quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Jonas - A Misericórdia Divina

Estudo Bíblico Baseado na Escola Bíblica Dominical da CPAD | 4º Trimestre de 2012 - Lição 6 | AD Belém - Setor 20 (Arujá/SP) - Congr. Pq. Rodrigo Barreto I | Jonas M. Olímpio

    Veja esse mesmo esboço em slides de PowerPoint: http://www.slideshare.net/jonasmartinsolimpio/jonas-a-misericrdia-divina

   Atenção Professor!
    Após essa aula, seu aluno deverá estar apto a:
    >    Explicar o contexto histórico, a estrutura e a mensagem do livro de Jonas;
    >    Conhecer o atributo da misericórdia divina;
    >    Conscientizar-se da perenidade da misericórdia de Deus.

O pecado de Jonas ocasionou 
problemas não somente para 
ele, mas também para todos os 
ocupantes daquele navio; a 
desobediência é um mal tão 
terrível que nos coloca em 
situações inesperadas juntamente 
com as pessoas que estão ao 
nosso lado
Texto Áureo
   E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez (Jn 3:10).

Verdade Prática
    O relato de Jonas[1] ensina-nos o quanto Deus ama e está pronto a perdoar os que se arrependem.

Palavra-chave
    Misericórdia: Sentimento de solidariedade com relação a alguém que sofre uma tragédia; compaixão, piedade.

Leitura Bíblica em Classe
    Jonas 1:1-3;15,17; 3:8-10; 4:1,2 - E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai[2], dizendo: 2Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive[3], e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até à minha presença. 3Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do SENHOR para Társis[4]. E descendo a Jope[5], achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, para longe
da presença do SENHOR. 15E levantaram a Jonas, e o lançaram ao mar, e cessou o mar da sua fúria. 17Preparou, pois, o SENHOR um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas do peixe. 3:8-10Mas os homens e os animais sejam cobertos de sacos, e clamem fortemente a Deus, e convertam-se, cada um do seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos. 9Quem sabe se se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos? 10E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez. 4:1-2Mas isso desagradou extremamente a Jonas, e ele ficou irado. 2E orou ao SENHOR, e disse: Ah! SENHOR! Não foi esta minha palavra, estando ainda na minha terra? Por isso é que me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus compassivo e misericordioso, longânimo e grande em benignidade, e que te arrependes do mal.

Jonas clamou fervorosamente em seu
maior momento de aflição para
alcançar misericórdia; a oração
deveria ser algo espontâneo que
viesse do nosso coração causada
pelo simples desejo de adorar a
Deus, mas, infelizmente, muitos de
nós apenas se lembram do quanto é
bom e importante aproximar-se do
Senhor quando estão passando por
um grande aperto "dentro do ventre
do peixe"
Introdução
·         Nos quarenta e oito versículos de seus quatro capítulos, podemos notar que, entre todos os profetas, o que tem  a história que mais chama a atenção é, sem dúvida nenhuma, o profeta Jonas;
·         Sua inusitada experiência no ventre de um grande peixe e o seu comportamento totalmente inverso ao que deveria ter um homem de Deus, são realmente características muito marcantes que diferem o seu livro dos demais.
·         Jonas é a grande prova de que Deus usa quem Ele quer e da maneira que Ele quer, pois imagine só uma mensagem de amor e salvação sendo levada por uma pessoa cheia de rancor e desejo de castigo contra os seus ouvintes.
·         Seu livro relata várias manifestações milagrosas como, por exemplo, seu livramento quando ele foi jogado do barco, a condução do peixe ao destino correto aonde o vomitou, a conversão de 120 mil pessoas e o nascimento e a morte de uma aboboreira que o protegia do sol.
·         A Palavra pregada pelos servos de Deus transforma pecadores em fiéis dignos de julgar o pecado; mas, as grandiosas obras que o Senhor realiza através de nossas mãos não podem ser motivos para a nossa soberba, pois aquEle que nos usa é muito maior do que nós [Lc 11:32 - Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão; pois se converteram com a pregação de Jonas; e eis aqui está quem é maior do que Jonas.].

