quarta-feira, 22 de abril de 2015

Jesus, Um Líder Perfeito Escolhendo os Seus Discípulos

Resumo baseado na revista Lições Bíblicas Adultos da CPAD - 2º Trimestre de 2015 (Jesus, o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o médico amado) | Lição 5 | AD Belém - Congr. Elias Fausto/SP - Jonas M. Olímpio

Os mais variados métodos
aplicados por Jesus em seus
discípulos tiveram êxito porque,
além de usar sua própria vida
como exemplo, Ele agia como
amigo deles.
Lucas 14:25-35 - Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe: 26Se alguém vier a mim, e não aborrecer[1] a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo[2]. 27E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo. 28Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? 29Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, 30Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar. 31Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? 32De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz. 33Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo. 34Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? 35Nem presta para a terra, nem para o monturo[3]; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

    Em seu ministério terreno, entre as inúmeras qualidades do grande Mestre[4], existe uma em especial que não há como deixar de notar: Ele foi uma grande líder, e nos deixou vários exemplos de como exercer essa essencial função no Reino de Deus. Uma das principais qualidades de um bom líder é saber selecionar sua equipe e distribuir adequadamente sua funções. Os três primeiros livros de registro do Evangelho relatam os nomes dos doze que foram escolhidos por Ele para atuarem constantemente ao seu lado (Mt 10:1-4; Mc 3:13-19; Lc 6:12-16). Segundo a narração de Lucas, os nomes dos escolhidos são os seguintes: Simão Pedro[5], André[6], Tiago[7], João[8], Filipe[9], Bartolomeu[10], Mateus[11], Tomé[12], Tiago (filho de Alfeu)[13], Simão Zelador[14], Judas (filho de Tiago)[15] e Judas Iscariotes[16]. Os mesmos foram por Ele chamados de apóstolos[17] e, recebendo poder espiritual, foram enviados à pregar. Mas o que havia de especial nesses homens? Nada além da disposição para segui-lo! Em seus ensinamentos, Ele sempre destacou a importância da responsabilidade e do comprometimento daqueles que se dispusessem a segui-lo (Lc 14:25-35).
    Conforme podemos ver também no livro de Lucas, em sua habilidade administrativa Jesus demonstra grande capacidade para ensinar (Lc 4:15,31,32; 5:3,17; 6:6; 11:1,2; 13:10,22,26; 19:47; 20:1,21; 21:37; 23:5; 24:27); inclusive, a maioria dos seus escolhidos para essa missão especial era de homens simples que não usufruíam de grandes conhecimentos fora de suas profissões seculares, o que exigia de sua parte grande dedicação em ensinar. Inclusive, desde criança, Jesus exercia muito bem o ensinamento em seu ministério e, ao longo de sua vida, principalmente nos últimos três anos, suas pregações e conversas pessoais são repletas de ensinamentos. E é importante destacar que naquela época existia muitos ensinadores, pois havia muitos mestres especializados na Lei, entre os quais se incluíam os escribas[18], os fariseus[19], os essênios[20], os saduceus[21], os herodianos[22] e os zelotes[23] entre outros, que ensinavam expondo suas ideologias, geralmente políticas, no templo, nas sinagogas e nas ruas, como também os próprios sacerdotes exerciam essa função como parte do seu ofício religioso; mas algo diferenciava Jesus dos doutores da época: a sua autoridade; pois suas palavras não ficavam apenas na mente, mas mexiam com o coração dos seus ouvintes (Lc 4:32; Mt 7:28,29).
    Não é atoa que os apóstolos Paulo, Pedro e João orientavam a Igreja a seguir os exemplos de Cristo (Ef 5:1,2; 1ª Pe 2:21,22; 1ª Jo 2:6); exemplos esses que devem ser observados em todos nós (1ª Co 11:1). Jesus não somente falava, Ele agia da forma como mandava que seus seguidores agissem. Essa conduta Ele ensinava não somente ao povo, mas principalmente aos seus discípulos em particular. Seus discípulos podiam ouvir suas lições e assistir suas aulas práticas em todo os seu modo de viver e não apenas quando estava falando sobre religião. Sua conduta era irrepreensível, fazendo com que aqueles que o afrontassem se achassem como mentirosos. Com isso, uma coisa que Ele deixou bem clara para seus seguidores foi que palavras sem atitude são vazias e consistem em hipocrisia (Lc 11:42-46).
    Como bem sabemos, bons líderes não formam sua equipe com pessoas chamadas casualmente, ou simplesmente pela boa aparência ou conveniências particulares - ressalto que me refiro aos bons líderes -. O método seletivo aplicado por Jesus em relação aos doze que certamente exerciam também uma certa liderança em relação aos demais que o seguiam, consistia em analisar não simplesmente a capacidade intelectual como faz a maioria, mas também as condições psicológicas, o conhecimento em relação às pessoas e o lugar em que viviam e, principalmente, a boa vontade em fazer algo em benefício do próximo. O mais impressionante em sua visão de liderança é que, à primeira vista, dá a impressão que muitas de suas escolhas foram equivocadas como, por exemplo: Pedro era descontrolado e indouto (At 4:13; Jo 18:10,25-27), Judas Iscariotes era ladrão e o traiu (Jo 12:6; Mc 14:43-45) e muitos dos outros eram simples trabalhadores comuns não muito bem vistos pela sociedade (Lc 5:27-30); e, em contrapartida, recusou a outros aparentemente bem capacitados e dispostos a segui-lo (Lc 9:57-62). Entretanto, quando analisamos de forma espiritual e não “comercial”, vemos que cada escolha fazia parte do plano para que se cumprisse tudo o que estava escrito a seu respeito e se concretizasse a salvação da humanidade. Cada um, com suas particularidades, possuía qualidades essenciais na missão que em que recebera do Mestre, pois tinha conhecimento sobre o lugar e as pessoas com quem conviviam e, especificamente, Judas Iscariotes foi um instrumento usado por Deus para que Jesus fosse preso, e Pedro se tornou um dos maiores pregadores de todos os tempos. Isso nos ensina que nossa escolha não é em vão; o Mestre te chamou com um objetivo especial, sinta-se honrado por poder fazer parte de seu plano de salvação (Lc 10:17-20).
    Como um bom líder, Jesus apresentava as condições de serviço e também o salário de seus colaboradores; ninguém o seguia enganado. Segui-lo não era simplesmente uma aventura ou uma experiência de vida. As pessoas que com Ele estavam sabiam muito bem que teriam que renunciar ao conforto e a segurança de seu lar, como também sua saúde e sua própria reputação, pois, à vista da sociedade, não era um grande status andar com um homem que, com suas atitudes, dizendo cumprir a Lei, desafiava os sacerdotes e os governantes da época. Era preciso ter ao seu lado pessoas determinadas e corajosas que não tomassem decisões por empolgação ou interesses materiais e, por essa razão, Ele não divulgou um anúncio dizendo “há vagas”, mas procurou, chamou e ensinou a cada um deles conforme a necessidade do Reino. Mas, mesmo diante do grande sofrimento que enfrentaram, certamente ninguém se arrependeu de ter aceitado suas propostas, pois, aos que o seguiram fielmente, trabalhando conforme Ele mandou, nada faltou (Lc 18:28-30; 22:35).
    Como relatam as Escrituras, os discípulos tinham uma perfeita consciência de que ao aceitar seguir a Jesus, estavam aceitando uma radical mudança no destino de suas vidas. Não se tratava de uma simples mudança de religião, de cidade, de postura social ou de ideologia, mas de algo tão profundo em seu interior que os faria ter coragem de enfrentar até mesmo desconforto físico resultando em sua própria morte em nome da causa. Existe um questionamento em relação aos sentimentos familiares de seus discípulos e do próprio Jesus, mas, analisando profundamente os textos em que Ele diz que para segui-lo é preciso deixar ou aborrecer a própria família, está se referindo à nossa necessidade de, algumas vezes, confrontar aqueles que estão ao nosso lado quando sua postura é de impedimento quanto ao nosso chamado; não se trata literalmente de abandoná-los, mas de não ouvi-los se se os mesmos forem contrários à nossa opção de seguir o Mestre. Você quer mesmo segui-lo? Então reveja o conceito de prioridades em sua vida (Lc 9:23,24)!
    Cada um daqueles homens tinha diferentes pensamentos e modos de agir em tudo quanto faziam. Vemos, pelo momento de seu chamado, que eram trabalhadores, o que significam que tinham preocupação com sua família e suas responsabilidades sociais, e por isso estavam preocupados em garantir suas provisões materiais. A prioridade de todos, cada um ao seu modo, era financeira, pois o dinheiro é a base do conforto e da própria sobrevivência. Porém, ao conhecer Jesus, eles passaram a entender que existe uma prioridade muito maior do que o sustento físico: o sustento espiritual. Será que foi uma tarefa fácil convencê-los de que deveriam rever os valores pelos quais eles foram ensinados a lutar desde crianças e que sempre fez parte da cultura do seu povo? Obviamente não. Mas, o grande Mestre sempre soube como agir e falar de uma forma que alcançasse tanto a mente quanto o coração dos seus ouvintes. Ele conseguiu inserir neles a visão do Reino Celestial, mostrando-o como um “investimento” a longo prazo com efeito eterno. Com isso Ele nos permite entender que o verdadeiro líder cristão tem a obrigação de ensinar seus liderados a compreenderem que embora a luta pelas coisas dessa terra seja importante, ela deve ficar em segundo plano porque é passageira, mas a busca espiritual é primordial porque a vida após a morte é eterna, seja ela para a salvação ou mesmo para a condenação. Uma das responsabilidades dos obreiros da Igreja atual é levar o povo a compreender que não se deve relaxar em suas obrigações sociais, mas sobretudo, deve entrega-las nas mãos do Senhor porque é Ele que cuida de nós. Nosso chamado, nossos dons, nossa missão, enfim, todas as nossas obrigações referentes ao Reino de Deus dependem de nossa confiança e fidelidade a Ele. Então, sigamos o exemplo do nosso Salvador: como líder Ele foi tão eficaz que fazia seus discípulos sentirem-se seguros quanto a sua vida material; pois seu método de liderança incluía também o planejamento, a organização e a orientação passo-a-passo de como deveriam proceder, assim passando confiança àqueles que com Ele caminhavam (Lc 9:1-6,12-16).
    Uma das principais funções dos discípulos era pregar e ensinar a Palavra. E Jesus não se limitou a dizer que eles tinham que anunciar o Evangelho, mas os ensinou e os capacitou a isso. Sendo um autêntico líder espiritual, Ele dava exemplo de como eles deveriam pregar, pois antes de enviá-los sozinhos fez várias ministrações de pregação e ensinamento diante deles. Suas lições teóricas e práticas não se restringiram à arte do domínio da oratória, mas se estenderam à capacidade do exercício da autoridade através da Palavra, de modo que o que pregavam surtia efeito na vida dos ouvintes. Um verdadeiro líder ministerial ensina seus obreiros a fazerem o uso racional e eficiente da Palavra tendo a humildade de dividir seu espaço com outras pessoas que também tenham condições para trabalhar. Discípulos que se dedicam a exercitar o domínio da Palavra aprendem que o que sai da sua boca, quando usado de acordo com a vontade divina, tem muito poder (Lc 9:6).
    Outra das principais funções dos discípulos era atuar na área da libertação, a qual tanto poderia ser espiritual quanto física. E, em mais essa “matéria” eles tinha perfeitas aulas, não só teóricas, mas também práticas, do Professor Jesus. Não foram poucas as situações em que eles puderam presenciar o Mestre ensinando sobre milagres e também efetuando curas, ressurreições e expulsões de demônios. Como também não foram poucas as vezes em que eles, alunos imperfeitos, foram corrigidos por Ele porque, com sua pouca fé, não concluíram com êxito sua “lição de casa” (Mt 8:26; 16:8-10; 17:18-20). O aprendizado não era tão simples porque eles se deixavam prender por suas limitações humanas e fraquezas espirituais; mas, quando começaram a compreender melhor que o Mestre estava lhes passando muito mais do que conhecimento, passaram a exercer com resultados o seu ministério (Lc 9:1,2).
    As lições obtidas pelos discípulos diretamente junto ao Mestre tinham grande valor didático, pois tratava-se de uma preparação daqueles que continuariam sua missão após sua crucificação. Suas experiências foram essenciais para darem sequência na formação da Igreja que já tinha sido iniciada com eles pelo próprio Cristo, o qual não lhes deixou posses financeiras nem um grande templo, mas apenas sua Palavra e seu poder junto com a promessa do Espírito Santo para poderem anunciar o Evangelho e terem forças para suportar as perseguições que enfrentariam. O ministério terreno de Jesus foi um grande aprendizado não somente para os apóstolos, mas também para nós que aprendemos que para sermos bons líderes precisamos não apenas de habilidade com as palavras, mas de poder através delas, como também, a viver exemplarmente aquilo que pregamos para não darmos escândalos e nem cairmos em contradição diante dos ímpios. O Mestre sempre apontou para a cruz como alvo principal, pois o centro do Evangelho não são os mensageiros, mas o Dono da mensagem. Jesus conseguia mexer no intelecto de seus discípulos sem explorar suas emoções; essa é nossa missão como proclamadores do Evangelho do Reino: resistir as tentações do ego, nos diminuindo e fazendo com que Ele apareça por meio de nós. Ser discípulo, mais do que aluno ou aprendiz, significa ser desprendido e sua primeira lição avaliativa para constatar sua aptidão para o ministério é a prova de sua capacidade de renúncia a si mesmo sempre colocando a vontade do seu Senhor e as necessidades da Obra em primeiro lugar. Você quer ser avaliado como um verdadeiro discípulo do grande Mestre? A prova mais evidente disso é a forma como a Palavra pregada ou ensinada por você penetra no coração dos ouvintes (Lc 24:32).


