terça-feira, 26 de maio de 2015

A Minha Conduta Como Cristão Está Sendo Digna de Ser Imitada?

Texto Bíblico
1ª Coríntios 11:1 - “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.”

Um verdadeiro líder cristão
sabe o peso de ser um imitador de
Cristo e, mesmo assim, por sua
digna conduta, conquista os
demais a imitá-lo, fazendo-os
entender que não outro meio de
seguir o Mestre.
História
    Cidade de Corinto. Por volta do ano 55dC. Observando os capítulos anteriores dessa epístola, podemos perceber que o apóstolo Paulo tinha justas razões para se preocupar com a conduta dos crentes coríntios. Antes de citar essa frase em que se colocava como um espelho para a Igreja, ele falava sobre idolatria e culto aos demônios, práticas comuns na Grécia, inclusive na cidade de Corinto aonde, além de outras coisas, existia um templo dedicado à Afrodite[1], esse era um lugar em que ela era cultuada por cerca de mil prostitutas e aconteciam as piores abominações sexuais que pudermos imaginar. Num lugar desses, não seria de se estranhar que os crentes novos convertidos fossem facilmente atraídos por más influências sendo tentados a tornarem às suas antigas práticas. Isso explica essa ousada afirmação de Paulo que, apesar de parecer arrogante e até falsa, ela apenas retrata sua coragem como líder ao assumir diante de Deus e da Igreja a responsabilidade de se colocar como um homem íntegro em todos os sentidos, transmitindo aos que o observavam, a imagem do próprio Cristo. Mas, pra isso, não bastaria pregar o Evangelho? Um autêntico obreiro demonstra a veracidade de suas pregações sendo ele próprio um exemplo daquilo que ensina. Por mais que ouvisse falar, o povo não conhecia Jesus, pois ninguém ali o tinha visto, e por isso precisavam ver em sua liderança atitudes que expressassem o caráter e o sentimento do Mestre sobre quem haviam aprendido que deveriam seguir. Ser exemplo aos demais, agindo como Jesus agiria, é uma obrigação de todos os cristãos, sobretudo dos que exercem funções de liderança. Mas será que todos - principalmente seus líderes , estão em condições de dizer com sinceridade e tendo a consciência tranquila “podem me imitar porque eu estou imitando a Cristo”?

Mensagem
    O cristão que não reflete a imagem de Cristo nunca contemplou verdadeiramente a face de Deus em sua vida espiritual.

“Sede meus imitadores...”
    O testemunho pessoal é composto não apenas por palavras, mas, principalmente, por atitudes que identifiquem o crente com as mensagens bíblicas que ele diz terem transformado a sua vida. Será que os meus atos não têm me tornado mentiroso diante do mundo, da Igreja e do próprio Deus? Independentemente da posição ministerial que ocupamos, somos observados por todos os lados e isso pode fazer a diferença entre ganhar almas ou perde-las definitivamente. Essa regra de conduta consiste num imenso cuidado em relação à harmonia com o nosso próximo, tendo um coração voltado a amar verdadeiramente, causando nos demais o desejo de serem iguais a nós (Fp 3:16,17). Tal conduta inclui também a busca e a manifestação da autoridade espiritual, por meio da qual muitos decidem seguir nossos exemplos, aprendendo até mesmo a suportar as tribulações da vida cotidiana (1ª Ts 1:5-7[2] [3]). Outro fator importante a se considerar é que o bom exemplo ajuda a aumentar a fé na certeza do cumprimento das promessas do Senhor, pois através da observação de nossa perseverança, muitos ganham forças para prosseguir mesmo em situações incertas, assim não sendo negligentes em sua responsabilidade como discípulos (Hb 6:10-12).

“... como também eu de Cristo.”
    As virtudes morais de um servo de Deus precisam ser visíveis aos olhos humanos, pois se professamos a fé em Cristo, devemos ter a consciência de que o que carregamos em nossa imagem é o próprio nome dEle e não temos nenhum direito de sujá-lo. Mas de que maneira eu posso sujar o nome de Cristo? Sendo desonesto, amargurado, vingativo, negligente, omisso, descuidado, indecente, desrespeitador, egoísta, infiel, enfim, praticante de tudo aquilo que desobedeça ao que todos sabem que as Escrituras Sagradas ensinam. O imitador de Cristo tem condições de expressar com autoridade seu direito de se colocar como exemplo aos demais (1ª Co 4:16[4]). Aquele que anda segundo a vontade de Deus age verdadeiramente como seu filho tendo, assim como Ele, o amor como sua principal marca registrada, não medindo esforços em sua dedicação no que seja para beneficiar ao próximo entregando o melhor de si em nome daquEle que se sacrificou por ele (Ef 5:1,2). Quem tem o Senhor como seu espelho, assim como Ele, aprende a suportar seus próprios ofensores, desempenhando bem seu papel como Igreja, a qual sendo o Corpo de Cristo, resiste aos açoites dando perdão aos seus agressores tal como Ele fez na cruz (1ª Ts 2:14).

