quarta-feira, 24 de junho de 2015

Nota de Ressurreição

O túmulo de Cristo vazio vai
muito além do milagre de uma
ressurreição: ele significa uma
porta aberta para a eternidade
sem a necessidade de sacrifícios,
dependendo apenas da
obediência à Palavra de Deus.
Isso quer dizer que ensinar o
povo a sacrificar ou se apegar
a rituais da Antiga Lei, nada
mais é do que tentar invalidar
a Graça que Ele nos deu.
    É com muito prazer que venho comunicar aos senhores adeptos da antiga Lei[1] que um homem nazareno, chamado pelo nome de Jesus, de 33 anos de idade, tendo sido crucificado, veio a ressuscitar três dias após a execução da sua condenação à pena de morte (Lc 24:1-7[2]) pelos doutores da Lei e sacerdotes, os quais persuadiram o governo romano a isso sob uma série de falsas acusações (Mt 26:59-61; Lc 23:1-3). Suas cerimônias fúnebres foram canceladas devido ao fato de seu túmulo encontrar-se vazio, e quem quiser prestar-lhe as devidas homenagens deve procurar encontra-lo pessoalmente em um culto coletivo ou individual, com o coração arrependido e não levar condolências ou lamentos, mas alegria e disposição para festejar, além da ressurreição, a vida eterna que Ele prometeu a todos os que o amarem incondicionalmente até a sua volta, pois o Mesmo garantiu também que para onde Ele foi levará todos aqueles que honrarem fielmente a sua memória (Jo 14:2-4,15). Informo ainda que com esse “inesperado” acontecimento, Ele nos incluiu como herdeiros em seu Testamento fazendo-nos participantes de uma dispensação[3] chamada Graça[4] (Ef 1:7[5] [6]; 2:8), a qual torna desnecessários e inválidos os rituais e sacrifícios voltados ao perdão de pecados (Hb 10:8-10[7]) e às supostas conquistas financeiras. Em decorrência disso, não mais estamos sob a necessidade da mediação de sacerdotes ou profetas para nosso contato com o Pai Celestial, pois, para esse fim, Ele nos concedeu o Consolador, pelo qual temos acesso direto a Ele (Jo 14:16,17).
    O motivo desse “esclarecimento” é o fato de que muitos cristãos vivem como se Cristo não tivesse ressuscitado, ou pior: como se o seu sacrifício não tivesse valor algum. Estamos convivendo com organizações religiosas - não sei se devo chamar de igrejas -, cujos líderes se colocam como portadores especiais de dons divinos, comportando-se como profetas e sacerdotes do Antigo Pacto querendo ser encarados como mediadores entre o homem e Deus, limitando “bênçãos” à sacrifícios - sempre financeiros -, os quais devem ser entregues a eles, e assim agem sem expor a devida base bíblica que os autoriza a isso (2º Rs 5:14-16; Mt 10:8-11). O incentivo à busca por meio da oração e ao conhecimento da Palavra tem sido deixado de lado, pois, através dos mesmos, seus seguidores descobririam que o véu[8] foi rasgado e não mais apenas os “homens de Deus” podem entrar no santo dos santos[9], porque estamos vivendo sob a Graça e não mais a Lei (Rm 7:4). Sabe como a Bíblia classifica isso? Dominar o povo a seu bel prazer (Cl 2:8)!
    Tais líderes estão em pecado? Isso é a consciência de cada um que deve responder, pois é sim possível que muitos deles sejam verdadeiramente usados por Deus (Mt 7:21-23[10]); no entanto, muitos também são usados pelo inimigo (2ª Co 11:13-15). Porém, cabe a nós a busca por discernimento espiritual para não sermos enganados (1ª Co 12:8-10; At 5:3). E sabe por que devemos nos preocupar com isso? Reflita bem: o que acontece com um cego que é guiado por outro cego (Lc 6:39)? Sei que aí você pode até me questionar: “Mas a Bíblia não diz que o joio[11] deve crescer junto com o trigo? Nós não podemos julgar!” Sim. Realmente. Mas nem por isso você vai “comer” o joio também, vai? No que se refere a julgamento, não podemos julgar a vida particular da pessoa, pois isso cabe a ela mesma e ao próprio Deus (1ª Co 11:28ª; 2ª Co 13:5); porém, no que se refere ao serviço ministerial, devemos julgar sim (1ª Jo 4:1), porque isso envolve a todos influindo em seu futuro espiritual (Ap 2:20).