[1]Aborrecer: Desprezar (Gn 29:33). Sentir horror; detestar (Lv 19:17), desgostar (Fp 3:1).
[2]Discípulo: Pessoa que segue os ensinamentos de um mestre. No Novo Testamento se refere tanto aos Apóstolos (Mt 10:1) como aos cristãos em geral (At 6:1).
[3]Monturo: Monte de lixo ou de esterco. Adubo (Lc 14:35). Montão de coisas repugnantes ou vis. Lugar onde se depositam dejeções ou imundícies.
[4]Mestre: Pessoa com autoridade ou liderança. Especialista em determinado assunto. Professor. Título comum entre os judeus na época de Jesus para se referir aos que ensinavam as Escrituras.
[5]Simão: Significa "Ouvinte". Na Bíblia aparecem nove homens com esse nome: 1) Pedro (Mt 4:18); 2) Iscariotes, pai de Judas (Jo 13:26); 3) O leproso (Mc 14:3); 4) Cirineu (Mt 27:32); 5) Curtidor (At 10:6); 6) Fariseu (Lc 7:40); 7) Mágico (At 8:9-24); 8) Zelote ou Cananeu (Mt 10:4); 9) Irmão de Jesus (Mt 13:55).
[6]André: Significa "Varonil". Irmão de Pedro e um dos 12 apóstolos. Vivia em Cafarnaum, onde era pescador (Mt 4:18-21). A tradição diz que foi morto numa cruz em forma de xis.
[7]Tiago: Também significa Jacó. A Bíblia relata a existência de 4 homens com esse nome: 1) Apóstolo, filho de Zebedeu e irmão mais velho do apóstolo João (Mc 1:19; 3:17). Era pescador (Lc 5:10). É mencionado em (Mt 17:1-8, Mc 10:41). Foi morto por ordem de Herodes Agripa I (At 12:2). 2) Apóstolo, filho de Alfeu (Mt 10:3; At 1:13). 3) Irmão de Jesus (Mt 13:55), convertido após a ressurreição (Jo 7:5), e pastor da Igreja de Jerusalém (At 12:17; 15:13; 21:18; Gl 1:19; 2:9). Autor da epístola de Tiago. Foi morto em 62dC. 4) Pai do apóstolo Judas, não o Iscariotes (At 1:13).
[8]João: Filho de Zebedeu e de Salomé. Ele e seu irmão Tiago eram pescadores (Mt 4.21). João Batista o apresentou a Jesus (Jo 1:35-39), que o chamou para ser apóstolo (Mc 1:19-20). Era do grupo mais íntimo de Jesus (Mc 5:37; Mt 17:1; 26:37). Ele e Tiago são chamados de Boanerges (Filhos do Trovão: pessoas de caráter violento). João é provavelmente o discípulo amado (Jo 13:23). Foi ele o único discípulo que permaneceu perto da cruz (Jo 19:26-27) e o primeiro a crer na ressurreição de Cristo (Jo 20:1-10). Após o Pentecostes, trabalhou inicialmente com Pedro (At 3:1-4:22; 8:14-17; Gl 2:9). A tradição diz que João viveu em Éfeso até uma idade bem avançada. É considerado o autor do Evangelho de João, das três epístolas que levam o seu nome e do livro do Apocalipse.
[9]Filipe: Significa "Amigo de Cavalos". A Bíblia relata a existência de 3 homens com esse nome: 1) Um dos apóstolos, natural de Betsaida, que levou Natanael a Jesus (Jo 1:44,45) e fez o mesmo com um grupo de gregos (Jo 12:20-23). 2) Um judeu helenista, apelidado de "o evangelista"; foi um dos escolhidos para ajudar na assistência às viúvas de Jerusalém (At 6:5). Pregou em Samaria (At 8:4-8) e levou o eunuco etíope a Cristo (At 8:26-40). 3) Filho do rei Herodes (Mt 16:13).
[10]Bartolomeu: Filho de Tolmai. Um dos 12 discípulos. Nada se sabe dele. Alguns acreditam que seja Natanael (Mt 10:3; Jo 1:45).
[11]Mateus: Significa "Dom de Deus". Filho de Alfeu e também chamado de Levi. Foi cobrador de impostos em Cafarnaum, onde Jesus o convidou para ser seu discípulo (Mt 9:9-13) e apóstolo (Mt 10:3; At 1:13). Autor do Evangelho de Mateus.
[12]Tomé: Nome hebraico do apóstolo também conhecido por Dídimo, nome grego que também quer dizer "gêmeo". É mencionado em (Mc 3:18; Jo 11:16; 14:5; 20:24-29; 21:2).
[13]Tiago (filho de Alfeu): Também significa Jacó. A Bíblia relata a existência de 4 homens com esse nome: 1) Apóstolo, filho de Zebedeu e irmão mais velho do apóstolo João (Mc 1:19; 3:17). Era pescador (Lc 5:10). É mencionado em (Mt 17:1-8, Mc 10:41). Foi morto por ordem de Herodes Agripa I (At 12:2). 2) Apóstolo, filho de Alfeu (Mt 10:3; At 1:13). 3) Irmão de Jesus (Mt 13:55), convertido após a ressurreição (Jo 7:5), e pastor da Igreja de Jerusalém (At 12:17; 15:13; 21:18; Gl 1:19; 2:9). Autor da epístola de Tiago. Foi morto em 62dC. 4) Pai do apóstolo Judas, não o Iscariotes (At 1:13).
[14]Simão Zelador: Também chamado de zelote ou cananeu. Um dos 12 discípulos de Jesus.
[15]Judas (filho de Tiago): Na Bíblia existem sete Judas: 1) Iscariotes, escolhido por Jesus para ser apóstolo (Mt 10:4), sendo o tesoureiro do grupo (Jo 12:6). Traiu a Jesus (Mt 26:47-49) e, depois, enforcou-se (Mt 27:3-5; At 1:16-19). 2) Irmão de Jesus (Mt 13:55) e provável autor da carta que leva seu nome (Epístola de Judas). 3) Apóstolo, filho de Tiago, também chamado de Tadeu (Mt 10:3; Lc 6:16). 4) Cristão de Damasco, em cuja casa Paulo se hospedou, após sua conversão (At 9:11). 5) Cristão que se destacou na igreja de Jerusalém, também chamado de Barsabás (At 15:22-32). 6) O Galileu, um revolucionário (At 5:37). 7) Macabeu, chefe da revolta dos macabeus (Sua história está registrada nos livro apócrifos 1º e 2º Macabeus).
[16]Judas Iscariotes: “Judas de Queirote”. Sendo um dos doze discípulos, tinha o cargo de maior confiança: era o tesoureiro do grupo (Jo 12:6). Por trinta moedas, traiu Jesus possibilitando sua prisão pelos soldados romanos dando como sinal um beijo (Mt 26:47-49); em seguida, arrependendo-se, se matou enforcado (Mt 27:3-5; At 1:16-19).
[17]Apóstolo: Enviado. Discípulos de Jesus que deram sequência à missão de pregar o Evangelho após a sua crucificação. Portanto, esse título não ficou restrito aos homens que tiveram contato com Jesus, pois continuou sendo usado como, por exemplo, no caso do apóstolo Paulo, que não o conheceu e chegou a ser perseguidor dos cristãos, mas foi chamado diretamente por Ele em uma visão (At 9:1-18).
[18]Escribas: Homens que copiavam e interpretavam a lei de Moisés (Ed 7:6). Os escribas criaram aos poucos um sistema complicado de ensinamentos conhecido como "a tradição dos Anciãos" (Mt 15:2-9). Jesus os censurou (Mt 23:23). Os escribas tiveram parte na morte de Cristo (Mt 26.57) e perseguiram a Igreja primitiva (At 4:5; 6:12). Eles eram chamados também de "doutores da lei" (Lc 5:17).
[19]Fariseus: Em hebraico significa “separados”. Judeus devotos ao Pentateuco. Participavam das reuniões legislativas da sinagoga. Formavam um grupo de fanáticos e hipócritas (o que não era o caso de todos, pois haviam exceções, como era o caso de Gamaliel que defendeu os apóstolos que estavam presos por pregarem a Palavra (At 5:34-38)) que se opuseram duramente contra Jesus Cristo. Segundo a história, nessa época, eles eram aproximadamente 6 mil pessoas.
[20]Essênios: Seita religiosa existente no tempo de Cristo. Eram mais ou menos quatro mil homens que seguiam com muito rigor a lei de Moisés. Alguns moravam em cidades, mas a maioria vivia em comunidades, no deserto de En-Gedi. Os essênios não são mencionados na Bíblia.
[21]Saduceus: Membros de um pequeno mas poderoso grupo religioso dos israelitas. Faziam parte desse grupo os sacerdotes e as pessoas ricas e de influência. Os saduceus baseavam os seus ensinamentos principalmente no pentateuco. Negavam a ressurreição, o juízo final e a existência de anjos e espíritos. Não se davam bem com os fariseus (At 23:6-8).
[22]Herodianos: Membros de um partido político que favorecia a família de Herodes e os romanos (Mt 22.16). Ainda que os fariseus fossem contra os herodianos, eles se uniram para combater Jesus (Mc 12.13).
[23]Zelotes: Membro de um partido nacionalista judeu do tempo de Cristo. Os zelotes, também chamados de "cananeus" ou "cananitas", usavam de violência na oposição ao domínio romano (Lc 6:15; Mt 10:4).

