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sábado, 24 de novembro de 2018

Preservando a Fé em Meio à Habitação de Satanás

Muitas falsas doutrinas têm sido
introduzidas na igreja atual, e
aqueles que não se rendem a elas
acabam sendo apontados como
preconceituosos; porém, nunca
se esqueça que Deus somente
justificará aqueles que não se
renderem às armadilhas do
"evangelho" fácil e continuarem
pregando e vivendo a verdade a
todo custo.
Apocalipse 2:13 - "Eu sei as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita."

Contexto
- Apocalipse - do grego αποκάλυψις, apokálypsis -, significa "revelação"; formada por "apo", tirado de, e "kalumna", véu; numa tradução livre significa "tirar o véu". Esse livro foi escrito pelo apóstolo João, o qual, enquanto se encontrava preso na Ilha de Patmos, entre 79 e 95dC., recebeu do Senhor revelações concernentes aos acontecimentos nos últimos dias da humanidade na terra.
- O versículo em questão se refere à mensagem enviada à Igreja em Pérgamo, uma igreja que enfrentava grandes problemas com falsos mestres e falsos profetas, nesse texto identificados como os que seguem a doutrina de Balaão e a doutrina dos nicolaítas.
- Balaão, conforme relatado dos capítulos 22 a 25 de Números, foi um profeta da cidade de Petor, na Mesopotâmia, que abençoou o povo de Israel, mas depois o levou ao pecado. 
- Os nicolaítas supostamente seriam discípulos de Nicolau de Antioquia. Nicolau pregava a libertinagem cristã e ignorava o corpo físico como o templo do Espírito, promovendo, assim, a prática de imoralidade sexual entre os cristãos. Defendiam a poligamia e comiam coisas sacrificadas à ídolos.

Mensagem
- O silêncio diante de práticas hereges, torna os crentes coniventes ao pecado dentro da igreja.
Ap 2:14,15 - "Mas umas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem. 15Assim, tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu aborreço."


- A conivência consciente em relação aos erros alheios também consiste em pecado.
Ap 2:16 - "Arrepende-te, pois; quando não, em breve virei a ti e contra eles batalharei com a espada da minha boca."


- As bênçãos materiais e espirituais, sobretudo a salvação, embora não sejam por mérito nosso, não deixam de ser uma resposta do Senhor sobre nossa fidelidade a Ele.
Ap 2:17 - "Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe."


- Vivemos num mundo que jaz no maligno, completamente contaminado pelo pecado, mas não fazemos parte dele; por essa razão, nosso modo de vida como cristãos deve servir de exemplo até mesmo para aqueles que censuram o Evangelho.
1ª Pe 2:15-17 - "Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo o bem, tapeis a boca à ignorância dos homens loucos; 16como livres e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus. 17Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai o rei."

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Parábola do Credor Incompassivo

O perdão, assim como as demais
bênçãos que recebemos de
Deus, servem não para mostrar
o quanto somos justos e
merecedores daquilo que Ele
nos dá, mas sim se temos ou não
o caráter santo de um verdadeiro
cristão que tenha negado a si
mesmo e tomado a sua cruz para
poder segui-lo.
Mateus 18:23-34

Mateus 18:23 - "Por isso, o Reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos;"
    Uma pergunta meio que ingênua de Pedro foi o que motivou Jesus a contar essa parábola: "Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?"; a resposta do Mestre foi bem objetiva: "Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete". Devemos lembrar que na numerologia bíblica o número sete representa perfeição e plenitude, o que significa que o perdão deve ser perfeito e pleno, ou seja, verdadeiro e por completo; multiplicar o sete por setenta parece um exagero, mas representa a misericórdia ilimitada que devemos ter com nosso próximo. Logo no início da parábola Ele cita um rei fazendo prestação de contas com seus servos, isso se refere o Grande Julgamento em que o Senhor vai requerer de nós aquilo que nos devemos, e isso inclui como tratamos os irmãos, os familiares, os amigos e até os inimigos.

Mateus 18:24 - "e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos."
    Dez mil talentos, numa conta superficial e de resultado aproximado, considerando que um talento valeria cerca de mil dólares, hoje seria em torno de dez milhões de dólares; para qualquer pessoa seria simplesmente impossível pagar. Esse valor aparentemente exagerado na ilustração de Jesus foi exposto propositalmente para nos ensinar que a dívida que temos para com Ele é impossível de ser paga por nós e, assim sendo, somente mesmo o perdão por misericórdia é que pode nos livrar dessa dívida que nos levaria à inevitável condenação. Tudo o que fazemos de errado é um débito a mais em nosso cartão de crédito espiritual e, quando a fatura chegar, perceberemos que nossas boas ações ou intenções não tem poder para diminuir os juros dessa dívida; e o pior ainda é que descobriremos que no nosso cofrinho da religiosidade e da boa aparência não temos um saldo que chegue nem perto desse valor. Então, somente o que resta é apelar pelo perdão do Rei para não termos a condenação como herança de nossa imprudência.

Mateus 18:25 - ", não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher, e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse."
    Pela Lei, a pessoa poderia ser entregue como escrava para o pagamento de uma dívida, e isso poderia ainda incluir sua família. A imprudência do pecado, e até mesmo das dívidas impensadas, podem nos tornar escravos e causar também sofrimentos aos que fazem parte de nosso convívio. Não ter com o que pagar ou não saber lidar com um problema gera consequências negativamente incalculáveis, as quais envolvem questões financeiras, morais, psicológicas, físicas e também espirituais; tudo isso junto, de maneira praticamente inevitável, provoca a desestruturação da família. Esse homem, provavelmente, ao pedir um valor tão alto de empréstimo aos tesoureiros do reino, certamente, só pensou em sua dificuldade ou vontade no momento, mas não analisou o que poderia acontecer no futuro. Tal despreocupação momentânea causou o risco de punição tanto a ele como também à sua família. Em suas decisões você costuma pensar apenas em si próprio ou tem a dignidade de se lembrar que possui uma família?