    Conscientemente ou não, judaizar a Graça - nada contra o judaísmo - nada mais é do que dizer: “Jesus, seu sacrifício não tem validade pra mim!”. A utilização de elementos existentes no antigo Templo é restrita aos judeus na época da Lei. Não há, no Novo Testamento, nenhuma afirmação que demonstre alguma aprovação à prática de atos típicos da Lei Mosaica como, por exemplo, imagens que representem ou lembrem a Arca da Aliança, o castiçal, altares de sacrifícios, entre outros símbolos que apenas serviam para representar a presença e o acesso à Deus numa época em que ainda não havia sido derramado o Espírito Santo sobre o seu povo. A situação é exatamente o contrário disso: as Escrituras Sagradas são claras ao afirmar que tais coisas e atitudes demonstram que seus praticantes ainda estão sob o jugo da Lei (Hb 8:12,13; 2ª Co 5:17).
    Do mesmo modo, inserir à liturgia de culto a repetição de fatos ocorridos com servos do Senhor no passado como, por exemplo, os mergulhos de Naamã, o cajado de Moisés, a capa de Elias, as pedrinhas de Davi, como também várias invenções como lenços, ferramentas de pedreiro, produtos de higiene pessoal, canetas e os mais variados objetos “ungidos”, embora, teoricamente, possa surtir algum efeito como estímulo de fé, na prática, apenas retrata o desinteresse de tais líderes em ensinar os fiéis que a verdadeira fé consiste em crer no invisível (Hb 11:1), porque apegar-se a objetos para materializar uma crença significa simplesmente praticar superstição, ato esse muito próximo à idolatria: algo condenado por Deus (1ª Co 10:14; 1ª Jo 5:21). Certo, eu sei que a Bíblia fala dos lencinhos do apóstolo Paulo (At 19:11,12); no entanto, ela atribui os milagres a Deus e não aos objetos, e também não relata em que circunstâncias isso aconteceu, não o mostra pedindo dinheiro em troca deles, e tampouco foi isso pregado como doutrina a ser seguida pela Igreja. Ah! E a mesma regra se aplica à sombra de Pedro (At 5:15,16). Quer ser abençoado? Coloque-se diante de Jesus em agradecimento pelo seu sacrifício, tendo a consciência de que será ouvido e atendido segundo os propósitos dEle (1ª Jo 5:14,15) e não em troca de seus próprios “sacrifícios” ou crenças em amuletos de sorte.
    Algumas ramificações do cristianismo costumam lamentar a morte de Cristo e lembra-la como se estivessem num funeral. Tais cristãos não atentam para o fato de que sua crucificação foi o fator essencial para que hoje tivéssemos acesso à Graça, sendo justificados pela fé e não por obras, sacrifícios e cumprimentos de rituais conduzidos por sacerdotes humanos (Hb 9:6-9). Sua morte nos proporcionou liberdade para com o Pai (Hb 9:13,14), alegria e autoridade espiritual (Lc 10:17-20), direito ao exercício ministerial que antes era restrito aos levitas[12] (1ª Pe 2:5,9) e o privilégio de não sermos apenas seguidores de uma religião, mas membros de um Corpo (1ª Co 12:27; Cl 1:24) e também filhos de Deus (Rm 8:14,15). Diferentemente dos israelitas, para os quais o sangue de animais derramado lembrava sua libertação do Egito, o sangue de Jesus, para nós, representa nossa libertação do pecado: uma oportunidade pessoal e voluntária de salvação. Resumindo: a morte de Jesus é vida, e vida com abundância (Jo 10:9-11)! Ele está vivo (Mc 16:6)! Espalhe essa notícia (Mc 16:15)!