Resumo baseado na revista Lições Bíblicas Adultos da CPAD - 2º Trimestre de 2015 (Jesus, o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o médico amado) | Lição 5 | AD Belém - Congr. Elias Fausto/SP - Jonas M. Olímpio

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Como Jesus Venceu a Tentação?

Resumo baseado na revista Lições Bíblicas Adultos da CPAD - 2º Trimestre de 2015 (Jesus, o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o médico amado) | Lição 4 | AD Belém - Congr. Elias Fausto/SP - Jonas M. Olímpio

A vitória de Cristo sobre as
tentações de Satanás não começou
quando Ele disse "não" às suas
propostas, mas sim quando Ele
se entregou em comunhão a Deus
com sua vida de total obediência
complementada por jejum e
oração.
Lucas 4:1-13; Hebreus 4:15
Lucas 4:1-13 - E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto; 2E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e naqueles dias não comeu coisa alguma; e, terminados eles, teve fome. 3E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão. 4E Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus. 5E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. 6E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. 7Portanto, se tu me adorares, tudo será teu. 8E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te para trás de mim, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás. 9Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo[1] do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; 10Porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem, 11E que te sustenham nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra. 12E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus. 13E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo.
Hebreus 4:15 - Porque não temos um sumo sacerdote[2] que não possa compadecer-se[3] das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.

