quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Será Que Estou Honrando o Amor Que Meus Pais Têm Por Mim?

Nossa herança depende muito
da semente que plantamos na
terra em que vivemos hoje; a
honra e a obediência aos pais
são a base para um futuro feliz.
    Você se lembra do quinto mandamento? “Honra[1] a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Êx 20:12; Dt 5:16); pode parecer exagero, mas um bom casamento, principalmente para quem conhece a Deus, também se inicia na sua adolescência através da semente que foi plantada na casa dos seus pais antes mesmo de você pensar em se casar. Sei muito bem que o contexto do texto em questão se refere à obediência como fator condicional para uma vida longa, mas você já ouviu falar da “lei da semeadura[2]” (Gl 6:7,8[3])? Colhemos o que plantamos, ou seja: nosso futuro depende muito do nosso presente e isso também inclui nosso passado. Isso significa que os acertos e os erros - principalmente se praticados de forma consciente - cometidos por nós em relação a nossos pais poderão, da mesma forma ou não, se voltar para nós. Analisando dessa forma, podemos entender que o sentido espiritual desse mandamento abrange muito mais do que os benefícios dos bons conselhos familiares, pois essa “terra” também pode ser interpretada como as bênçãos adquiridas futuramente, entre as quais está a família. Como você espera que seus filhos te tratem? Observe como você tem tratado seus pais e poderá ter uma boa noção.
    E essa lei da semeadura vai muito além de seu futuro relacionamento com os filhos, pois não se trata de uma simples “vingança” de Deus contra os meninos e as meninas mal comportadas, mas sim uma retribuição da própria vida de acordo com a forma como agimos desde o início, definindo assim nossa trajetória pela maneira como foi construído nosso caráter[4]. Vejamos alguns exemplos de benefícios de costumes adquiridos entre a infância e a juventude por meio da obediência e da honra aos pais que produzem bons frutos para o futuro:
·        Praticando o que aprendem em relação a ética[5] e a boa educação, da mesma forma também serão bem tratados em todos meios de convívio;
·        Aceitando a disciplina e a repreensão estão adquirindo autocontrole e mansidão, o que poderá evitar futuros conflitos que poderiam resultar em violência;
·        Levando a sério os estudos terão um bom emprego;
·        Sabendo controlar seu próprio dinheiro, dificilmente terão problemas financeiros;
·        Sendo honestos, por toda a vida serão bem vistos pela sociedade e terão boas oportunidades;
·        Aprendendo cedo a cumprir suas obrigações, sempre saberão lutar pelos seus direitos;
·        Sendo ensinados a respeitar limites, também aprendem a valorizar os direitos das demais pessoas;
·        Se preservando sexualmente evitam gravidez precoce, DST’s[6] e problemas psicológicos que poderão interferir em todas as áreas de sua vida na fase adulta;
·        Procurando amar como são amados aprenderão a valorizar os sentimentos alheios;
·        Obedecendo aos bons conselhos dos pais, futuramente também saberão a importância em dar uma boa educação aos seus filhos.