Jonas teve o privilégio de ter sido
o primeiro missionário a ser
enviado para fora de Israel; mas
desmereceu essa honra com sua
falta de amor por aqueles que
necessitavam de salvação; que
tipo de "missionário" você tem
sido? Aquele que se levanta para
fugir, aquele que vai por
obrigação, ou aquele que vai por
amor?
I – O livro de Jonas
1. Contexto histórico
·         A época e o local de seu ministério estão absolutamente claros, pois ele mesmo relata essas informações logo no início de seu livro: esse foi o período de domínio Assírio[6], cuja capital era a cidade de Nínive;
·         O rei ninivita daquele tempo, de acordo com a história, era Adade-Ninari III[7]: ele teria falecido em 783aC;
·         Analisando a situação pela ótica humana - e não como um servo de Deus -, Jonas tinhas seus “motivos” para não querer pregar para o povo de Nínive:
a)      Deus havia se manifestado ao povo de Israel e os judeus não acreditavam - ou não aceitavam - que Ele também se interessasse em agir a favor dos povos gentios;
b)      Os estrangeiros - entre eles, os assírios - serviam a deuses pagãos: eram muito idólatras;
c)       Os Assírios invadiram e colonizaram Israel e Judá cometendo vários atos de barbaridade;
d)      Viajar para a capital de uma nação inimiga significava um risco muito grande de perder a vida.
·         Nesse mesmo período, Israel - o Reino do Norte - era governado por Jeroboão II, filho de Joás, e o centro do seu poder estava situado em Samaria.
·         Muito tempo depois, o apóstolo Pedro passou pela mesma situação que Jonas e tentou resistir a Deus em levar a Palavra aos gentios, mas o Senhor também o corrigiu; nossa obrigação é levar a mensagem da salvação, não importa a quem [At 11:5-11 - Estando eu orando na cidade de Jope, tive, num arrebatamento dos sentidos, uma visão; via um vaso, como um grande lençol que descia do céu e vinha até junto de mim. 6E, pondo nele os olhos, considerei, e vi animais da terra, quadrúpedes, e feras, e répteis e aves do céu. 7E ouvi uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro; mata e come. 8Mas eu disse: De maneira nenhuma, Senhor; pois, nunca em minha boca entrou coisa alguma comum ou imunda. 9Mas a voz respondeu-me do céu segunda vez: Não chames tu comum ao que Deus purificou. 10E sucedeu isto por três vezes; e tudo tornou a recolher-se ao céu. 11E eis que, na mesma hora, pararam, junto da casa em que eu estava, três homens que me foram enviados de Cesaréia[8].
    1ª Tm 2:1,3,4 - Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; 3Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, 4Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.].

Mesmo sabendo que foi o próprio
Deus quem falou com ele,
ingenuamente achou que poderia
fugir da sua presença; um dos
maiores problemas de muitos
crentes é saber qual é a vontade
de Deus e não lhe dar ouvidos
2. Vida pessoal
·         Conforme está exposto logo no início do livro, Jonas era filho de um homem chamado Amitai;
·         Seu local de residência era numa cidade chamada Gate-Hefer[9], localizada na região da tribo de Zebulom[10], próximo a Nazaré[11] da Galileia[12].
·         Sua principal característica é a rebeldia: Deus o mandou para Nínive, mas ele tentou fugir para Társis; no que temos conhecimento, pela Bíblia, esse foi o único profeta a tentar desobedecer uma ordem direta de Deus.
·         De fato, o salário do pecado é a morte, mas, felizes são aqueles a quem o Senhor concede oportunidade de arrependimento e não a desperdiça [Rm 4:8,9 - Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, E cujos pecados são cobertos. 9Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.].