    Sendo uma das mais belas, misteriosas e fascinantes passagens sobre Jesus, a tentação no deserto é registrada não só por Lucas, como também por Marcos (Mc 1:12,13) e Mateus (Mt 4:1-11). Em Marcos a narração é mais breve, totalmente resumida, e dá a entender que Ele foi tentado durante todo, ou a maior parte, dos quarenta dias do seu jejum; em Mateus são citadas as três tentações começando pelo desafio de transformar pedras em pães, seguido pela provocação a pular do alto do templo, terminando com a proposta de ganhar os reinos da terra em troca de adoração; já em Lucas, além de uma riqueza maior de detalhes, existe também uma ordem diferente dos fatos em relação a Mateus no que se refere às duas últimas ocorrências. A aparente contradição entre eles pode ser explicada por suas diferentes formas de escrita, pois nenhuma informação realmente contradiz a outra, muito pelo contrário: eles narram a mesma história apenas expondo diferentes detalhes. A grande verdade é que os três Evangelhos juntos se completam nos dando valiosíssimas informações para que entendamos como Jesus venceu o inimigo em condições extremas de tentação. O mais importante é compreendermos que, estando em condição humana, Jesus nos deu verdadeiras lições práticas de como vencer as tentações não cedendo ao pecado (Lc 4:1-13; Hb 4:15).
    O grande erro de alguns cristãos está em afirmar que Jesus somente venceu porque Ele é Deus. Pois não se pode ignorar o fato de que aqui na terra Ele estava em um corpo humano e, portanto, sujeito a todas as limitações humanas. Devido à sua divindade, é óbvio, Ele possuía a consciência de que estava numa missão na qual teria que passar por isso, e sabia que vencendo essas coisas entre outras mais, seria gloriosamente vitorioso no final. Assim sendo, se Ele escolheu vir à terra sabendo que passaria por tentações e que, no final, teria que enfrentar a cruz, logicamente estava preparado para isso. No entanto, sua missão, figuradamente, também aponta para a nossa missão pessoal no Evangelho; aquilo que conhecemos como “chamado”, inclui não só realizar o serviço cristão por meio dos dons, como também - e principalmente - amar, obedecer e adorar a Deus. E, embora sejamos nós meros humanos fracos e falhos, também sabemos, assim como Cristo, que se não cedermos seremos gloriosamente vitoriosos no final. Então devemos sim encarar as vitórias de Jesus sobre tudo o que Ele enfrentou aqui na terra como verdadeiras aulas práticas de que a condição humana não é desculpa para a sujeição voluntária ao pecado. Isso tanto é verdade que os pecadores não serão salvos a menos que se arrependam e abandonem o pecado (Lc 1:76,77; 5:30-32; 15:7).
    A ida de Jesus ao deserto tinha um objetivo que ia além de seu desejo de passar um período de intimidade com Deus: Ele foi para ser tentado pelo Diabo, e quem o levou foi o próprio Espírito Santo, o qual acabara de descer sobre Ele em seu batismo nas águas, enchendo-o (Lc 4:1); esse fato marcou o início do seu ministério terreno. A grande razão para essa batalha era tirar da “terrível serpente” o sabor de vitória que ela usufruía até ali por ter seduzido o primeiro homem, Adão, ao pecado obtendo vitória sobre ele (Gn 3:6,14,15); Deus poderia ter destruído o inimigo, mas, para aumentar sua humilhação, o venceu como homem, na pessoa do seu Filho Jesus, provando-lhe que a sua criação é vitoriosa perante as forças das trevas. Com isso aprendemos que antes de qualquer coisa precisamos estar cheios da unção divina para estarmos preparados para as tentações do inimigo que tentará nos parar logo no começo, e devemos ter a consciência de que isso é permitido pelo próprio Deus, pois as tentações não ocorrem apenas quando estamos em pecado, mas também servem para nos provar servindo de aprendizado para enfrentarmos o que vem a seguir. Essa é a grande razão pela qual devemos seguir os ensinamentos do Mestre e ter uma vida de constante oração (Lc 22:39,40).
    O engraçadinho se apresentou como sendo uma espécie de “gênio dos três desejos”, mas, na verdade, a realização desses desejos só iria satisfazer a ele próprio; observe bem: Na primeira tentativa, Satanás o tentou por meio de uma das mais terríveis necessidades físicas: a fome. Depois de quarenta dias sem comer absolutamente nada (Lc 4:2), o seu corpo estava debilitado necessitando de nutrientes que pudessem restabelecer suas forças. O inimigo conhece nossas dificuldades e pontos fracos, por isso sabe exatamente quando e como atacar. É interessante que o Diabo não lhe ofereceu comida, mas desafiou seu poder lembrando-lhe que Ele poderia transformar pedras em pães. A explicação mais razoável para isso é que Jesus não usava seus poderes divinos em favor de si mesmo, pois estava na terra como o homem e enfrentava a vida como tal, e Satanás sabia disso (Lc 4:33,34).
    Mais interessante ainda é que Jesus, ainda que em condição humana, mesmo sendo provocado não se deixou levar pelo orgulho - característica típica dos humanos - e mostrou ao Diabo que não precisava provar nada para ele, vencendo-o simplesmente com a citação das Escrituras (Dt 8:3). A missão real do nosso Salvador não era sua edificação ou realização pessoal, dessa forma, mesmo em grande necessidade física, nos mostrou que a prioridade de um cristão é o Reino de Deus, o qual devemos priorizar não fazendo uso do que temos - inclusive status e fama - para nossa própria satisfação ou exaltação. Jesus nos ensina também que não é preciso confrontar e nem mesmo dialogar com espíritos imundos, só temos que usar a autoridade da Palavra para vence-los (Lc 4:35,36).
    Já que não “conquistou Jesus pelo estômago”, Satanás resolveu provocar sua ambição, e ofereceu-lhe todos os reinos do mundo pedindo em troca a sua adoração. Aparentemente, uma atitude ingênua essa do “capiroto[4]”, será que ele não sabia que estava falando com o próprio criador do universo (Jo 1:1-5,9-14)? O atrevido ainda teve a ousadia de querer ser adorado por Ele; aliás, foi por essa sede de exaltação que Jeová o expulsou do céu (Is 14:12-15). Na verdade, ele não deixava de ter razão quanto à sua autoridade sobre o mundo (Jo 16:11; Ef 2:2; 1ª Jo 5:19), mas, ingenuidade mesmo foi achar que convenceria Jesus a adorá-lo e, ainda por cima, por mera cobiça material. A resposta não poderia ser outra além de um pequeno lembrete do que dizem as Escrituras sobre adoração (Dt 6:13; 10:20). E, no que se refere à adoração às coisas desse mundo, Jesus apenas diz que o nosso Pai está cuidando de nós, tenhamos, portanto, cuidado com a cobiça (Lc 16:13[5]; 12:30,31).
    Ao ouvir pacientemente tal proposta do Diabo sem coloca-lo pra correr de vez, Jesus estava nos ensinando a reagir com sabedoria diante das inúmeras ofertas malignas que são colocadas diante de nós ao longo da nossa vida. As riquezas e o status em si não são pecado, mas o apego a eles nos afastam de Deus. Muitas pessoas comuns, diante de tudo que foi oferecido à Jesus, não pensaria duas vezes antes de aceita-la e ainda diria que isso é bênção de Deus. Tal falta de discernimento tem feito muitos, de forma direta ou indireta, simplesmente, têm entregado sua alma à Satanás, adorando-o com suas atitudes de desprezo ao verdadeiro Deus, se prostrando ao inimigo por meio da cobiça, da desonestidade, da mentira, da maldade, enfim, de todas as obras condenadas pelo nosso Santo Criador. Adorar ao Diabo não consiste necessariamente em fazer rituais macabros e se ajoelhar diante de imagens satânicas, pois o simples fato de aceitar o pecado em nome de um benefício qualquer já consiste em um ato de adoração demoníaca. Pessoas dominadas por sentimentos materialistas tendem a reprovar e escarnecer os que não se rendem a atitudes desonestas (Lc 16:14,15).
    Mostrando sua incansável persistência, Satanás se apresenta mais uma vez com sua postura desafiadora em tom de descrédito à divindade de Cristo usando a expressão “se tu és”, e agora resolve tentar derruba-lo pelo ego. Quis ele agora por à prova seu poder divino, levando-o ao alto do templo para, muito provavelmente, lhe provocar a cometer um ato que, se falhasse, terminaria como um suicídio. Como anteriormente o resultado de suas investidas foi negativo, lembrando-se que foi derrotado pela Palavra, astutamente, resolveu também usar as escrituras (Sl 91:11,12). Mas, como texto fora do contexto não surte nenhum efeito - principalmente contra quem lê a Bíblia -, Jesus não fez nada mais do que lhe deixar mais um “versículo” para a sua “meditação” (Dt 6:16). Para combater os que distorcem a Bíblia em benefício próprio, não adianta discutir, é preciso usar a própria palavra de Deus porque os hereges têm o único objetivo de se autopromoverem com seus belos discursos (Lc 20:46).
    Muitos pensam que ser vitorioso é estar sempre por cima, foi baseado nesse conceito que Satanás levou Jesus à um lugar alto. Grandes altitudes nos fazem pensar que seremos vistos por todos, os quais terão que nos olhar de baixo para cima; é incontável o número cristãos que sofre da terrível doença do egocentrismo[6], sempre almejando estar no palco olhando para baixo e vendo seus opositores na plateia. Mas Jesus nunca sofreu desse mal, e quando tentado a fazer uso do seu poder como Filho de Deus para se promover diante do inimigo, simplesmente, mais uma vez o colocou em seu devido lugar, mostrando-lhe que nem Ele próprio tem o direito de tentar a Deus, ou seja: provoca-lo a lhe atender sem uma justa necessidade, pois, nessa situação, Ele é quem estaria se colocando em risco propositalmente e, numa situação dessas, Deus não teria nenhuma obrigação para com Ele. Dentro desse contexto - lembrando que quem julga é a Palavra -, como estará o coração do Criador do universo em relação àqueles que usam os dons que lhe foram concedidos - os profissionais da fé - na mera intenção de ocupar lugar de destaque entre os homens (Lc 20:47)?
    Jesus nos deu perfeitos exemplos de como vencer as tentações do inimigo que são colocadas diante de nós o tempo todo. Sua receita básica é simplesmente usar a Palavra de Deus; mas, sejamos crentes racionais e entendamos que usar a Palavra não significa citar versículos bíblicos - como fazem alguns -, como se fossem “palavras mágicas” para os demônios saírem correndo, mas sim aplicar, em situações de conflito, os princípios bíblicos ensinados nas Escrituras em vez de partir para o confronto dando a própria opinião (Ef 6:11,12). Como mostra Lucas, e também os demais evangelistas, a tentação contra Cristo não acabou aí, mas se estendeu até o momento de sua morte, pois o inimigo ainda usou seus instrumentos para tentar convencê-lo a desistir da cruz (Mt 26:31-35; 27:29, 39-44). Sua grande resistência, estando Ele num corpo humano, nos ensina que também podemos vencer (Tg 4:7). Porém, mesmo sabendo que podemos vencer, jamais podemos nos apoiar em nossa autoconfiança achando que o Diabo não vai nos tocar somente pelo fato de sermos servos de Deus; pois somos limitados e sem a misericórdia de Jesus Cristo sobre a nossa vida, nada podemos fazer (Lc 22:31-34).



