terça-feira, 24 de julho de 2018

Santidade ao Senhor


Esboço Resumido - Escola Bíblica Dominical (Lições Bíblicas - Adultos - CPAD)

Como servir a Deus sem se separar
das coisas que desagradam a Ele?
Ser santo nada mais é do que ser
separado, ou seja, se abster de tudo
o que possa nos levar a viver
escravizados pelo pecado.
Lição 5 - SANTIDADE AO SENHOR

Texto Áureo
Levítico 20:26 - “E ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus.”

Verdade Prática
A santidade é a marca distintiva do povo de Deus; sem ela, nosso testemunho é ineficaz.

Leitura Bíblica em Classe
Levítico 20:1-10 - “Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: 2Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer que, dos filhos de Israel ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel, der da sua semente a Moloque[1], certamente morrerá; o povo da terra o apedrejará com pedras. 3E eu porei a minha face contra esse homem e o extirparei do meio do seu povo, porquanto deu da sua semente a Moloque, para contaminar o meu santuário e profanar o meu santo nome. 4E, se o povo da terra de alguma maneira esconder os olhos daquele homem que houver dado da sua semente a Moloque e o não matar, 5então, eu porei a minha face contra aquele homem e contra a sua família e o extirparei do meio do seu povo, com todos os que se prostituem após ele, prostituindo-se após Moloque. 6Quando uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir após eles, eu porei a minha face contra aquela alma e a extirparei do meio do seu povo. 7Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o Senhor, vosso Deus. 8E guardai os meus estatutos e cumpri-os. Eu sou o Senhor que vos santifica. 9Quando um homem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente morrerá: amaldiçoou a seu pai ou a sua mãe; o seu sangue é sobre ele. 10Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera.”

Comentário
    O objetivo de Levítico, além de ensinar os sacerdotes e os demais levitas, era mostrar que eles deviam ser separados para o serviço sagrado e também separados de tudo que desagradasse ao Senhor. Santificação é o seu tema central; a santidade deveria preceder todo e qualquer ato de adoração e serviço espiritual. O capítulo 20 desse livro enfatiza a necessidade de que os israelitas se mantivessem longe da idolatria, assim como das práticas ligadas a ela, tais como as adivinhações e os encantamentos, ou seja, a feitiçaria; tal cuidado também envolvia o zelo pela família, tratando assuntos como a educação dos filhos e a proteção ao casamento.
    Santidade. Muitos, por estarem habituados ao pecado, chegam a repudiar essa palavra ou achar impossível alcança-la; no entanto, santificação é uma ordem de Deus. É importante enfatizar que ser santo não significa estar livre de pecar, mas sim procurar ter uma vida separada do mundanismo, assim evitando o pecado.

    O chamado de Israel começou por Abraão, avô de Jacó. A fé e a obediência desse gentio que vivia em Harã, foi o marco inicial da separação de um povo escolhido para ser santo. A fidelidade sempre foi um fator condicional para se herdar as bênçãos do Senhor. Porém, santificação não significa uma perfeição absoluta, mas sim a busca dela, e em meio a esse processo vários erros e suas devidas consequências fizeram parte de sua trajetória.
    Essa história se repete com a Igreja atual na vida de cada crente de forma individual. As falhas são inevitáveis, no entanto, não são desculpas para nos habituarmos ao pecado. Os crentes são biblicamente chamados de santos, ainda que sua situação espiritual, por vezes, esteja necessitando, em muitos, aspectos, ser aprimorada. (1ª Co 3:1).

    Santificação sempre foi um desafio. Os hebreus, desde sua saída do Egito, mesmo tendo testemunhado e vivido muitos milagres, em várias ocasiões pecaram murmurando e até se rebelando contra Deus. Mesmo depois de estabelecidos em sua terra, sacerdotes, juízes e reis, juntamente com o povo, pecaram praticando idolatria e inúmeras transgressões de ordem moral.
    Esse desafio para a Igreja não se tornou mais fácil e nem mais difícil. Vivemos numa realidade diferente da que era enfrentada pelos antigos judeus, mas a condição espiritual enfrenta a mesma oscilação entre altos e baixos. Porém, no que se refere à postura divina, nada mudou: a ordem é santificação; é importante ressaltar que não a obtemos sem a ajuda dEle (1ª Ts 5:23).

    Israel recebeu uma dura missão: ser espiritual e moralmente diferente dos povos pagãos que viviam à sua volta. Para isso, o testemunho pessoal possuía um grande peso, esse foi o caso da fama de Salomão diante da rainha de Sabá e alguns outros servos de Deus, incluindo muitos que viveram até escravizados em terras estrangeiras, mas mantiveram-se como exemplo de fidelidade à Deus perante os incrédulos; o profeta Daniel, com seus amigos, foi um deles.
    Santificação não é uma opção, é uma obrigação de todos os crentes. Viver os mandamentos resumidos no Evangelho de Cristo como a prática do amor, o que inclui manter a paz até mesmo com os inimigos, é a mais extrema prova de fogo que define o caráter de um verdadeiro cristão. As Sagradas Escrituras lembram ainda que sem santificação não há salvação (Hb 12:14).

    Os sacerdotes precisavam observar várias exigências para exercer seu ministério. Algumas delas eram se casar com uma mulher virgem, suas filhas também precisavam manter-se virgens até o casamento, e até no luto eles não poderiam se contaminar tendo contato com um morto, exceto se fosse alguém de sua família, não podendo também rasgar suas vestes e raspar sua barba e sua cabeça; eles sequer podiam ter alguma deficiência física.
    Sob os preceitos da Graça, mudou a aplicação em relação à Lei, mas não os princípios. Necessário é que cada cristão saiba manter-se separado de tudo que o leve a desagradar a Deus. Não somente os obreiros, mas os crentes de modo geral, precisam observar as doutrinas bíblicas, as quais ensinam que, por estarmos nós libertos do pecado, não temos o direito de alegarmos a fraqueza da carne como motivo para pecarmos voluntariamente (Rm 6:18,19).