[1]Lei: É um termo usado com frequência na Bíblia; para definir um código de leis formado por mandamentos, ordens e proibições. Segundo as Escrituras hebraicas, a Lei foi dada por Deus através do profeta Moisés, tendo sido os Dez Mandamentos escritos em tábuas de pedra pelo próprio dedo de Deus no monte Sinai, a tábua dos dez mandamentos. Pode ser resumida nos Dez Mandamentos, que em língua hebraica são chamados simplesmente de "As Dez Palavras" ou "Os Dez Ditos". Os Dez Mandamentos regulamentam a relação do ser humano com Deus e com seu próximo. Para fins didáticos, o Código Mosaico pode ser dividido em Leis Morais, Leis Civis e Leis Religiosas (Leis Cerimoniais). As leis cerimoniais, regulavam o ministério no santuário do Tabernáculo e, posteriormente, no Templo. Elas tratavam também da vida e do serviço dos sacerdotes e encontram-se descritas especialmente no Livro chamado Levítico.
[2]Especiaria: Qualquer coisa de cheiro agradável, especialmente planta, usada para dar mais sabor aos alimentos ou bebidas. O cravo, a canela, a pimenta são especiarias (Is 39:2; Ap 18:13).
[3]Dispensação: Da parte de Deus, o plano de salvação da humanidade (Ef 1:10; 3:9). Da parte do ser humano, "dispensação" é trabalho ou missão que visa à aplicação do plano divino em favor da humanidade (1ª Co 9:17; Ef 3:2; Cl 1:25).
[4]Graça: Favor imerecido ou não merecido. O vocábulo Graça provém do latim gratia, que deriva de gratus (grato, agradecido) e que em sua primeira acepção designa a qualidade ou conjunto de qualidades que fazem agradável a pessoa que as têm. Teologicamente, refere-se ao período que se iniciou com a morte de Cristo na cruz, o qual pôs fim às rígidas imposições da Lei mosaica, colocando em vigor o Novo Testamento.
[5]Redenção: Libertação.
[6]Remissão: Ato ou efeito de remir, livrar. Indulgência, misericórdia. Expiação, perdão.
[7]Oblação: Palavra do latim "oblatio" que significa "oferta". Ação pela qual se oferece qualquer coisa a Deus. Oferta a Deus. Oferta sacrifical comestível.
[8]Véu: Pano com que as mulheres cobrem a cabeça e/ou o rosto (Is 3:23). A cortina que, no tabernáculo e no Templo, separava o Santo Lugar do Santíssimo Lugar (Êx 26:33; Mt 27:51).
[9]Santo dos santos: A parte mais sagrada do Tabernáculo e do Templo, onde ficava a Arca da Aliança e onde o sumo sacerdote só entrava uma vez por ano. Era separado do santo lugar por uma cortina (Êx 26:33,34; Hb 9:3-7).
[10]Iniquidade: Falta de equidade (retidão). Pecado que consiste em não reconhecer igualmente o direito de cada um, em não ser correto, em ser perverso. Erro consciente.
[11]Joio: Erva ruim que cresce nas plantações de trigo (Mt 13:25).
[12]Levita: Membro da tribo de Levi (um dos filhos de Jacó). Foi a tribo escolhida por Deus para cuidar dos trabalhos sagrados. Todos os sacerdotes também tinham que ser levitas. Os levitas serviam no santuário, ajudavam nos sacrifícios, carregavam a arca da aliança, ensinavam e tinham o direito de ser sustentados com os dízimos e as ofertas. Sua história e suas funções está registrada detalhadamente no livro de Levíticos.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Aos “Adoradores” de Plantão