[1]Pináculo: O ponto mais elevado de um edifício, de um monte etc.; torre, cúpula, coruchéu. O mais alto grau; auge, fastígio. Píncaro, cimo, cume. A parte mais elevada do templo de Jerusalém. O pináculo do templo em que Satanás desafiou Jesus a pular tinha aproximadamente 60 metros de altura (Mt 4:5-7; Lc 4:9-12).
[2]Sumo Sacerdote: Nome dado ao mais alto posto religioso do antigo povo de Israel e posteriormente a época do exílio babilônico era também a mais alta autoridade política do país. O sumo sacerdote coordenava o culto e os sacrifícios, primeiro no tabernáculo, depois no Templo de Jerusalém. De acordo com a tradição bíblica, apenas os descendentes de Arão, irmão de Moisés, poderiam ser elevados ao cargo, ainda que posteriormente esta norma foi abolida por eventos políticos. Posteriormente a época do exílio babilônico, durante o período do Império Aquemênida persa, do Egito da dinastia ptolomaica e do império selêucida, o sumo sacerdote passou a cumular funções políticas, além das religiosas, tornando-se o chefe político de Israel, submetido ao governador da Síria.
[3]Compadecer: Ter compaixão (dor causada pelo mal alheio. Dó, piedade).
[4]Capiroto: Expressão popular que significa capeta, demônio, diabo, satanás. Termo usado geralmente em tom de ironia e deboche ao maior inimigo dos seres humanos e do próprio Deus. Derivado de capirote (um tipo antigo de capuz).
[5]Mamon: É um termo derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mamom" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro". Mamon não era o nome de uma divindade, como muitos pensam, e sim um termo de origem hebraica que significa dinheiro, riqueza, ou bens materiais. Jesus, no Evangelho, utiliza a palavra quando afirma que não é possível servir simultaneamente a Deus e a Mamon (Lucas 16:13).
[6]Egocentrismo: Estado da pessoa especialmente interessada em si mesma e em tudo quanto lhe diga respeito. Normal nas crianças de menos de sete anos.

Resumo baseado na revista Lições Bíblicas Adultos da CPAD - 2º Trimestre de 2015 (Jesus, o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o médico amado) | Lição 4 | AD Belém - Congr. Elias Fausto/SP - Jonas M. Olímpio

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Os Fatos Mais Relevantes em Torno da Infância de Jesus

Resumo baseado na revista Lições Bíblicas Adultos da CPAD - 2º Trimestre de 2015 (Jesus, o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o médico amado) | Lição 3 | AD Belém - Congr. Elias Fausto/SP - Jonas M. Olímpio

A infância de Jesus não foi muito
fácil, pois Ele não só se dedicou
às obrigações normais de qualquer
jovem da época, o que consistia no
aprendizado secular e religioso,
mas também a ajudar seu pai
seguindo sua profissão. Conciliar
tudo isso com perfeição foi
possível pelo fato de Ele ter
sido, desde pequeno, esforçado em
manter-se também em comunhão
com Deus.
Lucas 2:46-52; 3:21,22
Lucas 2:46-52 - E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os. 47E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas. 48E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos. 49E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? 50E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia. 51E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas estas coisas. 52E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.
Lucas 3:21,22 - E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu; 22E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.