Conclusão
    Os exemplos dados pelo apóstolo Paulo mostram claramente o custo e o benefício do amor e da fidelidade ao Senhor e à sua Igreja. Apesar das aflições, o resultado que vemos disso é o crescimento que obtivera por meio do seu trabalho, pelo qual trazia alegria aos irmãos (At 15:3,4[5] [6]). Mesmo perante todas as dificuldades, ele não assumia uma postura de revolta e nem se sentia dono da Obra que executava. Sob o ponto de vista humano, poderia ele próprio se dar o direito de falar “sejam meus patrocinadores, pois sou um sofredor de Cristo”, mas, por priorizar o lado espiritual, optou por dizer “sejam meu imitadores, como também eu de Cristo”. Ele podia dizer isso com autoridade porque sua conduta era inegavelmente digna de ser imitada, e isso deve nos levar a refletir: “Como está a minha fé?”; “Como está o meu crédito diante de Deus?”; “Como está a minha confiança diante da Igreja?”; e “Como está a minha imagem diante do ímpio?”. Um espelho que não reflete boa imagem acaba sendo quebrado porque não tem utilidade. Que nossa conduta seja sempre compatível com a glória transmitida pelo Mestre, mostrando transformação, diferença, ou seja: uma autêntica novidade de vida que revele a natureza de Deus causando em nossos observadores o desejo de também serem portadores do seu Santo Espírito (2ª Co 3:18).



[1]Afrodite: Na mitologia grega é considerada a deusa do amor, da beleza e da fertilidade. O significado do seu nome é incerto - talvez seja "espuma" ou "erguida da espuma" -, é também chamada de "deusa nascida do mar". Seu nome deu origem ao termo "afrodisíaco" que se refere a qualquer substância que possa ser usada como estimulante sexual.
[2]Macedônia: Região do sudeste da Europa, que ocupa a parte central do que agora se conhece como a Península Balcânica. Foi, em tempos, uma província romana que se estendia desde o Mar Adriático, no Oeste, até o Mar Egeu, no Leste, e ficava ao Norte da Acaia. Foi a primeira região da Europa a ser visitada pelo apóstolo Paulo na sua segunda viagem missionária. Enquanto Paulo estava em Trôade, na Ásia Menor, teve uma visão que o mandava à Macedônia (At 16:8, 9). Paulo com Lucas, Timóteo e Silas, partiu para a Macedônia. Depois de chegar a Neápolis, o porto de Filipos, Paulo dirigiu-se à cidade de Filipos (At 16:11-40). Lucas permaneceu em Filipos quando Paulo, Silas e Timóteo percorreram as cidades macedônias de Anfípolis (uns 50 km de Filipos) e Apolônia (uns 50 km de Anfípolis). A seguir, Paulo visitou respectivamente as cidades macedônias de Tessalônica (uns 60 km de Apolônia) e Beréia (uns 80 km de Tessalônica). O bom relatório que Timóteo trouxe, ao retornar, induziu Paulo a escrever a sua primeira carta aos tessalonicenses (1ª Ts 3:6; At 18:5). A sua segunda carta aos tessalonicenses seguiu-se pouco depois.
[3]Acaia: Nos tempos do Novo Testamento, era uma província romana. No tempo de Homero, a Acaia designava toda a Grécia, que era habitada pelos acaianos; depois, durante algum tempo, passou a designar apenas a costa sul do Golfo de Corinto. Quando a Grécia caiu sob domínio romano no século II AC, o território foi adstrito (146 aC.) à província da Macedônia mas em 27 AC organizou-se como província autônoma. No ano 15 DC, uniu-se novamente à vizinha Macedônia, ficando sob a alçada de um administrador imperial, até que Cláudio, em 44 DC, devolveu a província ao Senado. Foi, depois, administrada separadamente por um procônsul, que tinha a sua sede em Corinto (cf. At 18:12). Os seus limites iam até Tessalônica, no sul da Grécia. Paulo esteve em Acaia, pela primeira vez, por volta de 51 dC., durante a sua 2ª viagem missionária e visitou as cidades de Atenas, Corinto e Cencréia (At 17:16 a 18:18). Tornou a visitar a província no inverno de 57/58 dC durante a sua 3ª viagem missionária (At 19:21). Apolo também pregou o Evangelho nesta província (At 18:24, 27; 1ª Co 3:3-7; 16:12). 
[4]Admoestar: Advertir amigável ou benevolamente; fazer ver. Censurar ou repreender suavemente, aconselhando a não repetir a falta. Recomendar.
[5]Fenícia: País mediterrâneo, situado ao Norte de Israel (At 21:2). Suas cidades principais eram os portos de Tiro e Sidom, de onde foi exportado o cedro usado na construção do Templo (1º Rs 5:1-10).
[6]Samaria: Pessoa nascida em Samaria (situada na montanha do oriente Médio, no antigo Reino de Israel, entre a Judéia e a Galiléia (atual território da Cisjordânia e de Israel). Os samaritanos pertenciam ao Reino de Judá que era rival das dez tribos do Reino do Norte. Atualmente existem cerca de 700 samaritanos, eles não se consideram judeus e sim descendentes do antigo Reino de Israel. Israelitas e samaritanos não se davam por causa de diferenças de raça, religião e costumes (2º Rs 17:29; Jo 4:9).

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