Jonas 1:1,2 - “E veio a palavra do Senhor a Jonas[1], filho de Amitai[2], dizendo: 2Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive[3] e clama contra ela, porque a sua malícia[4] subiu até mim.”
1 - Deus
chama revelando-se pessoalmente (1:1)
O chamado[5]
do profeta[6]
Jonas é um dos mais extraordinários que podemos ver em toda a Bíblia: Deus
falou com ele pessoalmente de forma clara e direta. As Escrituras Sagradas nada
revelam sobre sua vida pessoal a não ser o nome de seu pai. O que sabemos é que
ele era um profeta descendente da tribo de Zebulom[7],
pois morava na cidade de Gate-Hefer[8].
Sendo profeta, certamente estava acostumado a ouvir a voz de Deus. Então,
podemos imaginar que ao ouvi-lo falar, deve ele ter pensado que fosse essa
apenas mais uma mensagem ao povo de Israel ou a algum cidadão específico; nada
fora do comum para alguém acostumado a exercer esse ofício. Mal imaginava ele
que se tratava de uma das mais importantes missões de todos os tempos e,
certamente, nem se deu conta do privilégio de ter sido convocado pelo próprio
Jeová.
Em nossa vida ministerial acontece da mesma
forma: quando nosso chamado é verdadeiro, o Senhor se revela a nós de alguma
maneira fazendo-nos entender o que Ele quer de nós. É óbvio que nem sempre ele
vai falar de maneira audível como falou com Jonas, mas se fará perceptível seja
usando alguém por meio do dom de profecia, ou simplesmente nos levará a sentir
em nosso coração despertando nossa mente por meio da oração, da Palavra,
sonhos, visões ou de qualquer outra maneira que Ele queira se revelar (Hb 1:1). O importante não é a forma como recebemos o
entendimento sobre nosso chamado, mas que tenhamos a certeza de que não estamos
sendo enganados por nosso coração (Jr 17:9; Pr 28:26)
e nem sendo induzidos por incentivo do homem. Uma das coisas que devemos saber
em nosso chamado é que o dom - ou dons - que o Espírito Santo nos concede têm
um objetivo (1ª Co 12:7,11), o que consiste,
quase sempre, numa forma e num lugar específico a ser aplicado, sendo isso por
tempo determinado ou não. Nenhum talento[9]
nos é entregue para nossa satisfação pessoal (At
8:18-21) ou simplesmente sem motivo algum. Sermos escolhidos,
capacitados e colocados diante de uma oportunidade de fazer algo a serviço do
Reino dos Céus não é uma simples opção nossa, é um privilégio incalculável pelo
qual devemos agradecer ao Senhor e executar com amor, dedicação e
responsabilidade, sabendo que por isso seremos cobrados um dia (Mt 25:24-30). Por essa razão devemos ter plena certeza
de nosso foco ministerial e se Deus está sendo honrado por meio do que dizemos
que estamos fazendo para a honra e glória dEle (Jo 3:30).
Você está certo do seu chamado e sabe qual é a importância dele?
2 - Ele
dá a missão e explica o seu motivo (1:2)
Diante da difícil missão que confiou ao
profeta, é interessante atentarmos ao fato de que ao lançar esse “convite”, o
Senhor não lhe perguntou se ele queria ir, não o consultou sobre suas
possibilidades, não questionou sua capacidade, nem o incentivou com promessas
de bênçãos e tampouco lhe disse o que ele iria ganhar com isso. Ele
simplesmente o tratou como servo e lhe transmitiu uma ordem sem opção de
recusa; suas palavras simplesmente foram enfatizadas por três verbos no modo imperativo:
“Levanta, vai e clama[10]!”,
dando-lhe o endereço do destinatário da mensagem: o temido e odiado povo da
cidade de Nínive, seguido da razão da missão: a maldade daqueles cidadãos havia
chegado a um nível intolerável. Nínive, na época, era a capital da Assíria[11].
Tendo sido formada por Ninrode[12],
ela chegou a ser um dos maiores impérios financeiros e militares; muitos a
chamavam de “cidade ladra”, porque ela invadia e roubava cidades de outras
nações para enriquecer. Suas táticas de ação eram cruéis: consistiam em
torturar e matar suas vítimas de forma desumana. Diante disso, Deus viu
necessidade de intervir drasticamente destruindo os ninivitas por completo;
porém, sua imensa misericórdia o levou a dar-lhes uma oportunidade de salvação
por meio da mensagem de arrependimento enviada por um profeta. Temos aí também
um grande exemplo de humildade: o Senhor explicando à um servo a razão do seu
chamado.
Em tua visão da Obra, o que
você enxerga? Possibilidades e benefícios ou a necessidade dela e o custo a ser
empregado? Quando Deus nos convoca, Ele não nos convida para uma entrevista
numa sala de RH como se fosse nos dar um emprego. Ele simplesmente nos chama e
nos direciona, e podemos ver pelo menos duas razões para isso: a primeira é que
Ele quer mexer com a nossa fé (Hb 11:6) e a
segunda é que grande parte do salário já foi paga (1ª
Pe 1:18,19), ou seja: nós somos devedores e não Ele. Como servos, é
necessário que entendamos que se aceitamos seguir a Cristo, isso significa que
devemos confiar nEle e até, se necessário, estarmos dispostos a morrer em nome
dEle (At 20:24; Fp 1:21); seu sacrifício por nós
foi por amor e não por merecimento (Ef 2:4,5),
portanto devemos trabalhar por amor e não pelo que Ele nos dá (Ef 2:8-10); e o cumprimento do nosso chamado, assim
como as honras ministeriais que muitas vezes almejamos, têm um custo, o qual
exige nossa renúncia a nós mesmos (Mt 16:24; 10:38).
