A transformação agradável a Deus vai muito além da aparência, pois ela depende de uma completa mudança interior. |
Apesar de ser esse um enorme desafio para pessoas de todas as idades,
para um jovem - devido ao fato de estar
numa fase de grandes descobertas e muita vulnerabilidade às influências -,
se converter ao Evangelho ou, como dizem por aí, passar a ser crente, representa muito mais do que uma simples opção
religiosa, pois requer dele uma radical mudança de vida (Sl 1:1,2). Como, praticamente em tudo na vida, o
começo é difícil, não pense que a decisão de frequentar uma igreja e obedecer a
doutrina por ela pregada será diferente. O choque que envolve todos os seus
costumes é inevitável porque se você está mesmo disposto a servir a Deus e
entendeu que para isso foi necessário se converter, deve também entender que
converter significa mudar, e se a questão é agradar ao Senhor, essa mudança
significa uma diferença no modo de viver a partir de agora. Mas, em que ponto
começa essa transformação? De acordo com a Bíblia, em nossa própria mente, ou
seja: é preciso haver mudança em nossa forma de pensar para que compreendamos a
necessidade de “nascermos de novo”; somente assim seremos herdeiros das grandes
promessas de Deus.
Não se conformando com esse mundo (Rm 12:2)
No sentido original, em grego, se conformar significa moldar-se de
acordo com o padrão de alguém. Espiritualmente falando, expressa o perigo que
corre o cristão em relação às influências mundanas. Quando existe uma
verdadeira conversão, automaticamente, a pessoa sente um desejo e uma
necessidade de mudança. Sua decisão de seguir o Evangelho é o reconhecimento de
que seu antigo modo de viver, de acordo com os costumes desse mundo, não lhe é
saudável tanto a nível material como pessoal. Esse é o seu sinal de
inconformismo com a situação, o qual deve se refletir dentro da casa de Deus,
levando a pessoa a não se contentar que coisas desagradáveis ao Senhor sejam
inseridas no culto prestado a Ele, o que envolve também seu próprio modo
pessoal de adorar e viver. Os jovens são diariamente bombardeados por más
influências tanto fora quanto dentro da igreja, e somente quando isso passa a
incomodá-los é que eles podem ter a certeza de que realmente estão se
desapegando das coisas mundanas (1ª Jo 2:14-17[1]; Cl 3:1-4).
Se transformando pela renovação do
entendimento
O não-conformismo com a situação gerada pelo pecado é o primeiro sinal
de que sua vida está sendo transformada; a entrega de tudo ao Senhor lhe
proporciona uma mudança de pensamento: uma outra visão do mundo e de si próprio.
Essa busca por mudança interior te leva à uma mudança exterior que resulta numa
maior compreensão em relação aos seus pais, irmãos, amigos, professores e tudo
mais que faça parte de seu convívio. Quem passa por essa renovação de
entendimento reclama menos, aprende a manter o autocontrole, não sofre tanto
com a ansiedade, aprende a lidar com o stress, não se entrega às decepções e
nem se ilude facilmente com seus sentimentos, pois tais coisas se originam e
são controladas pela mente. Essa mudança de entendimento é o resultado da fé, a
confiança em Deus, o que faz com que a pessoa descanse por saber que é Ele quem
está cuidando dela (Gl 5:22; Rm 8:28; 1ª Co 10:12,13).
Experimentando a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus
Experimentar, ou conhecer, a boa, agradável e perfeita vontade de Deus
significa viver tudo aquilo que Ele tem para nós, o qual é bom, agradável e
perfeito; no entanto, devemos cuidar para que o que estamos fazendo seja também
bom, agradável e perfeito aos seus olhos. Alcançar essa experiência e obter
esse conhecimento é a consequência positiva do inconformismo aos padrões
mundanos e da transformação do seu entendimento; então, estar no centro de sua
vontade é uma bênção condicionada a esses fatores. Assim sendo, para saber se
nossa mudança - tanto interior quanto
exterior - está de acordo com a vontade de Deus, é necessário analisar se
nossos atos, palavras e pensamentos produzem efeitos positivos proporcionando
uma vida saudável em todos os sentidos e revelando a santidade ensinada nas
Escrituras Sagradas; essa é a combinação de benignidade, agradabilidade e
perfeição. Em um mundo em que a juventude, para ser considerada normal, tem que
aplaudir e praticar tudo o que é mal, desagradável e imperfeito aos olhos do
Senhor, tem você conseguido fazer a vontade dEle (1ª Pe
1:13-16[2] [3]
[4])?
