domingo, 28 de setembro de 2014

E Ver Pornografia... Tem Algum Problema?

Além da desvalorização moral e
da indução ao sexo inseguro, os
adeptos da pornografia estão
também a mercê das
consequências do pecado da
infidelidade a Deus, o qual é
puro e repudia qualquer estímulo
à práticas sexuais ilícitas.
    É bom ver algumas coisas interessantes de vez em quando, né? Mas primeiro é melhor saber o que o Papai do Céu pensa disso. E antes que você questione, já vou dizendo que sim: esse é sim mais um estudo bíblico que vai dizer que é pecado se masturbar[1]; mas fique tranquilo, se você é apenas um adolescente ou um jovem solteiro, seria desumano demais da parte de uma pessoa casada te condenar e dizer que você merece queimar no inferno por causa disso... mas também não vou garantir que não queime. Brincadeiras à parte, a intenção não é condenar ou absolver, mas apenas orientar com o objetivo de ajudar rapazes e moças que valorizem sua vida espiritual e que façam questão de honrar seu compromisso com Deus, portando-se de forma pela qual possam sentir-se cada vez mais próximos a Ele. Antes de entrar no assunto, precisamos saber que pornografia[2] se refere não apenas a material visual que exponha imagens de sexo explícito, mas a qualquer meio, incluindo também textos, áudio ou gestos de sensualidade que insinuem a prática de um ato libidinoso[3]. Sendo assim, cuidado com tudo a sua volta (Hb 12:15,16[4] [5] [6])!
    É importante também que os próprios jovens solteiros não se culpem pelo desejo ou pela curiosidade sexual, pois é nessa faixa etária, entre 12 e 13 anos - podendo haver variação para mais ou para menos - , que os seus membros estão em início de desenvolvimento e a dificuldade de controle sobre a excitação[7] é inevitável. Esse processo se chama puberdade[8]; é nesse período em que ocorrem as mais notáveis e significativas transformações no corpo humano. A partir daí, além de mais maturidade[9], a pessoa ganha também a capacidade de gerar filhos. Para os meninos, a mudança mais comum é a primeira ejaculação[10] e, para as meninas, a menstruação[11]; para ambos, a ativação dos hormônios[12] sexuais é de grande impacto, pois altera não apenas o lado físico, mas também o emocional. E, no que se refere à emoção, isso provoca não apenas paixões, mas também desejos, os quais dependem muito de uma mente sadia para que a pessoa consiga se controlar e conciliar a vontade e a curiosidade com a moral e a espiritualidade. Geralmente, é nessa fase que os meninos passam a se preocupar em adquirir uma boa forma física e uma melhor aparência para atrair as garotas e, por sua vez, as meninas passam a se preocupar com o tamanho dos membros sedutores do seu corpo e a se expor sensualmente. Nessa “campanha” de sedução e conquista do sexo oposto, independentemente do resultado obtido, o que ocorre normalmente é a procura da satisfação daqueles “arrepios no corpo”, normalmente, com uma revista na mão durante longos banhos; como também na cama, o que explica o fato de as vezes acordarem molhados; e ainda, quando estão sozinhos em frente à TV ou ao computador. Nessa fase, a sensação é de que todas as palavras do seu dicionário têm apenas quatro letras: S-E-X-O. Resumindo: trata-se de uma granada ambulante: se “soltar o pino” o estrago pode ser grande, muito grande mesmo. Teriam eles culpa por carregar toda essa “pólvora” no corpo? Biblicamente sabemos que o ser humano foi criado com isso, e é por isso que ele procria e dá continuidade à existência da espécie (Gn 1:27,28a; 2:18[13]; 9:1,7[14]); assim, podemos concluir que quanto à tentação a resposta é “não”. Porém, se ele detonar essa “bomba”, ou seja: se entregar à tentação, então a resposta passa a ser “sim” (Gl 5:16[15]; Rm 8:1).
    Atualmente, a mídia transformou a sociedade de um modo geral num imenso mundo de Sodoma[16] e Gomorra[17], aonde ser imoral é sinônimo de esperteza e exercício de direito de liberdade, e ser decente significa ser careta e preconceituoso.  A prova disso está nas letras de determinadas “músicas” de conteúdo totalmente depravado[18] e na maioria dos programas de televisão, revistas e shows públicos, cujos assuntos principais sempre giram em torno da prática sexual fora do casamento e, principalmente, a internet que permite livre acesso - e também interação[19] - a tudo isso sem nenhuma censura. Como um jovem cristão pode manter sua integridade moral e espiritual num mundo em que quase tudo a sua volta estimula a sua mente a pensar e o seu corpo a desejar o sexo? Antes de responder a essa pergunta é necessário responder a algumas outras de alguns que foram vítimas da maligna lavagem cerebral que os leva a confrontar os princípios bíblicos com as seguintes indagações:
    Com a pornografia, estou apenas vendo e não praticando sexo, por que é pecado? Mesmo não sendo criminoso, se você presenciar voluntariamente um crime já é considerado como cúmplice; com isso quero dizer que ninguém vê pornografia sem a vontade de praticar aquilo que ela mostra. Aí o que conta não é a ação, mas sim a intenção. Se a Bíblia nos orienta a dispensarmos nossa atenção à coisas que nos edifiquem e que não desviem nosso foco da espiritualidade (1ª Co 7:34,35), isso significa que ainda que não estejamos fazendo, não há razão para alimentarmos nossa mente e “torturarmos” nosso corpo com algo que não devemos fazer; porque se é inevitável não sentir desejo só por pensar, quanto mais por ver.
