formam uma substância que gera fertilidade no solo, ou seja: a partir deles brotam plantas, as quais sustentam vidas alimentando outros seres. Se quando estamos vivos nos alimentamos de vegetais e animais, depois de mortos também os sustentamos. A justiça divina nos impõe um ciclo de vida que nos torna alimentadores daqueles que nos alimentam.

A alma
    Essa é a parte não-material do corpo. É o seu estado de consciência e sentimentos, seu intelecto. A palavra “alma”, muitas vezes na Bíblia, aparece com o significado de “vida”, “pessoa” (Gn 12:15; 46:26,27; Nm 9:13; At 27:37) e, em alguns casos, substitui o pronome pessoal como, por exemplo, no Salmo 22:20a em que Davi diz “livra a minha alma da espada”, clamando a Deus por um livramento à sua própria vida. Em Gênesis 2:7 está escrito que quando Deus deu o fôlego de vida, o homem se tornou alma vivente; isso significa que dando-lhe um corpo e condições de respirar, Ele simplesmente deu vida física à uma vida que poderia existir apenas sobrenaturalmente. Assim, podemos compreender que, após a morte do corpo, a alma - o estado de consciência - permanece de fato consciente tendo ele sido salvo ou não, conforme mostra o próprio Senhor Jesus em sua narração da parábola do rico e Lázaro registrada em Lucas 16:19-31. A Bíblia revela ainda que os mortos apenas não tem ciência do que acontece na terra, ou seja: fora do ambiente em que eles estão (Ec 9:4,5).

O espírito
    Assim como a alma, ele igualmente é uma parte não-material do corpo. Sendo também ligado à parte racional e emotiva do homem, sua função tende mais ao seu lado espiritual, ou seja: seu nível comunhão com Deus. Sendo por muitos confundido com a alma, suas características se assemelham às dela. A diferença está no fato de, no que se refere ao intelecto, ele não ser superficial, pois está diretamente ligado à sabedoria como uma ligação sobrenatural ao Espírito do Criador (Jo 3:6; Rm 8:1,2,13; 1ª Co 6:17; Ez 36:26,27). Na língua portuguesa, entre tantos sinônimos, ele aparece também significando estado de ânimo ou comportamento - espírito de luta, espírito de trabalho, espírito de paz, espírito de porco, etc. -, ou seja: expressa ação, estando assim acima do simples estado de conhecimento. É nosso espírito - e não nossa alma - que recebe as revelações de Deus, seja em profecia ou na interpretação durante a ministração da Palavra, por exemplo; da mesma forma, vivemos no espírito e oramos e adoramos em espírito e não em alma. Agora, voltando ao foco do nosso assunto que é o que acontece com espírito após a morte, a Bíblia diz que ele torna para Deus (Ec 12:7).

    Pessoas que tiveram experiências sobrenaturais em relação à morte, conhecidas como EQM[10], as relatam de diferentes formas. As descrições mais comuns são:
·        Medo e incerteza sobre o que está acontecendo.
·        Sentimento de paz interior.
·        Sensação de flutuar acima do corpo físico.
·        Impressão de estar em um outro corpo.
·        Visão privilegiada, em 360º, do ambiente ou fora dele.
·        Visão de pessoas - geralmente já mortas - a sua volta.
·        Visão de seres espirituais.
·        Sensação de que o tempo está passando mais rápido ou mais devagar.
·        Aumento da sensibilidade dos sentidos naturais.
·        Passagem por um túnel iluminado.
    Tais relatos, como outros, costumam ser contraditórios e muito confusos. A medicina costuma classifica-los como alterações psicológicas, enquanto que vários segmentos religiosos os definem como experiências espirituais ou sobrenaturais. No meio evangélico há vários casos de pessoas que afirmam terem ido ao céu ou ao inferno após a morte e terem posteriormente recebido ordem para voltar e contar o que viram, assim alcançando a ressurreição do corpo físico. Muitas dessas situações já estão comprovadas como fraudes ou equívocos enquanto outras, sendo recebidas como verdades, não possuem provas que nos deem clareza de sua autenticidade, até mesmo por não existir base bíblica para isso. A ressurreição sim é algo biblicamente comprovado e não existe nela nada que afirme que esse - e outros milagres - tenham sido cessados nos tempos apostólicos (Mt 10:7,8); no entanto, os relatos sobrenaturais dos que passaram por esse processo ficam por conta da fé e do discernimento espiritual.