    Estes são apenas alguns benefícios conquistados por aqueles que desde cedo aprendem e praticam os bons ensinamentos. Mas os pais têm alguma parcela de culpa sobre a má construção de caráter dos filhos? Inegavelmente sim, mas isso não os isenta de sua responsabilidade pessoal em relação a si próprios, porque o fato de ser mal ensinado não justifica a falta de esforço em buscar o caminho certo. Todos os seres humanos normais, quando começam a desenvolver seu intelecto, por instinto natural, já conseguem perceber a diferença entre o certo e o errado e, obviamente, não vão fazer nada que possa prejudicar a eles próprios. Analisando por esse ponto de vista, podemos entender que ninguém pode culpar seus educadores por suas falhas a nível moral. Certamente, qualquer indivíduo que usufrua de um juízo perfeito, mesmo aprendendo tanto o bem quanto o mal, só vai praticar aquilo que lhe for conveniente e o fato de obedecer ou não aos bons conselhos ou exemplos e evitar os maus sempre estará a cargo de suas próprias decisões. O que a Bíblia diz sobre a importância da obediência e a honra aos pais desde a infância?
§  Obediência não é uma recomendação, é uma ordem divina (Cl 3:20).
§  Essa é uma condição para se obter bênçãos materiais e até mesmo a longevidade[7] (Ef 6:1-3).
§  Os mais velhos têm experiência: aquilo que você está passando agora, certamente eles já passaram e sabem como lidar com essa situação (Pr 4:1-6).
§  Filhos cujos pais servem a Deus devem ter plena confiança neles assim como os filhos de Noé[8] confiaram e, obedecendo-o, foram salvos do dilúvio[9] (Gn 7:7;15-17[10]; Hb 11:7).
§  Filhos criados em lar cristão, se permanecerem obediente ao que aprenderam, alcançarão a salvação (2ª Tm 3:14,15).
§  As consequências são drásticas aos que desonram e desobedecem seus pais (Pr 30:17).
§  Filhos desobedientes a pai e mãe são um problema antigo e já era prevista sua existência para os dias de hoje (2ª Tm 3:2,9,10), mas o seu destino é a vergonha em consequência de suas atitudes (2ª Tm 3:9,10).
§  Os filhos de Jó[11] não seguiam seu exemplo e tiveram um final trágico (Jó 1:4;5,18,19).
§  Os filhos têm a obrigação de cuidar de seus pais (1ª Tm 5:4,8).
§  Jesus foi o filho que deu o maior exemplo de honra e obediência; pois desde criança Ele obedeceu aos seus pais carnais (Lc 2:51[12]) e permaneceu fiel ao seu Pai celestial até no momento de maior agonia (Mt 26:39[13]; Fp 2:8); com isso Ele conquistou a glória eterna (Fp 2:9-11).
    Voltando à questão do casamento, sabendo que pelos padrões divinos de justiça a tendência é sermos julgados pela lei da semeadura, há motivos para aqueles que foram maus filhos se desesperarem achando que terão uma péssima vida depois de casados? Na verdade não, pois aonde há arrependimento existe também grande manifestação da misericórdia de Deus (At 3:19). Uma das grandes provas de seu caráter misericordioso é que, pela Lei, os filhos rebeldes deveriam ser mortos (Êx 21:17; Lv 20:9; Dt 21:18-21[14]), mas, pela Graça, o mandamento principal é o amor (Mt 22:37-40), o que inclui o perdão (Mt 6:14) e a reestruturação da família (Lc 15:20). No demais, o que as Escrituras Sagradas ensinam é que a adolescência e a juventude são vaidade, ou seja: são passageiras (Ec 11:10); portanto, deve-se viver essa fase com responsabilidade (Ec 11:9) e honrar os mais velhos sabendo que, se viverem para isso, os “novinhos” e as “novinhas” de hoje serão os anciãos de amanhã e com certeza também vão querer ser respeitados. E nunca devem se esquecer de uma coisa: é preciso dar valor aos pais enquanto eles ainda estão vivos; porque grande é o número de pessoas que vivem com o seu lado psicológico abalado - alguns até deprimidos mesmo - pelo remorso devido ao fato de terem sido péssimos filhos e agora sofrem com a peso na consciência sem mais poderem dar um abraço para pedir perdão e dizer que os amam.