    O sacerdote carregava sobre sua mitra um escrito dizendo “Santidade ao Senhor”; isso o identificava e o diferenciava dos demais. No entanto, sua diferença não poderia estar apenas na aparência exterior, mas também em seu ser interior. Sua santificação começava em seus pensamentos e em seus sentimentos.
    Muitos ignoram a aparência alegando que o que conta é o que temos por dentro; mas, quem é santo por dentro também transmite santidade por fora. Não é porque muitos mentem em sua aparência de santos que todos estejam mentindo. Sejamos santos por dentro e por fora porque a purificação de toda a imundícia tanto no sentido espiritual quanto no carnal é essencial no processo de santificação (2ª Co 7:1).

    A glória de Deus acompanhava Israel pelo deserto, fazendo com que todos notassem sua diferença em relação aos demais povos, dando-lhes respeito até mesmo diante dos inimigos. Só que embora houvesse a promessa de provisão e proteção, isso não lhes era uma garantia incondicional, mas dependia de sua obediência aos mandamentos.
    A glória divina paira sobre a Igreja por meio do Espírito Santo tornando-nos notavelmente diferentes diante do mundo, mas a graça que usufruímos também está condicionada em nossa obediência à sua Palavra. Tudo, inclusive a salvação, depende de nossa renúncia ao pecado cometido conscientemente (Tt 2:11,12).

    Nos tempos levíticos, no que se refere à família, uma das maiores preocupações era a influência pagã da idolatria a um falso deus chamado Moloque - que significa rei -, também chamado de Milcom e de Malcã, para o qual os amonitas ofereciam sacrifícios de crianças que eram queimadas. Esse ídolo tinha uma gigantesca estátua que possuía o corpo de um homem com cabeça de boi. Em seu ventre havia uma abertura com um forno onde eram jogadas as vítimas; enquanto queimavam, a cabeça da estátua ficava preta, assim, possivelmente, dando origem à uma antiga cantiga ensinada pelos escravos originários de Angola chamada “Boi da Cara Preta”. A palavra Moloque originou o termo moleque. De acordo com a crença deles, tais sacrifícios renovavam a força do sol. Fazia parte da missão dos sacerdotes exortar o povo a ficar longe da idolatria e jamais entregar seus filhos para serem sacrificados.
    Atualmente o espírito maligno de Moloque, de forma indireta, age sacrificando crianças e adolescentes não por meio da morte física, mas por meio do domínio da mente pelo uso dos meios de comunicação, inserindo nelas a tendência a comportamentos totalmente contrários aos ensinamentos cristãos (Ef 6:1-3).

    A preservação da família, no que se refere à fidelidade conjugal, era outro grande desafio no período sacerdotal. O adultério, independentemente de haver ou não influência de outros povos, sempre esteve presente entre os israelitas. O sexto mandamento deveria ser observado como os demais, só que as tentações da carne levavam muitos a transgredi-lo.
    O Novo Testamento reforça a ordem divina contra a prática do adultério. Em sua exortação à fidelidade conjugal, as Escrituras Sagradas apelam tanto ao homem como a mulher para a valorização do amor - sujeição e respeito - como a base de sustentação de um casamento (Ef 5:22,23,25).

    Era função dos levitas levar ao povo a mensagem de santificação; tal mensagem era tanto verbal quanto exemplar. Sacrifícios e orações faziam parte de sua rotina. Estavam lidando com um povo de forte tendência ao pecado, portanto, promover santificação era um desafio nada agradável ou fácil de se cumprir.
    Qual é a nossa maior missão hoje como embaixadores de Cristo? Pregar, ensinar e viver a santificação. Santidade é a mensagem de Deus desde o início, foi pregada e vivida por Cristo e dela depende a permanência do Espírito Santo em nós. Renunciar aos prazeres da carne em amor àquEle de quem anunciamos as Boas Novas, faz-se necessários se não quisermos por Ele ser reprovados (1ª Co 9:27).

    Santidade ao Senhor é a palavra-chave do livro de Levítico. Tanto os sacerdotes nos tempos do tabernáculo no deserto, como os que vieram após a construção dos templos sob os governos dos vários reis que se seguiram sobre os judeus, tiveram dificuldades em manter o povo em santificação perante o Senhor, e muitos dentre os próprios levitas falharam nesse objetivo. Porém, muitos permaneceram fiéis por compreenderem que não tinham o direito de satisfazerem a si próprios diante do privilégio que receberam de cuidar do serviço sagrado. Conforme está escrito em 2º Crônicas 29:5, eles tinham que santificar a si mesmos e também santificar a Casa do Senhor; eles tinham que tirar a imundície do santuário. 
    O desafio ministerial de hoje segue os mesmos princípios do sacerdócio levítico: santificação é nossa palavra-chave. O avivamento tão requerido pelos próprios cristãos atualmente não pode ser confundido com movimentos barulhentos e confusos, mas depende de um mover interior que se inicia com a Palavra, complementado pela oração, o qual resulta em transformação de vidas. Esse é o sacerdócio santo que devemos exercer: Santidade ao Senhor (1ª Ts 3:12,13)!

Pb. Jonas M. Olímpio



[1]Moloque: Significa rei. Deus supremo dos Amonitas, também chamado de Milcom e de Malcã. Seu culto, que incluía o sacrifício de crianças (Lv 20:2-5), foi incentivado por Salomão (1º Rs 11:5,7,33; 2º Rs 23:10,13).

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