    Assim como os demais autores dos Evangelhos, Lucas também não fornece muitos detalhes a respeito da infância de Jesus. Apesar disso, ele traz algumas informações importantes que nos ajudam a imaginar como foi sua vida após seu nascimento e antes da concretização do seu ministério terreno. Ao examinar as Escrituras podemos perceber que Jesus possui perfeitas características divinas, pois mesmo como homem manteve sua santidade claramente visível em toda sua maneira de agir. Seus pais sabiam de sua divindade (Mt 1:20,21; Lc 1:30-35), mesmo assim chegaram a se espantar com algumas de suas atitudes (Lc 2:49,50). Apesar de não ser uma criança como as outras, Ele teve uma vida comum de acordo com os padrões da época. Mesmo com suas inusitadas particularidades, Ele foi, além de uma criança exemplar, um garoto absolutamente normal (Lc 2:46-52; 3:21,22).
    Fisicamente, aqui na terra, Jesus não usufruía de privilégios divinos, ou seja: seu corpo não era sobrenatural. Embora não aja relatos de que Ele tenha sofrido algum acidente ou enfrentado qualquer doença, podemos ter a certeza de que seu corpo era exatamente como o nosso, e certamente Ele se cuidava muito bem em todos os sentidos. Em seu terceiro capítulo, Lucas relata que o menino crescia espiritual, intelectual e fisicamente. Isso prova que, ao contrário do que muitos pensam, embora que desde criança Ele tivesse consciência de sua divindade, estava vivendo num corpo tão frágil e limitado como todos nós e muitas coisas Ele aprendeu ou desenvolveu com o decorrer do tempo. Uma prova desse desenvolvimento, principalmente físico, está no fato de a palavra grega traduzida em português como estatura é “helikia”, mesma expressão usada em outros textos referindo se a altura ou tamanho de uma pessoa (Lc 19:3; Jo 9:21,23). Negar que Ele teve um corpo físico e uma infância normal consiste em heresia contrariando as próprias Escrituras Sagradas (Lc 2:40).
    Tanto Lucas quanto os demais autores dos Evangelhos constatam como Jesus tinha características físicas tão normais como de qualquer outro ser humano. Vejamos alguns exemplos: Ele sentia cansaço (Jo 4:6), fome (Mt 4:2; 21:18), sede (Jo 19:28), tristeza (Lc 19:41; 25:38; Jo 11:33-35), revolta (Jo 2:14-16[1] [2] [3]), alegria (Lc 10:21a) e dor (Mt 27:34,46[4]). Seu aspecto físico, ao contrário do que mostram as grandes produtoras de filmes supostamente cristãos, não era nada sedutor, pois, como Deus já tinha revelado ao profeta Isaías cerca de 700 anos antes do seu nascimento, nEle não havia parecer nem formosura; não havia beleza alguma para que alguém pudesse deseja-lo (Is 53:2). Portanto, não foi pela aparência que Ele conquistou multidões, mas pela graça de Deus e o Espírito Santo que estava sobre Ele; uma grande prova disso é que apesar de ser famoso por onde passava, nem todos os conheciam e, quando Judas o traiu precisou dar um sinal - um beijo - para que os soldados soubessem quem Ele era. Assim podemos perceber que em sua aparência não havia nada de espetacular, pois Ele era apenas um simples judeu de aspecto comum como qualquer outro. Assim sendo, Ele teve uma infância, uma adolescência, todo o seu período de juventude absolutamente normal, sofrendo as mesmas tentações que os demais e sempre conseguindo resistir a elas, pois nEle não havia pecado. Dessa forma, aprendemos que não precisamos ser dotados de capacidade ou aparência extraordinária para obtermos êxito em nossas ações e ao mesmo tempo agradar a Deus (1ª Jo 2:5,6).
    Como bem se sabe a respeito da história dos judeus, sempre houve entre eles um grande zelo pela família. Tal cuidado, tão bem ensinado e instituído pela Lei, era seguido à risca e devidamente fiscalizado pela sociedade e pelo responsável por cada casa; pois, além de seu valor moral, essas regras tinham o temível peso religioso. Então cuidar das viúvas, dos órfãos, proteger as mulheres e respeitar a autoridade masculina não era uma simples questão de educação, e sim uma ordem estabelecida por regras, entre as quais estavam também incluídas severas punições a quem não as obedecesse. A estrutura social hebraica estava enquadrada em bases que se classificam da seguinte forma: endógama (casamento entre parentes: descendentes da mesma tribo), patrilinear (a hierarquia de descendência é de pai para filho), patriarcal (o pai é o chefe da família), patriolocal (a mulher que se casa tem que ir para a casa do marido: ele tem toda a responsabilidade sobre ela), ampliada (os parentes fazem parte do mesmo grupo familiar) e polígena (não há controle de natalidade: as famílias são muito grandes). Sendo autênticos judeus, os familiares de Jesus não fugiam a esse contexto. Tanto que, mesmo sabendo que Ele era um ser de origem divina, não se acharam no direito de transgredir a Lei Mosaica e respeitaram todos os rituais divinos, começando por sua circuncisão[5] e a oficialização do seu nome ao oitavo dia de nascimento, incluindo o sacrifício das aves que deveria ser oferecido (Lc 2:21-24); no caso de famílias com melhores condições financeiras tinha que se oferecer, junto com uma dessas aves, um cordeiro (Lv 12:6-8[6]); então o fato de José e Maria terem oferecido apenas as duas aves derruba totalmente a teoria dos pregadores da tal “teologia da prosperidade” que diz que Jesus era de família rica. Nos dias atuais, independentemente de nossas condições financeiras, será que estamos cumprindo nossas devidas responsabilidades como pais no que se refere à educação espiritual dos nossos filhos (Lc 2:39)?
    Outra coisa que mexe com nossa imaginação, mas que também não está relatada nos Evangelhos é sobre a influência cultural de Jesus em sua infância e adolescência em relação a sociedade em que vivia. Lucas e os demais autores nos permite ter uma noção sobre isso em algumas de suas narrações sobre seu período ministerial. Por exemplo: Como um judeu comum, Ele tinha o costume de frequentar a sinagoga[7] de Nazaré[8], aonde vivia e foi criado, e se levantar para ler alguma parte das Escrituras Sagradas. Ao que parece, essa parte da liturgia se assemelha às “oportunidades para saudação” que temos hoje em nossas congregações, e ao que parece também Ele não era um pregador muito querido, pois não pregava “bênçãos” da forma como o povo gostava de ouvir (Lc 4:16-30); como qualquer homem normal, Ele também trabalhava e era conhecido como carpinteiro, a mesma profissão de José, sendo comum a tradição de os filhos seguirem o caminho dos pais em seu trabalho cotidiano (Mc 6:3); sua aparência também deixava transparecer sua origem, por isso os samaritanos não o quiseram receber com seus discípulos quando viajavam para Jerusalém (Lc 9:51-53); seu sotaque era o mesmo da população daquele lugar, pois quando Pedro o negou, foi logo reconhecido por seu modo de falar, o qual permitiu que as pessoas o identificassem como um seguidor de Jesus (Mc 14:70). Porém, apesar de sua perfeita adaptação à sociedade que fazia parte, Ele não se deixava levar por suas influências negativas (Jo 17:14-16). Embora esses exemplos que vimos tenham ocorrido em seus últimos três anos na terra, cremos que sua conduta foi a mesma durante a infância e adolescência devido a educação que recebera e o respeito que tinha por seus pais (Lc 2:41).