    Como se estivéssemos preparados apenas para viver, o simples fato de pensar na morte nos aterroriza, principalmente por imaginarmos o quanto ela pode ser dolorosa e agonizante. Embora não tivesse medo da morte em si, mas até o próprio Jesus sofreu em seus momentos finais antes e durante a crucificação (Mt 26:37-39; 27:46). E não é sem razão, pois raras são as mortes repentinas. Mas, se não sobrevivermos até o arrebatamento da Igreja é inevitável passarmos por ela; então, o que importa é que estejamos preparados para isso (At 20:24). De tudo o que sabemos ou possamos aprender sobre a morte, o mais importante é: o verdadeiro cristão não pode e nem deve ter medo dela (Sl 23:4)! A vitória maior de um servo de Deus é concretizada quando ele deixa esse corpo físico (Fp 1:21); o fim da sua jornada na terra é o que lhe permite alcançar a maior de todas as bênçãos que um ser humano pode obter (2ª Tm 4:6-8). Esse corpo e tudo o que conquistamos por meio dele são meras vaidades (Ec 2:10,11,16; Lc 12:20,21), você está preparado para viver fora dele (1ª Co 2:9)?




[1]Desvanecer: Desaparecer.
[2]Morte: O fim da vida natural, que resultou da Queda em pecado (Gn 2:17; Rm 5:12). É a separação entre o espírito ou a alma e o corpo (Ec 12:7). Para os salvos, a morte é a passagem para a vida eterna com Cristo (2ª Co 5:1; Fp 1:23).
[3]Secular: Pertencente ou relativo a século. Que se observa ou se faz de século a século. Em sentido religioso, se refere àquilo que não é espiritual ou às pessoas mais ligadas às coisas relacionadas ao mundo do que às espirituais.
[4]Tricotomia: Significa "aquilo que é dividido em três". Termo teológico referente à interpretação de que o homem é composto de três matérias: corpo, alma e espírito.
[5]Trindade: A união das três pessoas - Pai, Filho e Espírito Santo - formando um só Deus. Deus é ao mesmo tempo uno e trino (Mt 3:13-17; 28:19; 2º Co 13:13).
[6]Adão: Significa "Terra, Solo". O primeiro homem criado por Deus (Gn 1:27-5:5). É uma figura de Cristo, que é o segundo Adão (Rm 5:14-19; 1ª Co 15:22). Nome genérico do ser humano, incluindo o homem e a mulher (Gn 5:1,2).
[7]Eva: Significa "Vida". A primeira mulher, esposa de Adão e mãe da humanidade (Gn 3:20). Junto com Adão foi enganada por Satanás, começando assim o pecado no mundo (Gn cap. 3). Adão e Eva tiveram filhos e filhas (Gn 5:4), mas na Bíblia são mencionados apenas os nomes de três: Caim, Abel e Sete (Gn 4:1,2).
[8]Cadáver: Corpo humano ou animal após a morte. Termo originado do latim "cadere" que significa "cair". Alguns pesquisadores acreditam que seja a abreviação da frase em latim "caro data vermibus" que significa "carne dada aos vermes". Defunto (do latim "defungor" que significa "cumprir"; o termo "vita defungi" significa "completar o tempo de vida").
[9]Óbito: Falecimento; morte de alguém. Passamento. Do latim "obitus", literalmente “ido”, particípio passado de "obire", “ir”, que se forma de "ob", “para fora, afastando-se”, mais "ire", “ir”.
[10]EQM: Experiência de Quase Morte.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Aceitar a Jesus... Eu Preciso Mesmo Disso?

Aceitar seguir o caminho da
renúncia, para aqueles que não
têm a certeza da necessidade
disso, é uma das mais difíceis
decisões; e é nesse dilema que
muitos desperdiçam várias
oportunidades até caírem
definitivamente na condenação.
    Antes de entrar nesse assunto é necessário responder a um questionamento que muitos fazem: “É correto usar o termo ‘aceitar a Jesus’?”; sendo essa frase uma expressão de uso comum no meio evangélico referindo-se ao ato de alguém se tornar crente, ou literalmente um membro da igreja, tem sido muito criticada por alguns: segundo os críticos, é Jesus quem nos aceita e não nós a Ele. Para não parecer implicância, alienação à tradição, apego ao modismo por preguiça de pensar, imposição de opinião pessoal ou qualquer coisa do tipo, vamos analisar biblicamente. As Escrituras Sagradas, desde o início, mostram que trilhar o caminho certo, embora seja algo que provenha de Deus (Dt 30:15,16), é uma opção do homem (Dt 30:17-19). Observando atentamente o Novo Testamento, vemos que a vontade do Senhor é que todos