Mateus 18:26 - "Então, aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei."
    Mesmo estando totalmente errado e sendo uma pessoa imprudente, esse homem nos dá uma lição sobre a importância do arrependimento e a busca do perdão. Jesus o identifica como servo, isso lembra nossa situação diante do Rei, somos simplesmente servos e devemos nos portar de acordo com nossa condição sabendo nos colocar devidamente perante seu trono. Somos prestadores de serviço e não donos do Reino; Ele se prostrou, isso é sinal de humildade, a qual representa o nosso  dever de reconhecimento da superioridade de Quem está acima de nós. Um súdito jamais poderia fazer qualquer gesto que insinuasse grandeza ou mesmo igualdade perante o rei; Reverência, isso significa respeito, é a demonstração fundamental de que sabemos que não somos merecedores de estar aonde estamos. Ocupar lugar de destaque no ministério não nos torna melhores ou superiores, mas apenas portadores de uma maior responsabilidade. Ele implorou por sua generosidade, prometendo que lhe pagaria. Essa é uma atitude que nos leva a entender que o clamor pela misericórdia seguido pela disposição de corrigir o erro ou pelo menos mudar de atitude é essencial para se alcançar o favor divino.

Mateus 18:27 - "Então, o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida."
    Mesmo sendo humano e estando diante de um devedor totalmente errado na situação, aquele rei se compadeceu e, sabendo que o servo, mesmo tendo prometido que lhe pagaria, jamais teria de fato condições de lhe pagar, generosamente perdoou, soltando-lhe e perdoando sua dívida. Nosso clamor surte resultado diante do Rei. Mesmo conhecendo nossa condição de criaturas frágeis diante das tentações do pecado, Ele nos concede nova oportunidade quando nos humilhamos aos seus pés. Ele sabe que não temos condições de pagar nossa imensa dívida e também de nossa tendência a voltar a errar, mas seu amor é maior que nossos instintos pecaminosos e Ele zera nossos débitos para que possamos tentar uma nova vida. Não é o nosso merecimento que o convence, mas a sua própria misericórdia nos presenteia com uma nova chance.

Mateus 18:28 - "Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem dinheiros e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves."
    Aqui já podemos ver a hipocrisia no coração do homem. Após ser perdoado e se ver absolutamente livre pelas ruas sem mais nada dever, ele encontra alguém que lhe devia o valor irrisório de cem dinheiros, ou cem denários - algo que hoje seria em torno de vinte dólares -, porém, surpreendentemente, sua reação e atitude foram as piores possíveis: ele foi incompassivo, incompreensivo, ofensivo e agressivo; totalmente o contrário do rei que acabara de lhe perdoar e que tinha razões suficientes para ter agido de forma truculenta. "Paga-me o que deves!", essa é uma expressão que, geralmente, embora seja dita por alguém que tenha por direito receber algo, apenas expõe o egoísmo e a falta de amor e perdão em relação a alguém que lhe cometeu alguma falta. O problema, ma verdade, não está na cobrança em si, mas na forma como ele a fez lançando mão dele e o sufocando, ou seja, de forma desrespeitosa e violenta. Como estamos tratando nossos devedores mesmo sabendo que fomos perdoados não merecendo perdão?

Mateus 18:29 - "Então, o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei."
    Mediante a narração dessa cena paramos para pensar em quanto, muitas vezes, o ser humano é ignorante, insensato, cruel e hipócrita, porque se esquece com facilidade seus erros, seu passado, suas raízes e das boas atitudes alheias que já foram tomadas em relação a ele em momentos de dificuldade e aflição. Talvez você esteja aí pensando: "Ainda bem que eu não ajo dessa forma!", mas você consegue imaginar quantas vezes negou ajuda a alguém necessitado? Hoje mesmo você pode ter feito isso de várias formas: é aquele "bom dia" que você não respondeu, aquela Palavra que te veio ao coração e você não falou, aquela pessoa para quem você disse que ia orar e não orou, aquele pedido de desculpas que você não aceitou, aquele erro que você presenciou e não corrigiu, aquele ferido que você viu caído e não socorreu e também aquele devedor de quem você poderia ter perdoado a dívida e não perdoou. Se não vigiarmos, estamos negando pedidos de ajuda o tempo todo e, ao mesmo tempo, "louvando" a Deus sorridentemente achando que Ele está aplaudindo nossas atitudes.

Mateus 18:30 - "Ele, porém, não quis; antes, foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida."
    Essa negativa a um pedido de prorrogação do prazo para o pagamento da dívida, seguida da entrega à prisão vai muito além dos direitos civis, os quais ele podia usufruir livremente. Direitos legais não podem sobressair às nossas obrigações espirituais e morais; como pessoas justas e, acima de tudo, servos do Rei, devemos muitas vezes abrir mão de alguns direitos. Dar a outra face, deixar a capa e caminhar mais uma milha são preceitos que, ainda que figurados, ainda não foram e nunca serão abolidos do autêntico Evangelho; tudo é lícito, mas nem tudo convém; se o teu irmão se escandaliza pelo que você come, então não coma. Tais princípios permanecem em vigor, pois caracterizam a verdadeira Lei do Reino do qual somos súditos. Em outras palavras, muito se prega e mais ainda se cobra sobre o amor, mas quando se trata de vive-lo, muitos perdem suas máscaras revelando-se na práticas como inimigos da cruz de Cristo. Quantos você já encerrou na prisão hoje por achar que justiça se resume no seu próprio bem-estar?

