sexta-feira, 29 de junho de 2012

Quem foi o apóstolo Pedro?

    Esse estudo foi elaborado para responder a uma pergunta de um membro da UBE (União de Blogueiros Evangélicos).

     Em 1ª Pedro 1:23 está escrito o seguinte: "Sendo de novo
Sem Jesus, Simão era apenas mais
um pescador com as redes vazias
lutando pela sobrevivência com
as próprias forças; assim é o ser
humano antes de conhecer o Mestre
pessoalmente.
gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre.
"; esse texto, cujo objetivo principal é mostrar a conversão do pecador através da Palavra, tendo sido escrito pelo próprio Pedro, mostra o grande milagre que o Senhor Jesus fez na vida dele. Sendo um dos maiores exemplos bíblicos de como Jesus transforma a vida de um ímpio, e também de como um crente pode passar por várias fases e crises antes de chegar ao ponto em que Deus o quer para usá-lo, Simão Pedro tem uma surpreendente história com a qual todos nós nos identificamos de alguma forma. Ele era um homem rude, de atitudes grosseiras, mantinha uma postura firme e aparentava ter pouca cultura; era pescador como muitos homens daquela época que dependiam da pesca para o sustento de sua casa e, muito provavelmente, mais um seguidor da Lei sem muito conhecimento das Escrituras. Morava na cidade de Cafarnaum (Mc 1:21) e a Bíblia indica que ele era casado, pois tinha uma sogra (Mc 1:30), mas não revela detalhes sobre sua família. Com pouco que sabemos sobre ele, o que podemos concluir, baseados na imagem que nos é passada por sua história, é que sua personalidade de caráter explosivo e coração duro não contribuiria em nada para que um dia viesse a ser um servo de Deus.
Mesmo com Jesus, assim como
muitos crentes, Pedro ainda
encontrava muitos obstáculos
para superar suas dificuldades;
não basta seguí-lo, é necessário
pedir que Ele transforme a sua
vida.
    Mas no dia em que Jesus foi apresentado a ele por seu irmão André tudo começou a mudar, inclusive o seu próprio nome e a sua profissão: de Simão, passou a ser chamado de Pedro - ou Cefas, que significa Pedra - (Jo 1:40-42) e de pescador de peixes, foi convidado a ser pescador de almas (Lc 5:10). Talvez, naquele momento, ele não tivesse entendido bem o peso da missão que havia acabado de receber, mas a aceitou prontamente (Lc 5:11), pois tinha acabado de testemunhar um grande milagre de Jesus que o fez pescar uma grande quantidade de peixes depois de uma noite inteira sem ter conseguido pegar nada. Talvez Simão tivesse agido pela emoção devido ao grande milagre que havia recebido, e também pelo fato de ter ouvido o próprio Messias lhe chamar de Pedro - um nome mais forte, que expressa poder -; mas, de uma coisa podemos ter certeza: Deus tem suas formas de agir através de cada um e, de maneira alguma, temos o direito de questionar o que se passa na vida de nossos irmãos e o por quê de cada um deles ter procurado a Cristo e estar seguindo-o.
Depois de ser cheio do Espírito
Santo, as coisas começaram a
melhorar na vida do apóstolo;
sem autoridade espiritual,
por mais que tentemos, não
conseguimos cumprir de forma
satisfatória todos os nossos
objetivos.
    Embora tenha mudado o seu nome, por várias vezes, Jesus ainda o chamou de Simão, e isso acontecia geralmente quando ele ainda dava reflexos de sua imaturidade espiritual ( Lc 22:31-34; Mc 14:37; Jo 21:15-17). Há muitos momentos em que o nosso velho homem parece querer ressuscitar através de nossas atitudes incompatíveis ao padrão de conduta exigido pelo Evangelho que aceitamos seguir, e é nesses momentos que o Espírito Santo desperta nossa consciência de alguma forma, fazendo-nos lembrar que recebemos um novo nome, ou seja: que adquirimos uma nova vida em Cristo e que as coisas dos tempos da escravidão do pecado devem ser deixadas para trás. Mas nem só de falhas vivia esse novo convertido, e uma de suas atitudes mais notáveis que nos servem de exemplo foi o fato de que quando Jesus interrogou seus discípulos sobre quem as pessoas, e eles próprios, achavam que Ele era, Pedro foi quem respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.