os homens sejam salvos (Mc 16:15; 2ª Tm 2:3,4) e que com essa finalidade Jesus Cristo se sacrificou pela humanidade (Jo 3:15,16[1]). Com seu grande amor e misericórdia, Ele nos chamou a participarmos dessa tão grande dádiva[2], no entanto, deixa claro que apesar do chamado nem todos serão escolhidos (Mt 20:16), argumento esse que mostra que depende de nós a aceitação de tal benefício (Jo 3:19). As Escrituras revelam ainda a existência de nossa liberdade de escolha expressando o fato de que somos convidados e não forçados a abrir a porta para que Ele entre em nossa vida (Ap 3:20,21; Jo 14:23,24). A exemplo dos judeus que receberam a sua Palavra e o rejeitaram (Jo 1:9-11), também temos tal livre-arbítrio[3]; no entanto, não confundamos livre-arbítrio com o direito de sermos salvos sem segui-lo em obediência à sua santa vontade (Mc 8:34,35; Lc 13:23,24); pois o direito de escolha somente produz dois tipos de consequências: a salvação ou a condenação (1ª Co 10:23; 6:12; Gl 6:7,8). Mas não somos salvos pela Graça[4]? Sim (Ef 2:4,5). Porém, no que se refere à justificação dos pecados, a Graça é uma oportunidade e não uma garantia (1ª Co 10:12), porque apesar de não sermos salvos pelas obras (Ef 2:8,9), ou seja: por méritos próprios, necessário é que, a partir do momento em que passamos a conhece-lo mudemos nossas obras de modo que as mesmas venham a agradá-lo (Ef 2:10). Isso significa que não há salvação pelas obras no que se refere ao poder do ser humano de justificar a si próprio diante de Deus a ponto de poder dizer que fez algo para conquistar, merecer ou comprar a salvação, afinal, foi resgatado da podridão do pecado; mas, quando este reconhece seu estado de pecador, suas obras passam a ser justas e por elas - pecado ou santificação - cada um será julgado (Rm 2:5-9[5] [6] [7]; Tg 2:14,24; 3:13-18[8]; 4:17). Voltando à legitimidade do termo “aceitar a Jesus”, devemos simplesmente lembrar que Ele, tendo morrido por todos nós, nos aceita o tempo todo (Mt 11:28-30), mas com a condição do arrependimento, é óbvio (At 3:19); assim sendo, nós é que devemos aceitar o sacrifício que Ele fez por nós (Jo 1:12). Tudo isso significa que, mesmo tendo sido alcançados pela Graça, se não formos obedientes aos seus mandamentos, o pecado pode sim roubar a nossa salvação (Cl 2:6-8; 2ª Pe 2:20; Rm 6:23a); portanto, não rejeitemos a Graça (Rm 6:23b)!
    Agora, a grande pergunta aqui é: “Eu preciso mesmo aceitar a Jesus?”. Para responde-la, quero fazer outra pergunta: “Qual é a vantagem em viver sem Jesus?”. Sim, já sei. Muitos vão dizer: “Eu já tenho Jesus!”; certamente falam isso porque creem nEle.  Porém, existe uma abismal diferença entre acreditar e seguir; e é aí que muitos dizem: “Sim, eu o sigo! Não cometo crimes, não blasfemo contra Ele e até vou à Igreja!”. E aí vem o “X” da questão: Seguir não é servir, pois multidões o seguiam e poucos realmente estavam ao seu lado! O grande erro de muitos é achar que são aprovados pelo Senhor somente por crerem nEle (Tg 2:19), justificando ainda a si próprios apenas por cumprirem os mais simples mandamentos de ordem moral (Mt 19:16-22), muitas vezes, apenas interessados em bênçãos (Lc 12:13-15[9]), sendo que o que Ele realmente quer são discípulos (Jo 12:26): pessoas dispostas a servir ao Reino[10] e ao próximo (Mt 6:33a; Jo 13:13-15, Mc 12:30,31) e que o adorem com absoluta sinceridade (Jo 4:23,24).
Se ainda restam dúvidas, vou te dar apenas mais dez motivos para aceitar que Ele seja verdadeiramente o Senhor da tua vida:
1.      Ele é o único caminho que pode nos levar a Deus (Jo 14:6).
2.      Ele morreu, sacrificando-se por amor a nós (Jo 15:9-16)
3.      Ele tem poder para perdoar nossos pecados (Cl 2:13,14; 1ª Jo 1:9; 2:1,2).
4.      Somente Ele pode nos dar descanso em meio às conturbações dessa vida (Mt 11:28-30[11]; Jo 14:1; 16:33).
5.      Todas as conquistas, espirituais ou materiais, só podem ser alcançadas por meio do nome dEle (Jo 10:10; 14:13,14; Mc 10:28-30).
6.      Ele nos dá autoridade espiritual (Mc 16:17,18; Lc 10:19).
7.      É Ele quem nos faz herdeiros das promessas feitas aos seus escolhidos desde o princípio (Gl 3:7-9,16,29[12] [13]).