Os ninivitas cometiam os mais
variados tipos de pecado, mas se
arrependeram; se todos tivessem
noção do poder do arrependimento,
ninguém deixaria de ser salvo
3. Estrutura e mensagem
·         O contexto básico do livro é profético e visava alertar o povo de Nínive sobre o castigo divino, caso ele não se convertesse;
·         Porém, devido a atitude do profeta, sua narrativa acabou ganhando um aspecto biográfico, porque sua rebeldia acabou se tornando um dos assuntos centrais da história; porém, mesmo com sua desobediência, Jonas foi o primeiro missionário a ser enviado para fora de Israel.
·         Embora, para aquele momento, aquela fosse uma mensagem de correção para os ninivitas, conforme podemos ver em Mateus 12:39-41 e 16:4, ela tinha um conteúdo profético também para o povo de Israel, relacionando os três dias e três noites em que Jonas passou no ventre do peixe com os três dias e três noites entre a crucificação e a ressurreição de Cristo.
·         O esboço do livro de Jonas é o seguinte:
a)      1:1,2 - A primeira chamada;
b)      1:3 - A desobediência;
c)       1:4-17 - A consequência da desobediência;
d)      2:1-9 - A oração em meio ao sofrimento;
e)      2:10 - O livramento;
f)       3:1,2 - A segunda chamada;
g)      3:3,4 - A obediência;
h)      3:5-10 - O arrependimento dos ninivitas;
i)        4:1-3 - O descontentamento de Jonas;
j)        4:11 - A repreensão de Deus contra o profeta.
·         Uma das coisas que aprendemos nesse maravilhoso livro é que Deus é um Pai que não se preocupa apenas com os filhos que estão dentro de casa, mas tem um zelo muito especial com os que estão fora; não é a religiosidade que o conquista, mas sim a sinceridade do coração [Mt 9:11-13 - E os fariseus[13], vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos[14] e pecadores? 12Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes. 13Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.].

Para a mente humana natural,
a ideia de ser engolido por um
grande peixe é assustadora, e a
possibilidade de permanecer vivo
dentro dele é inadmissível; porém,
eles não levam em consideração
algo muito importante: aquEle
que criou o universo tem absoluto
poder para usar a sua própria
criação da maneira que Ele quiser
II – O grande peixe
1. Baleia ou grande peixe?
·         Tanto na Septuaginta[15] quanto na Bíblia hebraica, o versículo 17 do primeiro capítulo foi inserido junto com o primeiro versículo do segundo capítulo, ou seja: o capítulo primeiro tem apenas 16 versículos.
·         Existe dúvidas em relação ao animal marinho enviado por Deus para livrar Jonas: ele teria sido um peixe ou uma baleia? Nos versículos referentes a isso está escrito o seguinte:
a)      Jn 1:17 - “Preparou, pois, o SENHOR um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas do peixe.”;
b)      Jn 2:1 - “E orou Jonas ao SENHOR, seu Deus, das entranhas do peixe.”;
c)       Jn 2:10 - “Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra seca.”;
d)      Mt 12:40 - “Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.”.
·         A razão de muitos não aceitarem que esse animal tenha sido uma baleia, mas sim qualquer outro tipo de peixe se deve ao fato de que a baleia não é classificada como peixe, mas sim como um cetáceo[16]: animal mamífero adaptado a viver na água.
·         Apesar de que a palavra mais usada seja “peixe”, há uma grande probabilidade de que tenha sido realmente uma baleia; o motivo de nos escritos originais do Antigo Testamento estar escrito “peixe” é que na língua hebraica não existia a palavra “baleia”, já no Novo Testamento - mais especificamente no livro de Mateus, que foi escrito em grego - ela foi definida originalmente como “monstro marinho”.
·         São as versões em português fazem uso da palavra “baleia” no Antigo Testamento; mas, mesmo que a ciência não fosse muito avançada na época de Jonas, apenas pelo fato de eles já dominarem a pesca e o transporte marítimo e também de conhecerem os livros de Moisés, já é o suficiente para que tivessem conhecimento da existência desses enormes mamíferos aquáticos, os quais eles denominavam como grandes peixes [Gn 1:20,21 - E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus. 21E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.].