[1]Honrar: Dar honra. Dignificar; estimar; respeitar; reverenciar (Êx 20:12; 1ª Pe 2:17). Adorar retribuindo (Is 43:23; Pr 3:9). Exaltar; glorificar, elogiar.
[2]Lei da semeadura: Termo que expressa o princípio bíblico de que colhemos aquilo que plantamos: nossas atitudes, sejam boas ou más, interferem no nosso futuro (Gl 6:7,8).
[3]Escarnecer: Zombar.
[4]Caráter: Moral. Índole. Característica.
[5]Ética: Conjunto de princípios morais que se devem observar; é o que indica as normas a que devem ajustar-se as relações entre os diversos membros da sociedade. Bom senso.
[6]DST: Sigla de "Doenças Sexualmente Transmissíveis". Antigamente conhecidas como doenças venéreas. Existem dezenas, mas as mais conhecidas são a aids, a sífilis e a gonorreia. Os meios mais comuns de contágio são a relação com prostitutas ou a prática homossexual.
[7]Longevidade: Vida longa.
[8]Noé: Significa "Descanso". Filho de Lameque da descendência de Sete (Gn 5:28-32). Noé era um homem justo. Quando Deus decidiu destruir o mundo através de um dilúvio, ele escolheu Noé e sua família para escaparem da destruição. Durante o dilúvio, Noé e sua esposa, seus três filhos e suas esposas e muitos animais permaneceram dentro de uma arca que havia sido construída por Noé. Depois que as águas secaram, Noé e sua família saíram da arca e receberam de Deus a ordem e a bênção para povoarem de novo a terra. Noé viveu 950 anos (Gn caps. 6-9).
[9]Dilúvio: Grande inundação que cobriu toda a Terra há milhares de anos. Todas as coisas vivas (pessoas e animais) foram destruídas, exceto aquelas que foram escolhidas para entrar na arca que Noé havia construído (a família de Noé e um casal de cada animal). Esse acontecimento é narrado do capítulo sete ao nove de do livro de Gênesis.
[10]Arca: Grande barco que Noé construiu sob orientação de Deus para, junto com a sua família e com um casal de cada animal,  escapar do dilúvio. Ela media 133 metros de comprimento por 22 de largura e por 13 de altura (Gn caps. 6-9).
[11]Jó: Job (em hebraico: אִיּוֹב), cujo nome significa voltado sempre para Deus, é um personagem de um dos livros mais antigos da Bíblia: o Livro de Jó do Antigo Testamento. Ele foi um homem que viveu na terra de Uz, onde atualmente se encontra o Iraque. Há indícios de que viveu entre os séculos XVII a.C. (1683aC.) a XVI aC. (1543aC.). O ponto alto da vida de Jó foi o seu intenso sofrimento causado por Satanás, sob a permissão de Deus, na intenção de provar sua fé, restituindo-lhe tudo em dobro no final da história.
[12]Nazaré: Cidade localizada no sul da Galiléia. Ali Jesus cresceu e ali vivia a sua família (Lc 1:26-27; 2:4,51; 4:16).
[13]Cálice: Linguagem figurada que representa uma porção ou experiência de alguém, seja prazenteira ou adversa. Designações divinas, sejam favoráveis ou desfavoráveis. Comparável a um cálice que Deus apresenta a alguém para beber: tanto de prosperidade, como de adversidade.
[14]Contumaz: Muito teimoso (Dt 21:18).