8.      Com Ele está o poder sobre a vida e a morte (2ª Tm 1:10).
9.      Sem Ele não fazemos parte do povo que aguarda a sua volta (Rm 12:5; 1ª Co 12:27; 1ª Ts 4:16,17).
10. Ele é quem nos garante a vida eterna (Jo 14:1-3).

    Aceitar a Cristo vai muito além da busca de uma vida tranquila na terra; o objetivo maior dessa decisão é muito mais ambicioso: a vida eterna! Mas esta é condicional: depende da obediência a Ele. Para não escandalizar os que levam tudo ao pé da letra, não vou dizer que seja um “preço à pagar” ou um “sacrifício”, mas sim um ato de gratidão por sua Graça. A santificação se faz necessária porque Ele repudia o pecado (Hb 12:14; 2ª Co 7:1; Mt 5:8). Então, aceita-lo significa mudar costumes ofensivos à sua santidade, assim aceitando mudar seu modo de viver visando ser agradável a Ele. É óbvio que sendo nós meros humanos, sempre cometeremos falhas, e é exatamente isso que nos permite entender que não somos merecedores de nada, e á aí que entra o maravilhoso papel da Graça salvadora (Rm 8:26[14]); no entanto, tal fragilidade não nos dá o direito de pecar voluntariamente, pois isso seria provocar sua ira condenando-nos a nós mesmos (Mt 7:22,23). Muitos questionam nossa responsabilidade pessoal devido ao fato de Ele ter nos escolhido e não nós a Ele. Para esclarecer, aproveitando o fato de o casamento ser uma das ilustrações usadas por Ele próprio em relação à sua Igreja, usemos o seguinte exemplo: Se você é homem, escolhe alguém para namorar e planeja casar-se com ela, mas depende dela aceitar essa proposta; da mesma forma, se você é mulher, um homem te escolhe para namorar e planeja se casar contigo, mas depende de ti aceitar esse pedido senão não vai haver casamento algum, não é mesmo? Assim é o nosso relacionamento com o Senhor, precisamos aceitar voluntariamente porque Ele não nos força! Promessa não é garantia, a ideologia de que “quem tem promessa não morre” não funciona na prática, pois podemos sim perder aquilo que não zelamos (Mt 25:24-30[15]; Tt 2:11-14) e não sabemos se teremos outra oportunidade (Tg 4:14-16[16]). Aceitar essa realidade é dizer o tão esperado “sim” que Ele quer ouvir de você diante do altar divino.  Aceitar a Jesus nada mais é do que recebe-lo como o Salvador da sua alma dizendo: “Senhor, eu aceito o sacrifício que fizeste por mim naquela cruz!”.



[1]Unigênito: Único gerado. Filho único.
[2]Dádiva: Dom, presente, donativo.
[3]Livre-arbítrio: Livre vontade. Liberdade do indivíduo para decidir por si próprio de que forma deve agir.
[4]Graça: Favor imerecido ou não merecido. O vocábulo Graça provém do latim gratia, que deriva de gratus (grato, agradecido) e que em sua primeira acepção designa a qualidade ou conjunto de qualidades que fazem agradável a pessoa que as têm. Teologicamente, refere-se ao período que se iniciou com a morte de Cristo na cruz, o qual pôs fim às rígidas imposições da Lei mosaica, colocando em vigor o Novo Testamento.
[5]Impenitente: Que é obstinado, endurecido no pecado. Que não se arrepende.
[6]Contencioso: Causador de contendas. Que é contestado, litigioso. Duvidoso, incerto. Encrenqueiro. Popularmente chamado de contendeiro.
[7]Iniquidade: Falta de equidade (retidão). Pecado que consiste em não reconhecer igualmente o direito de cada um, em não ser correto, em ser perverso. Erro consciente.
[8]Faccioso: Seguidor de uma facção. Parcial. Sedicioso. Perturbador da ordem. Causador ou defensor de rebeliões ou confusões.
[9]Avareza: Apego demasiado e sórdido ao dinheiro; desejo imoderado de adquirir e acumular riquezas. Mesquinhez, sovinice. Ciúme.
[10]Reino de Deus: Reino dos Céus. O domínio de Deus sobre as pessoas e sobre o mundo, tanto no presente como no futuro (Mt 5:3; 12:28; Lc 17:21; Rm 14:17). Às vezes também se refere à vida com Deus no céu (2ª Tm 4:18).
[11]Jugo: Peça de madeira que se prende com correias ao pescoço de animais de carga, para que assim possam puxar uma carroça ou um arado (Nm 19:2; 1º Sm 6:7). Em sentido figurado: domínio, opressão (Gn 27:40; Jr 28:2; Gl 5:1); sofrimento (Lm 3:27); obediência (Mt 11:29-30); aliança (2ª Co 6:14); trabalho (Fp 4:3).
[12]Abraão: Esse nome significa pai, ou líder de muitos. É um personagem bíblico citado no Livro do Gênesis a partir do qual se desenvolveram três das maiores vertentes religiosas da humanidade: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Obedecendo as ordens de Deus, saiu com Ló de Harã, juntamente com sua esposa e seus bens, indo em direção a Canaã. Abrão já teria setenta e cinco anos de idade e dá a entender que já tivesse pessoas a seu serviço, embora nenhum filho. Teria sido pai pela primeira vez aos oitenta e seis anos, quando nasceu Ismael: filho que ele concebeu com sua escrava Hagar, sob consentimento de sua esposa Sara que era estéril. Sara deu à luz a Isaque com a idade aproximada de 90 anos e Abraão tinha quase 100. Ele é considerado como o pai da fé e morreu com 175 anos de idade.1)
[13]Posteridade: Série de indivíduos que descendem de uma mesma origem. As gerações futuras. Descendência.