Mateus 18:31 - "Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara."
    O interessante é que ele estava sendo observado, e certamente sabia disso; mas não se importava por achar que o povo consideraria justa aquela atitude. Muitas vezes, enganamos a nós mesmos com nossos falidos conceitos de justiça. Quem presenciou aquela barbárie logo tratou de comunicar o ocorrido ao rei. Como cristãos, que imagem estamos passando aos que nos observam? As pessoas não querem saber se a situação é humanamente justa ou não, o que elas esperam mesmo é ver alguma diferença em nós. O Evangelho que pregamos e os testemunhos do perdão divino que contamos devem se completar com as atitudes que tomamos, não em relação àqueles que são bons para conosco, mas para com aqueles que nos devem, nos ferem, nos maltratam de alguma forma ou simplesmente têm algo contra nós. Nosso testemunho prático pode tanto ganhar como também matar almas, e ainda salvar ou condenar a nós mesmos.

Mateus 18:32 - "Então, o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste."
    Agora, lá vai ele de novo diante do rei. A posição do monarca era firme e não aceitava justificativas; ele próprio formulou a acusação chamando-o de malvado e lembrando do perdão que o mesmo havia suplicado e alcançado. É interessante frisar que mesmo assim ele o chamou de servo - servo malvado -; isso nos faz refletir que mesmo os que erram ainda podem ser chamados de servos do Rei, mas isso não significa que eles serão justificados, pois muitos naquele Dia vão dizer "Senhor, em seu nome, fiz isso, fiz aquilo", mas resposta que terão é "Apartai-vos de mim vós que praticais a iniquidade". O segredo não é ser servo, mas sim ser servo fiel; e o servo fiel perdoa, pois jamais esquece ou desconsidera o fato de que ele também já necessitou - e ainda pode necessitar - de perdão. Que testemunho o Rei daria agora de você se te levassem para acusá-lo diante dEle?

Mateus 18:33 - "Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?"
    O rei não se contentou em apenas dar o veredito final. Por seu justo caráter viu ele a necessidade de explicar o porquê de sua decisão, onde estava o erro do servo que se tornou réu. Ele mostrou que sua atitude anterior de perdoar a dívida de dez mil talentos deveria ter sido tomada como exemplo por ele. Quem narra essa parábola é aquEle mesmo que disse "Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração"; mansidão e humildade não são das lições mais fáceis e agradáveis na Escola do Grande Mestre, mas se errar o resultado da equação "setenta vezes sete" não tem como passar na prova final e vai ficar retido num lugar nada agradável onde não tem recuperação. Você já parou pra pensar que muitos infortúnios que você passa podem ser resultados do veredito do Rei que não está muito contente com suas atitudes em relação ao próximo?

Mateus 18:34 - "E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. 
    Indignado. Assim se resumiu o estado do rei que cumpriu seu papel na execução da justiça. A ordem é que ele fosse entregue aos atormentadores até que pagasse tudo o que devia; será que ele suportou o tormento e conseguiu pagar a dívida? Espiritualmente, podemos interpretar essa sentença em dois sentidos: Primeiro, o Senhor permite que o inimigo nos cause vários tipos de tormento, levando-nos a sofrer ainda em vida para "pagarmos" por nossos erros e assim também reconhecermos nossos pecados e nos arrependermos deles; Segundo, Ele permite ao inimigo ceifar nossa vida levando-nos ao lugar de tormento eterno como castigo pelos nossos pecados devido ao fato de não termos nos arrependido deles, mas lá, por mais que soframos, o pagamento jamais vai resultar em liberdade. Então é melhor "pagarmos" para sermos livres do que pagarmos eternamente as consequências de uma vida de desobediência ao Rei. Como Ele ensina no versículo seguinte, perder a chance de ser perdoado é uma consequência por não perdoar as ofensas que se recebe: "Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas".

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

"Sede Vós Pois Perfeitos, Como é Perfeito o Vosso Pai que Está nos Céus."

A perfeição não está na total
ausência de erros, mas na
intenção e na tentativa de
acertar sempre. De acordo com
o contexto bíblico, a perfeição
está diretamente relacionada ao
bom relacionamento com Deus
e com o próximo: a comunhão.
Mateus 5:48 - “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.”
    Considerando-se que ser perfeito significa não ter defeitos ou cometer erros, falar de perfeição com pessoas imperfeitas que vivem num mundo imperfeito tem causado dois tipos de problemas: uma santidade exagerada por parte de alguns e o descrédito na inspiração das Escrituras por parte de outros. Mas como explicar essa perfeição citada e exigida por Jesus sem ser “santarrão” e nem incrédulo? Analisemos então o contexto dessa passagem para melhor entendermos seu significado.
    Nessa ocasião, Jesus pregava sobre as bem-aventuranças - a felicidade maior dos crentes -, explicando também as renúncias necessárias e suas inevitáveis consequências (Mt 5:3-12); na sequência, Ele diz que devemos ser o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5:13-16), o que significa que precisamos ser diferentes daqueles que vivem no pecado; em seguida, fala sobre o cumprimento da Lei por completo e não parcialmente (Mt 5:17-20); logo após, enfatiza a necessidade do bom relacionamento para com o próximo (Mt 5:21-26); seguindo com exemplos de como resistir às tentações (Mt 5:27-32); explicando a importância da sinceridade diante de Deus e dos homens (Mt 5:33-37); falando claramente sobre o dever de evitar a prática da violência (Mt 5:38-42); complementando com uma lição sobre a prática do amor (Mt 5:43-47); finalmente; terminando com essa afirmação sobre perfeição, colocando-a como um resumo na conclusão final de tudo o que tinha dito. Espiritualmente falando, ser perfeito não significa necessariamente nunca errar, mas sim dar o melhor de si, tendo a consciência de que suas falhas são provenientes de suas limitações e não uma prática de pecados premeditados. Ser perfeito é tentar acertar ainda que não consiga obter cem por cento de êxito em suas obras. Deus conhece nossa capacidade e contempla a perfeição de um coração desejoso de fazer o melhor para o Reino e para o próximo.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Como Defender a Fé Num Ambiente Secular?