Enquanto os aplausos, gritos,
assobios, elogios e sacrifícios
forem dirigidos ao homem, a
adoração não é para Deus; além
do mais, a maior manifestação
de adoração a Deus é expressa
por meio da obediência a Ele e
do amor ao próximo.
    Sim, eu sei! A Bíblia diz que Deus procura adoradores (Jo 4:23,24); mas tem um detalhe: ela diz que Ele procura verdadeiros adoradores, e vai ainda mais além: os mesmos precisam adorar em espírito e em verdade, ou seja: tanto por dentro quanto por fora; tem que ser de coração e não apenas de aparência! Mas o que significa adoração[1] mesmo? Sendo muito mais do que simples manifestação emocional, a adoração consiste em uma vida espiritual e moral íntegra, pois ela precisa agradar a Deus, o qual pode discernir muito além do que se pode ver ou ouvir, pois Ele sonda os corações (Sl 139:23,24). Assim sendo, é preciso entender que para adorar ao Senhor é necessário viver de uma forma cuja conduta seja exemplar e irrepreensível (1ª Co 10:32), pois a verdadeira adoração não denigre a imagem do Evangelho (1ª Co 14:40).    Ultimamente temos visto adoradores de todos os tipos, mas diga com sinceridade: você quer mesmo ser um adorador extravagante e radical? Que tal então adorar igual a Estevão[2] que denunciou o pecado até o fim e morreu vendo a glória de Deus (At 7:53-60)? Muitos querem adorar, mas não querem confrontar os males que contrariam a verdadeira adoração, e ainda usam como pretexto o argumento de que isso é estratégia de evangelismo. Que estratégia é essa que me leva a agir como o pecador ao invés de causar nele o desejo de ser transformado convencendo-o do pecado? Sim, eu sei: isso é papel do Espírito Santo e não meu; mas de que adianta o Espírito Santo querer muda-lo se eu lhe dou exemplos contrários que o fazem pensar que ele está certo? Certo, a Bíblia também fala da loucura do Evangelho da cruz (1ª Co 1:18,21), no entanto, isso se refere a tomar atitudes que pareçam loucas diante do mundo como, por exemplo, renunciar seus próprios direitos para ganhar uma alma (1ª Co 9:19-23), e não ser louco como os que vivem na prática mundana. Quer mesmo evangelizar os jovens? Ore, jejue, pregue e ensine com responsabilidade, porque isso será cobrado de você um dia (Mt 25:24-26,30[3]). Influencie e não seja influenciado por eles! Não se trata de conservadorismo, legalismo, tradicionalismo ou imposição de dogmas[4] denominacionais[5], mas sim da aplicação do verdadeiro contexto bíblico em nossa vida cotidiana (At 3:19[6]). Como posso eu dizer que "sou dos 3" [termo muito usado por um cantor gospel] se estou trazendo o mundo para dentro da igreja? Os 3 estão tristes com muitos de nós agora! Por quê? Porque quem tem os três (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) vive e adora de maneira agradável aos três (1ª Ts 5:23).
    Quer ser um sonhador como José? Em primeiro lugar, José não era um sonhador, ele apenas teve sonhos dados e revelados por Deus (Gn 37:5-10), os quais ele próprio nem sabia que iriam se realizar daquela forma, pois nunca desejou altas posições. Em segundo lugar, ele não vivia de maneira leviana de conformismo com o pecado, ele tinha comunhão e intimidade com Deus. O mal de muitos adoradores da era atual é achar que Deus tem alguma obrigação em realizar seus sonhos esquecendo-se de que muito acima das nossas vontades estão os soberanos propósitos divinos, os quais não podem ser comprados por nossas perecíveis moedas e nem por nossos ingênuos gritos e demais manifestações de uma suposta adoração como muitos andam pregando por aí. Nada contra a adoração pentecostal, pois reações emocionais - desde de que equilibradas (1ª Co 14:32,33) - são totalmente válidas; porém, o mais importante é seu fator condicional, o qual implica na obediência aos mandamentos bíblicos (Tg 2:10). Essa é a grande diferença entre muitos que adoram sonhar e aqueles que têm sonhos dados por Deus como o jovem José. Será que muitos desses que andam "adorando" por aí resistiriam à mulher de Potifar (Gn 39:7,8,10-12); resistiriam à cobiça estando com o poder nas mãos (Gn 39:9; 41:38-40); resistiriam ainda a se vingar dos irmãos que os maltrataram (Gn 45:4,5,15)?
    Levemos o Evangelho mais a sério: O verdadeiro adorador não perde o controle, não se associa aos ímpios, não aceita afronta à Palavra, não negocia os valores morais, não apoia os inimigos da cruz de Cristo em nome da ética e nem se cala diante dos que pregam o inclusivismo religioso em nome da liberdade (Mt 16:24-26). Preconceito? Pregar contra o pecado não é preconceito, é amor pelas almas. Se você vê alguém tomando um copo de veneno e o avisa do perigo, isso seria preconceito? É hora de refletirmos sobre nossa omissão de socorro espiritual (Tg 4:17). Julgamento? Quem salva ou condena é Deus! Nós apenas pregamos a Palavra, e ela sim julga e nos manda julgar segundo o juízo reto (Jo 7:24). Entre várias outras coisas, isso significa denunciar o pecado para não sermos cúmplices daqueles que os cometem (2ª Co 2:17), senão, mais uma vez, estaremos sendo omissos espiritualmente (Ez 3:18).
    Cadê o Evangelho da cruz (Gl 6:12[7])? Onde estão as marcas daqueles que confrontam o mundo (Gl 6:17)? Cadê a disposição para enfrentar as aflições (2ª Co 4:8,9)? Onde estão aqueles que adoram em espírito e em verdade com o coração e não apenas com os lábios (Mc 7:6,7; Tt 1:16)? Mas, infelizmente, é bem mais fácil dizer: "Pare de sofrer!"; "Sua vitória vai ter sabor de mel!"; "Profetize bênçãos na tua vida!"; "Vamos pular, dançar e gritar pra Jesus!". Que me desculpem os "renovadores da liturgia", mas estimular a adrenalina não é adorar! Estou sendo ignorante? Reclame com Deus! Pois aprendi isso foi com a Palavra dEle e, até onde sei, se entendi bem, Ele não mudou e nunca mudará (Hb 13:8,9)! Muitos dizem que pregar contra o modismo gospel é sinal de inveja; agora, me respondam: como poderia alguém que conhece a Palavra ter inveja do pecado sabendo que ele leva à condenação (Rm 6:23)? Já fui chamado de tudo que é nome por defender a verdade, mas podem me chamar do que quiserem porque tais pedradas apenas me fazem ver que realmente estou caminhando na contramão do mundo e isso incomoda os acomodados. Prefiro eu terminar com minha cabeça num prato, do que ser aplaudido por multidões ajudando a conduzi-las ao inferno (Mt 7:21-23). Senhores - e senhoras - "fariseus ungidos", não me levem a mal por causa disso, mas Romanos 12:2 continua fazendo efeito na minha vida! E, ainda que questionem: sim, eu sou pentecostal sim! Por isso, minha adoração é racional (Rm 12:1)!