sábado, 23 de agosto de 2014

Deus, o Senhor Está me Ouvindo?

APRESENTAÇÃO
    O que oração? De que forma ela tem que ser feita? Existem regras para se chegar diante do Todo-Poderoso? Será que estou orando como se deve? Quem nunca teve essas dúvidas que atire a primeira pedra. A oração é nosso maior canal de conexão a Deus e também nossa melhor arma de ataque e defesa contra o inimigo, porque ela pode ser usada tanto pelo intelectual quanto pelo analfabeto seja ele rico ou pobre, pois seu Ouvidor não faz acepção de pessoas e quer escutar e atender a todos. No entanto, essa forma de contato com Deus tem, ultimamente, enfrentado dois grandes problemas: o desinteresse daqueles que somente a usam quando precisam de algo e a exploração dos mercadores da fé que a têm como um meio de enriquecimento e autopromoção; porém, em ambos os casos, a justiça divina é implacável, pois somente alcançam algo do Senhor aqueles que se colocam diante dEle com humildade e sinceridade honrando seu nome e respeitando sua soberania.
    Esse presente trabalho não visa ensinar a orar, mas orientar em relação a nossa postura como servos diante do Poderoso Rei. Para muitos, orar é proferir belas palavras e/ou atingir um “estado de êxtase” até perder o controle de si próprio. Mas qual é o contexto da oração ensinada e praticada pelo Senhor e Salvador Jesus Cristo? É sobre isso que vamos meditar aqui.