Um animal de tão grandes medidas
poderia ter triturado o profeta, mas
a misericórdia divina o fez sair vivo
de lá; você já parou para pensar
em quantas "baleias" surgiram em
sua vida, e como Deus as usou para
te dar livramento e não a destruição?
2. Interpretação
·         Há ainda pessoas que não acreditam na veracidade dessa história e classificam-na como ficção, alegoria[17] ou lenda.
·         Tecnicamente falando, os céticos afirmam o seguinte: “No estômago de uma baleia existe ácido clorídrico[18], e se ele for ingerido ou inalado por um ser humano por tanto tempo, certamente será fatal; em contato com a pele causa grandes queimaduras e, se tocar nos olhos, pode causar cegueira; além do mais, durante três dias, num local fechado e com um mal cheiro insuportável, não haveria alimento, água e nem oxigênio suficiente para a sua respiração”;
·         Sob o ponto de vista científico, obviamente não há como contestar esses argumentos; porém, espiritualmente, podemos classificar esses críticos como tolos porque bem sabemos que Deus tem poder para realizar milagres infinitamente maiores do que esse.
·         O que mais fortalece essa passagem bíblica como sendo um fato verídico é a sua menção feita pelo próprio Senhor Jesus que a usou como sinal sobre o período de três dias após a sua crucificação: se fosse uma parábola - assim como fez sempre que contava uma história ilustrativa -, Ele explicaria tratar-se uma parábola.
·         O poder divino é ilimitado; sendo assim, ele se estende a tudo o que existe nesse imenso universo que foi criado por Ele, e isso inclui, logicamente, os enormes e monstruosos mamíferos aquáticos que aterrorizam nos oceanos [Sl 74:12,13 - Todavia Deus é o meu Rei desde a antiguidade, operando a salvação no meio da terra. 13Tu dividiste o mar pela tua força; quebrantaste as cabeças das baleias nas águas.].

Assur, assim como vários outros
falsos deuses, eram adorados na
Assíria, mas, ao invés de puní-los
por isso, Jeová manifestou-se a
eles como o verdadeiro Deus
demonstrando misericórdia e não
fúria; a justiça divina não consiste
simplesmente em punição, mas em
compaixão, compreensão e
misericórdia
III – A misericórdia divina
1. A conversão dos ninivitas (Jn 3:8,9)
·         Em Tito 2:11 está escrito que a graça tem se manifestado trazendo salvação a todos os homens, e essa realidade já havia sido demonstrada por Deus várias vezes no tempo da Lei como, por exemplo, no caso dos ninivitas.
·         Aquela cidade se encontrava numa situação terrivelmente caótica: muita violência, prostituição, idolatria - eles adoravam ao falso deus Assur[19], entre outros - e havia também corrupção em todos os sentidos; mas, apesar de tanta podridão moral, a misericórdia de Deus falou mais alto e, ao invés de destruí-los de uma vez, Ele decidiu dar-lhes uma oportunidade de arrependimento e conversão.
·         Conforme está relatado em Jonas 3:6-10, o próprio rei decretou que os homens de Nínive jejuassem e se vestissem de saco, crendo que através de um forte clamor e da conversão - pelo arrependimento -, Deus se arrependeria de seu furor para que eles não perecessem; nesse grande “ato de consagração” foram incluídos até os animais.
·         Os ninivitas, mesmo não conhecendo a Deus, através de seu primeiro contato com Ele - pela pregação da sua Palavra - o temeram e alcançaram assim a sua misericórdia; o segredo para se obter o perdão divino é muito simples: arrependimento e clamor [Sl 86:5 - Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para todos os que te invocam.].