    Qual é o problema em ver as partes íntimas do sexo oposto, sendo que, de alguma forma, nenhum membro do corpo é desconhecido, e então não estou vendo nada que eu já não conheça? A menos que você seja estudante ou profissional de alguma ciência relacionada ao corpo humano, não há como justificar a “necessidade” de ver partes íntimas do corpo alheio ou cenas de atos sexuais. Que motivo levaria à curiosidade pela pornografia ou pelo erotismo[20] a não ser a cobiça pela prática sexual? Várias podem ser as desculpas daqueles que não querem se prestar ao sacrifício da resistência à tentação, mas, nenhuma delas escapa da confrontação bíblica, a qual expõe o pecado - ainda que em pensamento - como uma afronta a Deus (Mt 5:28). De que forma pode alguém que usufrui conscientemente de um produto profano justificar-se diante da santidade divina (Rm 9:20)? Somos nós tão fortes que podemos contrariar nossa natureza carnal a ponto de presenciar aquilo que mais nos seduz sem sentir desejo por isso? Embora, de fato, qualquer pessoa, por mais inocente ou ingênua que seja, tenha realmente de alguma maneira já visto e conhecido partes íntimas do corpo do sexo oposto e isso faça parecer que nada há demais em admirar ou observá-las sem uma real necessidade, a grande verdade é que seu acesso à visualização de sexo ou mesmo simplesmente da sensualidade provoca reações na mente e no corpo que o leve a querer satisfazer-se. O erotismo é algo tão sério que desde o início Deus já condenava a prática ou a admiração da nudez, considerando isso como algo vergonhoso (Gn 3:7,11,21). Em vez de arrumar desculpas, nossa obrigação como servos do Senhor é procurar meios de manter nossa fidelidade à Ele (Sl 86:11; 139:23,24).
    E quando a pornografia ou a sensualidade aparece na minha frente repentinamente, mesmo assim tenho culpa? O “culto” ao sexo tem se tornado cada vez mais comum na sociedade contemporânea tornando quase impossível para as pessoas decentes o desvio de seu olhar em direção às imagens de seus “deuses” depravados. Afinal, vivemos num mundo em que a exposição da sensualidade está cada vez mais escancarada e é difícil sair na rua, ligar a TV, acessar a internet, abrir uma revista ou até estar na própria igreja sem ver ou ouvir algo que lembre ou incentive a prática sexual. A sutileza maligna tem enganado a muitos (Pr 17:15; Is 5:20-22) tentando até mesmo constranger pessoas moralmente sérias a se envergonharem de seu comportamento como se elas é que estivessem erradas por não exporem seu corpo, nem falarem palavrão, não fazerem piadas maliciosas e nem praticarem ou defenderem a fornicação ou o adultério. Porém, a questão é a seguinte: realmente não somos culpados por presenciar algo que surge repentinamente a nossa frente, mas, a partir do momento em que persistimos em olhar ou olhamos novamente, ou, ainda pior, deixamos que a imagem domine nossa mente estimulando nossos desejos, acabamos por nos tornar culpados porque aí já se trata de uma ação consciente e não involuntária (Tg 4:17; 1:14,15). Não temos culpa se, de repente, um amigo abre uma revista pornô, se clicamos em um link e aparece uma mulher nua ou se passa uma bela garota quase sem roupa na nossa frente, mas temos culpa se “sem querer” continuarmos olhando a revista do amigo, se não fecharmos o site indecente que abrimos sem perceber e também se quase quebrarmos o pescoço olhando para traz depois que a garotinha sedutora já passou. Não use a casualidade como desculpa para o pecado; evite-a! Pois Deus conhece cada um de seus passos e sabe a intenção do seu coração em cada um de seus olhares (Sl 139:1-4).
    E se eu me masturbar imaginando aquela pessoa como minha futura esposa(o), ainda assim é errado? E lá vem ele de novo: o danado do “diabinho esperto” soprando no seu ouvido uma boa solução para você fazer o que sabe que é errado sem a sensação de culpa. Tudo bem, até concordo que a intenção é boa, pois aliviaria a ansiedade e, em sua mente, você estaria apenas “imaginando de uma forma mais intensa” como seriam seus momentos íntimos depois de casado com o grande amor de sua vida. Porém, unir o útil ao agradável nem sempre é uma atitude correta, principalmente para aqueles que querem manter-se firmes em sua comunhão com Deus, e isso por três razões bem básicas: primeira: o solteiro deve aproveitar sua liberdade para dar uma atenção especial às coisas espirituais (1ª Co 7:32); segundo: a mente humana é muito vulnerável (Sl 94:11; Rm 7:18-20). Quem pode garantir que seus pensamentos estarão realmente voltados apenas à pureza do sexo pós-matrimonial? E terceiro: o que é pecado sempre vai ser pecado independentemente das circunstâncias em que seja praticado (At 17:30). Nesse caso, como em todos os outros, o que resta é pensar no seu futuro cônjuge como alguém por quem você precisa orar desde já para ter um casamento abençoado, e assim, em vez de ocupar a mente apenas imaginando suas habilidades na cama, gastar o tempo planejando seu futuro com essa pessoa.
    Como vimos, se queremos ser autênticos cristãos, precisamos manter distância de tudo o que possa nos distanciar de Deus, e, inevitavelmente, a pornografia também faz parte dessa extensa lista. De fato, materiais pornográficos estão espalhados por toda parte e são apresentados de todas as formas, inclusive de maneira bem sutil, fazendo com que pareça algo normal sendo parte da cultura ou simples objetos do cotidiano. É assim que o inimigo trabalha para confundir, atrair e aprisionar suas vítimas. No entanto, sabemos também que nenhum poder ele tem se não lhe dermos autoridade para agir em nossa vida. E de que maneira podemos evitar isso? Basta não nos expormos a situações que nos levem a usufruir de todo esse material profano a que temos acesso. Isso inclui o controle ou, em casos extremos, até a eliminação de amizades ou objetos inconvenientes, e autocontrole sobre o que vemos e ouvimos. Indiscutivelmente, é bem verdade que servimos a um Deus bondoso e perdoador (1ª Jo 2:1), mas isso não significa que tenhamos o direito de pecar voluntariamente (Jo 8:10,11). Então, mesmo sabendo da compreensão e da misericórdia divina, o melhor mesmo é não se arriscar fazendo uso da Graça como um escudo para o pecado, e encarar a resistência a ele como um sacrifício em oferta ao Senhor como reconhecimento de seu merecimento da nossa fidelidade. Não se escandalize com o que eu vou dizer, mas você já entregou seus membros sexuais diante do altar hoje (Cl 3:5-7)? Esse é um sacrifício diário que você faz cada vez que diz “não” às seduções ilícitas que surgem diante dos seus olhos que tentam dominar seu pensamento (Sl 101:3; Mt 5:29,30).