CONTEÚDO:
- 136 páginas coloridas; 20 estudos bíblicos; 221 notas de rodapé com significados das palavras mais difíceis; 436 referências bíblicas e 23 ilustrações com imagens e gráficos.

TEMAS:
- Deus Não Recebe Orações Feitas Com Hipocrisia 
- Nossas Orações Só Devem Ser Ouvidas por Deus 
- As Orações Não Podem Ser Decoradas, Têm Que Sair do Coração 
- Deus Conhece as Nossas Necessidades 
- O Nome de Deus Sempre Deve Ser Glorificado em Nossas Orações 
- Devemos Colocar a Vontade do Senhor Acima da Nossa 
- Ele Nos Sustenta a Cada Dia 
- Perdoar para Ser Perdoado 
- Ele Nos Livra do Pecado e das Armadilhas do Inimigo 
- Orando com Sabedoria 
- Buscando Orientação Divina  Antes de Tomar Decisões 
- Orações Que Deus Não Recebe 
- Quando a Oração Não é Ouvida 
- O Que é Oração em Espírito? 
- O Que a Bíblia Diz Sobre Orar pelos Mortos? 
- O Que a Bíblia Diz Sobre Fazer Orações à “Santos”? 
- A Oração Pode Ser Substituída por Objetos Ungidos ou Sacrifícios? 
- Obrigado Senhor! 
- Em Nome de Jesus! 
- Amém!

Disponível para download

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Amém!

Ao dizer "amém" em uma oração
você está confirmando tudo aquilo
que disse, ou seja: está aceitando
que é dessa forma que as coisas
deveriam acontecer. Por isso,
tome muito cuidado e, antes de
colocar essa "assinatura" no final
de sua conversa com Deus, peça
a Ele que confirme e direcione
seus passos conforme a vontade
dEle.
    Certamente você, assim como todos nós cristãos, fala “amém” no final de suas orações; mas você sabe o significado dessa expressão? Então vamos aprender um pouquinho sobre ela: Registrada 75 vezes na Bíblia, essa pequena palavra de origem hebraica tem um efeito extraordinário. Sendo de simples pronúncia, é reconhecida em praticamente todas as línguas, o que a torna universal. Literalmente, seu significado é “assim seja” ou “é assim”, o que também pode ser traduzido ou entendido como “de fato”, “eu acredito”, “eu concordo”, “certamente” ou “com certeza” e também com vários outros sinônimos; a utilização desse termo é uma clara expressão de aprovação ao que foi feito ou falado.
    Não apenas no cristianismo, mas em inúmeras outras religiões, essa é a característica mais comum usada para indicar o término de uma oração, chegando a ser praticamente obrigatória. Seu uso rotineiro criou um efeito psicológico tão marcante que muitas pessoas, se não falarem ou não ouvirem um “amém” no final ficam com aquela sensação de que a oração não foi feita ou não foi atendida. Mas, assim como na utilização do nome de Jesus, a verbalização dessa palavra não produz nenhum efeito “mágico”, pois se não houver fé, sinceridade e propósito divino, não é uma palavra que vai ter poder para determinar o resultado de uma oração.
    Equivocadamente, várias vezes até de forma inconsciente, muitas pessoas utilizam o “amém” como sinônimo de “ponto final” quando querem determinar o fim de alguma coisa. O objetivo desse termo não é esse, pois seu uso serve tão simplesmente para expressar concordância em relação a atos ou palavras, e isso pode ocorrer tanto no início, quanto no meio como no final de qualquer ação.
    Das vezes em que aparece na Bíblia, a mais relevante é a que se refere ao próprio Senhor Jesus, quando se dirige à rebelde Igreja de Laodicéia[1] repreendendo-a por sua mornidão espiritual (Ap 3:14-16). Nessa ocasião, o fato de Ele próprio se denominar como o Amém nada mais é do que uma forma de Ele se identificar como sendo o verdadeiro ou aquele que é digno de confiança, e também como aquele que decide, aquele que faz. Inclusive, essa palavra deriva da raiz hebraica “amán”, a qual significa “ser fiel”. 
    Conforme acabamos de aprender, a palavra amém tem significado de concordância e não produz efeitos “mágicos”; porém, ela faz parte de nossas tradições litúrgicas e não temos razão alguma para querer mudar isso. Apenas, o que realmente importa é fazermos uso dela de forma racional (Rm 12:1), sabendo em que momentos e em que sentido a estamos pronunciando. No demais, discutir esse assunto significa simplesmente desviar a atenção de coisas realmente necessárias dando importância à picuinhas (1ª Tm 1:4). Amém?