Deus não tem prazer na destruição
do ímpio, e quando permite que
ela aconteça, certamente, é porque
já lhe deu justas oportunidades
para que se convertesse
2. O “arrependimento” de Deus
·         As declarações bíblicas sobre Deus em relação a conversão do povo ninivita e também, em Gênesis 6:7, sobre quando Ele “se arrependeu” de ter criado o homem, parecem ser contraditórias; será que a Bíblia está errada ou Deus realmente se arrepende?
·         O conceito básico da palavra arrependimento pode ser resumido como “considerar que não se devia ter tomado alguma atitude, chegando-se a conclusão que cometeu um erro”; analisando sob esse ponto de vista, se Deus se arrependeu, isso significaria que Ele errou;
·         Sabendo que Ele é infalível e, conforme está escrito em Números 23:19, Ele não é homem para que minta e nem filho do homem para que se arrependa, como poderia Ele ter errado e chegado ao ponto de arrepender-se?
·         Nesse caso, na verdade, trata-se de um linguagem antropopática e também de uma questão exegética: não houve mudança em sua atitude de por seu arrependimento, mas, na verdade, Ele deixou de cumprir suas ameaças de castigo porque os pecadores se arrependeram;
·         Encontramos uma situação semelhante em Jeremias 7:8-10: “Se em qualquer tempo eu falar acerca duma nação, e acerca dum reino, para arrancar, para derribar e para destruir, 8e se aquela nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que intentava fazer-lhe. 9E se em qualquer tempo eu falar acerca duma nação e acerca dum reino, para edificar e para plantar, 10se ela fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que lhe intentava fazer.”;
·         Essa é apenas uma forma de “imitar” a linguagem do homem para que ele entenda melhor; nesses casos, Deus está simplesmente deixando claro suas condições e que tomará suas atitudes de acordo com o comportamento humano.
·         Deus não sofre de desvio de caráter - uma “doença” típica dos seres humanos -; Ele é imutável e fiel a sua Palavra [Tg 1:17 - Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.].

A sabedoria é dada pelo Espírito
Santo, mas o conhecimento depende
da nossa busca por meio do nosso
esforço; qual é o valor que você tem
"investido" na busca de conhecer
mais a Deus e o caminho que leva
até Ele?
3. Explicação exegética[20]
·         Em Jonas 3:10a, está escrito o seguinte: “E Deus viu as obras deles, como se arrependeram do seu mau caminho”; o verbo da língua hebraica aqui aplicado é shuv, que, literalmente significa “voltar-se”, “retornar” e também pode ser interpretado como “converter-se”; ele costuma ser usado em referência ao arrependimento humano.
·         Em Jonas 3:10b, em português, está escrito o seguinte: “e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez”; em hebraico, o verbo usado é nahan, que significa “ter pena”, “lamentar”, “consolar”, “ser consolado” e também pode ser entendido como “arrepender-se”; essa foi a palavra aplicada em relação a Deus que na nossa língua foi traduzida como “arrependeu”.
·         Para se poder entender os pontos “contraditórios” da Bíblia é preciso procurar saber o significado de cada palavra na língua original de sua escrita.
·         Tudo o que somos e fazemos deve estar enquadrado nos princípios ensinados nas Sagradas Escrituras; querer estar cheio do poder de Deus sem buscar conhecimento bíblico é uma das grandes razões para a existência de tantas heresias que temos presenciado no meio evangélico [Mt 22:29 - Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.].

Jonas não era um falso profeta,
mas nem por isso suas atitudes
condiziam com a postura de um
servo de Deus; muitos confiam
cegamente em seus líderes e não
se preocupam em buscar
discernimento
espiritual para
saber se eles
estão agindo
realmente de acordo com a
Palavra
IV – A justiça humana
1. Descontentamento de Jonas (Jn 4:1)
·         Jonas conseguiu o que qualquer pregador de hoje literalmente pularia de alegria se conseguisse alcançar: mais de 120 mil conversões em um único lugar;
·         Mas isso não o alegrou, muito pelo contrário, o entristeceu, pois, devido as circunstâncias, ele julgava aquele povo como não sendo merecedor de uma tão grande bênção.
·         Ele mesmo afirma que conhecia a misericórdia e as demais qualidades divinas, e que por isso tinha fugido e agora já estava a ponto de desejar a própria morte.
·         Jonas não era um inconsequente rebelde e preconceituoso como muitos pensam, ele apenas era um legalista zeloso demais dentro daquilo que havia aprendido, ou seja: ele era um “crente” fanático.
·         Seguir simplesmente um ritual ensinado nas tradições litúrgicas te transforma num mero religioso; adoração é agir com o coração e permitir que o Espírito Santo te guie capacitando o teu intelecto [2ª Co 3:4-6 - E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; 5Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, 6O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra[21], mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.].