[1]Adoração: Culto, honra, reverência e homenagem prestados a poderes superiores, sejam seres humanos, anjos ou Deus (Sl 96:9). Na Bíblia há quatro etapas de desenvolvimento da adoração a Deus. Os patriarcas adoravam construindo altares e oferecendo sacrifícios (Gn 12:7-8; 13:4). Em seguida veio a adoração no Tabernáculo e no Templo, com um sistema completo de Sacrifícios. A adoração nas sinagogas começou durante o Cativeiro. Da adoração cristã fazem parte pregação (At 20:7), leitura das Escrituras (1ª Tm 4:13), oração (1ª Tm 2:8), louvor (Ef 5:19) e ofertas (1ª Co 16:1-2), além de batismos (At 2:37-41) e da ceia do Senhor (1ª Co 11:23-29).
[2]Estevão: Foi um dos sete primeiros diáconos da igreja nascente, logo após a morte e Ressurreição de Jesus, pregando os ensinamentos de Cristo e convertendo tanto judeus como gentios. Foi detido pelas autoridades judaicas, levado diante do Sinédrio (a suprema assembléia de Jerusalém), onde foi condenado por blasfêmia, sendo sentenciado a ser apedrejado. Entre os presentes na execução, estaria Paulo de Tarso, o futuro apóstolo Paulo, ainda durante os seus dias de perseguidor de cristãos. Sua história está registrada no livro de Atos (6:1-6; 7:1-60).
[3]Talento: O talento de ouro ou prata era a unidade de moeda romana para grandes quantidades de dinheiro. Ele foi introduzido na Grécia Antiga e depois adaptado para o sistema monetário romano. Um talento era igual a 60 minas, que, por sua vez eram equivalentes a 100 dracmas. Sabendo que uma dracma era igual a 4,5 a 6 gramas de ouro ou prata, um talento significava entre 27 a 36 quilos de metal. Estudiosos calculam que um talento hoje valeria no mínimo 1300 dólares (cerca de dois mil reais). Espiritualmente, os talentos representam os dons que o Espírito Santo nos concede e, na linguagem popular expressa as habilidades especiais de uma pessoa; era um termo muito usado pelos romanos para elogiar uma pessoa de valor.
[4]Dogma: Ponto ou princípio de fé definido por uma Igreja. Conjunto das doutrinas fundamentais do cristianismo. Cada um dos pontos fundamentais de qualquer crença religiosa. Fundamento ou pontos capitais de qualquer sistema ou doutrina. Proposição apresentada como incontestável e indiscutível.
[5]Denominacional: Termo relativo a denominação (designação de uma pessoa ou uma coisa por um nome. Termo usado para definir as diferentes igrejas evangélicas).
[6]Refrigério: Ação ou efeito de refrigerar ou refrigerar-se. Alívio ou bem-estar causado pela frescura (temperatura fresca, equilibrada). Consolação, descanso. Prazer que conforta. Alívio.
[7]Circuncidar: Praticar circuncisão (cerimônia religiosa em que é cortada a pele, chamada prepúcio, que cobre a ponta do órgão sexual masculino).