Tanto para jovens como para
adultos, defender a fé num
ambiente secular consiste em
 ter convicção que está seguindo
o caminho certo e firmeza para
enfrentar as oposições
determinando-se a agradar a
Deus acima de tudo e de todos.
    Tanto em casa quanto na rua, na escola ou no trabalho é necessário conviver e interagir com familiares, parentes, conhecidos, colegas, amigos e também pessoas estranhas que professam algum outro tipo de fé ou fé nenhuma. Em muitos casos, quando os mesmos provocam algum tipo de conflito, não dá simplesmente para ignorá-los porque se trata de pais, irmãos, professores e chefes, ou seja: pessoas a quem você deve uma atenção a mais. O que fazer nesses casos? Como não perder a paz com eles e muito menos a comunhão com Deus? A resposta está na maneira como você encara esse tipo de situação. Em vez de vê-los como inimigos, deve começar a enxergar a cada um deles como pessoas necessitadas de ajuda e a cada afronta como uma oportunidade de evangeliza-los.
 Você tem certeza que conhece e sabe viver no mundo que existe a sua volta (Mt 10:16)? Quando persistimos na decisão de servir a Deus não fazendo questão de esconder isso (Mc 8:37), o inimigo se sente incomodado de tal forma que impulsiona seus instrumentos a nos atacarem; é por essa razão que não devemos reagir como que lutando carnalmente, mas sim espiritualmente (Ef 6:12-14[1] [2] [3]). Ser um jovem crente numa sociedade tão secularizada[4], mais do que uma simples opção, é um grande desafio. Se até mesmo para pessoas de mais idade - inclusive obreiros - as vezes é difícil defender uma postura cristã, quanto mais para os mais novos, principalmente os novos convertidos.
    Mas, e quando eles insistem no confronto? Para responder a essa pergunta, analisaremos os quatro tipos mais comuns de confrontos gerados pelos incrédulos quando persistimos em defender nossa fé mantendo uma conduta que contraria os princípios mundanos. Esses confrontos geralmente consistem em zombaria, propostas indecentes, ameaças e falsas acusações.

Zombaria: Essa é uma das primeiras reações de alguns “amigos” - principalmente na escola e entre os mais chegados em seus meios de convivência - quando percebem sua determinação em mudar de vida para agradar a Deus. Geralmente, sem dó nem piedade, te bombardeiam com piadinhas do tipo: “Virou santinho agora depois de tudo que já fez?”; “Perdeu a liberdade de curtir, então vai isolar os amigos, né?”; “Sexo então, nem pensar. Só depois do casamento, né babaca?”; “Quer dizer que você resolveu ir na igreja pra dar dinheiro para o pastor?”. Você já notou que embora falem num tom de brincadeira, eles demonstram estar carregados de ódio quando atacam nossa fé?
    Diante dessas piadas bobas e preconceituosas, de fato, nosso instinto natural de defesa nos leva ao desejo de responder com um soco na cara do indivíduo, ou, pelo menos, com uma resposta mil vezes mais ofensiva (Ef 4:17,18,26,27); mas, tendo sido regenerados pelo Espírito Santo, devemos ter autocontrole para, como a Bíblia ensina, responder com mansidão (1ª Pe 3:15). Essa resposta mansa consiste em amor e paciência para com o agressor, entendendo que ele não tem o que você tem em seu interior e por isso não consegue te compreender (1ª Co 2:9-15[5]). Pois não é fácil, para alguém que vive na impiedade, entender o que significa perdão e transformação; como também saber que a verdadeira liberdade é não ser escravo de coisas que lhe prejudicam;  e ainda aceitar que a busca por um verdadeiro amor conjugal e a valorização da família valem muito mais do que perigosos prazeres momentâneos; e tampouco imaginar que, da mesma forma que ele desperdiça seu dinheiro com futilidades, você tem o direito de, por gratidão ao Senhor, empregar parte dos teus ganhos para ajudar na manutenção e no crescimento da sua Obra aqui na terra. Mas não espere grandes resultados com esses argumentos, pois, muitas vezes, a melhor resposta mesmo é o silêncio (Mt 27:11-14) e, se preciso for, o afastamento (Mt 16:4). Porém, ainda assim, preserve o seu amor por ele incluindo-o em suas orações (Mt 5:43-48[6]), esperando qualquer oportunidade de ajuda-lo para assim lhe provar o contrário do que ele pensa a seu respeito (1ª Pe 3:16-18).