Muitas vezes nos deparamos com
coisas que o nosso caráter
simplesmente não aceita; mas
algo que devemos aprender é que,
mesmo com o coração machucado,
temos a obrigação de clamar por,
uma transformação interior, pois
os propósitos de Deus, muitas
vezes, são totalmente diferentes
do nosso pensamento e chegam
até a ferir nossos sentimentos
2. Jonas esperava vingança?
·         O sentimento de Jonas em relação ao cruel povo assírio - que, na época, dominava sanguinariamente por todo o oriente médio -, era uma simples visão distorcida sobre o conceito de justiça: seu coração não se conformava com a misericórdia divina e não conseguia perdoar.
·         Certamente ele deve ter perdido parentes e amigos e também presenciado muita violência injusta e covarde praticada pelos assírios contra o povo de Israel; realmente, devemos compreender que essa não foi uma missão nada fácil para ele, como também não seria para nenhum de nós.
·         Esse mesmo sentimento era o que estava no coração do irmão mais velho do filho pródigo, e também se reflete em muitos crentes atuais que não conseguem aceitar de volta, na sociedade e também na igreja, aqueles que erraram e pecaram.
·         A Lei mosaica mandava retribuir aos inimigos, dando-lhes o “troco na mesma moeda”; mas, Jesus Cristo com a sua maravilhosa graça, nos ordenou que amemos os que nos perseguem [Mt 5:43:44 - Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. 44Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem,].

Apontar é fácil, o difícil é olhar
para si próprio; de fato, há casos
em qua a Bíblia nos dá o direito
de julgar, mas, não devemos nos
esquecer que lutar contra o
pecado não significa matar ou
desejar a morte do pecador
3. Compreendendo a misericórdia divina
·         Misericórdia é uma qualidade própria de Deus: ela faz parte de seus princípios e podemos ver exemplo disso em toda a Bíblia, como também em nossa própria vida.
·         Quando Jonas se descontentou com o perdão concedido aos ninivitas, ele não se deu conta de que, por ter sido desobediente, também não merecia estar vivo, mas que estava ali porque Deus também perdoou o seu pecado;
·         E a sua falha ainda era maior do que a de Nínive, porque Ele conhecia a Deus, e os Assírios não.
·         Como é fácil enxergar os erros alheio e tão difícil ver os seus próprios pecados [Mt 7:3-5 - E por que reparas tu no argueiro[22] que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu olho? 4Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave[23] no teu? 5Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.]!

Jonas tinha uma dura missão de
pregar para idólatras perdidos
no mundo de pecados; nossa
situação é muito parecida, a
única diferença é que a
idolatria se expandiu: além de
ídolos de escultura, o povo
também está adorando o
homem, o dinheiro, o prazer
profano e até a si próprio
colocando seus interesses
acima de tudo
Conclusão
·         A vontade divina se contrapõe totalmente ao desejo de “justiça” humano que, muitas vezes, nada mais é do que simples desejo de vingança.
·         Seja sincero: quantas vezes você não questionou com Deus o porquê de uma pessoa “não merecedora” estar sendo tão abençoada?
·         Muitos, dentro da igreja, não ouvem mais a voz de Deus e tentam fugir de suas responsabilidades enquanto “Nínive” está crescendo ao seu redor e necessitando de um “profeta” que tenha coragem e amor para lhe levar a mensagem da salvação.
·         Uma das mais importantes lições que aprendemos no livro de Jonas é que a misericórdia divina não leva em consideração o tempo da ignorância, mas permite ao homem ter oportunidade para conhecer a verdade e se arrepender de seus pecados [Jn 4:11 - e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens, que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?
At 17:30 - Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam,].