Ocupando a mente com coisas em que há
virtude e louvor (Fp 4:8[5] [6])
Com tantos convites atrativos para o pecado, é muito difícil,
principalmente para os jovens, manter a mente ocupada com coisas virtuosas, que
são aquelas realmente dignas de algum louvor. De acordo com a Bíblia, isso
exige um comprometimento com a verdade, a honestidade, a justiça, a pureza, o
amor e a decência. Nossos pensamentos refletem em nosso comportamento, e essas
são as características de alguém que realmente tem uma vida transformada cujo
objetivo é fazer a vontade de Deus. Agora, entendamos isso na prática: a
tendência natural do ser humano é a satisfação do seu ego e do seu corpo, pois
ambos pedem isso; pela lógica, se existem esses desejos já inseridos em nós,
poderíamos considerar que não somos culpados e nos entregarmos a tais desejos.
No entanto, não podemos jamais nos esquecer que servir ao Senhor consiste no
sacrifício da renúncia, a qual deve ser aplicada sempre nos momentos de maior
tentação. Isso significa que, para não desagradar a Deus, a cada momento, nossa
mente e nosso coração devem estar cheios de coisas boas para não agirmos de
acordo com a carne. Não se esqueça: só podemos colocar pra fora aquilo que
realmente temos dentro de nós (Lc 6:43-45[7] [8]).
Nascendo de novo (Jo 3:3)
A expressão “nascer de novo” traz a clara ideia de recomeço, ou seja:
servir ao Senhor significa começar uma nova vida; mudar totalmente a sua
rotina, os seus costumes, alterando seus hábitos - mudando, incluindo ou retirando - de forma que todas as suas
atitudes, palavras e até pensamentos sejam agradáveis a Ele. Nascer de novo
consiste em se auto examinar identificando suas falhas, ter disposição para
incluir em sua vida “sacrifícios” para andar em obediência e retirar dela coisas
que lhe pareçam benéficas, mas que possam interferir em sua comunhão
espiritual. Nascer de novo é começar do zero, aceitando a oportunidade da
salvação lhe concedida gratuitamente, bastando para isso cumprir suas
condições: fé, obediência e santidade (Jo 3:16-19[9]; 1ª Pe 1:22,23).
Vivendo sem murmurações
e nem contendas (Fp 2:14[10] [11])
Reclamar e gerar confusão: duas coisas quase impossíveis de se evitar
para a maioria dos cristãos, principalmente quando se vive em meio à
adversidades e confrontos; a juventude atual, tendo uma vida tão interativa,
sabe muito bem como é isso. E por que essas coisas incomodam tanto a Deus? Como
bem sabemos, reclamar expressa insatisfação e, como servos do Senhor, devemos
compreender que Ele está no controle de nossa vida e tem um propósito em tudo,
até em nosso sofrimento; assim sendo, se reclamamos é porque não confiamos e se
não confiamos é porque não aceitamos sua vontade soberana sobre nós, então não
estamos agindo como servos. Quanto aos confrontos - seja contra irmãos ou contra ímpios -, essa é a prova de que não
amadurecemos em relação ao que o Evangelho nos ensina: amar, perdoar e saber
conviver com as diferenças; dessa forma, mais uma vez, não estamos agindo como
servos. Suportar com calma as contrariedades da vida é o que demonstra que
estamos frutificando espiritualmente (Hb 12:14).