Propostas indecentes: Outra estratégia maligna para nos tirar do foco de seguir ao Mestre - na verdade, uma das mais usadas - é a tentativa de nos seduzir ao pecado. Muitos discordam, mas o inimigo conhece sim os nossos pontos fracos, pois ele bem sabe quais eram nossas atividades antes de conhecermos a Cristo e, na esperança de que não estejamos realmente libertos, é por meio delas que tentará nos fisgar. É muito comum, principalmente se você está naquela busca fervorosa por libertação e por dons espirituais, começar a receber oportunidades interessantes que sejam aparentemente irrecusáveis. São elogios exagerados, propostas de amor, sexo fácil, estímulo ao consumo de bebidas alcoólicas ou mesmo de drogas e, ainda, até a chance de obter dinheiro fácil por algum meio corrupto ou, mesmo que por um meio lícito, sendo de uma maneira que possa te afastar de Deus.
    A primeira reação diante dessas supostas bênçãos já deve é ser executada preventivamente, ou seja, antes que elas aconteçam: comunhão com Deus por meio da oração para discernir entre as propostas boas e as más (1ª Ts 5:21,22; Hb 5:14). A segunda reação é estar preparado para dizer “não”; e esse “não” só consegue sair de seus lábios se em seu coração houver verdadeiramente amor a Deus e em sua mente existir a consciência de que as consequências negativas da aceitação ao pecado serão incomparavelmente maiores do que as positivas, as quais são momentâneas (Mt 16:24,25). Diante disso, é também necessário considerar que quando o Senhor não nos permite ter algo aparentemente bom é porque Ele sabe que aquilo não é realmente bom e, além do mais, tem algo melhor para nós, o que poderá nos satisfazer tanto de maneira material como, principalmente, espiritual (Mt 16:24-27).

Ameaças: Essa também é uma prática comum por parte dos que não aceitam sua conversão e obediência ao Evangelho. Em vários segmentos da sociedade - ainda que disfarçadamente -, algumas pessoas te fazem sentir-se ameaçado de alguma maneira: não são raros os casos de cristãos ameaçados de demissão ou outras retaliações por não se submeterem a algum esquema corrupto das empresas em que trabalham; outros que são excluídos de grupos de atividades em escolas e faculdades por não compartilharem de ideias profanas; e até mesmo alguns que chegaram a ser expulsos de casa por não negarem sua fé.
    Em situações como essas, o que deve prevalecer em nosso interior é aquela inevitável pergunta: “O que vale mais pra mim?”. A resposta até que é bem simples, mas a sua prática não; pois há casos em que, conforme ensinam as Escrituras Sagradas, é necessário negar a tudo, inclusive a si próprio (Mc 7:13,14; 9:43,44), o que inclui também a própria família. Lidar com ameaças sem se deixar ser feito refém pelo Diabo e lhe dizer “abro mão de tudo, mas não vou permitir que nada me separe do amor de Cristo (Rm 8:35-39[7])” é uma atitude típica apenas de quem tem convicção de sua fé e também a plena certeza de que ela vale a pena. Mas qual é a pena mesmo? A reprovação, o ódio, o desprezo e algumas perdas; então é nesse momento que lembramos: “Jesus renunciou a muito mais do que isso por mim. Vale a pena sim!”.

Falsas acusações: Qual é o cristão que nunca foi vítima de uma falsa acusação? Já percebeu também que isso acontece com mais intensidade quando você está decidido não só a crer, mas também a servir ao Senhor com dedicação e fidelidade? Essa tática geralmente é usada depois que as gozações, as tentações e a inibição falharam. Mais uma vez, como sempre, é o infeliz lá embaixo, preocupado com o perigo que você representa aos seus propósitos malignos, usando seus instrumentos para tentar te parar por meio de mentiras (Mt 8:44). Mesmo em alguns casos, quando estamos errados, é horrível a sensação de sermos apontados por causa dos nossos erros, imagine então ser acusado de algo que não cometeu. Esse tipo de frustração provoca uma mistura de decepção, raiva, dor e medo, o que causa a perigosa reação primária de desânimo, desejo de vingança, tristeza e preocupação com as consequências. Essa mistura de sentimentos negativos é normal porque, afinal, somos seres humanos, mas como podemos lidar com isso sem perder nossa comunhão espiritual?
    Diante de calúnias, em meio às inevitáveis reações primárias, a primeira atitude de um verdadeiro cristão tem que ser exatamente se lembrar que ele é um cristão. E como um cristão deve reagir nessas situações? As Escrituras Sagradas nos ensinam o equilíbrio da mansidão (Tg 3:13-18), seguido pela sabedoria de uma boa resposta (Cl 4:5,6[8]), a qual, as vezes, também significa permanecer em silêncio, pois nem sempre os argumentos são suficientes para calar os inimigos ou convencer os enganados por eles (Jo 19:9-12[9] [10]). A segunda atitude do autêntico cristão - geralmente momentos depois, já com mais calma - consiste em transformar as negativas reações primárias em positivas. Mas isso é realmente possível? Se você confia mesmo em Deus e está disposto a não perder sua comunhão com Ele, é totalmente possível sim! Primeiro passo: ter sabedoria para transformar o desânimo causado pela decepção em motivação para superar a injustiça (1ª Co 10:13); segundo passo: ter amor para compreender que o caluniador é uma vítima de sentimentos malignos para transformar o desejo de vingança causado pela raiva em razão para ajudar aquela pessoa (Lc 6:28-31; Rm 12:12-14); terceiro passo: buscar forças para superar a dor da tristeza, transformando-a em alegria por saber que maiores são as riquezas espirituais do que as vitórias momentâneas dessa vida (2ª Co 4:17,18); quarto passo: confiar em Deus chegando ao ponto de o medo causado pela preocupação ser substituído pela paz que é proporcionada aos que creem e vivem segundo a sua infalível justiça (1ª Pe 3:11-14). Seguindo essas recomendações - ainda que não necessariamente nessa ordem -, não há falsa acusação que possa derrubar um servo de Deus.