Jonas M. Olímpio


Jonas, com sua personalidade
imprópria para um profeta, foi
um crente como a maioria de nós:
vivia acreditando em sua própria
razão, achando-se justo dentro
daquilo que lhe parecia ser certo,
- como fazemos muitas vezes - 

desconsiderando o mais
importante: a vontade de Deus
[1]Jonas: Significa pombo. Profeta de Israel, filho de Amitai, natural de Gate-Hefer, que predisse a vitória de Jeroboão II sobre a Síria (2º Rs 14:23-25). É o autor do livro que leva seu nome (Jn 1:1): o quinto livro dos Profetas Menores, escrito para demonstrar que o amor de Deus não se limita a Israel, mas se estende a pessoas de outras nações (Jn 4:11). Não é apenas profecia no sentido restrito, mas é uma história com sentido profético (Mt 12:39-41).
[2]Amitai: Em hebraico significa "minha verdade". Foi o pai do profeta Jonas (Jn 1:1).
[3]Nínive: Uma das mais antigas cidades do mundo, fundada por Ninrode (Gn 10:11). Durante vários séculos foi a capital dos assírios. Em se território, atualmente, está situado o Iraque. Foi destruída pelos babilônios em 612 aC. O profeta Jonas foi enviado até ela para convertê-la (Jn 1:2), e Naum anunciou a sua queda.
[4]Társis: Provavelmente Tartessos, antigo porto da Espanha (Jn 1:3).
[5]Jope: Antigo porto marítimo cercado de muralhas, localizado 56 km a noroeste de Jerusalém em território filisteu, mas que pertencia à tribo de Dã (Js 19.46). É também o porto aonde o profeta Jonas embarcou num navio para Társis tentando fugir de Deus.
[6]Assíria: Significa "plano". País localizado na Mesopotâmia. Suas capitais foram Assur, Calá e Nínive. Sua população era semita. Em várias ocasiões os assírios guerrearam contra o povo de Deus  (2º Rs 15:19,29; 16:7). Em 721 aC. os assírios acabaram com o Reino do Norte, tomando Samaria, sua capital  (2º Rs 17:6). Os medos e os babilônios derrotaram a Assíria, tomando Nínive em 612 aC. A Assíria é mencionada várias vezes nos livros proféticos: (Is 10:5-34, 14:24-27, 19:23-25 20:1-6, 30:27-33; Ez 23:1-31; Os 5:13; Na 1:1-15; Sf 2:13-15).
[7]Adade-Nirari III: Adad-narari foi um rei da Assíria de 810 aC. a 783 aC. Foi filho e sucessor de Shamshi-Adad V, e era muito novo quando assumiu o trono, porque durante os primeiros cinco anos de seu reinado sua mãe Shammuramat foi regente do reino.
[8]Cesaréia: Em latim, Caesarea Philippi. Cidade localizada na atual região de Banias. Ali foi construído no ano 20a.C. pelo rei Herodes, o grande, um templo branco de mármore aos pés do Monte Hermom em homenagem a César Augusto. Quando Herodes morreu, seu filho Herodes Filipe a ampliou e a chamou de Cesaréia Filipe.
[9]Gate-Hefer: Cidade em que vivia o profeta Jonas (2º Rs 14:25), situada há aproximadamente 5 quilômetros de Nazaré.
[10]Zebulom: Significa habitação. Filho de Léia e de Jacó (Gn 30:19-20). Uma das 12 tribos de Israel (Nm 1:31) e o seu território (Mt 4:13-16).
[11]Nazaré: Cidade localizada no sul da Galiléia. Ali Jesus cresceu e ali vivia a sua família (Lc 1:26-27; 2:4,51; 4:16).
[12]Galiléia: Uma das regiões da terra de Israel. Sua parte norte era chamada de "Galiléia dos gentios" porque ali moravam muitos estrangeiros (Is 9:1). Jesus era chamado de "o Galileu" (Mt 26:69) por ter sido criado na Galiléia e por ter ali ensinado as suas doutrinas e escolhido os primeiros apóstolos (Mt 4:18-22). Os galileus tinham fama de serem culturalmente atrasados. No tempo de Cristo, era governada por Herodes Antipas.
[13]Fariseus: Em hebraico, separados. Judeus devotos ao Pentateuco. Participavam das reuniões legislativas da sinagoga. Formavam um grupo de fanáticos e hipócritas (o que não era o caso de todos, pois haviam exceções, como era o caso de Gamaliel que defendeu os apóstolos que estavam presos por pregarem a Palavra (At 5:34-38)) que se opuseram duramente contra Jesus Cristo. Segundo a história, nessa época, eles eram aproximadamente 6 mil pessoas.
