sábado, 19 de janeiro de 2013

A Longa Seca Sobre Israel


Estudo Bíblico Baseado na Escola Bíblica Dominical da CPAD   |  1º Trimestre de 2013 - Lição 3  |  Jonas M. Olímpio

Deus muitas vezes se utiliza do
castigo para demonstrar seu
amor, dando assim uma
oportunidade de
arrependimento e salvação ao
homem
TEXTO ÁUREO
    E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra (2º Cr 7:14).

VERDADE PRÁTICA
    A longa seca sobre Israel teve como objetivos disciplinar e demonstrar a soberania divina sobre os homens.

PALAVRA-CHAVE
    Seca: Tempo seco; falta ou cessação de chuva.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1º Reis 18:1-8
E sucedeu que, depois de muitos dias, a palavra do SENHOR veio a Elias, no terceiro ano, dizendo: Vai, apresenta-te a Acabe; porque darei chuva sobre a terra. 2E foi Elias apresentar-se a Acabe; e a fome era extrema em Samaria. 3E Acabe chamou a Obadias[1], o mordomo; e Obadias temia muito ao SENHOR, 4Porque sucedeu que, destruindo Jezabel os profetas do SENHOR, Obadias tomou cem profetas, e de cinquenta em cinquenta os escondeu numa cova, e os sustentou com pão e água. 5E disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água, e a todos os rios; pode ser que achemos erva, para que em vida conservemos os cavalos e mulas, e não percamos todos os animais. 6E repartiram entre si a terra, para a percorrerem: Acabe foi à parte por um caminho, e Obadias também foi sozinho por outro caminho. 7Estando, pois, Obadias já em caminho, eis que Elias o encontrou; e Obadias, reconhecendo-o, prostrou-se sobre o seu rosto, e disse: És tu o meu senhor Elias? 8E disse-lhe ele: Eu sou; vai, e dize a teu senhor: Eis que Elias está aqui.

INTRODUÇÃO
·         Em 1º Reis 17:1,2 e 18:1,2, o profeta Elias previu uma grande seca sobre Israel, a qual foi cumprida ainda nos dias de Acabe, foi também citada em Tiago 1:17, quando o apóstolo falava sobre o poder da oração: “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra.”.
·         A longa seca sobre Israel não foi um mero fenômeno climático sujeito a ocorrer em qualquer lugar do planeta, pois ela não só era previsível pelo fato de aquela ser uma região desértica, mas também foi predita pelo profeta como castigo divina.
·         Com sua infinita soberania, Deus pode não somente punir cada pecador individualmente, como também de forma coletiva.
·         O castigo de Deus não deve ser encarado como punição, mas como um ato de misericórdia que contribui na educação espiritual da pessoa para que ela se achegue mais a Ele.
Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. 7Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? 8Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.”
(Hb 12:6-8)

I - O porquê da seca
1. Disciplinar a nação
·         Acabe, por apoiar as atitudes de sua esposa Jezabel, acabou por apoiar diretamente a adoração à Baal em Israel, construindo altares e imagens com recursos do governo.
·         Essa atitude do rei influenciou fortemente o povo, o qual não mais se mantinha puramente fiel à Jeová; podemos notar essa realidade em 1º Reis 18:21, quando o profeta questiona até quando eles coxeariam entre dois pensamentos.
·         A palavra “pensamento”, no texto original em hebraico é as’iph, e, em português, significa “ambivalência” ou “opinião dividida”.
·         Quando uma pessoa, enganada pelas armadilhas do seu coração, tem o seu pensamento – ou sentimento – dividido, somente um grande sofrimento, geralmente uma triste decepção para fazê-la voltar a enxergar a realidade.
Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?"
 (Jr 17:9)

2. Revelar a divindade verdadeira
·         Quando Acabe colocou Jezabel em sua vida e a trouxe para Israel, ele não ganhou somente uma esposa, pois ele adquiriu também uma falsa religião, amargura sentimental, perdas morais e materiais e, de bônus, conquistou tudo isso não só para si, como também para toda a nação.
·         Sob um ponto de vista natural, pode se dizer que passou a haver adoração a Jeová e também a Baal; porém, espiritualmente, essa afirmação está errada, pois quem adora a falsos deuses, de maneira alguma está adorando verdadeiramente ao verdadeiro Deus, porque com ninguém Ele jamais divide a sua glória.
·         Baal e Aserá eram os principais ídolos dos sidônios; tanto ele quanto Aserá eram também chamados de deuses da fertilidade; isso leva a crer que em seus cultos acontecessem degradantes orgias sexuais;
·         Devido ao fato de Baal ser considerado deus do trovão e do raio, o que significaria que ele teria poder sobre o clima, sobre tudo sobre a chuva, o verdadeiro Deus usou a seca para castigá-los, mostrando-lhes que aquele ídolo demoníaco não possuía poder algum.
As dores se multiplicarão àqueles que fazem oferendas a outro deus; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem tomarei os seus nomes nos meus lábios.”
(Sl 16:4)

II - Os efeitos da seca
1. Escassez e fome
·         Conforme podemos ver em 1º Reis 18:2, naquele período houve uma extrema fome em Samaria, e por mais que os idólatras clamassem ou oferecessem oferendas diariamente - tanto a Jeová quanto a Baal - não havia resposta à sua fé múltipla e ao mesmo tempo morta.
·         A situação era tão caótica que nem mesmo os animais de montaria estavam resistindo a escassez de água, conforme está escrito em 1º Reis 18:5.
·         Imagine o cenário: uma nação inteira com homens, mulheres e crianças sem água em quantidade suficiente para beber, preparar seus alimentos, lavar seus objetos, tomar banho, abastecer seus reservatórios e realizar outras atividades que pudessem depender essencialmente dela.
·         A fome e a seca podem ter sido um duro castigo, mas foi essa a maneira de Deus agir para levar o povo ao arrependimento.
Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para todos os que te invocam."
 (Sl 86:5)

