Orações com interesses meramente materiais ou por motivos injustos não apenas são recusadas por Deus como também consistem em pecado |
Os fatores
determinantes para o êxito de uma oração não são simplesmente a fé, a
necessidade e nem mesmo a santidade; embora esses itens sejam de extrema importância
(Mt 21:22; Sl
69:33; Jo 9:31), é necessário que se tenha em mente que, além da
vontade ou propósito divino, é a sua intenção, ou seja: a razão que move o seu
coração a te levar a pedir algo para Deus é o que pode definir se você será atendido
ou não. No texto de Tiago 4:3 há uma perfeita explicação sobre isso: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em
vossos deleites.”; essa afirmação mostra claramente que a oração
precisa ter um propósito justo que não vise simplesmente satisfazer nossos
próprios prazeres, pois isso consiste numa forma errada de se dirigir a Deus.
E, em seu contexto, ele vai além, mostrando a cobiça[1]
como a causa das contendas devido ao fato de muitas pessoas lutarem entre si
por seus objetivos em vez de os pedirem
a Deus,
sendo também que quando pedem, fazem isso de maneira errada, pois seu coração está voltado apenas para si próprios, sem a intenção de ajudar ou edificar o próximo e muito menos de adorar o Senhor.
sendo também que quando pedem, fazem isso de maneira errada, pois seu coração está voltado apenas para si próprios, sem a intenção de ajudar ou edificar o próximo e muito menos de adorar o Senhor.
Sem um coração sincero e humilde regado pelas lágrimas do amor e do arrependimento, nossas orações são desagradáveis aos ouvidos de Deus |
Na prática,
isso é o que muitos chamam de “oração contrária”, que é aquela que vai contra
os princípios divinos ensinados na Bíblia; são orações pedindo coisas sem
sentido como, por exemplo, vingança contra os inimigos, posição ministerial ou
profissional pelo simples prazer de ser admirado, a queda de alguém para se
favorecer, dinheiro para ter uma vida de conforto, conquista de objetos por
invejar alguém que adquiriu algo, condições para melhorar a aparência pela mera
vaidade do exibicionismo e várias outras coisas que são desnecessárias ou que
ferem os mandamentos divinos. Ao contrário disso, o tipo de oração que o Senhor
espera de seus servos, em seu conteúdo geral, é aquele que busca perdão e
justiça em relação aos que lhe prejudicam (Mt 5:44), crescimento espiritual ou secular para
que o nome de Deus seja glorificado através de sua vida (1ª Tm 3:1; Jo 3:30[2]), a
prosperidade do próximo e misericórdia para que ele reconheça e procure consertar
seus possíveis erros (Fp 2:3; Tg 5:16), condições financeiras
suficientes para viver honradamente (Pr 30:8), conquista daquilo que for útil para si
próprio agradecendo a Deus pelo crescimento de seu irmão (Mt 6:11,12) e humildade para não
deixar que preocupações banais em relação a sua estética te impeçam de servir
ao Senhor com pureza sendo um canal de pecado devido a sua sensualidade (Rm 8:13).
E tudo isso deve ser feito sem mágoa no coração, pois a falta de perdão é um
dos fatores que que mais impedem uma oração de ser atendida por Deus (1ª Pe 3:7-9[3] [4] [5]). Orar
sem um justo propósito não apenas produz uma resposta negativa ou silenciosa
sobre o seu pedido, como também forma uma barreira que atrapalha a sua comunhão
com Deus, porque isso indica que seu coração está mais ligado às coisas da
terra do que às espirituais (Lc 12:34).
A oração, para ser ouvida por Deus, deve ser feita de acordo com os princípios ensinados nas Escrituras Sagradas |
Dentre todos
os motivos, o principal diferencial entre ter uma oração recebida ou não é o
propósito divino, ou seja: a vontade de Deus. De fato, o Salmo 37:4 diz que devemos nos
alegrar no Senhor para que Ele conceda o desejo do nosso coração. Porém, isso
não nos dá o direito de pensarmos que Jeová está a nossa disposição
simplesmente para nos satisfazer, porque essa Palavra é para quem o obedece e
procura conhece-lo profundamente. Pois no versículo 23 desse mesmo Salmo está escrito que os passos de
um homem bom são confirmados pelo Senhor, e que Ele se agrada do seu caminho;
isso significa que aquele que o busca e vive de acordo com a sua justiça é quem
alcança as suas bênçãos. E, com isso, somos levados a refletir: será que o
Senhor está se agradando do nosso caminho? Em outras palavras: será que Ele
está satisfeito com as nossas atitudes? Resumindo, para estar dentro do
propósito divino é preciso estar vivendo de acordo com os ensinamentos da sua
Palavra. Nossas orações não são ouvidas se elas ferem os seus mandamentos (Pr 28:9)
ou se não estão dentro daquilo que Ele tem proposto para a nossa vida de um
modo pessoal (Êx
4:10-14[6] [7]). Antes
de orar, reflita sobre as condições e a razão pela qual você pretende fazer
essa oração (Pr
21:13).
Jonas M. Olímpio
[1]Cobiça: Desejo veemente de
conseguir alguma coisa. Ânsia ou ambição de honras ou riquezas. Avidez.
Concupiscência.
[2]Episcopado: A função de bispo (1ª Tm 3:1). supervisão. Ministério de supervisão,
ofício, cargo, ofício de um ancião. Supervisores ou dirigentes de uma igreja
cristã.
[3]Coabitar: Ter relações
sexuais com alguém. Conviver intimamente.
[4]Compassivo: Que tem compaixão.
[5]Afável: Benévolo.
Delicado, cortês. Agradável nas maneiras
e na conversação. Bem educado.
[6]Eloquente: Aquele que tem eloquência
(grande capacidade para falar).
[7]Levita: Membro da tribo de
Levi (um dos filhos de Jacó). Foi a tribo escolhida por Deus para cuidar dos
trabalhos sagrados. Todos os sacerdotes também tinham que ser levitas. Os
levitas serviam no santuário, ajudavam nos sacrifícios, carregavam a arca da
aliança, ensinavam e tinham o direito de ser sustentados com os dízimos e as
ofertas. Sua história e suas funções está registrada detalhadamente no livro de
Levíticos.
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