[14]Publicanos: Cobradores de impostos do governo romano. Termo pejorativo que define homens que negociam desonestamente.
[15]Septuaginta: É o nome da versão da Bíblia hebraica para o grego koiné, traduzida em etapas entre o terceiro e o primeiro século antes de Cristo em Alexandria. A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos (seis de cada uma das doze tribos) trabalharam nela e, segundo a história, teriam completado a tradução em setenta e dois dias. A Septuaginta, desde o século I, é a versão clássica da Bíblia hebraica para os cristãos de língua grega e foi usada como base para diversas traduções da Bíblia.
[16]Cetáceo: Constituem uma ordem de animais marinhos, porém, pertencentes à classe dos mamíferos: baleias, golfinhos, botos, etc. O nome da ordem deriva do grego "ketos" que significa monstro marinho.
[17]Alegoria: Ficção que apresenta um objeto para dar ideia de outro. Processo mental que consiste em se imaginarem como seres animados as ações e qualidades. Narrativa imaginária em que se personificam animais e coisas, em que cada pormenor tem um valor simbólico. Figura de retórica, constante de várias metáforas consecutivas, exprimindo por alusão idéia diferente da que se enuncia.
[18]Ácido clorídrico: Solução aquosa, ácida e queimativa, devendo ser manuseado apenas com as devidas precauções. Ele é normalmente utilizado como reagente químico, e é um dos ácidos que se ioniza completamente em solução aquosa. Uma solução aquosa de HCℓ na concentração de 1 mol/L tem pH = 0. Em sua forma pura, HCℓ é um gás, conhecido como cloreto de hidrogênio. Esse ácido pode ser encontrado no ventre das baleias e é totalmente nocivo ao ser humano; essa é a razão pela qual algumas pessoas questionam a veracidade da história do profeta Jonas que passou três dias e três noites no ventre de um grande peixe que muito provavelmente era uma baleia.
[19]Assur: Falso Deus adorado na Assíria. Esse também é o nome de uma cidade assíria; segundo a mitologia, ele seria o seu guardião.
[20]Exegese: Comentário explicativo de textos (especialmente se aplica à interpretação gramatical e histórica da Bíblia).
[21]Letra: Em 2ª Coríntios 3:6, ao usar essa palavra, o apóstolo Paulo está se referindo aos dez mandamentos ou a lei como um todo, que foi dada a Israel com o propósito de provar o homem e revelar ser ele incapaz de seguir a lei. Com isso, ele quer dizer que a lei tem o papel de condenar apenas, e  não pode dar vida, ao contrário do Espírito que nos foi dado mediante a graça.
[22]Argueiro: Cisco (Mt 7:3).
[23]Trave: Viga (Hc 2:11; Mt 7:3-5).

Estudo Bíblico Baseado na Escola Bíblica Dominical da CPAD | 4º Trimestre de 2012 - Lição 6 | AD Belém - Setor 20 (Arujá/SP) - Congr. Pq. Rodrigo Barreto I | Jonas M. Olímpio

4 comentários:

  1. Irmão Jonas,

    DEUS te abençoe sempre por esse empenho em postar a lição semanal.

    Muito Obrigado!

    Nelson

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    1. Amém, irmão Nelson!

      Só me perdoe pela demora nas postagens; preciso planejar melhor meu tempo de trabalho.

      Que Deus o abençoe! Fica na paz!

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  2. Eu sempre gostei muito da história do profeta Jonas e sempre me senti maravilhada com a misericórdia de Deus. Não tem como não amar um Deus que nos ama dessa forma.

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    1. É verdade irmã! O que seria de nós sem a misericórdia de Deus?

      Que Deus continue te abençoando!

      Fica na paz!

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