(Mt 16:13-16); essa foi uma demonstração de que a comunhão com Deus já estava trabalhando naquele duro coração e que ele não seguia a Cristo por influências alheias, mas sim porque recebera do Altíssimo a revelação sobre quem Ele era (Mt 16:17). Pedro foi um homem muito privilegiado pelas tremendas experiências que teve em sua vida: andou sobre as águas (Mt 14:24-31); testemunhou a ressurreição da filha de Jairo (Lc 8:49-56)pescou um peixe que tinha uma moeda na boca (Mt 17:24-27); presenciou a transfiguração de Cristo (Mt 17:1-5); acompanhou a agonia de Cristo no Getsêmani (Mt 26:36-38); no momento em que Jesus foi preso todos os discípulos fugiram, mas ele continuou acompanhando a situação mesmo de longe (Mt 26:55-58); na sua pregação no dia de Pentecostes, quase três mil pessoas se converteram (At 2:37-41); curou um coxo na porta do templo (At 3:1-8); talvez até a sua sombra tenha curado alguns enfermos (At 5:12-16); Ananias e Safira morreram por terem mentido para ele (At 5:1-10); curou um paralítico na cidade de Lida (At 9:32-35); e, entre muitas outras coisas, ressuscitou Dorcas na cidade de Jope (At 9:36-41). Mas é claro, como acontece com todos nós, suas más atitudes parecem ter sido mais notadas e lembradas até os dias de hoje como, por exemplo: não entendeu bem a razão da crucificação e repreendeu o Senhor Jesus (Mt 16:21-23); mentiu (Mt 26:31-35); cortou a orelha do soldado Malco (Jo 18:8-11); por três vezes negou ser um seguidor de Cristo (Mt 26:69-75); a princípio, demonstrou preconceito contra os gentios (At 10:1-36) e foi repreendido pelo apóstolo Paulo por apresentar ter dupla personalidade (Gl 2:11-14).
Servir a Deus, muitas vezes,
pode parecer não ter muitas
vantagens; porém, quem
realmente sabe o que é viver
pela fé é que consegue
reconhecer o valor do
Evangelho e compreender que
a nossa maior recompensa
não está aqui, mas sim
preparada para a eternidade.
    Fazendo um balanço geral sobre a sua vida e conduta ministerial, ele não parece ser o tipo de obreiro que gostaríamos de ter ao nosso lado em qualquer tipo de trabalho da igreja. Porém, devemos saber respeitar o caráter de cada um e entender que Deus usa as pessoas da forma que elas são desde que, mesmo com suas falhas, elas estejam agindo de acordo com a sua vontade. Mesmo com todas as adversidades que enfrentou - muitas provocadas por ele mesmo -, sua vida serviu de exemplo para cristãos de todas as épocas e lugares, inclusive para nós hoje na situação em que vivemos; pois ele foi um pregador sem meias palavras e rebatia sem medo os falsos mestres das época, defendendo a verdade acima de tudo. Se antes ele não demonstrava ter muita cultura, no decorrer do exercício do seu ministério, ele superou essa dificuldade e chegou a escrever duas epístolas, as quais têm o seu próprio nome: a primeira, escrita por volta do ano 64dC., destinada aos cristãos judeus expulsos de Jerusalém que se espalharam ao longo da Ásia Menor, contendo doutrinas diversas; e, a segunda, escrita em 67dC., destinada a todos os crentes focando as heresias no meio da Igreja. Por falar em heresia, a igreja católica o considera como o primeiro Papa, baseando-se em Mateus 16:18; mas analisando detalhadamente o texto, percebemos que a Pedra em questão é o próprio Cristo e não Pedro; além do mais, se pelas leis católicas seus sacerdotes devem ser solteiros, como Pedro seria um Papa sendo que ele era casado? Finalizando esse breve resumo, segundo dados históricos, estando com uma idade já avançada, Pedro foi condenado à pena de morte, muito provavelmente, em 68dC., por ordem de Nero, que era o imperador romano que estava no poder na época; isso teria acontecido logo após o grande incêndio de Roma. Quando Pedro soube que o cumprimento de sua sentença seria consumado através de crucificação, ele próprio pediu aos carrascos que o crucificassem de cabeça para baixo, pois não se achava digno de morrer da mesma forma que o seu Mestre. Levados por esse princípio, todos nós deveríamos ter a dignidade de saber que não somos dígnos de nada, inclusive de viver materialmente mais prósperos do que o Senhor Jesus, embora, é claro, Ele nos permita uma vida de conforto como participantes de sua graça. Que a semente da incorruptibilidade nasça e frutifique em nós da mesma forma que frutificou na vida do apóstolo Pedro.


Jonas M. Olímpio

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