quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Os Dez Mandamentos do Senhor

Estudo Bíblico Baseado na Escola Bíblica Dominical da CPAD | 1º Trimestre de 2014 - Uma Jornada de Fé - Lição 7 | Jonas M. Olímpio

Embora tanto no decálogo,
como em toda a Lei no
Antigo Testamento, muitas
coisas estejam direcionadas
à Israel, considerando-se o
fato da imutabilidade de
Deus, com exceção de
alguns rituais específicos,
sabemos que elas também
se aplicam aos cristãos
TEXTO ÁUREO
Rm 10:4 - "Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê."

VERDADE PRÁTICA
    A Lei expõe e condena os nossos pecados, porém, o Senhor Jesus Cristo, pelo seu sangue expiador, nos perdoa e nos justifica mediante a fé.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 20:1-17 (Dt 5:3-21)
1 - Então falou Deus todas estas palavras, dizendo:
2 - Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
3 - Não terás outros deuses diante de mim.
4 - Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
6 - Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
6 - E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
7 - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por
inocente o que tomar o seu nome em vão.
8 - Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
9 - Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra.
10 - Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.
11 - Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.
12 - Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
13 - Não matarás.
14 - Não adulterarás.
15 - Não furtarás.
16 - Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
17 - Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.

COMENTÁRIO RESUMIDO
OS DEZ MANDAMENTOS DO SENHOR
Introdução
    A Lei, cujo resumo dos principais pontos estão nos Dez Mandamentos, tinha o objetivo de estabelecer regras morais e religiosas para que o povo vivesse de acordo com a vontade de Deus e não da maneira como haviam aprendido com os egípcios e os demais povos pagãos a sua volta.
    Com exceção de alguns pontos, os quais são direcionados diretamente ao povo de Israel como, por exemplo, a guarda do sábado, os sacrifícios de animais e as penas impostas por crimes civis, os mandamentos divinos continuam tendo a mesma validade para nós que vivemos a era cristã, pois Deus não mudou os seus princípios, apenas nos permitiu, através do sacrifício do seu Filho, termos acesso à sua maravilhosa Graça.
Êx 20:1-17

I - OS PROPÓSITOS DA LEI
1. O decálogo
    Toda a Lei consistia em uma narrativa bastante extensa e muita complexa para se decorar e até mesmo entender. Considerando-se também o fato que a grande maioria do povo era analfabeta, de nada adiantaria dar a cada um uma cópia por escrito, então a grande estratégia de Deus foi resumir tudo em apenas dez pontos, os quais dificilmente seriam esquecidos, e apenas a liderança, presidida por Moisés, teria acesso a todo o conteúdo para poder julgar as causas cotidianas conforme cada necessidade. Os quatro primeiros mandamentos se referem ao relacionamento do homem com Jeová, e os demais tratam da relação de cada um com o seu próximo.
    Nos dias atuais, principalmente nos países em desenvolvimento, quase toda a população é alfabetizada e tem acesso aos exemplares das Escrituras Sagradas e de inúmeras literaturas relacionadas a elas, tornando assim indesculpável o fato de alguém dizer que não conhece a Palavra de Deus.
Êx 20:18-21
2. Objetivos do Concerto divino
    A Lei tinha três objetivos principais: padronizar a justiça para que houvesse direitos iguais entre o povo; mostrar o que é o pecado e como evita-lo; e expor a santidade de Deus. Com isso, os israelitas não viveriam numa anarquia política e nem estariam tão expostos ao ateísmo ou à idolatria; apesar que nem todos obedeceram, porém, os desobedientes pereceram por sua rebeldia. O sacrifício de Cristo não foi uma abolição da Lei, mas sim o cumprimento dela, pois Ele veio para corrigir os exageros dos líderes religiosos que a usavam em seu próprio benefício. Se Ele não a aboliu, devemos aplicá-la por inteiro em nossa vida hoje? Para entender essa questão precisamos saber dividi-la em três pontos: 1º) as Leis cerimoniais (ensinava sobre a reverência a Jeová e os tipos de adoração que deveriam ser prestados a Ele) envolviam sacrifícios e a guarda do sábado representando a forma como Deus queria ser adorado por Israel. Como Cristo já se sacrificou por nós e temos o domingo como memorial da sua ressurreição, o que se aplica a nossa vida são os pontos que se referem ao reconhecimento da existência de um único Deus e as abominações da idolatria; 2º) as Leis civis (se tratava de um código penal que tinha por objetivo promover a justiça punindo os crimes mais comuns na sociedade) por tratarem de questões sociais, suas duras penas não refletem necessariamente a vontade de Deus, mas sim sua permissão pela dureza do pecado do homem, o qual, no tempo da Graça, Jesus ensina a prática do perdão e do amor. No entanto, como cidadãos civis, devemos também respeitar as decisões políticas da nação em que vivemos mesmo que não possamos concordar com elas; 3º) as Leis morais (regras de comportamento relacionadas à convivência respeitosa entre as pessoas) como visam o comportamento ético em si, o seu não cumprimento consiste em pecado por proporcionar prejuízos ao próximo, a quem devemos amar.
    O entendimento do que se deve ou não aplicar a nossas vida hoje depende de muito bom senso, busca de conhecimento e temor a Deus. Pois muitas regras foram direcionadas especificamente à Israel; porém, apesar disso, o que deve prevalecer de cada uma delas é o exemplo considerando-se o caráter divino, o qual é imutável.
Mt 5:17