[14]Inexprimível: Indizível, inefável, inexpressável, inexplicável.
[15]Talento: O talento de ouro ou prata era a unidade de moeda romana para grandes quantidades de dinheiro. Ele foi introduzido na Grécia Antiga e depois adaptado para o sistema monetário romano. Um talento era igual a 60 minas, que, por sua vez eram equivalentes a 100 dracmas. Sabendo que uma dracma era igual a 4,5 a 6 gramas de ouro ou prata, um talento significava entre 27 a 36 quilos de metal. Estudiosos calculam que um talento hoje valeria no mínimo 1300 dólares (cerca de dois mil reais). Espiritualmente, os talentos representam os dons que o Espírito Santo nos concede e, na linguagem popular expressa as habilidades especiais de uma pessoa; era um termo muito usado pelos romanos para elogiar uma pessoa de valor.
[16]Desvanecer: Desaparecer.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

A Teoria que Nega a Existência do Inferno

Crer que após a grande destruição
a terra será reconstruída e os
pecadores ressuscitarão tendo a
oportunidade de seguir a Cristo
em vez de partirem para o inferno,
contraria totalmente a doutrina
bíblica que ensina com clareza
que após a morte, segue-se o
julgamento divino, o qual será
segundo seus atos na terra.
    Uma das mais conhecidas doutrinas das Testemunhas de Jeová é a negação de que os condenados vão para o inferno[1]. Tal afirmação têm sido, ao longo dos tempos, parte das principais características que as identificam e diferem dos demais segmentos religiosos, independentemente de serem cristãos ou não. Muitas pessoas - principalmente nós, evangélicos pentecostais­ - questionam quais são seus fundamentos para contradizer as claras exposições bíblicas que confirmam a existência do inferno como meio de condenação àqueles que não se converterem e obedecerem a Cristo. Para esclarecer dúvidas que têm causado muita confusão sendo o motivo da desconversão de alguns crentes incautos[2] (Rm 16:17,18), analisaremos biblicamente.
    As Testemunhas de Jeová não somente negam que os não salvos irão para o inferno, como também não admitem a existência do mesmo. Segundo sua crença, elas apenas interpretam a palavra inferno em seu significado original com sentido literal: sepultura ou mundo dos mortos, assim afirmando que, considerando-se que o corpo é sepultado, todos vão para o inferno, mas isso não significaria tormento eterno para os condenados. Com relação aos mortos não-salvos, creem eles que a eternidade no lago de fogo contrarie o amor e a misericórdia de Deus (1ª Jo 4:8), e usando os argumentos bíblicos de que o homem foi tomado da terra e para ela tornará (Gn 3:19; Sl 146:4) e que aquele que está morto será justificado do pecado (Rm 6:7), sustentam a teoria de que os mortos não sofrem porque estão dormindo (Jo 11:11) e não podem ouvir, ver e nem pensar (Ec 9:5,10), assim tentando provar a impossibilidade de existir um tão terrível lugar de castigo; seguindo essa linha de raciocínio, creem que os que morrerem em pecado terão uma segunda oportunidade de obedecer a Cristo e viverem eternamente no paraíso na terra. Para elas, a parábola[3] de Jesus sobre o rico e Lázaro (Lc 16:19-31) não poderia ser interpretada literalmente, pois se trataria de uma simbologia que retrata o início da Igreja Cristã, na qual Lázaro representaria os judeus pobres e o rico seria a classe opressora que, com a existência do cristianismo, passaria a ser desfavorecida por Deus diante dos pobres, sendo espiritualmente inferior a eles; e quanto à expressão usada por Jesus “onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga” (Mc 9:43-48), na Tradução do Novo Mundo os versículos 44 e 46 simplesmente não existem - segundo seus seguidores, a Bíblia que usamos é que tem versículos a mais -, e o 48 está traduzido da seguinte forma: “onde os vermes não morrem e o fogo não é apagado”, interpretando-o como somente sendo uma referência ao vale de Hinom[4], que era uma lixeira fora dos muros de Jerusalém aonde o fogo ficava permanentemente aceso queimando cadáveres de animais e de malfeitores.
