sábado, 10 de novembro de 2018

Parábolas da Ovelha, da Dracma e do Filho Perdido

O Bom Pastor não reclama do
peso da ovelha, apenas se alegra
por te-la encontrado e a põe em
seus ombros; O Verdadeiro
Trabalhador não menospreza a
menor das moedas perdidas
porque sabe o quanto ela lhe
custou; o Pai do filho pródigo
não o rejeita porque seu amor
não se esgota por causa de seus
erros. Será que, como cristãos,
temos conseguido viver esses
exemplos buscando pelos
perdidos e nos alegrando
por encontrá-los?
Lucas 15:3-12

Lucas 15:3 - "E ele lhes propôs esta parábola, dizendo:"
    As parábolas da ovelha e da dracma perdida e também do filho pródigo estão inseridas em um mesmo contexto, possuindo também uma mesma mensagem. O que levou Jesus a contá-las foi a persistente murmuração dos escribas e fariseus que incansavelmente implicavam com o fato de Ele receber e comer com pecadores. Através do conteúdo das mesmas podemos perceber que seu objetivo era lhes mostrar que Ele não estava se misturando aos que praticavam pecados por apoiar suas atitudes, mas sim com o objetivo de lhes pregar a Palavra, dando a eles oportunidade para a salvação. Seus críticos eram religiosos assíduos seguidores da Lei que acreditavam que por seguirem fielmente os rituais prescritos nos mandamentos eram merecedores do céu, porém não atentavam ao fato de que suas atitudes de aparência não condiziam com seu coração pecaminoso que estava longe de Deus e, principalmente, a misericórdia pelos necessitados de uma mudança de vida também não existia neles.

Lucas 15:4 - "Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e não vai após a perdida até que venha a achá-la?"
    Logo em primeiro plano Ele já ataca diretamente a hipocrisia deles. Essa pergunta era para faze-los refletir sobre suas atitudes como seres humanos e servos de Deus, pois estavam supervalorizando os que seguiam os dogmas religiosos como se nunca tivessem pecado e menosprezando os demais como se não houvesse mais solução para eles. Com isso Jesus queria que eles pensassem sobre o valor de cada um, pois para o Senhor todos são vistos como ovelhas, inclusive os que estão desgarrados. Com isso, Ele atingia em cheio um dos pontos que mais era ensinado na Lei e pregado por esses homens: o amor; muito se falava a respeito desse sentimento, mas não se aplicava na prática o que era aprendido porque o que eles mais amavam de fato era suas posições de status e sua fama como homens de Deus. Para não se contentar com noventa e nove ovelhas e ir atrás de uma perdida como se fosse única, é necessário muito amor por ela e respeito por seu Dono.

Lucas 15:5 - "E, achando-a, a põe sobre seus ombros, cheio de júbilo;"
    Como bem sabemos, o pastor teria que dar conta de cada uma delas, pois ele estaria apenas cuidando de algo que não lhe pertencia; além do mais, mesmo que lhe pertencesse, ele saberia o valor que ela tem e não se conformaria em ficar acomodado imaginando o quanto ela estaria sofrendo sozinha e abandonada num ambiente hostil, a mercê dos predadores e demais infortúnios. Achar uma ovelha perdida requer disposição, coragem e condições, porque não basta procurar, é preciso traze-la de volta. Uma ovelha adulta pesa mais de quarenta quilos e, estando perdida, possivelmente não estaria em condições de seguir o caminho de volta andando, então se faz necessário carregá-la nos ombros por vários metros ou mesmo quilômetros até o aprisco. Porém, todo esse esforço que desgasta o pastor lhe é recompensado pela alegria de ter cumprido sua missão colocando aquela pobre criatura indefesa num local seguro onde poderá ser cuidada.

Lucas 15:6 - "e, chegando à sua casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida."
    Você se alegra com o cumprimento de sua missão ou o faz por pura obrigação, encarando seu ministério como uma forma de alcançar a salvação ou evitar castigo? Saiba que tudo o que fazemos, devemos fazer simplesmente por amor, e que as demais coisas que possam sobrevir sobre nós são simplesmente consequências, mas não a razão para fazermos ou não fazermos algo. Um dos papéis de um líder é ter esse "espírito de convocação de alegria" aos demais, levando a Igreja a compreender o valor de uma alma. Jesus se alegrava em ter os pecadores à mesa porque eles o estavam ouvindo, e queria Ele que os amigos e vizinhos - escribas e fariseus - de igual modo se alegrassem por saber que aquelas pessoas que eles consideravam perdidas estavam prestes a mudar de vida. Se alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram, esse é um dos conceitos mais básicos na pregação do autêntico Evangelho.

Lucas 15:7 - "Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento."
    Essa "alegria no céu" compreende todo o complexo de estado de sentimento espiritual no que se refere ao resgate de uma alma. O Pai se alegra porque seu desejo é que todos os homens sejam salvos; o Filho se alegra porque vê o quanto valeu a pena cada gota de seu sangue derramado na cruz; o Espírito se alegra porque encontrou um novo coração para fazer morada; os três juntos se alegram porque mais uma presa foi resgatada das unhas do adversário e assim o Reino dos Céus está se expandindo pela terra. Como o próprio Senhor disse, os sãos não precisam de médicos, mas sim os doentes; dessa forma compreendemos que nosso foco não tem que ser totalmente ou somente voltado para dentro das quatro paredes do templo, mas para fora delas que é onde estão os verdadeiros necessitados.

