terça-feira, 13 de setembro de 2016

“Não Gasteis Dinheiro com Aquilo que Não é Pão”

Nos textos bíblicos nem tudo
pode ser interpretado de forma
literal como, por exemplo, nesse
caso em que gastar dinheiro
naquilo que não é pão representa
o afastamento espiritual de Israel,
e já apontava para Cristo e a sua
Igreja, referindo-se à atual era da
Graça.
Isaías 55:2 - “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura.”
    Há versículos bíblicos que quando interpretados isoladamente e ao pé-da-letra transformam crentes em verdadeiros fanáticos. Esse é um dos exemplos mais claros disso. Baseados nessa afirmação descrita no livro do profeta Isaías, alguns “extremistas” chegam a pensar que seu dinheiro só deve ser gasto na compra de alimentos, como se não precisassem de mais nada para viver. Para evitar tais exageros é preciso saber examinar as Escrituras da seguinte forma: em que situação, para quem e por que isso foi escrito? E, depois de respondidas essas perguntas, deve-se ainda se analisar se o texto possui alguma figura de linguagem. São esses os detalhes que observaremos nessa passagem bíblica agora.
    Nessa ocasião Deus estava usando o profeta Isaías para exortar o seu povo a valorizar mais sua vida espiritual deixando as demais coisas em segundo plano. Usar o consumismo como exemplo foi uma forma didática para que melhor eles compreendessem o quanto estavam desperdiçando a oportunidade de obter um melhor alimento para a alma. O primeiro versículo usa as expressões “vinde”, “comprai” e “comei”, que apesar de serem dirigidos à Israel, representam um convite já apontando para Cristo e a sua Igreja, a qual, de graça - porque o pagamento foi feito na cruz -, tem acesso à água, vinho e leite e também ao pão - citado no segundo versículo -, os quais representam a Graça salvadora revelada no Novo Testamento (Jo 4:10; Mt 9:17; 1ª Pe 2:2; Jo 6:35,48-51). Dessa maneira podemos concluir que não se trata de nenhuma mensagem divina condenando o consumo de bens materiais - apesar que o mesmo precise ser prudentemente controlado (Lc 14:28-30; 15:11-14) -, mas sim um alerta a que todos se voltem ao Senhor enquanto ainda podem encontrar perdão pelos seus pecados (Is 55:6-8).

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