    A Bíblia relata o exemplo de Neemias[11]: um servo fiel que passou por todas essas experiências (Ne 4:1-3[12] [13] [14]; 6:1,2[15] [16]; 6:6,7) e venceu por saber lidar com cada situação agindo com sabedoria (Ne 4:4,5[17] [18]; 6:2; 6:12-14[19]; 4:17-20; 6:3). Seguindo o exemplo de pessoas como ele, aprendemos que defender a fé não é simplesmente, ou exatamente, defender o conteúdo bíblico diante dos ímpios ou de cristãos hereges, mas defender a si próprio não sendo influenciado pelas práticas mundanas. Não há como estarmos preparados para que se cumpram os propósitos divinos em nossa vida se não estivermos firmes na resistência aos males que nos atacam constantemente (Tg 4:7; 1ª Pe 5:8,9). Nossa pregação vai muito além das palavras e dependem muito da nossa conduta. O lema principal de um cristão é influenciar e não ser influenciado; tendo isso em mente, o seu nível de maturidade - que não depende da idade e nem do tempo de ministério -, será cada vez mais evidente, o qual lhe proporcionará respeito, não somente entre os cristãos, mas inclusive entre os ímpios até mesmo nos piores ambientes seculares que você tiver que frequentar. No demais, nosso cuidado consiste em selecionar nossas amizades (Sl 1:1; 1ª Co 15:33,34; Pr 9:6,10[20]; 13:20,21) não nos isolando das pessoas, mas vigiando em nossas atitudes (1ª Co 10:12; Mc 14:38; 1ª Ts 5:17; 1ª Co 10:32).



[1]Principado: Dignidade de príncipe. Território cujo governo pertence a um príncipe ou a uma princesa. Mencionado na Bíblia também em referência a espíritos, sejam eles bons ou maus (1ª Co 15:24; Ef 1:21; 3:10; 6:12; Cl 1:16; 2:10,15).
[2]Potestade: Potência, força, poder. A divindade suprema, segundo a religião. Potentado.
[3]Hoste: Tropa, exército beligerante, corpo de exército. Bando, chusma, multidão.
[4]Secular: Pertencente ou relativo a século. Que se observa ou se faz de século a século. Em sentido religioso, se refere àquilo que
[5]Discernir: Saber a diferença; perceber o verdadeiro significado de algo ou a intenção de alguém com clareza.
[6]Publicano: Cobrador de impostos do governo romano. Termo pejorativo que define homens que negociam desonestamente.
[7]Reputado: Considerado; avaliado. Tido por.
[8]Remir: Aproveitar; fazer uso de uma oportunidade. Libertar mediante o pagamento de um preço.
[9]Pilatos: Pôncio Pilatos foi prefeito da província romana da Judeia entre os anos 26 e 36 d.C.. Foi o juiz que condenou Jesus a morrer na cruz, mesmo contra sua vontade, pois não havia achado culpa nEle. Apesar de nesse episódio ele não parecer muito hostil, foi, na verdade, um homem cruel e sanguinário; segundo a história, Pilatos trucidou um grande número de samaritanos, os quais, consequentemente, protestaram ao seu superior, Vitelio, legado provincial da Síria, o qual destituiu Pilatos e o enviou a Roma a desculpar-se com o Imperador. Ele cometeu suicídio por volta do ano 37DC.
[10]César: Nome de uma família romana, da qual Caio Júlio César foi o membro mais famoso. Com o tempo, "César" se tornou o título oficial dos imperadores romanos (Lc 20.25). No Novo Testamento são mencionados quatro césares: Augusto, Tibério, Cláudio e Nero.
[11]Neemias: Significa "Javé Conforta". Judeu, copeiro de Artaxerxes. Liderou um grupo que voltou do Cativeiro Babilônico para Jerusalém, onde foi governador e realizou reformas. Foi um homem de muita habilidade e coragem. É considerado um grande exemplo de liderança; uma de suas obras mais marcantes foi a reconstrução dos muros de Jerusalém sob forte oposição de Sambalate e Tobias. É o provável autor de um livro histórico do Antigo Testamento que leva o seu nome.
[12]Sambalate: O seu nome na língua babilônia é "Sin-Uballit" que significa "Que Sim lhe dê vida" (Sim, na Babilônia, era considerado o deus da lua). Provavelmente nasceu em Bete-Horom, por isso era chamado de hornita. Ele foi o líder dos opositores de Neemias porque se sentia politicamente ameaçado com seu trabalho de edificação dos muros em Jerusalém. Seus filhos, Delaías e Selemias, tinham nomes judeus e sua filha se casou com o filho de um sumo sacerdote, o que dá a entender que ele possa ter feito as pazes com Neemias ou com seu povo.
[13]Samaria: Significa "Torre de Guarda”. Monte situado 12 km a nordeste de Siquém (Am 6:1). Capital do reino do Norte, construída nesse monte por Onri (1º Rs 16:24; Jr 23:13; Os 7:1-7; 8:5-6; Am 4:1). Seu nome atual é Sebastieh. Região central da Terra Santa, abrangendo as tribos de Efraim e Manassés do Oeste. Ao norte ficava a Galiléia; a leste, o Jordão; ao sul, a Judéia; e, a oeste, o Mediterrâneo (2º Rs 17:24-26; At 1:8).
[14]Tobias: Um amonita que foi um dos principais opositores à Neemias na reconstrução de Jerusalém. Era um provável oficial de alto escalão do governo persa. Ele e seus filhos se casaram com mulheres judias. Embora tenha sido recebido no Templo pelo sumo sacerdote Eliasibe, foi expulso por Neemias.
[15]Gesém: Chamado na Bíblia de arábio, acredita-se que foi um governador edomitas ou persa. Juntamente com Sambalate e Tobias, foi um dos principais opositores de Neemias na reconstrução de Jerusalém.
[16]Ono: Citado no livro de Neemias (Ne 6:2), esse vale ficava a mais ou menos 32 quilômetros de Jerusalém.
[17]Opróbrio: Desonra; vergonha.
[18]Despojo: O que que se tirou do inimigo depois de vencê-lo (Sl 119:162; Lc 11:22).
[19]Noadias: Em hebraico significa "Encontro com Javé". A Bíblia relata a existência de duas pessoas com esse nome: 1) Um levita, filho de Binui, que pesou os utensílios de ouro e prata pertencentes ao templo que foram trazidos de volta da Babilônia (Ed 8:33).  2) Uma profetiza que uniu-se a Sambalate e Tobias na sua tentativa de intimidar Neemias (Ne 6:14).
[20]Blandícia: Blandície. Afago, carinho, brandura. Palavras doces e convincentes.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Aos “Adoradores” de Plantão