[1]Masturbar: Praticar o ato da masturbação. Provocar com a mão ou com objetos adequados o gozo venéreo em si mesmo ou em outra pessoa. Estimular o desejo sexual no corpo podendo chegar ao orgasmo ou não.
[2]Pornografia: Arte ou literatura obscena. Tratado acerca da prostituição. Coleção de pinturas ou gravuras obscenas. Caráter obsceno de uma publicação. Devassidão.
[3]Libidinoso: Voluptuoso, lascivo. Que sente vivos desejos sensuais; lúbrico, concupiscente.
[4]Profano: Que não é sagrado ou devotado a fins sagrados. Não consagrado. Estranho à religião; que não trata de religião: História profana; literatura profana. Estranho ou contrário à religião cristã. Contrário ao respeito devido à religião.
[5]Esaú: Significa “Peludo”. Irmão gêmeo de Jacó (Gn 25:25). Vendeu o direito de primogenitura ao seu irmão por um cozido de lentilhas (Gn 25:30-34). Perseguiu Jacó para matá-lo, porém mais tarde fez as pazes com ele (Gn 32:3-33:17). Foi patriarca dos edomitas.
[6]Primogenitura: Direito pelo qual o primogênito recebia porção dobrada da herança (Dt 21:15-17; Gn 25:31-34). Primogenitura, segundo a Bíblia, é o fato de que  a primeira cria de um animal, como os primeiros frutos das árvores deviam ser oferecidos ao Senhor no santuário, em agradecimento pelo dom da vida. A mesma lei se aplicava ao primeiro filho do casal: ele era considerado propriedade do Senhor (Êx 13,2; 22,29). Mas como sacrifícios humanos eram proibidos, os pais, depois de oferecer o menino no templo, o resgatavam mediante uma oferta material. Esse costume devia lembrar aos israelitas a noite do êxodo, quando Deus fez morrer os primogênitos dos egípcios, ao passo que preservou os filhos dos israelitas (Êx 12,29). Ao filho primogênito cabiam os direitos de primogenitura, como dupla herança (Dt 21,17), supremacia entre os irmãos e chefia da família (Gn 27,29.40; 49,8). Jesus é o "primogênito de toda criatura" (Cl 1,15; Hb 1,6) em razão da supremacia que o Pai lhe concedeu entre os homens (Rm 8,29).
[7]Excitação: Ato de excitar (despertar, estimular). Termo geralmente usando em referência ao estímulo sexual.
[8]Puberdade: Idade em que as pessoas adquirem aptidão para procriar. É também a fase em que mais se despertam os desejos e as curiosidades sexuais.
[9]Maturidade: Madureza (fruto maduro). Idade madura; experiência, seriedade, responsabilidade.
[10]Ejaculação: Ato de ejacular; jato. Expulsão repentina e abundante de líquido. Abundância de palavras. Termo popularmente usado para se referir ao orgasmo masculino.
[11]Menstruação: Ato ou efeito de menstruar; mênstruo. Nome dado ao período de duração do fluxo menstrual. Trata-se da descamação das paredes internas do útero quando não há fecundação. Essa descamação faz parte do ciclo reprodutivo da mulher e acontece todo mês. O corpo feminino se prepara para a gravidez, e quando esta não ocorre, o endométrio (membrana interna do útero) se desprende. É caracterizada pela perda de sangue; devido a estímulos hormonais, a superfície do endométrio se rompe e é excretada pela vagina, sob a aparência de um fluido de sangue. Em geral, a primeira menstruação - chamada de menarca - ocorre aos dozes anos.
[12]Hormônio: Cada uma das várias substâncias segregadas por glândulas endócrinas (tireoide, ovários, testículos, hipófise, suprarrenais etc.) que, passando para os vasos sanguíneos, têm efeito específico sobre as atividades de outros órgãos. Essa palavra provem do grego ormao que significa evocar ou excitar.
[13]Adjutora: Ajudadora.
[14]Noé: Significa "Descanso". Filho de Lameque da descendência de Sete (Gn 5:28-32). Noé era um homem justo. Quando Deus decidiu destruir o mundo através de um dilúvio, ele escolheu Noé e sua família para escaparem da destruição. Durante o dilúvio, Noé e sua esposa, seus três filhos e suas esposas e muitos animais permaneceram dentro de uma arca que havia sido construída por Noé. Depois que as águas secaram, Noé e sua família saíram da arca e receberam de Deus a ordem e a bênção para povoarem de novo a terra. Noé viveu 950 anos (Gn caps. 6-9).
[15]Concupiscência: Forte e continuado desejo de fazer ou de ter o que Deus não quer que façamos ou tenhamos (Rm 7:8). Desejos carnais.
[16]Sodoma: Significa "Lugar de Cal". Uma das cinco cidades do vale de Sidim, destruída por causa de sua pecaminosidade (Gn 13:10; Gn cap. 14; 18:16-19; cap. 29; Jd 1:7).
[17]Gomorra: Significa "Submersão". Cidade que ficava na planície ao sul do mar Morto. Foi destruída por causa da maldade dos seus moradores (Gn 19:24-28).
[18]Depravado: Corrompido, corrupto, pervertido. Malvado, perverso. Estragado.
[19]Interação: Ato de interagir. Ação recíproca de dois ou mais corpos uns nos outros. Atualização da influência recíproca de organismos inter-relacionados. Ação recíproca entre o usuário e um equipamento. Ações e relações entre os membros de um grupo ou entre grupos de uma sociedade.