Irrepreensíveis e sinceros no meio de
uma geração corrompida e perversa (Fp 2:15)
A corrupção que nos cerca quase que nos torna merecedores de medalhas e
troféus quando não nos rendemos a elas; no entanto, o que precisamos
compreender é que manter-se indigno de repreensão é uma obrigação daquele
carrega o nome de cristão, considerando ainda que, nesse sentido, para vergonha
nossa, muitos ímpios são mais cristãos do que alguns que professam o
cristianismo. Ser irrepreensível significa não dar motivos para que alguém te
acuse, sabendo que se isso acontecer, os acusadores estejam simplesmente
mentindo a seu respeito; consciência tranquila é tudo na vida de um crente. “Assombrar”
os incrédulos com sua honestidade mesmo em um tempo em que o certo é
considerado errado e vice-versa, mostrando-lhes que a corrupção e a
perversidade desse mundo não te contagiou, é uma forma de lhes mostrar que a
transformação é sim totalmente possível. E isso serve não somente para defender
a reputação de sua nova vida diante deles, mas também para evangeliza-los,
dando-lhes exemplo de que podem sim alcançar uma vida melhor e também o perdão
divino. Resplandecer como astro no mundo, nada mais é do que fazer a diferença
conseguindo mostrar por meio de atitudes
que se converter ao Evangelho produz mais do que o costume de frequentar
uma igreja ou usar roupas diferentes; essa conversão gera uma nova pessoa (Mt 5:16).
Transformação é mudança. E uma mudança,
para ser agradável a Deus, tem que provocar uma melhora tanto a nível interior
quanto exterior. No que se refere ao lado religioso, que também não deixa de
ser importante, é sim inevitável um choque que pode até mesmo leva-lo a querer
desistir, pois isso vai envolver conceitos doutrinários ministeriais que
poderão te exigir mudanças em seus hábitos culturais, estéticos, sociais,
emocionais e até físicos: Sabe aquelas músicas de conteúdo impuro, aquela
roupinha que revela um pouquinho mais do que deveria, aquelas baladas com
amigos não muito santinhos, aquele namoro sem compromisso e sem proibições,
aquele cigarrinho e aquela cervejinha... enfim, várias coisas boas que, bem lá
no fundo, você sabe que te prejudicam? Então, líderes sérios te ensinarão que
isso precisa ser mudado ou até mesmo excluído de sua vida. Porém, nenhuma
dessas mudanças será conquistada, ou surtirá efeito positivo, se não for
direcionada espiritualmente. Quando você se entregar totalmente, vai perceber
que essa direção espiritual te levou à uma comunhão tão grande com o Espírito
Santo que Ele te fará se sentir bem ou mal de acordo com suas atitudes (Gl 5:16,17).
[1]Concupiscência: Forte e continuado desejo de
fazer ou de ter o que Deus não quer que façamos ou tenhamos (Rm 7:8). Desejos
carnais.
[2]Cingir: Amarrar ao redor da cintura (Êx
29:5; Jo 13:4). Prender no cinto (Sl 45:3). Conceder (Sl 18:39). Cercar (Sl
30:11). Ter sempre consigo (Ef 6:14). Aprontar-se para o trabalho ou para a
luta (1ª Pe 1:13).
[3]Sóbrio: Moderado; controlado (1ª Ts
5:8). Popularmente refere-se a alguém consciente em suas atitudes.
[4]Santo: (Latim:
sanctu) Separado. Que obteve no Céu a recompensa prometida aos que
observam os ensinamentos evangélicos; bem-aventurado, eleito. Que vive conforme
a lei de Deus; que inspira benevolência e piedade; bondoso; que cumpre com todo
o escrúpulo, com a maior exatidão, os seus deveres religiosos e morais;
virtuoso. Com o caráter de santidade; dotado de santidade. Termo usado na
Bíblia em referência à Igreja e seus membros (1ª Co 1:2; 6:2;; 2ª Co 1:1; Ef
1:4; Fp 4:21,22). Que se refere à religião ou ao rito sagrado. Consagrado
ao culto, à divindade; sagrado. Digno de respeito e veneração pelo
seu caráter, talento e virtudes. Que é digno de respeito; quem o
desrespeita comete um ato de profanação. Que não faz mal a ninguém;
ingênuo, inocente, simples. Benéfico, profícuo, útil.
[5]Virtude: Hábito de
praticar o bem, o que é justo; excelência moral; probidade, retidão. Boa
qualidade moral. O conjunto de todas as boas qualidades morais. Austeridade
no viver. Força moral; valor, valentia, coragem.
[6]Louvor: Ato de louvar.
Aplauso, elogio, encômio. Glorificação. Expressão usada para se referir às
músicas feitas para adorar a Deus.
[7]Vindimar: Colher uvas.
[8]Abrolho: Espinho (Mt 7:16).
[9]Unigênito: Único gerado. Filho único.
[10]Murmuração: Ato de murmurar. Censurar ou
reclamar.
[11]Contenda: Briga. Confusão;
desentendimento.
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