[1]Laodicéia: Hoje com o nome de Pamucale (Pamukkale), Laodicéia foi uma das mais prósperas cidades da Frígia, durante a época romana. Possuía bancos, indústria têxtil e uma escola de medicina que produzia colírio para os olhos, embora tivesse problemas com o abastecimento de água. Em certa ocasião, foi construído um aqueduto que transportava as águas térmicas vindas de Hierápolis (cerca de dez quilômetros). Porém, quando a água chegava na cidade, não estava nem quente e nem fresca, mas apenas morna. A cidade é citada algumas vezes no Novo Testamento da Bíblia, na qual São Paulo esteve em sua terceira viagem missionário, sendo também mencionada entre as sete igrejas (da Ásia) do livro Apocalipse (Ap 3:14-22), considerada como uma igreja morna quanto à sua atividade, como uma metáfora à temperatura das águas que a abasteciam. A cidade foi destruída no ano 494dC por um grande terremoto; foi aí que teve início o declínio de sua grande prosperidade.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Em Nome de Jesus!

O nome de Jesus é como a
assinatura de uma carta de alforria,
a qual serviu para nos libertar da
escravidão do pecado; porém,
essa liberdade só é concedida a
quem estiver disposto a aceitar
a graça de servir a Ele.
    Jesus[1]. O que esse nome significa pra você? Sempre inserida de forma até automática no final de nossas orações, a expressão “Em nome de Jesus!”, para muitos, mais parece ser uma frase que produza algum efeito mágico tipo “Abracadabra!”, do que realmente uma demonstração de reconhecimento e submissão àquEle que nos deu o direito de nos dirigirmos diretamente a Deus em nome dEle. Para termos uma visão mais clara sobre esse assunto, vamos imaginar o seguinte: se um empresário te dá como pagamento uma folha de cheque devidamente assinada, quando você for ao banco, após a checagem da autenticidade daquela assinatura, sendo comprovada a existência de crédito relacionada àquele nome, o caixa será autorizado pelo sistema a te entregar o valor ali descrito. O simples fato de haver um nome de credibilidade garante que o pedido emitido naquela pequena folha de papel tem que ser atendido; assim é a oração no nome de Jesus: nós somos simples seres humanos cheios de falhas, mas Ele possui crédito sem limites diante do Pai Supremo e, mediante sua “assinatura” feita com sangue no seu sacrifício na cruz, Ele deu a todos os que o reconhecerem como Salvador um “cheque” - e não entendamos isso no sentido meramente financeiro -, o qual garante a seus servos também crédito para com o Todo-Poderoso. O mais interessante é que esse “cheque” está em branco, mas isso não nos dá o direito de colocar valores de acordo com nossa própria vontade, pois Deus é onisciente e não dará ouvidos a orações injustas (Tg 4:3).
    Há vários outros detalhes de extrema importância que devemos observar em relação ao uso do nome de Jesus, vejamos alguns:
ü  Sim. Há poder no nome de Jesus (Fp 2:9-11)!
ü  Ele pode sim ser usado em nossas orações (At 16:18).
ü  Não há nenhuma regra que obrigue sua colocação no final de cada oração (Mt 6:13).
ü  A expressão “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, só aparece na Bíblia sendo relacionada ao batismo (Mt 28:19).
ü  O poder nEle contido somente se materializa em nossa vida através da nossa obediência (1ª Jo 2:6).
ü  Sem fé e comunhão com Deus não adianta clamar pelo seu nome (At 19:13-16[2] [3]).
ü  Não é o uso do nome dEle que vai mudar os propósitos divinos (1ª Pe 4:14,19[4]).
ü  O nome de Jesus, assim como o poder por Ele concedido, não é um amuleto de sorte ou objeto de satisfação pessoal (At 8:18-22[5]).
ü  Nem todos os que invocam seu nome são realmente seus servos (Mc 13:5,6).
ü  Sendo Ele o próprio Deus, não devemos usar seu nome em vão, mas sim glorifica-lo (Ap 5:12,13).
    Existem também muitas pessoas que questionam a origem e o significado desse nome; porém, essa é uma preocupação sem sentido, pois, ainda que possam ter alguma razão, o único e verdadeiro Deus a quem servimos tudo sabe, conhece nossas limitações e não vai nos julgar pelo nosso conhecimento em relação aos significados de palavras, e sim pelas intenções do nosso coração (Lc 18:10-14[6]). No demais, o que realmente importa é que reconheçamos nossa independência em relação a Ele, usando seu nome de forma coerente, não encarando isso como um mero ritual a ser cumprido como que uma simples “reza”, sabendo o que e para quem estamos pedindo, tendo a consciência absolutamente tranquila, estando convictos de nossa fé, reconhecendo que acima de tudo estão os seus propósitos para conosco, cientes de que somos nós que devemos a Ele e não Ele a nós, buscando sempre capacidade para discernir o certo do errado e tendo sempre o cuidado de que o uso desse precioso nome não seja apenas um costume rotineiro e banal em nossa vida. Aprendamos isso em nome de Jesus!


[1]Jesus: Significa “Javé é Salvador”. É a forma grega de Josué (Mt 1:21). Cristo quer dizer Ungido; é o mesmo que o termo hebraico Messias (At 17:3). Ele é o Anjo do Senhor que aparece no Antigo Testamento (Gn 18:1-23). Esvaziou-se da sua glória e se humilhou, tomando a forma de ser humano (Fp 2:6-11). O seu ministério terreno durou mais ou menos 3 anos e meio.
[2]Exorcista: Aquele que pratica o exorcismo (forma de magia em que se procura expulsar espíritos maus por meio de fórmulas e cerimônias mágicas ( At 19:13-16); ato para expulsar espíritos maus pelo poder de Deus (Mt 10:8; 12:28; At 16:16-18)).
[3]Ceva: Em grego significa "Capaz de Ler os Pensamentos". Um judeu sumo sacerdote residente em Éfeso na mesma época em que o apóstolo Paulo exerceu seu ministério naquela região. Teve sete filhos, os quais eram praticantes de exorcismo (At 19:13-17).
[4]Vituperado: Vítima de vitupério. Censurado; criticado; insultado.
[5]Simão: Significa "Ouvinte". Na Bíblia aparecem nove homens com esse nome: 1) Pedro (Mt 4:18); 2) Iscariotes, pai de Judas (Jo 13:26); 3) O leproso (Mc 14:3); 4) Cirineu (Mt 27:32); 5) Curtidor (At 10:6); 6) Fariseu (Lc 7:40); 7) Mágico (At 8:9-24); 8) Zelote ou Cananeu (Mt 10:4); 9) Irmão de Jesus (Mt 13:55).
[6]Publicanos: Cobradores de impostos do governo romano. Termo pejorativo que define homens que negociam desonestamente.