    Mas o que a Bíblia realmente diz sobre o inferno? Em nossas versões normais essa palavra aparece 46 vezes, mas é preciso saber analisar o que esse termo significa ou representa em cada uma das citações. Como as Escrituras nos revelam, após a morte, todos - salvos ou não - estão com seu destino nas mãos de Deus (Ec 12:7; Mt 10:28; Lc 23:46); porém, seu destino não é o mesmo, pois os salvos vão para o Paraíso (Lc 23:42,43; 2ª Co 5:8; Fp 1:23) e os pecadores para o hades[5] (Pr 15:24; At 2:27,31). Mas é importante saber que o hades não é o destino final dos pecadores, porque embora seja sim um lugar de sofrimento, ele é temporário e também será lançado no lago de fogo (Ap 20:14). Isso significa que o inferno definitivo ainda não foi inaugurado, pois seus primeiros moradores somente serão mandados para lá quando Jesus Cristo voltar para julgar o AntiCristo[6] e o Falso Profeta[7], após a Grande Tribulação[8] (Ap 19:20[9]), lançando-os ali e, depois, o Diabo e seus anjos (Ap 20:10); assim como também, após o Juízo Final[10], todos os ímpios (Ap 20:15; 21:8).
    Se Deus é misericordioso, como pode permitir o sofrimento eterno de alguém? Realmente, em 1ª João 4:8 está escrito que quem não ama não conhece a Deus porque Deus é amor; porém, não se pode confundir o amor divino, como também a misericórdia, com tolerância em relação àqueles que não se arrependem. Ao longo de toda a história, podemos ver na própria Bíblia que Jeová permitiu a morte de muitos que afrontaram a Ele ou ao seu povo, mas não fez isso com prazer (Ez 18:32; 33:11), e sim para aplicar duramente sua justiça contra os pecadores (Dt 32:35-38; Rm 12:19; Hb 10:26-31). Sua misericórdia o leva a dar ao homem diversas oportunidades, mas esse precisa saber aproveitá-las para não ter que arcar com as consequências negativas dos seus atos (Rm 6:23a; 1ª Co 6:9,10[11] [12]), pois ao culpado Ele não terá por inocente (Êx 34:6,7; Nm 14:18). As Escrituras revelam ainda que Ele é tardio em se irar (Na 1:3a), mas não diz que Ele não se ira. Se não fosse haver castigo eterno para os pecadores, a pregação do Evangelho não se faria tão necessária; afinal, quem não fosse salvo também não seria condenado. Estariam então nossos queridos amigos Testemunhas de Jeová andando em vão de baixo de sol e chuva para anunciar o Reino de Deus?
    Existe consciência após a morte? As afirmações de Gênesis 3:19 e Salmos 146:4 sobre a volta do homem ao pó da terra, se referem apenas ao seu corpo físico e não à sua alma. E no que é mencionado em relação ao seu pensamento, ou estado de consciência após a morte, o que também está registrado em Eclesiastes 9:5,10, retrata apenas a situação dos falecidos em relação a sua consciência e contato com o que acontece na terra, mas não exclui a realidade de uma vida no mundo sobrenatural; as palavras de Salomão sobre os mortos não saberem coisa nenhuma e o fato de para onde eles vão não haver obra, indústria - ou projeto -, conhecimento e sabedoria e que sua memória ficou entregue ao esquecimento, significa simplesmente que a sua vida carnal cessou aqui na terra, e que lá não há o que possam fazer para mudar sua situação; no versículo 6 diz ainda que eles não têm mais parte alguma do que se faz debaixo do sol, porque nem mesmo com seus sentimentos podem ter influência ou ligação à vida terrena; poeticamente falando, é como se deles os vivos tivessem se esquecido. Assim sendo, não há nada que afirme que não haja consciência e sentido físico no mundo sobrenatural. Negar isso é apenas uma forma de tentar amenizar os efeitos do pecado e, pior ainda, contradizer as Escrituras Sagradas quanto ao que elas afirmam a respeito do lugar de tormento eterno. A morte não é um sono literal em que os sentidos não estejam ativos; as palavras de Jesus em João 11:11 que diziam que Lázaro estava dormindo são apenas uma figura de linguagem referente a morte muito comum na cultura dos judeus (Dt 31:16; Dn 12:2; 1ª Co 15:18-51).
    “Aquele que está morto está justificado do pecado”. Isso significa que todos podem ser salvos após a morte? Quanto a essa afirmação registrada na Epístola aos Romanos 6:7, ao analisar seu contexto podemos perceber que o apóstolo Paulo não está se referindo à morte literal do corpo, mas à nossa morte para o pecado quando passamos a seguir a Cristo; ou seja: ele está dizendo que a pessoa que morreu para o pecado está arrependida e não o pratica mais, assim sendo está justificada - perdoada - dos erros que cometeu no passado. Então não faz sentido usar esse versículo como base para dizer que os que morreram no pecado terão uma oportunidade de salvação após a ressurreição dos mortos. Sim, de fato, bem sabemos que a salvação é pela fé e pela Graça (Ef 2:4-10); no entanto, a obediência também faz parte dos requisitos necessários (Tg 2:24,26), e a Bíblia ainda é absolutamente clara ao dizer que após a morte  - morte física nessa vida: com esse corpo - segue-se o juízo (Hb 9:27), ou seja, o julgamento (Mt 25:31-34,41), e não menciona nenhuma possibilidade de mudança no veredicto divino (Ap 20:12). A fé não nos torna imunes a perder a graça da salvação (1ª Co 10:12) e a Graça é uma oportunidade e não uma garantia de que seremos salvos (Hb 3:1,2,7,8,12-14)! Após a morte não há possibilidade alguma de salvação (Jo 5:28,29)!
