quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Orações que Deus Não Recebe

Orações com interesses meramente
materiais ou por motivos injustos não 

apenas são recusadas por Deus como
também consistem em pecado
    Os fatores determinantes para o êxito de uma oração não são simplesmente a fé, a necessidade e nem mesmo a santidade; embora esses itens sejam de extrema importância (Mt 21:22; Sl 69:33; Jo 9:31), é necessário que se tenha em mente que, além da vontade ou propósito divino, é a sua intenção, ou seja: a razão que move o seu coração a te levar a pedir algo para Deus é o que pode definir se você será atendido ou não. No texto de Tiago 4:3 há uma perfeita explicação sobre isso: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.”; essa afirmação mostra claramente que a oração precisa ter um propósito justo que não vise simplesmente satisfazer nossos próprios prazeres, pois isso consiste numa forma errada de se dirigir a Deus. E, em seu contexto, ele vai além, mostrando a cobiça[1] como a causa das contendas devido ao fato de muitas pessoas lutarem entre si por seus objetivos em vez de  os pedirem a Deus,
sendo também que quando pedem, fazem isso de maneira errada, pois seu coração está voltado apenas para si próprios, sem a intenção de ajudar ou edificar o próximo e muito menos de adorar o Senhor.
Sem um coração sincero e
humilde regado pelas lágrimas do
amor e do arrependimento, nossas
orações são desagradáveis aos
ouvidos de Deus
    Na prática, isso é o que muitos chamam de “oração contrária”, que é aquela que vai contra os princípios divinos ensinados na Bíblia; são orações pedindo coisas sem sentido como, por exemplo, vingança contra os inimigos, posição ministerial ou profissional pelo simples prazer de ser admirado, a queda de alguém para se favorecer, dinheiro para ter uma vida de conforto, conquista de objetos por invejar alguém que adquiriu algo, condições para melhorar a aparência pela mera vaidade do exibicionismo e várias outras coisas que são desnecessárias ou que ferem os mandamentos divinos. Ao contrário disso, o tipo de oração que o Senhor espera de seus servos, em seu conteúdo geral, é aquele que busca perdão e justiça em relação aos que lhe prejudicam (Mt 5:44), crescimento espiritual ou secular para que o nome de Deus seja glorificado através de sua vida (1ª Tm 3:1; Jo 3:30[2]), a prosperidade do próximo e misericórdia para que ele reconheça e procure consertar seus possíveis erros (Fp 2:3; Tg 5:16), condições financeiras suficientes para viver honradamente (Pr 30:8), conquista daquilo que for útil para si próprio agradecendo a Deus pelo crescimento de seu irmão (Mt 6:11,12) e humildade para não deixar que preocupações banais em relação a sua estética te impeçam de servir ao Senhor com pureza sendo um canal de pecado devido a sua sensualidade (Rm 8:13). E tudo isso deve ser feito sem mágoa no coração, pois a falta de perdão é um dos fatores que que mais impedem uma oração de ser atendida por Deus (1ª Pe 3:7-9[3] [4] [5]). Orar sem um justo propósito não apenas produz uma resposta negativa ou silenciosa sobre o seu pedido, como também forma uma barreira que atrapalha a sua comunhão com Deus, porque isso indica que seu coração está mais ligado às coisas da terra do que às espirituais  (Lc 12:34).
A oração, para ser ouvida por Deus,
deve ser feita de acordo com os
princípios ensinados nas Escrituras
Sagradas
    Dentre todos os motivos, o principal diferencial entre ter uma oração recebida ou não é o propósito divino, ou seja: a vontade de Deus. De fato, o Salmo 37:4 diz que devemos nos alegrar no Senhor para que Ele conceda o desejo do nosso coração. Porém, isso não nos dá o direito de pensarmos que Jeová está a nossa disposição simplesmente para nos satisfazer, porque essa Palavra é para quem o obedece e procura conhece-lo profundamente. Pois no versículo 23 desse mesmo Salmo está escrito que os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e que Ele se agrada do seu caminho; isso significa que aquele que o busca e vive de acordo com a sua justiça é quem alcança as suas bênçãos. E, com isso, somos levados a refletir: será que o Senhor está se agradando do nosso caminho? Em outras palavras: será que Ele está satisfeito com as nossas atitudes? Resumindo, para estar dentro do propósito divino é preciso estar vivendo de acordo com os ensinamentos da sua Palavra. Nossas orações não são ouvidas se elas ferem os seus mandamentos (Pr 28:9) ou se não estão dentro daquilo que Ele tem proposto para a nossa vida de um modo pessoal (Êx 4:10-14[6] [7]). Antes de orar, reflita sobre as condições e a razão pela qual você pretende fazer essa oração (Pr 21:13).

Jonas M. Olímpio




[1]Cobiça: Desejo veemente de conseguir alguma coisa. Ânsia ou ambição de honras ou riquezas. Avidez. Concupiscência.
[2]Episcopado: A função de bispo (1ª Tm 3:1). supervisão. Ministério de supervisão, ofício, cargo, ofício de um ancião. Supervisores ou dirigentes de uma igreja cristã.
[3]Coabitar: Ter relações sexuais com alguém. Conviver intimamente.
[4]Compassivo: Que tem compaixão.
[5]Afável: Benévolo. Delicado, cortês.  Agradável nas maneiras e na conversação. Bem educado.
[6]Eloquente: Aquele que tem eloquência (grande capacidade para falar).
[7]Levita: Membro da tribo de Levi (um dos filhos de Jacó). Foi a tribo escolhida por Deus para cuidar dos trabalhos sagrados. Todos os sacerdotes também tinham que ser levitas. Os levitas serviam no santuário, ajudavam nos sacrifícios, carregavam a arca da aliança, ensinavam e tinham o direito de ser sustentados com os dízimos e as ofertas. Sua história e suas funções está registrada detalhadamente no livro de Levíticos.

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