[20]Erotismo: Caráter ou tendência eróticos. Paixão sexual anormalmente insistente. Estímulo sexual sem apresentar o sexo em forma explícita, o que o diferencia de pornografia. Palavra originada do termo grego "erotikós", derivada de "Eros", o deus do amor na mitologia grega, sendo o mesmo "cupido" na mitologia romana.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Dar Uns “Amassos” Durante o Namoro, Pode?

Liberdade excessiva e
falta de temor a Deus é
o que leva muitos
jovens casais a
"amassar" sua vida
espiritual não
resistindo às tentações
sexuais.
    Só pra iniciar o nosso bate-papo, quero dizer que, na Bíblia, esses amassos têm o seguinte nome: fornicação[1]. E, por sua vez, fornicação nada mais é do que o pecado da luxúria (atração por prazeres sexuais); uma relação sexual ilícita; em outras palavras: é um ato de imoralidade que consiste em pecado por ferir os mandamentos divinos (Êx 20:14[2]). Essa é uma das tentações mais difíceis de se resistir por um simples motivo: o sexo proporciona muito prazer e quanto mais é praticado, mais provoca desejo. E, da mesma forma, até mesmo muitos adolescentes e jovens que ainda não o praticaram, mas somente pelo fato de já terem desenvolvido em seu corpo os membros criados para o ato sexual e a mente já repleta de informações a respeito do quanto isso é prazeroso, o torna tão desejável quanto aquele prato caríssimo que você nunca comeu, mas fica com a boca cheia d’água só por imaginar em saboreá-lo. Essa curiosidade seguida de uma intensa vontade leva a maioria a um processo quase inevitável: pornografia, masturbação, exploração do corpo do namorado(a) e, finalmente, a prática literal do sexo. Essa tem sido a maior das razões pela qual muitos, nessa faixa etária, têm se afastado do Evangelho; pois os que não conseguem resistir sentem-se sufocados pela doutrina bíblica e acabam por optar por uma vida de “liberdade” em que a única regra é “o que importa é ser feliz”: essa é a mensagem de Satanás, e ele prega isso muito bem (1ª Tm 4:1-3[3]).
    Quando se fala de fornicação, sempre surgem algumas velhas e polêmicas questões, vamos analisar algumas delas:
    “Mas e se o casal se ama?” - A confusão existente em torno desse sentimento é uma das armadilhas mais usadas pelo inimigo para conduzir o ser humano ao inferno. Pois é em nome disso que muitas pessoas desprezam quem realmente as ama, abandonam a família e perdem a sua integridade moral, entregando-se ao pecado para provar que amam ou para viverem a satisfação de um mero desejo carnal. Muitos jovens casais fazem uso desse argumento para justificar sua relação de intimidade proibida. Diante dessa situação, tenho outra pergunta a fazer: esse amor é verdadeiro? A Bíblia resume todos os mandamentos no amor, destacando que o principal é o amor a Deus (Mt 22:37,38). Agora, como alguém que diz que o ama pode ser capaz de traí-lo dessa forma, praticando um ato de impureza que Ele repudia terminantemente (Hb 13:4[4])? Quem ama a Deus deve respeitá-lo acima de tudo; assim, automaticamente, vai também respeitar aquela pessoa a quem diz que ama (Mt 22:39), não levando-a a pecar e a perder a sua moral. Um casal de namorados que realmente se ama também se respeita e se ajuda. Dessa forma, em vez de caírem mutuamente no pecado, edificam um ao outro orando, lendo a Palavra, adorando e fazendo a Obra do Senhor juntos (Sl 101:6). Essa é a maior prova de amor que se pode dar a alguém.
    “E se os dois têm o objetivo de se casar?” - Ter o objetivo de assumir uma responsabilidade futura não dá a ninguém o direito de se adiantar; por acaso você recebe o pagamento antes de trabalhar? Sexo é uma conjunção carnal[5], e conjunções carnais somente devem ser praticadas entre o esposo e a esposa; e um namorado e uma namorada ainda não são considerados como um esposo e uma esposa. Uma das melhores coisas da vida é o efeito do “elemento surpresa”: é aquele lance da expectativa, da ansiedade, do preparo e da sensação de felicidade ao receber o prêmio depois da missão cumprida. O sexo no casamento é basicamente isso; se for feito antes, a lua de mel já perde seu sentido, pois a principal “magia” do inicio de uma vida matrimonial é principalmente a descoberta da intimidade do cônjuge; se não tiver mais isso, se casar não representará nada mais do que simplesmente se unir oficialmente. E sabe o que é pior? Para os que são tementes ao Senhor, haverá o incômodo da sensação de culpa por saber que mentiu perante a família, a igreja e a sociedade fazendo algo que o desagradou (Sl 119:67,71), e ainda também o peso da lei da semeadura (Jó 4:8; Sl 7:15; Jr 4:18): isso explica porque muitos casais são infelizes, inclusive na área sexual.
    “Ninguém é de ferro, como resistir à fraqueza da carne?” - Tá certo. Vamos fazer tudo o que der vontade então, e depois é só explicar que ninguém é de ferro e tá tudo resolvido; qualquer coisa é só culpar o Diabo, pois ele vive provocando o nosso ponto fraco, não é mesmo? Esse tipo de argumento, as vezes, pode até funcionar perante o homem, mas não diante de Deus. Se a Bíblia nos ordena a resistir ao Diabo garantindo que, se assim fizermos, ele fugirá de nós (Tg 4:7), isso significa que ele só age quando nós permitimos (1ª Pe 5:8,9). Negando isso, simplesmente, negamos a Palavra de Deus. O mal do ser humano é tentar justificar suas fraquezas em vez de assumi-las e combatê-las (Pr 28:13,14). Sim, de fato, o sexo é uma das maiores - senão a maior - das tentações; porém, não há nada e nem ninguém que possa nos obrigar a fazer aquilo que realmente não queiramos ou pelo menos não tenhamos a intenção de fazer. A natureza carnal pode sim ser vencida começando pela simples atitude da determinação a não se entregar ao pecado. A partir daí, basta se propor a seguir uma mudança de hábitos, o que inclui aumentar o período em que você se envolve com coisas espirituais, como também atividades materiais saudáveis, e diminuir o tempo em que você passa a sós com a pessoa com quem está namorando. Dedicar-se mais a Deus e a outras atividades não é tarefa fácil, mas nem tudo o que é necessário é fácil e muitas coisas boas exigem sacrifícios para serem alcançadas; quanto à diminuição do tempo destinado ao namoro, não se trata de desprezar a namorada(o), mas apenas de se preservar, não se expondo tanto a situações de risco. Se essa pessoa realmente te ama, ela vai entender e saber que isso é para o bem de ambos (1ª Co 13:7). A carne realmente é fraca, mas ela pode ser mortificada (Cl 3:5-7).
