sábado, 26 de janeiro de 2013

Elias e os Profetas de Baal


Estudo Bíblico Baseado na Escola Bíblica Dominical da CPAD   |  1º Trimestre de 2013 - Lição 4  |  Jonas M. Olímpio

Somente o poder de
Deus em nossa vida é
capaz de fazer, através
de nós, que o inimigo
seja derrotado, o povo
se prostre diante do
verdadeiro Deus e o
nome do Senhor seja
glorificado


TEXTO ÁUREO
    Então, Elias[1] se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; e, se Baal[2], segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada (1º Rs 18:21).

VERDADE PRÁTICA
    O confronto entre Elias e os profetas de Baal marcou definitivamente a separação entre a verdadeira e a falsa adoração em Israel.

PALAVRA-CHAVE
    Falso: Contrário a realidade; fingimento, dissimulação, dolo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1º Reis 18:36-40
36Sucedeu, pois, que, oferecendo-se a oferta de manjares[3], o profeta Elias se chegou e disse: Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra fiz todas estas coisas.
37Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo conheça que tu, SENHOR, és Deus e que tu fizeste tornar o seu coração para trás.
38Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto[4], e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.
39O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus!
40E Elias lhes disse: Lançai mão dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. E lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom[5] e ali os matou.

INTRODUÇÃO
·         O famoso desafio de Elias contra os profetas de Baal é uma das passagens bíblicas mais impactantes em toda a história do povo de Deus.
·         Naquele período da história, o povo de Israel passava por uma grave crise espiritual, e essa vitória de Elias sobre os falsos profetas teve um grande significado em sua escolha entre continuar servindo a Jeová ou entregar-se de vez a Baal.
·         Deus não precisa provar nada a ninguém, mas, por sua imensa misericórdia, provou ser único e verdadeiro para que aquele povo não se perdesse pela ignorância.
·         A existência dos falsos profetas não foi um problema apenas daquela época, mas o próprio Jesus mostrou que eles ainda surgiriam até os últimos dias.
“E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.
(Mt 24:11)

I - Confrontando os falsos deuses
1. Conhecendo o falso deus Baal
·         Baal nunca existiu de verdade; ele era apenas um ídolo representado por várias imagens, o qual, provavelmente, foi inventado por um grupo de fanáticos cananeus[6] da época.
·         Certamente, se houve algum sinal sobrenatural atribuído a ele, isso ocorreu por meio de manifestações demoníacas para confundir a mente do povo.
·         O significado de Baal é proprietário, marido ou senhor; isso mostra que ele era tão reverenciado por seus devotos que eles o consideravam como dono de tudo, inclusive deles próprios.
·         Como bem sabemos, Satanás usa de vários meios para afrontar o Todo-Poderoso, ambicionando ser adorado como Ele; porém, o seu fim será trágico;
“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva[7]! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! 13E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte. 14Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. 15E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo."
 (Is 14:12-15)

2. Identificando a falsa divindade Aserá
·         Aserá[8] era considerada a deusa-mãe, a companheira de Baal.
·         Seus devotos a invocavam para “resolver” assuntos referentes à fertilidade tanto humana, quanto animal ou vegetal, ou seja: prosperidade e crescimento; acredita-se que vários atos imorais eram praticados em seu culto.
·         As palavras poste-ídolo e bosque são outras denominações usadas também em relação a Aserá, e ela era também conhecida como Astarote ou Astarte.
·         Satanás tem se manifestado de várias formas, mas a sua força ilusória é limitada e o seu fim será a vergonha eterna.
“Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão e dirão: É este o varão que fazia estremecer a terra e que fazia tremer os reinos? 17Que punha o mundo como um deserto e assolava as suas cidades? Que a seus cativos não deixava ir soltos para a casa deles?
(Is 14:16,17)

II - Confrontando os falsos profetas
1. Profetizavam sob encomenda
·         Os profetas de Baal foram bem aceitos pelo rei e pelo povo porque somente falavam o que eles queriam ouvir.
·         Para eles era uma comodidade muito grande fazer a vontade de Acabe e Jezabel, pois, como podemos observar em 1º Reis 18:19, eles tinham conforto e status dentro da palácio real.
·         Os 450 profetas de Baal e também os 400 de Aserá, não têm sua identidade ou origem reveladas na Bíblia, mas imagina-se que muitos deles fossem realmente profetas de Deus que, por ganância, se venderam às facilidades oferecidas no templo dos falsos deuses.
·         O verdadeiro servo de Deus fala apenas a verdade em qualquer circunstância sem se importar com as consequências que possa vir a enfrentar por agradar ao Senhor e não ao homem.
“Homens de dura cerviz[9] e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim, vós sois como vossos pais. 54E, ouvindo eles isto, enfureciam-se em seu coração e rangiam os dentes contra ele. 55Mas ele, estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus, 56e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus. 57Mas eles gritaram com grande voz, taparam os ouvidos e arremeteram unânimes contra ele."
 (At 7:51,54-57)

