Ao dizer "amém" em uma oração você está confirmando tudo aquilo que disse, ou seja: está aceitando que é dessa forma que as coisas deveriam acontecer. Por isso, tome muito cuidado e, antes de colocar essa "assinatura" no final de sua conversa com Deus, peça a Ele que confirme e direcione seus passos conforme a vontade dEle. |
Certamente você, assim como todos nós
cristãos, fala “amém” no final de suas orações; mas você sabe o significado
dessa expressão? Então vamos aprender um pouquinho sobre ela: Registrada 75
vezes na Bíblia, essa pequena palavra de origem hebraica tem um efeito
extraordinário. Sendo de simples pronúncia, é reconhecida em praticamente todas
as línguas, o que a torna universal. Literalmente, seu significado é “assim seja” ou “é assim”, o que também pode ser traduzido ou entendido como “de fato”, “eu acredito”, “eu concordo”,
“certamente” ou “com certeza” e também com vários outros sinônimos; a utilização
desse termo é uma clara expressão de aprovação ao que foi feito ou falado.
Não apenas no cristianismo, mas em inúmeras
outras religiões, essa é a característica mais comum
usada para indicar o término de uma oração, chegando a ser praticamente
obrigatória. Seu uso rotineiro criou um efeito psicológico tão marcante que
muitas pessoas, se não falarem ou não ouvirem um “amém” no final ficam com
aquela sensação de que a oração não foi feita ou não foi atendida. Mas, assim
como na utilização do nome de Jesus, a verbalização dessa palavra não produz
nenhum efeito “mágico”, pois se não houver fé, sinceridade e propósito divino,
não é uma palavra que vai ter poder para determinar o resultado de uma oração.
Equivocadamente, várias vezes até de forma
inconsciente, muitas pessoas utilizam o “amém” como sinônimo de “ponto final”
quando querem determinar o fim de alguma coisa. O objetivo desse termo não é
esse, pois seu uso serve tão simplesmente para expressar concordância em
relação a atos ou palavras, e isso pode ocorrer tanto no início, quanto no meio
como no final de qualquer ação.
Das vezes em que aparece na Bíblia, a mais
relevante é a que se refere ao próprio Senhor Jesus, quando se dirige à rebelde
Igreja de Laodicéia[1]
repreendendo-a por sua mornidão espiritual (Ap 3:14-16).
Nessa ocasião, o fato de Ele próprio se denominar como o Amém nada mais é do que uma forma de Ele se identificar como sendo
o verdadeiro ou aquele que é digno de confiança, e também como aquele que decide, aquele que
faz. Inclusive, essa palavra deriva da raiz hebraica “amán”, a qual significa “ser
fiel”.
Conforme acabamos de aprender, a palavra amém tem significado de concordância e
não produz efeitos “mágicos”; porém, ela faz parte de nossas tradições
litúrgicas e não temos razão alguma para querer mudar isso. Apenas, o que
realmente importa é fazermos uso dela de forma racional (Rm 12:1), sabendo em que momentos e em que sentido a
estamos pronunciando. No demais, discutir esse assunto significa simplesmente
desviar a atenção de coisas realmente necessárias dando importância à picuinhas
(1ª Tm 1:4). Amém?
[1]Laodicéia: Hoje com o nome de Pamucale
(Pamukkale), Laodicéia foi uma das mais prósperas cidades da Frígia, durante a
época romana. Possuía bancos, indústria têxtil e uma escola de medicina que
produzia colírio para os olhos, embora tivesse problemas com o abastecimento de
água. Em certa ocasião, foi construído um aqueduto que transportava as águas
térmicas vindas de Hierápolis (cerca de dez quilômetros). Porém, quando a água
chegava na cidade, não estava nem quente e nem fresca, mas apenas morna. A
cidade é citada algumas vezes no Novo Testamento da Bíblia, na qual São Paulo
esteve em sua terceira viagem missionário, sendo também mencionada entre as
sete igrejas (da Ásia) do livro Apocalipse (Ap 3:14-22), considerada como uma
igreja morna quanto à sua atividade, como uma metáfora à temperatura das águas
que a abasteciam. A cidade foi destruída no ano 494dC por um grande terremoto;
foi aí que teve início o declínio de sua grande prosperidade.
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