    “E se não houver penetração, isso é considerado sexo?” - Aqui chegamos a um nível bem mais sério: os dois pombinhos se deram tanta liberdade que agora estão procurando alternativas para suavizar o tesão[6] e caçando “brechas na lei” para justificar sua falta de controle. Só que existe um pequeno probleminha: a lei de Deus não tem brechas e o pecado continua sendo pecado ainda que não seja consumado, pois a intenção basta (Êx 30:17[7]; Pr 6:25; Mt 5:27,28). Para ser bem claro, isso quer dizer que aquelas carícias mais calorosas em partes íntimas do corpo, que levam o rapaz a convencer a moça - ou vice-versa - a despir[8] em partes, ou totalmente, o seu corpo, chegando ao ponto crítico de haver contato entre seus membros sexuais, ainda que com o “respeito” de não concluírem o ato com a penetração, por ser uma ação fora dos limites aceitáveis para um casal que ainda não constituiu matrimônio, consiste sim em fornicação, adultério[9] e, consequentemente, pode ser considerado como o próprio sexo em si, pois se trata mesmo de um ato sexual. Vamos exemplificar: se você der um tiro em alguém e essa pessoa não chegar a morrer, não significa que não houve a intenção de matar, e nem adianta alegar na Justiça que é inocente porque “a bala não penetrou”, pois houve sim um crime e terá que pagar por isso. É claro que não podemos negar a misericórdia de Deus que, por sua onisciência, é o único que tem condições de julgar cada situação e que, certamente, honrará o “sacrifício” do casal que, perante tão grande tentação, por temor a Ele, não concluiu o ato; porém, devemos considerar também que o pecado começou quando ambos se expuseram ao perigo, ultrapassando os limites da sedução, sabendo que este é um comportamento totalmente inadequado aos princípios ensinados nas Escrituras Sagradas. Considerando esses dois pesos na balança - a misericórdia divina e a nossa responsabilidade cristã - podemos concluir que não vale a pena arriscar (Sl 119:80).
    Para evitar o pecado da fornicação, é preciso saber controlar as “portas do corpo” que servem de entrada para a tentação; essas portas são chamadas de “os cinco sentidos”: visão, audição, paladar, olfato e tato. Vamos fazer uma breve análise sobre cada um deles:
Visão: Por tendência natural, a atração por alguém começa pela visão: você olha para o corpo dela e passa a ver, além da beleza, algo mais interessante que te leva a fantasiar desejando muito mais do que beijos e abraços. Por essa razão, devemos ter cuidado ao que estamos focando o nosso olhar (Sl 101:3; 119:35-37).
Audição: Durante contatos mais calorosos, palavras suaves que mudam até a entonação da voz fazendo com que sussurros pareçam gemidos, inevitavelmente, aguçam os órgãos sexuais. A forma como deixamos nossos ouvidos nos conduzirem também faz diferença entre a resistência e a entrega à tentação. Nossos órgãos, inclusive os ouvidos, devem se manter puros e, por isso, devem estar guardados contra aquilo que desagrada a Deus (Is 33:15,16). E isso também inclui ouvir músicas de conteúdo indecente ou palavrões, que são coisas que também insinuam o prazer sexual.
Paladar: Em qualquer namoro moderno é natural a prática do beijo. Nesse contato da boca com a pele, pelo qual se sente o “sabor do corpo”, inevitavelmente, os órgãos sexuais são automaticamente ativados: a respiração fica ofegante, o calor aumenta provocando até suor, o coração acelera e o corpo arrepia. O maior exemplo é o beijo de língua: durante um beijo acalorado, a língua exerce uma função parecida com a do pênis e a boca passa a representar a vagina. O movimento intenso de ambos, no subconsciente, simula a prática do sexo podendo levar o casal, ou um dos dois - principalmente o homem - a um estado de êxtase bem próximo ao orgasmo[10]. Atos inocentes, como um simples beijo, costumam ser a fase inicial do ato sexual; por isso, é preciso saber “beijar com moderação” para manter a pureza nesse perigoso tipo de contato físico (1ª Co 6:17,18).
Olfato: Abraços apertados seguidos de carícia levam a pessoa a ser seduzida por um fator que muitas vezes passa desapercebido: o cheiro do corpo. Isso se dá mais ainda quando a pessoa usa, propositalmente ou não, perfumes, sabonetes ou até roupas lavadas com determinados produtos que possuem fragrâncias que provocam excitação. Há também a questão do hálito, o qual sendo agradável, também contribui para isso. É claro que não vou dizer que, para evitar a tentação por esse sentido, não se deva usar perfumes ou escovar os dentes, mas sim que haja um cuidado especial em não se usar nada que tenha odores provocantes ou que insinuem desejo por sexo. Nossas intenções podem ser manifestas em simples alterações de comportamento, o que também inclui o cheiro do próprio corpo. Tudo o que há em nós é sagrado e precisa ser preservado (1ª Co 6:19).
