Resumo baseado na revista Lições Bíblicas Adultos da CPAD - 2º Trimestre de 2015 (Jesus, o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o médico amado) | Lição 7 | AD Belém - Congr. Elias Fausto/SP - Jonas M. Olímpio
A demonstração de poder de Jesus sobre as doenças e a morte ocorreu por três razões: expressão de amor, demonstração de autoridade e comprovação da sua divindade. |
Lucas 4:38,39; 7:11-17 - Ora, levantando-se Jesus da
sinagoga, entrou em casa de Simão; e a sogra de Simão estava enferma com muita
febre, e rogaram-lhe por ela. 39E, inclinando-se para ela,
repreendeu a febre, e esta a deixou. E ela, levantando-se logo, servia-os. 7:11-17E
aconteceu que, no dia seguinte, ele foi à cidade chamada Naim[1], e com ele iam muitos dos
seus discípulos, e uma grande multidão; 12E, quando chegou perto da
porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era
viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. 13E, vendo-a, o
Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. 14E,
chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam), e disse: Jovem, a ti
te digo: Levanta-te. 15E o que fora defunto assentou-se, e começou a
falar. E entregou-o à sua mãe. 16E de todos se apoderou o temor, e
glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus
visitou o seu povo. 17E correu dele esta fama por toda a Judéia e
por toda a terra circunvizinha.
De acordo com a Bíblia, como podemos
conferir em Romanos 5:12, a razão da existência da morte é o pecado; portanto,
sendo a morte, geralmente, consequência de enfermidades, podemos concluir que
essas fragilidades humanas são de origem maligna. Porém, é necessário
entendermos também que nem todos os casos de doença signifiquem que a pessoa
esteja de fato sendo dominada por algum tipo de demônio ou castigada por seus
pecados, mas sim que ela esteja sendo vítima da própria condição humana a que
estamos expostos porque somos descendentes de Adão, o primeiro pecador. Como
vemos, principalmente no livro de Lucas, Jesus travou uma verdadeira batalha
contra o adversário das trevas, e o resultado foi a libertação de várias
pessoas que foram curadas e até ressuscitadas (Lc
4:38,39; 7:11-17).
Um fator extremamente interessante que
podemos observar em muitos desses casos é que Ele disse às pessoas curadas que
elas estavam sendo perdoadas. Isso mostra que embora o pecado não seja o único
fator que provoque enfermidades, ele é sim o responsável por muitos casos.
Dessa forma, vemos também sua grande misericórdia, pois nunca recusa dar seu
perdão e usar seu poder para curar aqueles que se arrependem verdadeiramente.
Apesar de haver de fato uma relativa ligação entre o pecado e os males que
afligem o ser humano, não nos esqueçamos que nem sempre todos os que são fiéis
a Deus alcançarão o milagre da cura, e também que nem todos os que alcançam
algum milagre têm suas atitudes aprovadas pelo Senhor; pois existe uma razão
particular em cada casos, e Ele só age segundo os seus próprios propósitos. A
maior prova disso é que Ele nos ensina a não temer a morte física, mas sim a
espiritual (Lc 12:4,5).
Apesar de ser importante saber a origem de
um mal para poder combate-lo, devemos ter em mente que a misericórdia divina
está muito acima disso. Sim, Satanás age por meio de enfermidades e causa a
morte, e sabemos também a permissão de Deus para essa ação lhe é concedida
geralmente quando o homem abre uma brecha em sua vida por meio de práticas
pecaminosas; porém, há males que são decorrentes das condições em que nascemos
ou vivemos e do cuidado que temos com o próprio corpo. Por isso, nunca
julguemos a origem dos problemas de uma pessoa, pois a necessidade ou não de um
perdão para que ela alcance a solução é entre ela e Deus, enquanto que nós, a
Igreja, devemos nos limitar a orar intercedendo por misericórdia. O próprio
Jesus mostrou que nem tudo é originado pelo pecado (Jo
9:1-3).
O que levava Jesus a querer curar - inclusive os pecadores - era a sua
compaixão[2] por
eles, ou seja: Ele sentia suas dores, praticamente se colocava no lugar deles e
conseguia entender o que estavam passando. Um perfeito exemplo disso foi a
grande compaixão que Ele sentiu por um leproso que se ajoelhou e disse que, se
Ele quisesse, poderia limpá-lo (Mc 1:40,41). Apenas quem tem verdadeiramente
amor em seu coração consegue compreender o quanto é horrível a dor alheia e
ter, dentro de si, um verdadeiro desejo de eliminá-la ou, pelo menos,
aliviá-la. Seu amor pela humanidade foi tão grande que Ele, sendo um ser
divino, demonstrou a mais sensível e pura das emoções humanas quando chorou não
só por seu amigo Lázaro ao receber a notícia de sua morte (Jo 11:32-35), como
também pelo povo de Jerusalém mesmo sabendo dos seus muitos pecados (Lc 19:41,42).
Outro motivo para as curas que realizava
era a sua revelação à humanidade de que Ele é o Messias. Não que Ele precisasse
se promover através disso, mas seu poder tinha que ser revelado para que todos,
de alguma forma, soubessem que as profecias a respeito do Salvador estavam se
cumprindo (Is 42:6,7; 61:1). Na atualidade, muitos pregadores - independentemente do fato de serem falsos profetas
ou não - usam o nome de Jesus e o seu poder apenas para divulgarem seu
“marketing pessoal” e ganharem dinheiro sendo por meio da cura ou de falsas
curas ou sinais de maravilhas; tais obreiros fraudulentos já eram previstos
pelo Senhor Jesus (Mt 24:11). No entanto, o importante é sabermos que o
Verdadeiro Profeta e aqueles a quem Ele verdadeiramente enviou tem seus
milagres confirmados não somente pela cura, mas também pelo perdão dos pecados
e pela paz concedida ao coração daqueles que os recebem. Você tem fé para
receber o Filho de Davi[3]
(Lc 18:38-42)?