sábado, 6 de junho de 2015

O Amor Está Acabando, Como Despertar Interesse Novamente?

Pequenos detalhes costumam
gerar grandes problemas que
podem até mesmo destruir um
casamento; por isso, é preciso
que o casal esteja sempre atento
a tudo, desde o comportamento
até mesmo à palavras que
pareçam inofensivas, mas que
possam ferir o cônjuge.
    O tempo passa, algumas coisas mudam; a pessoa amada envelhece, parece mais chata, mais fria, mais distante, menos interessante... Enfim, as vezes a situação chega num ponto em que a princesa tem a sensação de ter casado com um sapo, e o príncipe passa a se sentir como se tivesse casado com uma bruxa. Exagero? Quantos casais já perderam, ou estão para perder, seu casamento porque um dos cônjuges diz que não sente mais nada pela pessoa a quem ele jurou amor eterno? Sabe qual é a maior causa desse problema? Muita gente pensa que está se casando com um objeto inanimado: algo que nunca vai mudar de forma; e se esquece do princípio mais básico da lei da “Natureza”: Nascer, crescer, envelhecer e morrer. O texto de Provérbios 31:30 retrata perfeitamente essa realidade: "Enganosa é a graça, e vaidade[1], a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada"; sim, eu sei que o contexto dessa mensagem se refere à mulher, no entanto, em sentido geral, seu conteúdo abrange ambos os sexos, pois muitos são os homens que também confiam na própria aparência e mulheres que os escolhem pela beleza ou porte físico e não pelos seus reais valores: esse é o caminho mais curto para a decepção. É claro que não podemos desconsiderar quem nem todos escolhem pela aparência e que mesmo assim também podem se sentir decepcionados e perder o interesse; então, sejamos imparciais ao tratar esse tão delicado assunto.
    Homens e mulheres de Deus não devem se dar ao luxo de desprezar seu cônjuge. Porém, se chegar a acontecer o desinteresse, seja por qual for o motivo, não pode haver conformismo e muito menos o abandono da pessoa. Muitos alegam não estar errados, pois não se separaram da pessoa, mas, não mantém uma vida conjugal normal: não há harmonia e nem vida sexual ativa; e, quando há, é apenas para cumprir uma obrigação, ou seja: seu casamento passou a ser apenas uma associação de aparência: estão separados dentro de casa; apenas não oficializaram o divórcio. Você pode ter milhões de motivos para explicar essa atitude, mas nenhum deles te servirá de justificativa diante de Deus (Mt 19:3-9). O primeiro passo para solucionar isso é buscar compreender os defeitos, dar mais atenção às qualidades do que às falhas, dizer o que pensa em vez de esconder o que sente, propor soluções no lugar de só expor as críticas, olhar para si mesmo pra ver se também não está errando e, principalmente, pedir a Deus orientação para ter palavras e atitudes sábias para resolver os problemas e não aumenta-los (Tg 3:13-17).
    Mas, e quando você é o rejeitado? O que fazer? Aí a dor é maior e a busca pela solução também. Porém, nem tudo está perdido. Primeiramente é preciso analisar a fonte do problema, pode ser que você precise mudar algo que está incomodando seu cônjuge; posteriormente, procure agradá-lo: fazer-lhe aquilo que gostaria que o mesmo fizesse por você. Caso a falha não esteja contigo e a postura dele esteja sendo injusta, convide-o para um sério diálogo e se abra, mas mantenha o autocontrole para não colocar tudo a perder de uma vez. Se a situação estiver tão séria que ele queira se separar, tente evitar, mas, se ele for embora, esteja consciente de que a culpa não foi sua (1ª Co 7:12-16). E tenha sempre em mente que Deus deve estar sempre na direção de tudo (Sl 127:1a).
    As decepções são até compreensíveis, entretanto, é de vital importância lembrar que seu cônjuge não é um produto que você comprou no “TV Shopping” e pode devolver caso esteja com defeito ou não satisfaça suas expectativas; não existe garantia, prazo de validade, nem nota fiscal, ou seja: sem direito de devolução (1ª Co 7:10,11). Porém, quando a qualidade é boa existe um selo - o caráter -, mas ele precisa ser observado antes da “compra”; depois não adianta reclamar que foi vítima de propaganda enganosa. Você tem orado em busca de sabedoria para manter seu casamento? Lembre-se: a rejeição ao marido ou a esposa é pecado sim (1ª Co 7:2-5[2] [3] [4])! E jamais se esqueça: a vida de um casal não se resume na cama!


[1]Vaidade: Ilusão. Qualidade do que é vão, instável ou de pouca duração. Desejo imoderado e infundado de merecer a admiração dos outros. Vanglória, ostentação. Presunção mal fundada de si, do próprio mérito; fatuidade, ostentação. Coisa vã, fútil, sem sentido. Futilidade. Jactância, presunção.
[2]Benevolência: Boa vontade para com alguém (Et 2:17; Pr 18:22).
[3]Defraudar: Tirar o direito de alguém.
[4]Incontinência: Lascívia. Falta de moderação no controle do apetite sexual (1ª Co 7:5).

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Como Resistir às Tentações do Adultério?

Uma quebra de aliança
conjugal começa na quebra da
aliança com Deus. Se quer 

saber se está em condições de 
resistir às tentações carnais, 
analise como está sua vida 
espiritual.
    O adultério[1] é uma das mais repugnantes práticas pecaminosas, porque ele não somente mancha o caráter moral e expõe a diversos riscos as pessoas envolvidas, como também afeta a todos os que fazem parte da sua vida. Geralmente, aqueles que se deixam levar pela satisfação passageira dos desejos sexuais ou por falsos sentimentos travestidos de amor, usam até mesmo a própria Bíblia na covarde tentativa de se justificar dizendo: “A carne é fraca”; mas se esquecem que no mesmo versículo em que diz que a carne é fraca, o Senhor Jesus também diz que o espírito está pronto, ou seja: nosso lado espiritual conhece a verdade e quer fazer o que é certo. Além do mais, o contexto dessa Palavra refere-se à oração, então, se querem realmente inseri-la nessa situação, isso significa que a própria pessoa admite que precisa orar mais e, inclusive, vigiar - tomar muito cuidado - em suas atitudes (Mt 26:41). Porém, alguns de “ânimo” mais aguçado poderiam me questionar: “Mas, em relação à tentação[2] sexual é diferente: o corpo foi feito pra isso; existe nos membros sexuais um constante e incontrolável pedido de prazer”; e então eu teria que responder que, urgentemente, é preciso parar de se esconder atrás da própria fraqueza e olhar para as Escrituras Sagradas e ver que é sim possível à um ser humano comum - mesmo com todos os seus membros sexuais ativos e aguçados - resistir às tentações.