Tato: Dos cinco sentidos esse é o melhor - ou o pior -, pois nele está inserido o ato em si: é o contato direto, o que consiste em encostar, apalpar, apertar e pressionar, não só com as mãos, mas com qualquer outro membro do corpo, inclusive aqueles lá que podem se contrair ou aumentar o tamanho dependendo da intensidade da emoção. Em namoros muito liberais, o contato físico é constante e o seu resultado, geralmente, é catastrófico, não há como dizer que vai resistir à tentação se já tá “metendo a mão em tudo”. Essa liberdade, na verdade, é apenas o reflexo da desvalorização de se próprio; não excluindo a responsabilidade dos homens, mas são as mulheres que, nesses casos, têm mais condições de controlar a situação e impedir que seja avançado o sinal vermelho, pois a multa para esse tipo de infração é muito alta: a consequência do pecado não compensa os prazeres momentâneos da carne (1ª Pe 1:24,25; 1ª Jo 2:17).
    Um namoro não pode ser considerado espiritualmente saudável se a conduta do casal não condizer com os padrões bíblicos. De fato, sexo é bom e o desejo por ele é quase incontrolável; mas, ao invés de usar a fraqueza humana como desculpa para adiantar esse sublime e respeitável momento, o melhor é, mediante a certeza da existência do amor entre ambos, adiantar o casamento (1ª Co 7:2,9), pois namoros muito longos são desgastantes e muito perigosos. Há muitas coisas que um jovem casal pode fazer junto para ocupar o tempo em que poderiam estar “se amassando” como, por exemplo: aumentar o diálogo para se conhecerem melhor, passeios em lugares públicos, períodos de oração e leitura da Palavra e ajudarem-se mutuamente em trabalhos escolares ou profissionais; isso não somente diminui o risco do excessivo contato físico, quanto também estreita o laço do relacionamento, tornando-os mais amigos e zeladores um do outro. Para contribuir com esse afastamento carnal, o recomendável também é que tenham mais comunicação por telefone ou pela internet do que pessoalmente e que em suas conversas , sempre que possível, ao perceber uma aproximação mais “animada” do parceiro, procure abordar assuntos espirituais para dar uma esfriada nesse ânimo que não vem do alto e fortalecer o relacionamento diante de Deus. Quer ter um casamento abençoado? Então que o seu namoro seja marcado pelos amassos dos joelhos no chão e também pelo costume de “amassar” as folhas da Bíblia de tanto folheá-la. Se Jesus for convidado para cada um de seus encontros, certamente Ele sempre estará ali no meio (Mt 18:20).



[1]Fornicação: Relação sexual ilícita (At 15:29).
[2]Adulterar: Cometer adultério (quebra da fidelidade conjugal). Cometer adulteração, contrafação, falsificação, heresia, apostasia).
[3]Cauterizado: Que sofreu aplicação de cautério (ferro quente, cáustico ou outro agente que queima e converte em escara (ferida de queimadura), ou destrói os tecidos a que é aplicado). Morto ou destruído por ação de ferro em brasa. Simboliza uma mente destruída (1º Tm 4:2).
[4]Venerado: Honrado, reverenciado, respeitado.
[5]Conjunção carnal: Coito vagínico, a introdução do pênis na vagina da mulher. Introdução do órgão genital masculino no interior da cavidade vaginal, ou seja, no órgão genital feminino.
[6]Tesão: Excitação sexual. Vontade de fazer sexo.
[7]Cobiçar: Prática da cobiça: forte desejo de conseguir algo, ainda que por meio ilícito.
[8]Despir: Tirar a roupa toda ou em parte.
[9]Adultério: Quebra da fidelidade conjugal. Adulteração, contrafação, falsificação. Heresia, apostasia.
[10]Orgasmo: O auge da satisfação sexual. O momento mais forte da sensação de prazer. Momento final do ato sexual que culmina em uma explosão de prazer físico que relaxa e sacia o desejo. Geralmente o orgasmo masculino é acompanhado da ejaculação. No caso das mulheres o orgasmo é mais raro e não possui ejaculação. Informalmente chamado de “gozo”.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

É Errado "Ficar" Para Conhecer a Pessoa Certa?

O envolvimento em relacionamentos
sem compromisso pode ser
prazeroso no momento, mas suas
consequências deixam marcas que
ferem além da vida espiritual,
podendo provocar danos morais,
prejuízos materiais, transtornos
mentais e marcas no coração que
acompanhem o indivíduo pelo
restante da sua vida.
    Ficar[1], pegar, catar, agarrar, dar uns amassos, uns ralas, umas bicadas... não importa o nome, a questão é: Pode ou não pode? A Bíblia fala disso? Tem outro jeito de conhecer alguém antes de assumir um namoro sério? Se não fizer isso, como vou explicar para os meus amigos que sou o único caretão no meio da galera que não pega ninguém? Respondendo a uma pergunta de cada vez, quero começar dizendo que sim. Pode sim. Aliás, você pode tudo... mas não deve (1ª Co 6:12; 10:23)! Só que na Bíblia não tá escrito que é pecado fazer isso, né? Realmente, e, da mesma forma, lá também não está escrito que é pecado pular num poço, rasgar dinheiro, sentar num formigueiro, enfiar a mão numa colmeia, mas nem por isso você faz essas coisas, né? Então parece que estamos tendo um probleminha de ação por conveniência aqui. Além do mais, qualquer cristão de bom senso sabe que a interpretação bíblica nem sempre é literal e ela abrange todos os assuntos se analisada dentro do contexto[2] do tema em questão, o que no nosso caso se trata de moral, obediência, pureza e bons costumes; agora, então podemos entender que ela fala disso sim, e fala muito (Ef 5:5,6[3])! Quanto ao fato se há outra maneira de conhecer alguém, somente reflita: seus pais, seus avós ou outros casais, principalmente cristãos, sérios que tiveram uma rígida educação e que posteriormente desfrutaram de um casamento bem estruturado, será que precisaram ficar para se conhecer? O que a Palavra nos diz sobre a melhor maneira de se conhecer alguém (Jo 12:26)? Agora, em relação aos amigos que vão te achar careta, você ainda vai insistir em perder seu tempo tentando agradar alguém que tenta te afundar em vez de te ajudar (Ef 5:7-11)? É melhor conversarmos calmamente sobre isso!