Enquanto os aplausos, gritos,
assobios, elogios e sacrifícios
forem dirigidos ao homem, a
adoração não é para Deus; além
do mais, a maior manifestação
de adoração a Deus é expressa
por meio da obediência a Ele e
do amor ao próximo.
    Sim, eu sei! A Bíblia diz que Deus procura adoradores (Jo 4:23,24); mas tem um detalhe: ela diz que Ele procura verdadeiros adoradores, e vai ainda mais além: os mesmos precisam adorar em espírito e em verdade, ou seja: tanto por dentro quanto por fora; tem que ser de coração e não apenas de aparência! Mas o que significa adoração[1] mesmo? Sendo muito mais do que simples manifestação emocional, a adoração consiste em uma vida espiritual e moral íntegra, pois ela precisa agradar a Deus, o qual pode discernir muito além do que se pode ver ou ouvir, pois Ele sonda os corações (Sl 139:23,24). Assim sendo, é preciso entender que para adorar ao Senhor é necessário viver de uma forma cuja conduta seja exemplar e irrepreensível (1ª Co 10:32), pois a verdadeira adoração não denigre a imagem do Evangelho (1ª Co 14:40).    Ultimamente temos visto adoradores de todos os tipos, mas diga com sinceridade: você quer mesmo ser um adorador extravagante e radical? Que tal então adorar igual a Estevão[2] que denunciou o pecado até o fim e morreu vendo a glória de Deus (At 7:53-60)? Muitos querem adorar, mas não querem confrontar os males que contrariam a verdadeira adoração, e ainda usam como pretexto o argumento de que isso é estratégia de evangelismo. Que estratégia é essa que me leva a agir como o pecador ao invés de causar nele o desejo de ser transformado convencendo-o do pecado? Sim, eu sei: isso é papel do Espírito Santo e não meu; mas de que adianta o Espírito Santo querer muda-lo se eu lhe dou exemplos contrários que o fazem pensar que ele está certo? Certo, a Bíblia também fala da loucura do Evangelho da cruz (1ª Co 1:18,21), no entanto, isso se refere a tomar atitudes que pareçam loucas diante do mundo como, por exemplo, renunciar seus próprios direitos para ganhar uma alma (1ª Co 9:19-23), e não ser louco como os que vivem na prática mundana. Quer mesmo evangelizar os jovens? Ore, jejue, pregue e ensine com responsabilidade, porque isso será cobrado de você um dia (Mt 25:24-26,30[3]). Influencie e não seja influenciado por eles! Não se trata de conservadorismo, legalismo, tradicionalismo ou imposição de dogmas[4] denominacionais[5], mas sim da aplicação do verdadeiro contexto bíblico em nossa vida cotidiana (At 3:19[6]). Como posso eu dizer que "sou dos 3" [termo muito usado por um cantor gospel] se estou trazendo o mundo para dentro da igreja? Os 3 estão tristes com muitos de nós agora! Por quê? Porque quem tem os três (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) vive e adora de maneira agradável aos três (1ª Ts 5:23).
    Quer ser um sonhador como José? Em primeiro lugar, José não era um sonhador, ele apenas teve sonhos dados e revelados por Deus (Gn 37:5-10), os quais ele próprio nem sabia que iriam se realizar daquela forma, pois nunca desejou altas posições. Em segundo lugar, ele não vivia de maneira leviana de conformismo com o pecado, ele tinha comunhão e intimidade com Deus. O mal de muitos adoradores da era atual é achar que Deus tem alguma obrigação em realizar seus sonhos esquecendo-se de que muito acima das nossas vontades estão os soberanos propósitos divinos, os quais não podem ser comprados por nossas perecíveis moedas e nem por nossos ingênuos gritos e demais manifestações de uma suposta adoração como muitos andam pregando por aí. Nada contra a adoração pentecostal, pois reações emocionais - desde de que equilibradas (1ª Co 14:32,33) - são totalmente válidas; porém, o mais importante é seu fator condicional, o qual implica na obediência aos mandamentos bíblicos (Tg 2:10). Essa é a grande diferença entre muitos que adoram sonhar e aqueles que têm sonhos dados por Deus como o jovem José. Será que muitos desses que andam "adorando" por aí resistiriam à mulher de Potifar (Gn 39:7,8,10-12); resistiriam à cobiça estando com o poder nas mãos (Gn 39:9; 41:38-40); resistiriam ainda a se vingar dos irmãos que os maltrataram (Gn 45:4,5,15)?
    Levemos o Evangelho mais a sério: O verdadeiro adorador não perde o controle, não se associa aos ímpios, não aceita afronta à Palavra, não negocia os valores morais, não apoia os inimigos da cruz de Cristo em nome da ética e nem se cala diante dos que pregam o inclusivismo religioso em nome da liberdade (Mt 16:24-26). Preconceito? Pregar contra o pecado não é preconceito, é amor pelas almas. Se você vê alguém tomando um copo de veneno e o avisa do perigo, isso seria preconceito? É hora de refletirmos sobre nossa omissão de socorro espiritual (Tg 4:17). Julgamento? Quem salva ou condena é Deus! Nós apenas pregamos a Palavra, e ela sim julga e nos manda julgar segundo o juízo reto (Jo 7:24). Entre várias outras coisas, isso significa denunciar o pecado para não sermos cúmplices daqueles que os cometem (2ª Co 2:17), senão, mais uma vez, estaremos sendo omissos espiritualmente (Ez 3:18).
    Cadê o Evangelho da cruz (Gl 6:12[7])? Onde estão as marcas daqueles que confrontam o mundo (Gl 6:17)? Cadê a disposição para enfrentar as aflições (2ª Co 4:8,9)? Onde estão aqueles que adoram em espírito e em verdade com o coração e não apenas com os lábios (Mc 7:6,7; Tt 1:16)? Mas, infelizmente, é bem mais fácil dizer: "Pare de sofrer!"; "Sua vitória vai ter sabor de mel!"; "Profetize bênçãos na tua vida!"; "Vamos pular, dançar e gritar pra Jesus!". Que me desculpem os "renovadores da liturgia", mas estimular a adrenalina não é adorar! Estou sendo ignorante? Reclame com Deus! Pois aprendi isso foi com a Palavra dEle e, até onde sei, se entendi bem, Ele não mudou e nunca mudará (Hb 13:8,9)! Muitos dizem que pregar contra o modismo gospel é sinal de inveja; agora, me respondam: como poderia alguém que conhece a Palavra ter inveja do pecado sabendo que ele leva à condenação (Rm 6:23)? Já fui chamado de tudo que é nome por defender a verdade, mas podem me chamar do que quiserem porque tais pedradas apenas me fazem ver que realmente estou caminhando na contramão do mundo e isso incomoda os acomodados. Prefiro eu terminar com minha cabeça num prato, do que ser aplaudido por multidões ajudando a conduzi-las ao inferno (Mt 7:21-23). Senhores - e senhoras - "fariseus ungidos", não me levem a mal por causa disso, mas Romanos 12:2 continua fazendo efeito na minha vida! E, ainda que questionem: sim, eu sou pentecostal sim! Por isso, minha adoração é racional (Rm 12:1)!