Mas há algo maravilhoso que podemos entender também: Ele não nos manda sem
ferramentas (Lc 24:49) e nem nos envia sem
capacidade para o trabalho (1ª Co 15:9,10).
Resumindo: quando é realmente Ele quem chama, ainda que tenhamos que ir para
“Nínive”, Ele se responsabiliza (1ª Co 10:13).
[1]Jonas: Significa “Pombo”. Profeta de Israel, filho de Amitai, natural de
Gate-Hefer, que predisse a vitória de Jeroboão II sobre a Síria (2º Rs
14:23-25). Famoso por sua inusitada experiência de ter sido engolido por um
grande peixe ao tentar fugir de Deus. É o autor do livro que leva seu nome (Jn 1:1):
o quinto livro dos Profetas Menores, escrito para demonstrar que o amor de Deus
não se limita a Israel, mas se estende a pessoas de outras nações (Jn 4:11).
Não é apenas profecia no sentido restrito, mas é uma história com sentido
profético (Mt 12:39-41). Na época de Jesus, existia um outro homem com esse
nome, era o pai de Simão Pedro (Jo 1:42).
[2]Amitai: Em hebraico significa "Minha Verdade". Foi o pai do profeta
Jonas (Jn 1:1).
[3]Nínive: Uma das mais antigas cidades do mundo, fundada por Ninrode (Gn 10:11).
Durante vários séculos foi a capital dos assírios. Em se território,
atualmente, está situado o Iraque. Foi destruída pelos babilônios em 612 aC. O
profeta Jonas foi enviado até ela para convertê-la (Jn 1:2), e Naum anunciou a
sua queda.
[4]Malícia: Propensão para o mal. Natural disposição para fazer e proceder mal;
maldade. Interpretação maliciosa. Astúcia, esperteza, empregadas com intenção
de prejudicar alguém.
[5]Chamado: Teologicamente, é um termo referente à capacidade dada por Deus, por meio
de dons naturais ou espirituais, à cada crente para exercer determinadas
funções ministeriais. Ter um chamado é ter uma missão a cumprir. Essa expressão
denota uma escolha, um privilégio dado a um cristão para trabalhar a serviço do
Reino. Porém, em Mateus 20:16 e 22:14, Jesus Cristo nos alerta que ser chamado
não é uma garantia de salvação: “Muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.”;
Isso significa que nossa responsabilidade é redobrada no que se refere aos dons
que recebemos do Espírito Santo.
[6]Profeta: Pessoa capaz de predizer acontecimentos futuros. Biblicamente é aquele
que fala por inspiração divina ou em nome de Deus. Um profeta nunca deve falar
por si próprio.
[7]Zebulom: Significa habitação. Filho de Léia e de Jacó (Gn 30:19-20). Uma das 12
tribos de Israel (Nm 1:31; Mt 4:13-16).
[8]Gate-Hefer: Cidade em que vivia o profeta Jonas (2º Rs 14:25), situada há
aproximadamente 5 quilômetros de Nazaré.
[9]Talento: O talento de ouro ou prata era a unidade
de moeda romana para grandes quantidades de dinheiro. Ele foi
introduzido na Grécia Antiga e depois adaptado para o sistema
monetário romano. Um talento era igual a 60 minas, que, por sua vez
eram equivalentes a 100 dracmas. Sabendo que uma dracma era igual
a 4,5 a 6 gramas de ouro ou prata, um talento significava
entre 27 a 36 quilos de metal. Estudiosos calculam que um talento hoje
valeria no mínimo 1300 dólares (cerca de dois mil reais). Espiritualmente, os
talentos representam os dons que o Espírito Santo nos concede e, na linguagem
popular expressa as habilidades especiais de uma pessoa; era um termo muito
usado pelos romanos para elogiar uma pessoa de valor.
[10]Clamar: O ato do clamor. Súplica
proferida em altas vozes; lamentação.
[11]Assíria: Significa
"Plano". País localizado na Mesopotâmia. Suas capitais foram Assur,
Calá e Nínive. Sua população era semita (descendente de Sem). Em várias
ocasiões os assírios guerrearam contra o povo de Deus (2º Rs 15:19,29; 16:7).
Em 721 a.C. os assírios acabaram com o Reino do Norte, tomando Samaria, sua
capital (2º Rs 17:6). Os medos e os babilônios derrotaram a Assíria, tomando
Nínive em 612 a.C. A Assíria é mencionada várias vezes nos livros proféticos:
(Is 10:5-34, 14:24-27, 19:23-25 20:1-6, 30:27-33; Ez 23:1-31; Os 5:13; Na
1:1-15; Sf 2:13-15).
[12]Ninrode: Um dos descendentes de Cam. Foi caçador e fundador de cidades e de
reinos (Gn 10:8-12).
muito bom muito bom mesmo não sei quem escreve essas palavras mais que escreveu esta de parabéns cada vez palavras mais bonitas edificantes que Deus abençoe a vida de voces,parabens aos produtores(ou produtor,se e que tem produtor) parabéns
ResponderExcluirMuito obrigado pelas palavras de incentivo. Que Deus continue abençoando a sua vida grandemente!
ExcluirJonas M. Olímpio