  I.   As causas da tentação: As tentações são inevitáveis, pois somos humanos (1ª Co 10:12,13; Tg 5:17). No entanto, é preciso estar atento para não ceder à elas, por isso é necessário saber evitar tudo o que possa nos derrubar através dos desejos carnais, os quais costumam se manifestar de várias maneiras:
a)      Os sentidos naturais do corpo: As portas de entrada que estimulam nossos desejos são os olhos, por onde vemos e apreciamos o que é agradável; os ouvidos, pelos quais somos convencidos a agir; o paladar, um meio que, mesmo ainda não havendo um contato direto, sente vontade de saborear o corpo alheio como pelo beijo, por exemplo; o tato, que é o mais estimulado principalmente quando há uma aproximação mais intensa: geralmente, um abraço; e até mesmo o olfato, que serve como meio de excitação para pessoas mais sensíveis aos mínimos detalhes. Controlar esses sentidos não é tão fácil; porém, é importante lembrar que eles são dominados pela mente, pois somos seres racionais. Baseados nesse princípio, basta procurarmos ter autocontrole, pensamento firme naquilo que é certo e ocuparmos a mente com coisas saudáveis (Sl 101:2,3; Cl 3:2,3,5,6; Fp 4:7,8).
b)     Se colocar em situações de risco: Como sabemos que somos sujeitos ao pecado, devemos reconhecer nossa fragilidade e evitar ficar a sós e manter diálogos muito liberais com pessoas do sexo oposto. Isso também inclui um extremo cuidado com as conversas em redes sociais. Uma conduta vigilante é essencial para o autocontrole (1ª Pe 5:8,9) e, se for necessário fugir, fuja (Gn 39:7-12)!
c)      Auto-exposição: Esse fator se refere a ambos, mas o cuidado deve ser bem maior por parte das mulheres, pois a exposição do próprio corpo com vestes ou comportamento inadequados, como sorrisos maliciosos ou olhares insinuantes, as torna um alvo desejável para homens mal-intencionados. A partir do momento que a mulher - propositalmente ou não - causa excitação em homens, passa a eles a impressão de estar usando um cartaz que diz “estou disponível”. Diante disso, se ela não tiver realmente firmeza de caráter, em algum momento poderá não resistir às inevitáveis “cantadas”. A preservação da própria imagem é essencial para a preservação moral (1ª Ts 5:21,22; 1ª Co 10:32).

     II.  Adultério é desrespeito ao cônjuge, à família e a Deus: Atos de traição não representam apenas um estado de fraqueza carnal e espiritual, eles expressam também falta de maturidade, o que reflete no desrespeito aos compromissos em relação a tudo e todos que estão a nossa volta. Vejamos alguns dos principais exemplos:
a)      Representa falta de amor: A pessoa que ama respeita. Ainda que a tentação seja grande, não consegue fazer ao seu cônjuge o que não gostaria que ele fizesse com ela; pois mesmo que a atração tenha diminuído e os defeitos pareçam ser maiores do que no começo do casamento, se existe realmente amor, qualquer detalhe pode ser superado (1ª Co 13:4-7[3]).
b)     Demonstra falta de responsabilidade: Uma pessoa que constitui uma família e depois a desrespeita demonstra que não tem firme compromisso diante das responsabilidades que assume. O casamento é formalizado a partir de um juramento no qual está incluída a promessa de fidelidade sob quaisquer circunstâncias até que a morte os separe. Tal juramento é feito perante o cônjuge, a família de ambos, o Estado, a sociedade, a Igreja e o próprio Deus. Não cumpri-lo significa ter mentido diante do altar numa cerimônia que, independentemente de ter sido realizada em um templo ou não, é inegavelmente sagrada. Mentir já é um pecado grave (Jo 8:44), quanto mais diante de algo tão sagrado quanto a família (Gn 2:24; Mt 19:4-6). Além disso, deve-se ainda considerar que o casamento não lhe foi imposto, foi voluntário; e, se foi voluntário, precisa ser respeitado (Dt 23:21,22; Ec 5:4-7).
c)      Significa falta de temor: Qualquer pessoa que tenha o mínimo conhecimento bíblico sabe que o adultério é pecado, até mesmo porque isso consiste numa grave afronta aos padrões morais do ser humano em qualquer sociedade considerada normal. É inaceitável que alguém que se diz cristão cometa um ato tão abominável e fique com a consciência tranquila, pois o Espírito Santo é sensível e exige pureza; assim sendo, se um adúltero não se sente mal em suas atitudes, isso significa que ele já estava afastado de Deus a muito tempo, porque uma pessoa que peca e ainda tenha o temor[4] divino, prontamente se arrepende, pede perdão e procura consertar seu erro. Quem se conforma com o pecado não tem mais aliança com o Senhor e precisa, urgentemente, resgatar seus sentimentos espirituais, antes que seja tarde (Rm 12:1,2).