    Poder ou não poder é uma coisa muito relativa, mas em se tratando de conduta cristã, embora a resposta pareça e seja óbvia, é preciso analisar, entender e saber o porquê daquilo que fundamenta sua fé: o motivo da sua crença; isso para ter o que responder diante de um ímpio que te questionar. Então vamos direto ao assunto e sejamos sinceros: esse negócio de ficar nada mais é do que uma desculpa esfarrapada e sem-vergonha usada por pessoas que não têm temor[4] a Deus para satisfazer seus desejos carnais, enganando a si mesmo sob o argumento de não estar fazendo mal a ninguém (Jó 15:31[5]). O que Deus tem para a nossa vida? Eles nos criou individualmente como seres especiais projetados para propósitos especiais; sendo portadores de tão grande privilégio, conhecendo o seu caráter, temos a obrigação de saber que por termos sido comprados por um alto preço (1ª Co 6:19,20), somos valiosos tesouros numa vitrine e não bijuterias baratas expostas numa banquinha de feira pirata aonde todos colocam as mãos, apalpam, experimentam e jogam ali de volta esnobando o seu valor e a sua qualidade, pois, mesmo quando “compram” ainda pechincham e saem achando que pagaram caro. Estou exagerando? Em que consiste o ato de ficar? Beijos na boca, fortes abraços, inevitáveis carícias em várias partes do corpo, normalmente tocando até em partes íntimas e, muitas vezes, chegando mesmo à prática sexual; e o que é pior: tudo isso sem compromisso nenhum! Depois é só dizer: “Tchau! Foi um prazer te conhecer! Qual é o seu nome mesmo? Talvez a gente se encontre por aí de novo!”. Diante disso, me responda sob o ponto de vista cristão: Será que nesse momento o Espírito Santo está ali no meio, feliz e enchendo seu coração na intenção de continuar te usando (Ef 4:30,31[6] [7] [8] [9])? Foi esse o exemplo que Jesus te deu (1ª Jo 2:6)? Deus está aprovando isso (Ef 4:1-3)?
    A Bíblia nos dá o exemplo de um jovem que poderia ter ficado com uma mulher que certamente era bonita, experiente, sensual, sedutora e que poderia lhe dar muito prazer; mas, quando as cantadas dela aumentaram chegando ao ponto de ela agarrá-lo, ele viu que não tinha jeito e que, a partir dali não ia dar pra resistir mais mesmo, então o rapazinho resolveu tomar uma atitude de homem: não pensou duas vezes e saiu correndo (Gn 39:7-12[10]). O restante de sua história não vem ao caso agora, mas o ponto mais importante é: mesmo que a princípio seu ato de fidelidade a Deus e ao seu patrão pareça não ter dado certo porque ela o acusou de tentativa de estupro e ele foi preso, a recompensa veio no final, pois ele foi grandemente honrado e pode entender que tudo foi um plano de Deus para levá-lo ao governo daquela terra. Tá, eu sei que provavelmente você não vai ser o governador do seu estado, mas, ainda assim, ser fiel a Deus e aos homens vale a pena, porque além da recompensa nessa terra, você terá algo muito maior a nível espiritual (Ap 2:10,11; 3:11,12a). O que eu aprendo com isso? Resistir sempre é possível e não há desculpa para pecar (1ª Co 10:13)!
    Então, o que fazer para conhecer alguém? A primeira coisa é se desalienar desse sistema cultural depravado que impera em nossa sociedade, tirando da mente a diabólica ideia de achar que para conhecer alguém é preciso explorar suas habilidades sexuais, ignorando que a vida de um casal não é só na cama. Por isso é fundamental explorar a pessoa em outras áreas importantíssimas da vida como, por exemplo: questionar seu envolvimento espiritual, sua convivência familiar, suas responsabilidades sociais, seu controle financeiro, enfim, tudo o que realmente interesse a quem possa merecer o título de candidato a um futuro conjugal. E isso é possível de uma forma muito simples: conversando! Isso mesmo! Nada que alguns bons bate-papos não resolva! E até mesmo o lado sexual pode ser conversado - eu disse “conversado” - para que o casal se entenda caso chegue mesmo ao matrimônio. É ainda importante ressaltar que essa conversa deve ser a sós, porém, em lugares públicos, descentes e iluminados, porque, ainda que nada estejam fazendo de errado, além da tentação terão que enfrentar a língua do povo (1ª Ts 5:22[11]; 1ª Co 10:32), e a reputação cristã vale muito (1ª Pe 2:11,12[12]). No demais, o que vale é a velha, simples e básica regra: oração e vigilância (Mt 26:41). Deus não deixará enganado aquele que estiver firme na sua presença (Sl 25:14; Mt 13:11).
    Uma das principais medidas a serem tomadas por quem quer resistir ao pecado e agradar a Deus é saber selecionar suas amizades. Porque, por mais que você pense que é “cabeça firme” e que não se deixa levar pelos outros, o poder da influência é inegável: sua força pode sim nos levar à corrupção (1ª Co 15:33; Sl 1:1[13]). Selecionar os amigos não significa virar as costas e viver isolado, mas sim não aceitar qualquer convite de rolês que possam te expor ao perigo e saber até que ponto se deve ouvir e participar de uma conversa. Se você tem postura e autoridade de cristão, eles te respeitarão; caso contrário, você ainda tem a opção de aprender a fazer uso da palavrinha “não”, pois ninguém consegue te forçar àquilo que você realmente não quer fazer. Um dos principais perigos de se expor em grupos de amigos - inclusive grupos de amigos cristãos que não honram o Evangelho - é o fato de que sempre surge aquele lance de apresentar umas meninas, ou meninos, e, após essas apresentações, as vezes cria-se um clima de constrangimento e ninguém quer parecer bobo e sobrar sozinho, né? Então é melhor fugir da tentação do que tentar encará-la sem saber se está pronto para resistir ou não; afinal, somos carne (Fp 3:12-14; Rm 7:18-22; 1ª Co 10:12).