II - OS DEZ MANDAMENTOS
1. O primeiro mandamento
    “Não terás outros deuses diante de mim”. Os israelitas haviam sofrido uma grande influência por parte dos egípcios e das nações vizinhas que adoravam a falsos deuses, acreditando em forças ocultas, as quais eram simplesmente poderes malignos que agiam causando confusão na mente de pessoas sem conhecimento.
    Ainda hoje há muitas religiões - e falsas crenças dentro próprio cristianismo - que creem e adoram, assumidamente ou não, a “deuses” que nada têm a ver com o verdadeiro Deus Jeová.
1ª Tm 1:17
2. O segundo mandamento
    “Não farás para ti imagem de escultura”. Juntamente com a adoração a falsos deuses vem a idolatria, ou seja: a fé em imagens de escultura; e isso inclui também adorar ou crer em forças da natureza, animais ou o próprio homem.
    A idolatria é uma das maiores comprovações de ignorância de um ser humano, pois mostra a que ponto ele pode chegar por crer em algo do qual ele nunca presenciou nenhuma manifestação de poder. Isso também tem proliferado no meio evangélico, aonde palavras persuasivas de alguns líderes ou cantores famosos têm ganhado mais crédito do que o conteúdo da Bíblia Sagrada.
Sl 115:3-8
3. O terceiro mandamento
    “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão”. O nome de Deus é sagrado, e Ele fez questão de mostrar ao povo o quanto se sente ofendido quando é invocado em vão.
    Nos dias atuais, muitas pessoas simplesmente levam o nome do Senhor na brincadeira, pronunciando-o sem o menor temor e, inclusive, fazendo juramentos sabendo que não irão cumprir.
Mt 5:34,35; 23:20-22
4. O quarto mandamento
    “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar”. O sábado era um sinal do pacto entre Deus e Israel; foi um dia escolhido para o povo descansar do seu trabalho e dedicar-se totalmente ao Senhor, considerando o fato que Ele tudo fez em seis dias, mas no sétimo descansou.
    Como estamos na Nova Aliança, em respeito à memória do sacrifício de Cristo, temos como costume - e não obrigação ou mandamento - dedicar o domingo ao Senhor por ser este o dia em que Ele ressuscitou.
Mc 2:27,28

III - A CONTINUAÇÃO DOS MANDAMENTOS DIVINOS
1. O quinto mandamento
    “Honra a teu pai e a tua mãe”. A sociedade israelita certamente também tinha alguns problemas de conflito familiar, e isso levou Jeová a estabelecer esse mandamento, assim como em outros pontos da Lei, que simplesmente ordena que os filhos honrem aos seus pais.
    Honrar aos pais - assim como os demais mandamentos de ordem moral -, é uma virtude independente da fé ou de qualquer tipo de religiosidade. E as Escrituras ainda são claras em afirmar que a obediência a essa ordem resulta em benefícios para o bem viver e de uma forma prolongada.
Ef 6:1-3
2. O sexto mandamento
    “Não matarás”. O homicídio, como qualquer tipo de violência, sempre foi algo repudiado por Deus. Ele deu a vida e somente Ele tem direito sobre ela. Os assassinatos que o Antigo Testamento registra como tendo sido cometidos por servos de Deus foram permitidos por Ele por se tratarem de situações extremas de ameaças feitas por inimigos impiedosos e mal intencionados e que certamente tiveram oportunidades para se converter, mas não reconheceram a supremacia de Jeová desrespeitando os seus servos..
    Na atualidade, a “lei” deixada por Jesus vai muito além de simplesmente não matar; pois de nada adianta não cometer nenhum ato de violência, mas ter o coração cheio de rancor e maldade.
Mt 5:21-24
3. O sétimo mandamento
    “Não adulterarás”. O adultério é outro pecado abominável aos olhos de Deus, pois ele não somente destruía as famílias e ofendia ao caráter divino pela imoralidade sexual, como também trazia a Israel o risco da miscigenação através do relacionamento com povos gentios.
    Pelo ensinamentos de Jesus, adulterar é muito mais do que somente praticar um ato sexual ilícito, pois o simples fato de se olhar para uma pessoa com desejo de cobiça-la já é um adultério.
Mt 5:27,28
4. O oitavo mandamento
    “Não furtarás”. A desonestidade sempre foi um grande problema no meio de qualquer comunidade, principalmente para um povo nômade como Israel. Por essa razão, Deus deixou bem claro que o furto é sim um pecado.
    Há pessoas que tentam justificar atos de desonestidade dizendo estar em sua razão por terem sido injustiçadas; porém, a justiça vem de Deus e não cabe a nós o direito de cometer um erro por termos sido vítimas de outro. Nossa boa conduta diante de todos também são uma forma de glorificar, ou seja: honrar o nome de Deus.
1ª Pe 2:11,12
5. O nono mandamento
    “Não dirás falso testemunho”. A mentira, assim como a difamação ao próximo em troca de algum benefício, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, são definidas como um pecado gravíssimo.
    Não há desculpa que justifique as atitudes de alguém que use de engano para tirar proveito de qualquer situação na qual alguém venha a ser prejudicado. Qualquer ato dessa natureza provém do maligno.
Jo 8:44
6. O décimo mandamento
    “Não cobiçarás a casa do teu próximo”. Nem todos os israelitas eram tementes ao Senhor, e mesmo na difícil fase da dura jornada do deserto, outro difícil problema que eles enfrentavam era a falta de caráter daqueles que não se contentavam com o que tinham e, de uma forma ou de outra, invejavam o próximo.
    A cobiça é um pecado gravíssimo, pois ela leva o indivíduo a vários outros erros como, por exemplo, a mentira, a fofoca, o roubo, o assassinato, o adultério e, consequentemente, a desonra a Deus.
1ª Tm 6:10,11