  III.  As consequências do adultério: Como na grande maioria dos atos pecaminosos, o adultério não atinge apenas os adúlteros, mas todos aqueles que fazem parte da vida deles. Além da morte espiritual - pois o Espírito Santo não habita em um “templo” de prostituição (1ª Co 6:15-20) -, a pessoa que desrespeita seu cônjuge está se destinando a arcar com prejuízos materiais, morais e sentimentais que passam a segui-la a partir daí:
a)      O adúltero fica em descrédito: Pessoas que caem em adultério, - mesmo depois de se arrependerem -, ainda carregam uma mancha por toda a sua vida. No caso de não conseguirem resgatar seu casamento - pois a Bíblia dá direito ao divórcio ao cônjuge traído (1ª Co 7:15,16; Mt 5:32[5]) -, na tentativa de se envolver novamente com outra pessoa, sempre vai enfrentar a desconfiança e questionamentos devido às razões de seu erro do passado. Quando consegue resgatar seu antigo casamento, a confiança também já não é mais a mesma, porque perdoar não significa confiar e, na mente do cônjuge sempre vai ter o seguinte pensamento: “Quem errou uma vez tem a tendência de errar novamente”. E os prejuízos vão além do âmbito sentimental, pois atinge todas as áreas, incluindo a ministerial, na qual é muito difícil se erguer novamente. Tudo tem o seu preço, principalmente o pecado (Rm 6:22,23; Gl 6:7-9).
b)     A vítima do adúltero é prejudicada em todos os sentidos: Seja homem ou mulher, quem tira uma pessoa de sua casa e de sua família assim alterando todo seu modo de viver, deve ter perfeito juízo sobre a seriedade do compromisso que está assumindo, pois se o relacionamento não der certo devido ao adultério - ou até mesmo outros motivos -, Deus vai requerer dele a maldade de ter ferido os sentimentos e a dignidade de uma pessoa que pode até ser levada ao sofrimento e à depressão por ter confiado e acreditado que ao seu lado teria encontrado sua tão desejada felicidade conjugal. O bem-estar das pessoas que vivem ao seu lado também fazem parte da mordomia cristã, ou seja: da responsabilidade do crente (Lc 12:42-46).
c)      A família do adúltero sofre por seu erro: A única vítima do adultério não é a esposa ou o esposo, mas, principalmente, os filhos. Pois, além de perderem a confiança - e, as vezes, até o amor - na figura de quem eles tinham admiração e respeito, estão também sujeitos a seguirem os maus exemplos chegando a ser, futuramente, pessoas infiéis. A responsabilidade da educação dos filhos, principalmente em sentido moral, é dos pais (Pr 22:6; Ef 6:4).

    O adultério não começa na cama, mas na mente e depois invade o coração de quem não está firme com Deus (Mt 5:27,28); por isso, é necessário conservar-se puro e irrepreensível para não arcar com as suas terríveis consequências. Mas existe perdão para o adúltero? Sim. Existe! Pois a fidelidade divina não se corrompe pela infidelidade humana (2ª Tm 2:13); porém, é preciso reatar o compromisso com o Noivo enquanto Ele ainda está concedendo oportunidade para uma reconciliação (Ec 7:26; Pr 6:23-26). Resistir ao adultério vai além de controlar a mente, o coração e o corpo, mas também depende da valorização do seu compromisso com Deus; pois quem se relaciona seriamente com Ele, tem esse amor refletido no relacionamento com seu cônjuge (1ª Jo 4:20,21). Quer resistir? Então não tente justificar sua fraqueza e honre os valores mais nobres que um ser humano - sobretudo um servo de Deus - deve respeitar (Tg 4:7).



[1]Adultério: Quebra da fidelidade conjugal. Adulteração, contrafação, falsificação. Heresia, apostasia.
[2]Tentação: Atração para fazer o mal por esperança de obter prazer ou lucro. Pode vir do tentador (Gn 3:1-5) ou de dentro do ser humano (Tg 1.14-15).
[3]Leviandade: Procedimento irrefletido, precipitado ou sem seriedade; imprudência (Jr 23:32; 2ª Co 1:17).
[4]Temor: Medo. Respeito. Reverência.
[5]Repudiar: Rejeitar. Divorciar-se; Repudiar a esposa. Renunciar voluntariamente: Arredar de si; repelir.