A palavra virtude empregada nos Evangelhos
vem do grego dynamis e expressa poder
e autoridade; esses termos são usados em referência ao Espírito Santo. De
acordo com alguns textos, em seu ministério terreno, Jesus estava cheio de
virtude, ou seja: cheio de autoridade e poder (Lc 5:17; 8:43-46). Essa
associação de autoridade espiritual ao Espírito Santo nos ensina que nada
podemos fazer sem os dons por Ele concedidos. O que temos ou fazemos não tem
origem em nós mesmos; apesar de dependerem de nossa busca e boa vontade em
executá-los, sua fonte está no Alto e, por isso, não temos nenhum direito de
nos autogloriarmos, pois estamos aqui na terra trabalhando temporariamente e
com “ferramentas emprestadas”, pelas quais termos um dia que prestar contas ao
seu Dono. Você quer reconhecimento? O reconhecimento de Jesus acontecia porque
Ele se deixava usar pela virtude do Espírito Santo; Ele não precisava se
apresentar, Ele era apresentado pelo poder espiritual que estava nEle (Lc 4:14; 5:17).
É uma simples questão de lógica: cada um só
pode dar aquilo que tem! Assim sendo, Jesus tinha o que oferecer, tanto aos
necessitados de milagres, quanto aos necessitados de poder espiritual para
exercerem seu ministério. Dessa maneira, Ele dotou de autoridade seus
discípulos, os quais passaram a ter condições de fazer aquilo que Ele fazia (Lc
9:1,2). E, da mesma maneira, essa graça foi estendida a nós, a Igreja,
juntamente com a promessa de que tal dádiva permanecerá conosco até a
consumação dos séculos (Jo 14:16-18; Mt 28:18-20).
Em seus milagres de ressurreição, os quais
faziam parte de seu ministério (Lc 7:22), Jesus comprovou o seu total poder
sobre a morte. Com isso, Ele nos ensinou que nada está fora do seu controle,
pois nem mesmo a vida física do ser humano pode se findar se isso estiver fora
dos seus propósitos. Essa é também uma forma de Ele provar a Satanás que o
poder das trevas é extremamente limitado, porque nem matar o inimigo pode se
isso não for permitido por Deus. Essa demonstração de poder sobre esse mal
ficou ainda mais evidente quando Ele próprio ressuscitou três dias após ter
sido crucificado (Lc 24:1-7).
Mesmo sendo realidade o fato de Ele ter “tomado
sobre si as nossas enfermidades e levado as nossas doenças”, é uma realidade
também o fato de que nós, mesmo vivenciando algumas curas milagrosas, ainda
enfrentamos muitas enfermidades e até estamos sujeitos a morrer por elas como
muitos de nossos entes queridos que se foram dessa forma; então será que essa
promessa era somente para a Igreja Primitiva? É claro que não! Pois mesmo em
seu ministério terreno, nem todos foram curados. Uma coisa que precisamos ter
consciência é que, além do propósito em cada ação divina, também existe a questão
da nossa fé e da nossa santidade; no demais, precisamos considerar ainda nossa
responsabilidade pessoal com nosso próprio corpo. E, principalmente, enquanto
estivermos na terra, estamos sujeitos a todos os males existentes no mundo e
somente quando estivermos num corpo glorioso alcançaremos a perfeição e
estaremos livres de todos os tipos de sofrimento (Ap
21:4; Lc 21:33).
Ao
contrário da ideologia ensinada pelos triunfalistas - os que pregam a teoria da saúde perfeita -, a conduta de Jesus,
conforme vemos no livro de Lucas, revela que suas bênçãos, o que inclui cura e
ressurreição, não são concedidas obrigatoriamente em troca simplesmente da fé
ou “sacrifícios” que possamos lhe prestar, mas dependem exclusivamente da sua
soberana vontade, a qual, geralmente, possui um motivo que vai muito além do
nosso desejo em recebe-las. Muitos foram os servos do Senhor que sofreram e até
morreram doentes. Estavam eles em pecado? Obviamente não! Mas até esse seu
desconforto e aparente derrota estavam sob os propósitos divinos e foram, de
alguma forma, permitidos e usados para a honra e a glória do nome de Deus.
Jesus não faz nada para satisfazer nosso ego; suas ações visam suprir reais
necessidades (Lc 9:11,12).
[1]Naim: Significa "Formosura". Uma
vila da Galiléia, localizada na base norte do pequeno Hermom em cujo portão
Jesus ressuscitou um jovem (Lc 7:11-17).
[2]Compaixão: Pena, piedade, dó.
[3]Filho de Davi: Título que os israelitas davam ao
Messias. Ele é descendente de Davi e veio para ser rei como Davi foi (Mt 12:23;
21:15; Lc 18:39).
Resumo baseado na revista Lições Bíblicas Adultos da CPAD - 2º Trimestre de 2015 (Jesus, o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o médico amado) | Lição 7 | AD Belém - Congr. Elias Fausto/SP - Jonas M. Olímpio
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