    Qual é o significado da parábola sobre o rico e Lázaro? Essa parábola narrada por Jesus em Lucas 16:19-31 tem sido a causa de discussões entre os próprios teólogos pentecostais, sendo que alguns afirmam que as versões bíblicas que, em suas epígrafes[13], a classificam como parábola estariam erradas, pois se trataria de uma história real. Uma resposta bem lógica à essa dúvida seria entender que toda a situação nela descrita em relação à condenação e à salvação é sim real e que apenas as figuras de Lázaro e do rico seriam fictícias; Jesus fez muito uso desse tipo de ilustração em seu ministério terreno; assim sendo, é sim uma parábola, porém, elaborada em um “cenário” real. Mas a questão maior não é essa, pois o que realmente importa é que o ensinamento nela contido objetiva mostrar o que existe no mundo sobrenatural, e é isso que as Testemunhas de Jeová e as demais seitas que seguem a mesma linha de raciocínio se recusam a entender. A esses, só tenho duas perguntas a fazer: Por que Jesus inventaria uma história tão absurda? E se Ele estivesse apenas profetizando a futura superioridade dos pobres convertidos ao cristianismo em relação aos ricos opressores, por que aplicar o uso de um cenário tão complicado quanto o hades e o seio de Abraão[14] sabendo que isso causaria tanta confusão entre os “sabiólogos” de plantão ao longo dos tempos? Deus é Deus de paz e não de confusão; sua Palavra é clara, no entanto, estão privados de sua interpretação os que não o seguem verdadeiramente, pois somente os espirituais entendem as coisas do Espírito. Essa parábola nada mais é do que um relato do próprio Mestre mostrando que existe sim um lugar de tormento, e a razão de tê-la contado está clara no último versículo em que Ele mostra a importância de que se dê atenção aos verdadeiros pregadores do Evangelho, crendo e obedecendo à Palavra pela fé, porque depois dessa vida não haverá outra oportunidade; e, além do mais, ainda que os profetas mortos retornassem para pregar sobre o castigo eterno, os incrédulos não acreditariam neles (Lc 16:31).
    O que Jesus quis dizer com a expressão “onde o seu bicho não morre e o fogo nunca é apagado”? Não há o que se questionar: essa é sim mais uma clara afirmação de Jesus sobre a existência do tormento eterno. Essa não é uma simples referência ao vale de Hinom, pois se Ele estava falando sobre pecados cometidos contra Deus e não sobre crimes, não tinha porque sugerir aos pecadores que eles iriam queimar nessa lixeira destinada a destruir corpos de criminosos. A expressão usada pode ser forte, mas, totalmente realista quanto à vida futura. No original, em hebraico, está empregado o termo geena - geena de fogo -, o que se traduz como inferno. Como esse termo era usado para se referir ao vale de Hinom, ele se tornou uma expressão para definir como é o lugar de tormento eterno [vide nota número 4 abaixo do texto].
    Negar a realidade do inferno, ou de um lugar de tormento eterno, é dar aos pecadores não arrependidos a falsa esperança de que não sofrerão na eternidade as consequências dos seus erros. É a mesma filosofia que diz: “Tudo que aqui se faz, aqui se paga!”; um engano maligno que expressa a ideia de que a justiça está no mundo atual, e que a morte é o fim de tudo para os que não serão salvos. Esse tipo de pensamento se explica na falsa ideia que muitos têm a respeito da misericórdia de Deus, a qual, embora se exceda à nossa e seja muito grande, é condicionada à nossa obediência e não pode ser confundida com tolerância, e não contraria a sua justiça (Rm 9:14-18).



[1]Inferno: Lugar e estado de castigo em que os perdidos estão eternamente separados de Deus (Mt 18:8-9; 25:46; Lc 16:19-31; 2ª Pe 2:4; Ap 20:14). Inferno, no Novo Testamento, traduz as palavras hades e geena (Hinom). Mundo dos mortos.
[2]Incauto: Que acredita facilmente; ingênuo.
[3]Parábola: Origináda do grego parabole, significa narrativa curta ou apólogo, muitas vezes erroneamente definida também como fábula. Sua característica é ser protagonizada por seres humanos e possuir sempre uma razão moral que pode ser tanto implícita como explícita. Ao longo dos tempos vem sendo utilizada para ilustrar lições de ética por vias simbólicas ou indiretas. Narração figurativa na qual, por meio de comparação, o conjunto dos elementos evoca outras realidades, tanto fantásticas, quando reais. Eram as histórias geralmente extraídas da vida cotidiana utilizadas por Jesus Cristo para ensinar aos seus discípulos. Segundo Marcos 4:11-12, eram utilizadas por Jesus para que somente seus discípulos as entendessem plenamente. Este gênero já era utilizado por muitos dos antigos profetas. Na Bíblia, encontramos 50 parábolas; dessas, 40 foram contadas por Jesus.