    A busca pelo desenvolvimento intelectual sempre fez parte da vida de Jesus, pois Ele se interessava pelo aprendizado e era um excelente ensinador. O maior exemplo disso é o fato de que Ele, com apenas doze anos de idade, nem fez questão de acompanhar seus pais na volta do templo para casa e ficou entre os doutores ouvindo seus ensinamentos, interrogando sobre seus conceitos a respeito da Lei e também dando respostas, impressionando a todos com seu incrível conhecimento das Escrituras e domínio de oratória. Certamente, o mais incrível para eles, mais do que sua pouca idade, era a sua capacidade intelectual. Podemos notar a excepcionalidade desse caso pelo fato de num lugar aonde, por tradição, predominava o respeito pela sabedoria dos anciãos, os grandes mestres terem parado para ouvir uma criança (Lc 2:41-52). A partir daí, podemos imaginar o quanto Ele deve ter impressionado seu professores e colegas ao longo da vida. Qual é a imagem que estamos passando como cristãos em lugares aonde devemos, de alguma forma, expressar conhecimento e sabedoria (1ª Co 2:15,16)?
    Como bem sabemos, Jesus teve todas as características humanas, nas quais estavam também incluídas suas reações emocionais. No entanto, Ele jamais reagiu como um homem comum e até em situações de conflito - pois Ele sempre foi muito desafiado, principalmente pelos senhores do templo - não perdia o controle sobre a situação e respondia calmamente e de acordo com a Palavra de Deus; até no próprio Diabo Ele deu um show de “Bíblia” sem precisar confrontar para vence-lo. A única vez em que Ele aparentou ter excedido em sua reação, foi nos episódios da purificação do templo (Jo 2:14-16; Mt 21:12,13; Mc 11:15-17; Lc 19:45,46), mas há uma explicação coerente para isso: em nenhum dos relatos, tanto de Lucas quanto dos demais narradores dos Evangelhos, existe a afirmação de que Ele tenha espancado os tais vendedores; Ele somente fez uso de expressões mais ásperas do que costumava usar se colocando numa postura de autoridade em ocasiões em que não adiantaria chegar cordialmente pedindo “por favor” para que parassem de comercializar num local sagrado. Além do mais, essas duas ocorrências são únicas: o desrespeito à Casa de Deus realmente o tirava do sério. Seu comportamento sempre expressou calma e autocontrole, e isso, certamente, lhe foi ensinado por seus pais, os quais eram da mesma forma, pois José demonstrou extraordinária compreensão e passividade quando um anjo lhe disse que sua noiva estava grávida de um filho que não seria dele, e Maria reagiu com obediência e tranquilidade ao saber que fora escolhida para se submeter a esse ato. Assim sendo, seu Filho foi educado num ambiente de paz e muita calma; educação essa que consistia também no incentivo na busca espiritual. É óbvio que Jesus não tinha comunhão com Deus apenas por influência de seus pais, pois Ele tinha consciência de sua natureza divina; no entanto, a educação religiosa que lhe foi dada nos serve de exemplo dos cuidados que devemos ter em ensinar nossos filhos, para que estes tenha êxito em suas atividades e longa vida na terra (Ef 6:1-4).
    Por duas vezes em seu livro, referindo-se a Jesus, Lucas usa expressão “graça” quando fala do seu crescimento. Em seu sentido original, essa palavra vem do grego charis e significa “favor”, “benevolência”; teologicamente, considera-se como um ato de bondade de Deus para com o ser humano. No contexto popular, “cair na graça” ou “ter graça” significa ter carisma para conquistar ou convencer as pessoas. Uma pessoa cheia da graça é bem vista e obtém êxito em suas ações. Espiritualmente falando, ser cheio da graça é ser portador dos requisitos bíblicos exigidos para ser considerado um verdadeiro cristão: amor, obediência, compreensão, bondade, mansidão, etc. E com Jesus não foi diferente: tanto no sentido espiritual quanto no moral, a graça estava com Ele desde criança. Mesmo sua vida não tendo sido fácil devido às condições em que vivia, não temos como imaginá-lo, mesmo em sua infância ou adolescência, murmurando ou maldizendo em qualquer situação de adversidade que enfrentasse. Ter graça não é ter tudo, mas saber viver bem com tudo o que tem. Sendo seus imitadores, será que estamos demonstrando ter a sua graça sobre a nossa vida (2ª Co 13:13)?
    Jesus, sendo Deus, tem plena capacitação espiritual; no entanto, como homem, as Escrituras revelam que seu ministério terreno cresceu gradativamente. Em Lucas 2:40,52, ao falar a respeito da graça de Deus sobre Jesus, o escritor usa a expressão “crescia”, o que significa que houve um desenvolvimento, pois, por questão de lógica, algo que cresceu passou por uma alteração de tamanho, ou seja: terminou num estado maior do que estava antes. Aí entra aquela velha questão dos cristãos fanáticos: “Mas Jesus é Deus, Ele não precisou aprender nada, pois já nasceu sabendo de tudo!”. A esses só temos que orientar que, mesmo não tendo perdido sua divindade, estando num corpo humano, Ele também tinha limitações como nós temos. Tais limitações apenas não interferiram em sua santidade, pois nEle não houve pecado (Hb 4:14,15; 1ª Pe 3:21,22; 1ª Jo 3:5), porém, sua vida espiritual dependia de perseverança na busca diária, e a maior prova disso está no fato de que Ele precisava sim orar, e orava muito (Lc 6:12; 22:39-46). Outro grande exemplo de crescimento espiritual está em seu batismo, pois foi nesse momento em que o Espírito Santo desceu sobre Ele. Pode sim esse acontecimento ter sido apenas simbólico, pois Ele não tinha pecado, mas nossos pecados estavam sobre Ele; porém, representa também o revestimento necessário para o crente fazer a sua Obra, pois, coincidência ou não, é a partir daí que seu ministério terreno começa oficialmente (Lc 3:21,22; 4:1). Isso nos ensina que precisamos saber esperar o tempo de exercer plenamente os dons que nos foram concedidos, pois experiência e maturidade se consegue com o tempo, e essas são virtudes essenciais para servirmos e adorarmos a Deus racionalmente (Rm 12:1; 1ª Co 14:40). Quando criança Jesus disse que lhe convinha tratar dos negócios de seu Pai e, de fato, por toda sua juventude cuidou em cumprir sua missão; mas, apesar disso, seu ministério começou de fato a partir de seus 30 anos de idade. Apesar de estarmos sempre envolvidos com algo na prestação de serviços ao Rei, devemos entender que nossos dons estão sempre em fase de aperfeiçoamento, por isso devemos estar sempre aptos a aprender (Ef 4:11-15; 2ª Tm 3:14-17).
    Jesus, mesmo sendo Deus, aplicou sua vida na busca do desenvolvimento de todas as formas. Historicamente, sabemos que Ele viveu sua infância numa época nada fácil em que as condições sociais eram precárias e o domínio religioso era totalmente contrário aos ensinamentos da Lei Sagrada. Alguma diferença dos dias atuais? No entanto, nada disso serviu como desculpa para que Ele se corrompesse ou desistisse de sua missão. As influências que estavam a sua volta - dinheiro fácil, garotas, diversões profanas e religiões mais agradáveis - não o conquistaram, e a incredulidade rebelde do povo com os seus inúmeros pecados não lhe fizeram dar lugar à sua ira executando condenação contra a humanidade, muito pelo contrário, fizeram aumentar seu amor por compreender que os pecadores necessitam de ajuda. A juventude atual, com poucas exceções, não tem conseguido seguir seus passos e precisa, com urgência, se lembrar que está comprometida com a “cruz” - o julgamento divino -, e que não há como escapar dela. Jesus, conforme relata o que vimos no Evangelho escrito por Lucas, foi vencedor do nascimento até a morte, provando-nos que mesmo com as limitações humanas é sim possível resistir a todas as tentações a nossa volta. Mas para alcançarmos tal objetivo precisamos obedecer a sua Palavra, a qual nos orienta a andarmos como Ele andou e isso inclui o crescimento espiritual e intelectual (2ª Pe 3:17,18).