[1]Adoração: Culto, honra, reverência e homenagem prestados a poderes superiores, sejam seres humanos, anjos ou Deus (Sl 96:9). Na Bíblia há quatro etapas de desenvolvimento da adoração a Deus. Os patriarcas adoravam construindo altares e oferecendo sacrifícios (Gn 12:7-8; 13:4). Em seguida veio a adoração no Tabernáculo e no Templo, com um sistema completo de Sacrifícios. A adoração nas sinagogas começou durante o Cativeiro. Da adoração cristã fazem parte pregação (At 20:7), leitura das Escrituras (1ª Tm 4:13), oração (1ª Tm 2:8), louvor (Ef 5:19) e ofertas (1ª Co 16:1-2), além de batismos (At 2:37-41) e da ceia do Senhor (1ª Co 11:23-29).
[2]Estevão: Foi um dos sete primeiros diáconos da igreja nascente, logo após a morte e Ressurreição de Jesus, pregando os ensinamentos de Cristo e convertendo tanto judeus como gentios. Foi detido pelas autoridades judaicas, levado diante do Sinédrio (a suprema assembléia de Jerusalém), onde foi condenado por blasfêmia, sendo sentenciado a ser apedrejado. Entre os presentes na execução, estaria Paulo de Tarso, o futuro apóstolo Paulo, ainda durante os seus dias de perseguidor de cristãos. Sua história está registrada no livro de Atos (6:1-6; 7:1-60).
[3]Talento: O talento de ouro ou prata era a unidade de moeda romana para grandes quantidades de dinheiro. Ele foi introduzido na Grécia Antiga e depois adaptado para o sistema monetário romano. Um talento era igual a 60 minas, que, por sua vez eram equivalentes a 100 dracmas. Sabendo que uma dracma era igual a 4,5 a 6 gramas de ouro ou prata, um talento significava entre 27 a 36 quilos de metal. Estudiosos calculam que um talento hoje valeria no mínimo 1300 dólares (cerca de dois mil reais). Espiritualmente, os talentos representam os dons que o Espírito Santo nos concede e, na linguagem popular expressa as habilidades especiais de uma pessoa; era um termo muito usado pelos romanos para elogiar uma pessoa de valor.
[4]Dogma: Ponto ou princípio de fé definido por uma Igreja. Conjunto das doutrinas fundamentais do cristianismo. Cada um dos pontos fundamentais de qualquer crença religiosa. Fundamento ou pontos capitais de qualquer sistema ou doutrina. Proposição apresentada como incontestável e indiscutível.
[5]Denominacional: Termo relativo a denominação (designação de uma pessoa ou uma coisa por um nome. Termo usado para definir as diferentes igrejas evangélicas).
[6]Refrigério: Ação ou efeito de refrigerar ou refrigerar-se. Alívio ou bem-estar causado pela frescura (temperatura fresca, equilibrada). Consolação, descanso. Prazer que conforta. Alívio.
[7]Circuncidar: Praticar circuncisão (cerimônia religiosa em que é cortada a pele, chamada prepúcio, que cobre a ponta do órgão sexual masculino).