[4]Hinom: Vale situado a sudoeste de Jerusalém, entre a estrada que vai para Belém e a que vai para o mar Morto. Estava na divisa entre Judá e Benjamim (Js 15:8). Ali, antes da conquista de Canaã por Israel, numa elevação chamada Tofete, se queimavam crianças no culto a Moloque (2º Rs 23:10). Mais tarde esse lugar passou a ser usado para a queima do lixo; junto com o lixo ali depositado se incluía cadáveres de criminosos, mendigos e animais. Em Isaías 66:24 há uma breve descrição sobre esses corpos. O fogo permanecia aceso dia e noite; larvas devoravam os restos orgânicos. Esse lugar era considerado como amaldiçoado. Geena é a forma grega do hebraico ge-hinom, que quer dizer "vale de Hinom". A palavra geena ocorre 12 vezes no Novo Testamento e é traduzida por "inferno" (Mt 5:22).
[5]Hades: Lugar dos maus; também traduzido como inferno (Mt 11:23;16:18; Lc 10:15; 16:23; At 2:27,31; Ap 1:18; 6:8; 20:13,14). Na mitologia grega, é o deus do mundo inferior e dos mortos.
[6]AntiCristo: É uma denominação comum no Novo Testamento para designar aqueles que se oponham a Jesus Cristo, e também designa um personagem escatológico, que dominará o mundo após o arrebatamento da Igreja. O termo anticristo ocorre apenas quatro vezes na Bíblia, todas elas nas cartas do apóstolo João. As passagens são 1 João 2:18 , 2:22 , 4:3 e 2 João 1:7, onde o termo anticristo é definido como um "espírito de oposição" aos ensinamentos de Cristo. O Cristianismo crê, no entanto, que este "espírito" seja uma personificação de um "messias demoníaco" que virá nos últimos dias. Por essa razão, os cristãos creem que este anticristo é descrito em outros textos, tais como o livro de Daniel, as cartas de Paulo (como "o homem do pecado") e o Apocalipse como a "Besta que domina o mundo".
[7]Falso Profeta: Sendo o terceiro membro da trindade satânica, juntamente com o AntiCristo e Satanás, se manifestará após o arrebatamento da Igreja, durante a fase conhecida como a Grande Tribulação. Seu papel será, por meio de sinais milagrosos, levar o povo a aceitar e adorar o AntiCristo. As Escrituras Sagradas nada revelam sobre sua identidade. Os relatos bíblicos sobre ele se encontram em Apocalipse 16:13, 19,20 e 20:10.
[8]Grande Tribulação: Termo bíblico que descreve o período aflitivo que precede o arrebatamento da Igreja e antecede o Juízo Final. Após o arrebatamento, haverá um período de sete anos de sofrimento: os primeiros três anos e meio são denominados de "A Tribulação" e os outros três anos e meio de "A Grande Tribulação", pois aí a perseguição será muito mais intensa contra os cristãos que não negarem sua fé. Nesse período, o mundo inteiro estará sob o domínio do Anticristo. Esse acontecimento foi mencionado pelo profeta Daniel no capítulo 9 de seu livro; essa será a última das setenta semanas, a qual ele relata no versículo 27.
[9]Besta: Animal de quatro patas, de grande porte; animal de carga (Is 46:1). Biblicamente é linguagem figurada referente à uma criatura maligna que representa a força bruta, a imoralidade e a oposição a Deus (Is 30:6; Ap 13:1-18).
[10]Juízo Final: O tempo em que Deus, ou o Messias, julgará todas as pessoas, condenando os maus e salvando os justos (Sl 1:5; Mt 10:15; At 24:25). Será o último grande evento após o arrebatamento da Igreja; ocorrendo em seguida da grande batalha de Gogue e Magogue (Ap 20:7-9), ocasião em que os pecadores ressuscitarão para serem julgados (Is 26:19-21; Dn 12:2; Jo 5:28,29; Ap 20:12-15); será o grande julgamento do trono branco (Ap 20:11-15).
[11]Devasso: Depravado, indecente, pervertido, imoral, degenerado, corrompido, corrupto. Aquele que abusa da liberdade.
[12]Sodomita: Nascido ou habitante de Sodoma: cidade que foi destruída por Deus junto com Gomorra devido à imoralidade sexual. Homossexual (1ª Tm 1:10).
[13] Epígrafe: Inscrição por cima. Sentença ou divisa posta no frontispício de um livro ou capítulo, no começo de um discurso ou de uma composição poética; tema. Inscrição colocada no ponto mais visível de um edifício.
[14]Seio de Abraão: Céu; Paraíso. É um termo que a expressa a ideia de "estar próximo ao peito", ou seja: junto, protegido, guardado.