[1]Azorrague: Açoite de várias correias trançadas, atadas a um pau, ou de uma correia só.
[2]Cordel: Corda fina; barbante, cordão, guita.
[3]Cambiador: Cambista (aquele que trabalha em câmbio, papéis de crédito e troca de moedas). Pessoas que trocavam moedas estrangeiras pelas usadas em Israel (Mt 21:12).
[4]Fel: Líquido amargo produzido pelo fígado (Sl 69:21; Mt 27:34).
[5]Circuncisão: Cerimônia religiosa em que é cortada a pele, chamada prepúcio, que cobre a ponta do órgão sexual masculino. Os meninos israelitas eram circuncidados no oitavo dia após o seu nascimento. A circuncisão era sinal da Aliança que Deus fez com o povo de Israel (Gn 17:9-14). No Novo Testamento, o termo às vezes é usado para designar os israelitas (Gl 2:8; Cl 4:11). Outras vezes significa a circuncisão espiritual, que resulta numa nova natureza, a qual é livre do poder das paixões carnais e obediente a Deus (Jr 4:4; Rm 2:29; Cl 2:11; Fp 3:3).
[6]Assaz: Bastantemente, quanto é preciso, suficientemente. Muito.
[7]Sinagoga: Casa de oração dos judeus, que começou a existir provavelmente durante o cativeiro. As sinagogas se espalharam pelo mundo bíblico. Nelas, adultos e crianças adoravam a Deus, oravam e estudavam as Escrituras (Lc 4:16-30). A doutrina cristã se espalhou entre os judeus por meio das sinagogas (At 13:13-15), cuja organização e forma de culto foram adotadas pelas igrejas cristãs.
[8]Nazaré: Cidade localizada no sul da Galiléia. Ali Jesus cresceu e ali vivia a sua família (Lc 1:26-27; 2:4,51; 4:16).

Resumo baseado na revista Lições Bíblicas Adultos da CPAD - 2º Trimestre de 2015 (Jesus, o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o médico amado) | Lição 3 | AD Belém - Congr. Elias Fausto/SP - Jonas M. Olímpio