Lucas 15:8 - "Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar?"
    De igual modo, a parábola da moeda perdida vem fortalecer o objetivo de sua mensagem; imagina o desconforto de se perder dinheiro, você já passou por isso? Um dracma era equivalente ao pagamento da diária de um trabalhador; imagine um dia inteiro de suor e cansaço perdidos, isso não é algo que se deixe pra lá, a pessoa vai empregar todos os seus esforços para reaver esse valor. Dentro dessa linha de raciocínio, Ele nos induz a compreender o valor de uma alma. Isso significa que quando menosprezamos alguém que se perde estamos menosprezando o trabalho e o preço que foi pago por ela: a morte de um inocente na cruz. Devemos considerar a cada um como um bem e jamais nos conformarmos com uma vida que desce à sepultura sem encontrar o caminho para fora da escuridão do abismo. Acender a candeia é buscar luz para procurar os perdidos, varrer a casa é não perder cada oportunidade que surge para falar do amor de Deus, busca com diligência é trabalhar cuidadosamente cada vida que se aproxima. 

Lucas 15:9 - "E, achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida."
    Mais uma vez Ele lembra da "convocação dos amigos e vizinhos à alegria". Como membro do Corpo de Cristo, qual é sua reação diante de uma alma que se converte ou se reconcilia? Infelizmente, muitos que se dizem cristãos, olham com desconfiança e reagem de acordo com o passado da pessoa, como se a mesma não merecesse uma oportunidade de mudança. Será que esses mesmos foram chamados sendo merecedores de estarem aonde estão? Eram eles dignos da misericórdia e do amor de Deus? O que nos difere ou nos torna melhores que criminosos, ateus, homossexuais ou prostitutas? Na prática, o que temos mesmo são pecados diferentes que também foram perdoados por misericórdia e amor divino, e o fato de termos sido recolhidos numa comunidade evangélica não nos deu um definitivo alvará de soltura do inferno, pois a Bíblia adverte que aquele que está de pé deve ter cuidado para não cair, ou seja, apenas recebemos uma oportunidade a qual também podemos perder a qualquer momento; essa era uma consciência que os escribas e fariseus definitivamente não tinham. Não despreze uma simples moeda! Ela vale muito mais do que você imagina.

Lucas 15:10 - "Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende."
    O que você tem feito no intuito de buscar as valorosas almas perdidas? Não se importar com isso significa ser indiferente ao tormento eterno que elas terão no inferno. Se os anjos do céu se alegram, quem somos nós para sermos indiferentes ao arrependimento de um pecador? O maior investimento de toda a história da humanidade foi feito pelo próprio Criador dela: Ele a amou de uma maneira tão grande e inexplicável deu seu único Filho para que todo aquele que nEle cresse não perecesse, mas tivesse a vida eterna. Preço de sangue; ver o resultado positivo desse inimaginável investimento proporciona sentimentos de alegria nos próprios seres celestiais, pois eles bem sabem o que isso significa. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus e, obviamente, que alegria poderia ter Ele em ver a condenação de sua criação nas chamas da eternidade? Porém, essa escolha é nossa por meio de nossas próprias atitudes. Nesse momento, qual é o sentimento do próprio Espírito Santo com os teus atos, palavras e pensamentos?

Lucas 15:11 - "E disse: Um certo homem tinha dois filhos."
    Para complementar sua mensagem corretiva aos críticos à pregação de arrependimento e oportunidade de salvação aos pecadores, agora Ele conta aquela que se tornou uma das mais conhecidas de suas parábolas: a história do filho pródigo. Pródigo, resumidamente, é um termo que expressa a atitude de uma pessoa que não se preocupa com o planejamento do amanhã e desperdiça o que tem em busca de prazeres momentâneos. Várias mensagens podem ser extraídas dessa narrativa, mas seu objetivo principal era mostrar aos escribas e fariseus que Deus mantém seus braços abertos para receber aqueles que se arrependem de seus erros. A figura de um filho que saía de casa, gastava tudo o que tinha e passava a ter uma vida de sofrimento depois, não deveria ser algo muito incomum na época, então não seria muito difícil para eles entenderem isso. Os dois filhos representam o pecador arrependido e o crente religioso que julga seu próximo como não merecedor de uma outra chance. Será que as vezes não agimos assim?

Lucas 15:12 - "E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda."
    O mais novo pedir a herança antes da morte do pai já era um desrespeito por dois motivos: por questão de primogenitura ele ultrapassou os direitos do mais velhos, e por estar o pai ainda vivo e ele ainda solteiro, ele demonstrava que não queria mais viver sob suas ordens. Tais sentimentos de desprezo pelos direitos alheios ou desrespeito por valores morais são as causas mais comuns para o afastamento de muitos da Igreja. No entanto, analisando toda a parábola, o pai não repreendeu ou sequer questionou o filho por sua atitude, apenas o recebeu com imensa alegria e, a exemplo das duas parábolas anteriores, chamou outras pessoas para se alegrarem com ele. Resumindo, a porta da Casa permanece aberta, mas é necessário que se retorne antes que ela se feche. Você consegue se alegrar com a volta de seu irmão ainda que ele não tenha agido com sensatez?

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