2. Eram mais numerosos
·         Nas regiões próximas ao reino do Norte, era comum a adoração aos mais variados tipos de deuses, mas Baal e Aserá, além de serem os principais, eram oficialmente reconhecidos devido ao fato de serem reverenciados por Acabe e Jezabel.
·         A razão da existência de um grande número de “profetas” - 950 no total - se devia a necessidade de alcançar todos os habitantes do extenso reino de Israel.
·         O fato de os falsos profetas serem a maioria em Israel passava ao povo uma certa credibilidade, e isso fazia com que a imagem dos verdadeiros profetas ficasse apagada no meio da nação.
·         Seguir a maioria é um grande erro cometido por aqueles que não conhecem verdadeiramente a Deus, pois quem realmente tem comunhão com Ele sabe que seu imenso poder não depende das ações daqueles que dizem representá-lo na terra, mas sim da fé e da fidelidade daqueles que verdadeiramente o servem.
“Filhinhos, sois de Deus e já os tendes vencido, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo. 5Do mundo são; por isso, falam do mundo, e o mundo os ouve.
(1ª Jo 4:4,5)

III - Confrontado a falsa adoração
1. Em que ela imita a verdadeira
·         Os cananeus que introduziram a adoração a Baal em Israel não chegaram oferecendo algo diferente que demonstrasse ofender a santidade de Jeová, sua tática de ação consistiu simplesmente em inserir algo a mais com o pretexto de aprimorar o culto ao Senhor.
·         Os rituais hebreus foram mantidos, porém, muitas heresias foram acrescentadas a ele.
·         No entanto, mesmo com algumas mudanças, embora tenham conseguido imitar os cânticos, as danças, as orações e até os sacrifícios, há algo que eles não conseguiram imitar: o derramamento de fogo divino sobre o altar, o que representa a aprovação de Deus sobre o sacrifício e sobre aqueles que o oferecem.
·         Nos últimos dias tem se cumprido o que Jesus Cristo já havia predito: muita enganação e falsos sinais que visam ganhar não apenas os incrédulos, mas também o próprio povo de Deus.
“Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e prodígios[10], para enganarem, se for possível, até os escolhidos."
 (Mc 13:22)

2. No que ela se diferencia da verdadeira
·         A principal característica da verdadeira adoração é o simples detalhe de que o adorador exalta aquEle a quem ele está adorando e não a si próprio;
·         O profeta Elias deixa isso bem claro em 1º Reis 18:36: “Sucedeu, pois, que, oferecendo-se a oferta de manjares, o profeta Elias se chegou e disse: Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra fiz todas estas coisas.”.
·         Na verdadeira adoração tudo ocorre de acordo com os princípios ensinados pela Palavra de Deus, sem exageros ou invencionices extravagantes.
·         Num lugar aonde não conseguimos ver ao nosso Senhor exaltado assim como Ele merece, não existe verdadeira adoração, mas sim exaltação do ego humano.
“É necessário que ele cresça e que eu diminua.
(Jo 3:30)

IV - Confrontando o sincretismo religioso estatal
1. O perigo do sincretismo religioso
·         O significado da palavra “sincretismo” pode ser definido da seguinte forma: “Mistura. Sistema que combina os princípios de diversos sistemas. Fusão de dois ou mais elementos culturais antagônicos num só elemento, continuando, porém, perceptíveis alguns sinais de suas origens diversas”.
·         E era exatamente nessa situação em que Acabe, por ouvir Jezabel, havia colocado Israel: um verdadeiro sincretismo religioso, o qual provocou profundamente à ira divina.
·         O principal problema nessa mistura é a perda da identidade espiritual, ou seja: muitas coisas que haviam sido proibidas por Deus através de sua Lei entregue por Moisés - como, por exemplo, a adoração as imagens de escultura - estavam sendo praticadas livremente como parte do ato de adoração.
·         Na prática, o que levou os israelitas a adorarem aos falsos deuses foi a ambição pela prosperidade; nos dias atuais as coisas não têm sido muito diferentes, pois a busca desenfreada pelo crescimento financeiro tem levado muitas pessoas a servirem ao dinheiro e não a Deus.
“Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom[11].”
 (Mt 6:24)

2. A resposta divina ao sincretismo
·         Logo após a grande manifestação do poder divino que mandou fogo sobre o altar que havia sido reparado por Elias, Deus ordenou a ele que lançasse mão dos profetas de Baal; a Bíblia não revela de que forma o profeta fez isso, apenas diz que ele os matou.
·         De fato, essa parece ser uma atitude fora dos padrões do amor ensinado por Jeová, porém, esse foi o cumprimento da Lei mosaica que, de acordo com o que está escrito em Deuteronômio 13:12-15, dizia o seguinte: “Quando ouvires dizer de alguma das tuas cidades que o SENHOR, teu Deus, te dá, para ali habitares, que 13uns homens, filhos de Belial[12], saíram do meio de ti, que incitaram os moradores da sua cidade, dizendo: Vamos e sirvamos a outros deuses que não conheceste, 14então, inquirirás, e informar-te-ás, e com diligência perguntarás; e eis que, sendo esse negócio verdade, e certo que se fez uma tal abominação no meio de ti, 15então, certamente ferirás ao fio da espada os moradores daquela cidade, destruindo ao fio da espada a ela e a tudo o que nela houver, até os animais.”.
·         A consequência do sincretismo foi a destruição dos que introduziram a idolatria no solo sagrado e daqueles que a receberam e não se arrependeram reconciliando-se com o verdadeiro Deus.
·         Não pode haver consenso algum entre as coisas sagradas e as profanas; a partir do momento em que optamos por servir a Deus, devemos buscar pela libertação, renunciando a tudo aquilo que possa vir a nos afastar dEle.
“E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 17Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; 18e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso.
(2ª Co 6:16-18)