2. Endurecimento ou arrependimento
·         Quando são punidos por Deus, há dois tipos de reação que os pecadores podem ter: arrependimento dos seus atos ou endurecimento do coração;
·         No caso de Acabe e Jezabel, eles se revoltaram contra o servo do Senhor e o perseguiram.
·         Enquanto isso, o povo, como está relatado em 1º Reis 18:39, diante da manifestação do poder divino, prostrou-se e adorou ao Senhor.
Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. 7Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.”
(Is 55:6,7)

III - A provisão divina da seca
1. Provisão pessoal
·         Israel passava por uma longa crise e todo o povo sofria terrivelmente as suas consequências, mas Elias, o fiel profeta, era sustentado e amparado pelas mãos de Deus.
·         Durante o período de maior dificuldade, o Senhor tirou Elias do local onde haveria seca e fome, escondendo-o onde havia água e comida.
·         O mais impressionante foi o fato de que o alimento que Ele lhe proveu veio de forma milagrosa, mostrando assim que para agir, Deus não precisa de nada, pois com o seu infinito poder Ele conduz cada situação da maneira que bem quer.
·         A fidelidade a Deus nunca é em vão, pois Ele jamais desampara os seus fiéis.
Os passos de um homem bom são confirmados pelo SENHOR, e deleita-se no seu caminho. 24Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o SENHOR o sustém com a sua mão.”
(Sl 37:23,24)

2. Provisão coletiva
·         Nem todos em Israel eram pecadores, pois conforme está escrito em 1º Reis 18:3,4, em meio a dura de perseguição de Jezabel aos verdadeiros profetas, Deus usou o mordomo Obadias para livrar a vida de cem desses profetas e escondê-los numa cova e sustentá-los com pão e água.
·         E além desses cem profetas, conforme relata 1º Reis 19:18, o Senhor havia ainda livrado da morte outros sete mil servos fiéis, os quais não haviam se prostrando diante do ídolo Baal.
·         Elias se sentia sozinho porque estava numa situação de grande aflição, mas ele não era o único verdadeiro adorador naquela terra; mesmo em meio às mais duras adversidades, o verdadeiro povo de Deus prevaleceu firme e fiel até o fim.
·         Todos quantos seguem o caminho da justiça são também alcançados pelas bênçãos do Senhor.
Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar o pão."
 (Sl 37:25)

IV - As lições deixadas pela seca
1. A majestade divina
·         Em toda a narração de sua história como, por exemplo, em 1º Reis 17:1, podemos notar que Deus manifestou fortemente sua onipotência, onipresença e onisciência.
·         Nesse versículo, Ele mostra seu controle sobre os fenômenos naturais impedindo a chuva;
·         Nesse mesmo versículo, Ele também demonstra, através da fé de Elias, que estava presente naquele lugar;
·         Ainda nesse versículo, Ele prova seu conhecimento e controle sobre o futuro, falando por meio do profeta sobre a longa seca que havia de acontecer.
·         Deus nunca aceitou dividir sua glória com ninguém; e esse mandamento é válido não somente para os ídolos religiosos como também para vários outros ídolos que por várias vezes chegamos a adorar até sem perceber.
Não terás outros deuses diante de mim. 4Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam."
 (Êx 20:3-5)

2. O pecado tem o seu custo
·         Como vemos em 1º Reis 18:17-19, mesmo sendo acusado pelo rei de estar perturbando os israelitas, o profeta não temeu, o acusou por seus pecados e desafiou os seus falsos profetas.
·         Com essa atitude de extrema ousadia, Elias estava deixando bem claro que as atitudes pecaminosas eram as verdadeiras culpadas pelo sofrimento de Israel, e não ele, o profeta, que estava amaldiçoando a nação.
·         Acabe e Jezabel certamente odiavam a Elias porque ele falava a verdade que eles não queriam ouvir, e tinham zelo pela vida dos profetas de Baal, porque estes “profetizavam” aquilo que lhes era agradável.
·         O preço do pecado é muito alto e não vale a pena pagar por ele; por isso, nossa busca deve ser sempre pela graça divina.
Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.”
(Rm 6:23)

CONCLUSÃO
·         Deus não mandou a seca e a fome sobre Israel para destruir o povo, mas sim para discipliná-lo e dar-lhe uma oportunidade de arrependimento.
·         Os objetivos dessa prova a qual os israelitas foram expostos teve seu objetivo alcançado, pois, dessa forma o culto a Jeová, o único e verdadeiro Deus foi reestabelecido na terra santa.
·         Jezabel foi destruída e Acabe ainda conseguiu chegar ao arrependimento; o julgamento divino produz resultado diferentes em cada pessoa. O Senhor quer salvar, mas a salvação é individual e depende única e exclusivamente de cada um de nós.
·         Você ama realmente a Deus? Então não se preocupe, pois aqueles problemas que tanto te afligem são para o teu próprio bem: eles te mantém em uma vida de adoração e reconhecimento de dependência do Todo-Poderoso.
E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”
(Rm 8:28)

Jonas M. Olímpio



[1]Obadias, o mordomo: Administrador da casa do rei Acabe (1º Rs 18:2-16).

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