terça-feira, 9 de outubro de 2018

Por Que Jesus Fez Tanto Uso de Parábolas?

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Direcionar a mensagem à um
público específico de uma forma
simples e direta conforme eles
podiam entender com mais
facilidade, e também não ser
compreendido por aqueles que
não tinham o coração aberto
para recebê-lo; essas são as
razões pela qual Ele tanto fez
uso de parábolas.
Mateus 13:10-17

Mateus 13:10 - "E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?"
    Seus próprios discípulos não compreendiam não simplesmente as parábolas, mas também o porquê de Ele ensinar por meio delas. O questionamento “por que lhes fala por meio de parábolas”, na verdade, nada mais é do que apenas mais uma das várias demonstrações que vemos nos Evangelhos de que os homens que estavam ao seu lado não possuíam uma total sintonia com Ele, pois por repetidas vezes expressaram falta de fé para praticar o que lhes era ensinado pelo Mestre. Isso nos ensina que “andar com Jesus” não significa sempre compreender suas ações e, principalmente, repeti-las; dessa forma também compreendemos que a Igreja vive em constante busca de perfeição: sempre há algo a aprender e colocar em prática na nossa vida.

Mateus 13:11 - "Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;"
    Porém, mesmo que não compreendessem as parábolas em si, tinham seus discípulos o privilégio de receber diretamente do Mestre uma explicação sobre seu significado. Além da ministração ao povo, Ele concedia aos homens que andavam com Ele um ensinamento em particular e lhes deixava claro que eles recebiam algo a mais de sua parte. Isso os colocava em um diferente nível, uma hierarquia superior. Eles precisavam compreender que recebiam mais do que aquelas multidões que os cercavam por onde passavam. O que se pode compreender disso é que crentes que possuem chamado e exercem funções de liderança têm por obrigação buscar mais, porque a eles isso lhes é oferecido. Conforme o Senhor aumenta o peso sobre nossos ombros, também mais nos fortalece para suportar.

Mateus 13:12 - "porque àquele que tem se dará, e terá em abundância; mas aquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado."
    Por um momento, essa declaração de Jesus talvez lhes tenha enchido de orgulho, no entanto, seu objetivo não era levantar o ego deles, mas sim lhes mostrar a grande responsabilidade que estava em suas mãos, a qual trazia consigo dificuldades e perigos. Possuir dons espirituais e cargos ministeriais, embora não deixe de ser uma situação honrosa, mais do que status consiste em uma temorosa missão a ser cumprida, da qual dependem vidas de não-crentes a serem alcançadas e de crentes a serem edificadas. A expressão “aquele que não tem, até o que tem será tirado”, significa que aqueles que se aproximam dEle, quanto mais buscam, mais alcançam, ao passo que aqueles que, mesmo estando próximo, pouco buscam, pouco alcançam e, com o passar do tempo, vão perdendo até o que conquistaram.

Mateus 13:13 - "Por isso, lhes falo por parábolas, porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem compreendem."
    No meio de sua imensa plateia não havia apenas fiéis que o ouviam por amor com vontade de aprender o que era necessário para servir a Deus e alcançar o Reino dos céus; muitos ali infiltrados eram pessoas descritas como escribas, fariseus, mestres da lei e sacerdotes entre outros, cujo objetivo era pegar em suas palavras algo que pudessem testemunhar contra Ele em julgamento. Sabendo disso, Ele direcionava suas mensagens focado na mente daqueles que estavam ali de coração puro realmente querendo absolver seus ensinamentos. Com sua incomparável sabedoria Ele conseguia falar diante dos inimigos de modo que estes não entendiam e, muito provavelmente, o tinham apenas como um simples contador de histórias aparentemente sem sentido. Isso não significa que Jesus tinha medo deles, mas que precisava se resguardar, pois ainda não havia chegado seu momento de ser preso.

Mateus 13:14 - "E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis e, vendo, vereis, mas não percebereis."
    A mensagem de Cristo era direcionada à um público específico: aqueles que o aceitavam verdadeiramente como o Salvador, o esperado Messias mencionado pelos profetas. Os que mantinham o coração duro, fechado para ouvir sua voz e o receber como Rei, não tinham que entender o que Ele estava ensinando acerca do Reino. O profeta Isaías já havia falado sobre isso, conforme podemos conferir em Isaías 6:9: “Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis”. A realidade da igreja atual não é diferente, pois muitos estão dentro de uma congregação por várias razões, muitas vezes, longe de ouvir, compreender e aceitar a vontade de Deus; quanto mais fecham seu coração, mas seu entendimento se embaraça na captação das mensagens pregadas.

Mateus 13:15 - "Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviu de mau grado com seus ouvidos e fechou os olhos, para que não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e compreenda com o coração, e se converta, e eu o cure."
    Conforme vemos em Isaías 6:11, a profecia continuou falando duramente contra eles: “Engorda o coração deste povo, e endurece-lhe os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; não venha ele a ver com os seus olhos, e a ouvir com os seus ouvidos, e a entender com o seu coração, e a converter-se, e a ser sarado”; isso nos leva a entender também que não se tratava apenas de homens de poder social que se sentiam politicamente ameaçados por Jesus, mas também que entre a camada mais baixa da população - o povo - haviam pessoas que, por motivos diversos, tinham seu coração endurecido para a pregação do Evangelho. Tal endurecimento causava um afastamento tão grande entre eles e Deus que chegava a provocar a ira do Todo-Poderoso a ponto de que Ele próprio não queria que eles, ouvindo a mensagem, a compreendessem e se convertessem. O que nossas atitudes ou pensamentos estão provocando no coração de Deus?

Mateus 13:16 - "Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem."
    Em contrapartida, bendizia Ele os que o ouviam de bom grado chamando-os de bem-aventurados. A boa recepção à mensagem do Evangelho e às Escrituras Sagradas como um todo, nos levam a uma maior comunhão com o Senhor, pois à medida que o alegramos com atitudes que o agradem, Ele também nos alegra, permitindo ou proporcionando-nos uma vida agradável, na qual, mesmo em meio a muitas aflições e lutas, ainda conseguimos encontrar uma paz que, aos olhos humanos, é simplesmente inexplicável. Eles foram chamados de bem-aventurados por presenciarem e viverem aquele tão maravilhoso momento, dando-lhe seu devido valor; isso significa que valorizando o que o Senhor nos proporciona podemos obter plena paz em nossa vida; somente a esperança da vida eterna já é motivo mais que suficiente para isso.

Mateus 13:17 - "Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não o viram, e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram."
    Estar ao lado do Messias, ou simplesmente ouvi-lo ou vê-lo, ainda que de longe era um tão grande privilégio que os que viveram antes daquele tempo desejaram isso, mas não puderam alcançar; porém, nem todos que ali estavam valorizavam de fato essa tão rica e única oportunidade. Tal situação nos ensina que o lugar que ocupamos, tanto espiritual como ministerialmente, tem um tão inestimável valor, o qual, se conhecêssemos de fato, valorizaríamos muito mais do que temos valorizado. Muitas vezes, nossas limitações não nos permitem compreender que temos em nós o Espírito do Deus Vivo: Criador e Sustentador do universo; Ele próprio em contato com nós, nos guardando e orientando a cada momento de nossa vida.

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