CONCLUSÃO
·         A luta de Elias contra os profetas de Baal não foi uma simples disputa religiosa, mas sim uma verdadeira batalha espiritual travada no intuito de fazer prevalecer sobre aquela nação a adoração ao verdadeiro Deus.
·         O profeta correu um grave risco e passou por grandes dificuldades, mas nem por isso desistiu de lutar em nome da verdadeira fé.
·         Os pecadores tiveram que suportar as consequências de sua idolatria, pois tiveram oportunidade e os que permaneceram no erro morreram por causa dele.
·         Santificação não é uma opção, mas sim uma obrigação àqueles que querem realmente ter uma vida plena com Deus e a herança da vida eterna.
“Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.
(2ª Co 7:1)

Jonas M. Olímpio 



Foi após oferecer uma oferta de
manjares que o profeta Elias
teve sua oração respondida;
o agradecimento e a adoração
são fatores essenciais àqueles
que querem exercer um
ministério bem sucedido
[1]Elias: Significa Javé É Deus. Foi um profeta tesbita (de Tisbé, em Gileade) que enfrentou em várias ocasiões o rei Acabe e Jezabel, sua mulher (1º Rs caps. 17-21). Foi levado ao céu num redemoinho (2º Rs 2:1-15). Apareceu com Moisés na transfiguração (Mt 17:3,4).
[2]Baal: (Significa "dono, Senhor, marido). O principal "deus" da fertilidade em Canaã. O culto a Baal foi uma das piores tentações dos israelitas, desde os tempos antigos (Jz 2:13; 1º Rs 16:31-32). Havia várias formas de Baal, que eram encontradas em diversas cidades, como se pode ver nos três verbetes seguintes. "Baalins" é o plural de "Baal" (Jz 2:11). Sua companheira era Aserá.
[3]Oferta de manjares: Era uma oferta de cereais (Lv 2:1-16; 6:14-23) composta de farinha fina, em que se deitava sal, e era amassada com azeite e incenso, mas sem fermento, sendo isto geralmente acompanhado de uma oferta de vinho. Uma porção dessa massa, incluindo todo o incenso, devia ser queimada sobre o altar como ‘porção memorial’, o resto pertencia ao sacerdote, mas as ofertas de manjares dos próprios sacerdotes deviam ser inteiramente queimadas. Seu objetivo era reconhecer a soberania e a benignidade de Deus, oferecendo-lhe seu melhor cereal (símbolo de sustento da vida) com azeite (símbolo de riqueza) e vinho (símbolo do vigor e da alegria) como agradecimento e fazia parte de várias cerimônias oficiais. A ausência de fermento e a presença de sal significavam pureza.
[4]Holocausto: [Grego: queimado]. Sacrifício em que a vítima era consumida pelo fogo.
[5]Quisom: Ribeirão que se torna rio e que desemboca no mar Mediterrâneo ao norte do monte Carmelo. Lugar onde o profeta Elias matou os profetas de Baal (1º Rs 18:40).
[6]Cananeu: Descendente ou morador de Canaã (nome antigo da Palestina).
[7]Alva:  A primeira luz alva e clara que aparece no horizonte entre a escuridão da noite e a aurora; alvor, alvorada.
[8]Aserá: Uma deusa babilônica (Astarte) e cananéia (da fortuna e felicidade), a suposta esposa de Baal. Árvores sagradas ou postes erguidos próximos a um altar.
[9]Cerviz: Parte posterior do pescoço. A expressão "endurecer a cerviz" significa "ser desobediente, rebelde" (Ne 9:29; At 7:51).
[10]Prodígio: Fenômeno extraordinário ou inexplicável que causa admiração. Maravilha; milagre. Pessoa de extraordinário talento; portento. Qualquer feito ou sucesso extraordinário.
[11]Mamom: É um termo derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mamom" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro". Mamon não era o nome de uma divindade, como muitos pensam, e sim um termo de origem hebraica que significa dinheiro, riqueza, ou bens materiais. Jesus, no Evangelho, utiliza a palavra quando afirma que não é possível servir simultaneamente a Deus e a Mamon (Lucas 16:13).
[12]Belial: Pessoa má, sem valor (Jz 19:22; 1Sm 30:22). Diabo ( 2ª Co 6:15).

Estudo Bíblico Baseado na Escola Bíblica Dominical da CPAD   |  1º Trimestre de 2013 - Lição 4  |  Jonas M. Olímpio

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