    Muitas das curtições dessa vida parecem boas - e, por um momento, até são - mas são passageiras e levam à destruição porque vão contra os princípios morais daquEle a quem devemos total fidelidade. A tal da cultura da ficação não pode de maneira alguma fazer parte da vida de quem tem compromisso com Deus. Ficantes, muitas vezes, têm um parceiro fixo e outros rotativos, e isso carrega o perigo da aquisição de doenças, gravidez ou envolvimento em confusões por brigas motivadas por ciúmes, além da perda da própria moral. Um abismo chama o outro abismo: o afastamento de Deus nos aproxima do inimigo e nos torna escravos da sua vontade, o que faz que um problema provoque muitos outros. Inúmeras são as histórias de meninos que se envolveram com meninas estranhas e acabaram vítimas de extorsões, roubos, incentivados ao uso de drogas e à prática de crimes ainda mais graves; e também muitas meninas que se envolveram com rapazes desconhecidos e se afastaram da família, passaram a ser perseguidas e foram vítimas de estupros e algumas até mortas. Quer conhecer mesmo alguém? Observe sua conduta e pergunte a Deus sobre ela. Não tenha dúvidas, ao primeiro sinal de uma proposta indecente, é o Espírito Santo permitindo isso como sinal para que você pule fora antes do barco afundar. Esqueça qualquer relacionamento com alguém que te afaste do caminho da verdade e, se é pra ficar, fique com Jesus (Lc 10:40-42[14] [15])!


[1]Ficar: Relação afetiva sem compromisso. Os envolvidos não precisam se conhecer e, na maioria das vezes, não visam um relacionamento futuro. Esse ato consiste de um simples beijo até a relação sexual. Normalmente, os ficantes se relacionam com mais de uma pessoa. Os mesmos costumam se utilizar disso como desculpa para conhecer alguém, alegando estar escolhendo um parceiro para um namoro formal.
[2]Contexto: Conteúdo do texto. Relação entre o texto e a situação em que ele ocorre dentro do texto. É o conjunto de circunstâncias em que se produz a mensagem que se deseja emitir- lugar e tempo, cultura do emissor e do receptor, etc. - e que permitem sua correta compreensão. 
[3]Fornicador: Aquele que fornica, que pratica fornicação (Pecado de luxúria (atração por prazeres sexuais)).
[4]Temor: Medo. Respeito. Reverência.
[5]Vaidade: Ilusão. Qualidade do que é vão, instável ou de pouca duração. Desejo imoderado e infundado de merecer a admiração dos outros. Vanglória, ostentação. Presunção malfundada de si, do próprio mérito; fatuidade, ostentação. Coisa vã, fútil, sem sentido. Futilidade. Jactância, presunção.
[6]Redenção: Libertação.
[7]Cólera: Ódio, raiva, ira. Desejo de vingança.
[8]Blasfêmia: Palavra ou ação ofensiva à divindade ou à religião. Contrassenso, heresia. Praga, maldição, imprecação.
[9]Malícia: Propensão para o mal. Natural disposição para fazer e proceder mal; maldade. Interpretação maliciosa. Astúcia, esperteza, empregadas com intenção de prejudicar alguém.
[10]José do Egito: Filho de Jacó e Raquel (Gn 30:22-24). Foi vendido ao Egito pelos irmãos, onde, após uma série de dificuldades, tornou-se ministro de Faraó, chegando a ser governador do Egito. Salvou os próprios irmãos e seu pai da fome, trazendo-os para Gósen, no Egito. Morreu com 110 anos, e seus ossos foram levados a Siquém (Js 24:32).
[11]Abster: Privar, controlar. Não deixar exercer um direito; impedir de fazer algo.
[12]Dia da Visitação: Esse termo é uma expressão figurada que significa “dia da justiça” ou “dia da vingança”. Registrado em várias passagens bíblicas, geralmente se refere a justiça contra os pecados de Israel ou a vingança contra seus inimigos e aponta para a volta de Cristo (Êx 32:34; Is 10:3; Jr 46:21; 50:27; Os 9:7; 1ª Pe 2:12).
[13]Escarnecedor: Quem escarnece ou zomba.
[14]Marta: Irmã de Lázaro e Maria (Jo 11:20,21; 12:2).
[15]Maria: Mãe de Jesus e esposa de José (Mt 1:18-25), da linhagem de Davi (Lc 1:27; Rm 1:3). Ela é "bendita entre as mulheres" (Lc 1:28,42,48). Após o anúncio do anjo (Lc 1:26-38), Maria engravidou pelo poder do Espírito Santo (Mt 1:18) e deu à luz a Jesus, em Belém (Lc 2:4-7). Ela guardou em seu coração os fatos extraordinários relacionados com o nascimento de Jesus (Lc 2:15,19,51). Ela esteve com Jesus no casamento em Caná (Jo 2.:1-12). Quando Jesus foi crucificado, ela estava presente, e então ele a confiou aos cuidados de João (Jo 19:25-27). Finalmente, ela é mencionada com os primeiros cristãos (At 1:14). A Bíblia cita a existência de outras 4 mulheres com esse nome: 1) Irmã de Marta e de Lázaro, de Betânia (Lc 10:38-42; Jo cap. 11; 12:1-8). 2) Madalena, talvez a mulher mencionada em Lucas 7:37-50, (Mc 16:9; Lc 8:2), foi testemunha da morte e do sepultamento de Jesus (Mt 27:56,61) e o viu ressuscitado (Mt 28:1-9). 3) Esposa de Clopas (Jo 19:25) e mãe de Tiago e José. Ela testemunhou a crucificação e o sepultamento de Jesus (Mt 27:56,61) e o viu ressuscitado (Mt 28:1-9). 4) Mãe de João Marcos e irmã de Barnabé (Cl 4:10). Ela cedeu sua casa para as reuniões dos cristãos em Jerusalém (At 12:12).