quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Parábola do Semeador

Todo semeador precisa ter a
consciência de que sua
responsabilidade vai muito além
de simplesmente semear, pois é
preciso preparar o solo, investir
em adubo, separar sementes,
expulsar répteis e insetos,
enfrentar sol e chuva e cuidar da
terra; depois de tudo isso é
necessário estar ainda preparado
para obter possíveis resultados
negativos ou abaixo da
expectativa.
Marcos 4:3-8

Marcos 4:3 - "Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear."
    Essa parábola contada por Jesus é narrada também em Mateus 13:1-9 e Lucas 8:4-8. No texto do capítulo 4 de Marcos ela começa a ser explicada no versículo 14: "O que semeia semeia a palavra". Nessa ocasião, Ele se colocava a ensinar aos que o seguiam, e posteriormente, de modo particular aos seus discípulos, sobre a necessidade e a dificuldade da evangelização.  O que podemos absorver desse texto é que nos dias atuais nós somos semeadores, a semente é a Palavra e a terra são os ouvintes. E qualquer semeador sabe o que se exige dele: determinação, disponibilidade, paciência e conhecimento sobre as sementes e a terra com que ele está trabalhando. Ele usa o verbo "sair", o que nos mostra que esse trabalho não é feito sem mobilização, pois é necessário movimentar-se primeiramente em busca da semente, e em seguida ir em direção à terra que irá recebe-la.

Marcos 4:4 - "E aconteceu que, semeando ele, uma parte da semente caiu junto ao caminho, e vieram as aves do céu e a comeram."
    O semeador dessa parábola não teve total êxito em sua semeadura. Logo de início, parte da semente caiu à beira do caminho e foi comida por aves; no verso 15 temos a explicação disso: "e os que estão junto ao caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo eles a ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada no coração deles". Beira do caminho significa entrada ou saída, imaginemos então uma porta; é onde fica aquela pessoa que não entra e nem sai. É aquele novo crente sem firmeza que qualquer coisa o tira do foco; a esses  o inimigo facilmente lança algo que o faz desistir do objetivo de servir a Deus. Plantas na beira do caminho, raramente crescem e produzem porque estão vulneráveis a tudo que não pertence à plantação. Como semeadores, devemos cuidar em analisar se não estamos plantando rasamente de maneira que qualquer ave maligna venha a nos tomar nossa semente como presa.

Marcos 4:5 - "E outra caiu sobre pedregais, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque não tinha terra profunda."
    Continuando a semeadura, o semeador lançou algumas sobre os pedregais. No 16º versículo temos a explicação do Mestre: "E da mesma sorte os que recebem a semente sobre pedregais, que, ouvindo a palavra, logo com prazer a recebem". Pedras na superfície impedem o livre contato entre a raiz e a terra, dificultando a planta de receber do solo que é necessário para adquirir firmeza. Isso nos leva a refletir sobre os perigos da precipitação; muitos começam com euforia, se comprometendo a fazer coisas que nem conhecem, não dando um tempo para si mesmos terem a oportunidade de aprenderem algo dentro do devido tempo, assim podendo melhor se desenvolver, tanto espiritual quanto ministerialmente. Boa parcela da culpa dessa tentativa de "colheita de frutos imaturos" está na própria liderança que, muitas vezes, por carência de obreiros ou pela tentativa de segurar a pessoa, a incentiva, explorando-a nesse momento de empolgação.

Marcos 4:6 - "Mas, saindo o sol, queimou-se e, porque não tinha raiz, secou-se."
    No 17º versículo Ele continua: "mas não têm raiz em si mesmos; antes, são temporãos; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam". A expressão temporãos significa literalmente fora de tempo; uma frágil plantinha que desponta acima da terra não tendo sido fortificada dentro de seu tempo necessário não resiste ao calor que a espera fora do subsolo que a protegia. Palavras, cobranças, expectativas e frustrações são ataques duros demais para o crente imaturo. Trata-se daquele que vive dependendo de ajuda e que facilmente se entristece até chegar ao ponto de não mais conseguir caminhar. Como semeadores, precisamos observar o solo, e se percebermos pedras em excesso nele, devemos cavar para proteger a semente que ali estamos lançando.

Marcos 4:7 - "E outra caiu entre espinhos, e, crescendo os espinhos, a sufocaram, e não deu fruto."
    Agora o semeador se depara com outro terreno também difícil de plantar: um solo com espinhos, ervas daninhas. Nos versículos 18 e 19, temos a explicação de Jesus: "E os outros são os que recebem a semente entre espinhos, os quais ouvem a palavra; mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas, e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera". Podemos entender estes como sendo aqueles que ficam um tempo na igreja, mas seu pensamento se resume em dizer que há coisas mais importantes do que o comprometimento com a Obra e costumam acusar os crentes compromissados com o ministério de fanatismo; geralmente, seu pensamento é totalmente voltado ao materialismo, costumando duvidar de quase tudo que se manifeste espiritualmente. O bom semeador deve zelar para conduzir - ensinar - suas plantas livres dos espinhos.

Marcos 4:8 - "E outra caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu; e um produziu trinta, outro, sessenta, e outro, cem."
    Finalmente o semeador conseguiu jogar a semente em boa terra, e o Grande Agricultor mais uma vez explica: "E os que recebem a semente em boa terra são os que ouvem a palavra, e a recebem, e dão fruto, um, a trinta, outro, a sessenta, e outro, a cem, por um". Estes são aqueles que ouvem, entendem, buscam firmeza e logo já estão produzindo com boa qualidade; sentem sede de se envolver e necessidade de estar sempre próximos às coisas espirituais; a expressão "dão fruto, um, a trinta, outro, a sessenta, e outro, a cem, por um", significa que cada um se desenvolve de uma forma no Reino de Deus, tendo diferentes dons, e também produzindo uns mais e outros menos. Infelizmente, esse tipo de terra está cada vez mais raro nos campos onde semeamos, pois muitos insetos e poluição maligna têm envenenado o solo; porém, não devemos apelar para o uso de agrotóxicos - artifícios extra-bíblicos -, pois nosso adubo tem que ser natural, totalmente puro - oração, consagração, Palavra e bom testemunho -. O bom agricultor deve zelar pela qualidade da semente e, se possível, preparar a terra e cuidar bem dela.

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