Conclusão
    Sem Lei não haveria regras e, consequentemente, ninguém seria culpado dos pecados que cometesse. Israel precisava saber que o fato de serem abençoados pelo Pai celestial não lhes dava o direito de se comportarem como filhos mimados, pois seus benefícios eram condicionais e dependiam de sua obediência.
    O Reino de Deus não é uma democracia como muitos pensam, mas um regime fechado em que apenas os que reconhecem a soberania do seu Rei têm os seus pedidos - e não suas ordens - atendidos. Os mandamentos não foram abolidos, mas sim aplicados por Jesus com um bom senso que não existia nos líderes religiosos da época; essas leis são tão importantes que, para que realmente não nos esquecêssemos delas, Ele as resumiu em seu princípio mais básico: o amor; porque quem ama obedece a Deus e respeita ao próximo.
Jo 1:17
Mc 12:19-31
Edição e comentário: Jonas M. Olímpio

DICIONÁRIO
Ab-rogar: Anular, abolir, extinguir, invalidar.
Cobiçar: Prática da cobiça (forte desejo de conseguir alguma coisa).
Concerto: Aliança. Pacto; acordo.
Debelar: Dominar, subjugar, sujeitar, vencer. Combater, destruir, extinguir. Curar
Decálogo: Significa "dez palavras". Nome dado ao conjunto de leis originalmente escritos por Deus em tábuas de pedra e entregues à Moisés (Êx 20:2-17; Dt 5:6-21).
Doloso: Causado por dolo (culpa; má intenção).
Encolerizar: Enfurecer, zangar, irritar.
Ético: O que tem ética (bom senso).
Expiação: O perdão dos pecados daqueles que se arrependem deles e os confessam, acompanhado de reconciliação com Deus, através do sacrifício de uma vítima inocente. No Antigo Testamento a vítima era um animal (Lv caps. 1-7), figura e símbolo do Cristo crucificado (Hb 9:19-28).
Mandamento: Biblicamente é uma ordem divina a ser obedecida pelas pessoas que temem a Deus. Sinônimos bíblicos: lei, estatuto, preceito, testemunho, juízo, ensinamento, etc. (Lv 26:14-15; Sl 119 cap.; Jo 15:10-12).
Raca: Palavra aramaica que significa: "Você não presta!".
Sinédrio: O mais alto tribunal religioso dos judeus, do qual faziam parte os sumos sacerdotes (o atual e os anteriores), chefes religiosos (anciãos) e professores da Lei. Tinha 71 membros, incluindo o presidente (Jo 11:47).
Síntese: Resumo. Generalização, agrupamento de fatos particulares em um todo que os abrange e os resume.
Tabernáculo: Do latim tabernaculum, "tenda", "cabana" ou "barraca" e designa o santuário portátil onde durante o Êxodo até os tempos do Rei Davi os israelitas guardavam e transportavam a arca da Aliança, a menorá e demais objetos sagrados. Em hebraico se chamava mishkan, משכן, "moradia", (local da Divina morada). Também se denominava mow'ed, מוֹעֵד, "Tenda da Reunião". Era composto de três partes: Átrio Exterior, Santo Lugar e Santo dos Santos. Deus ordenou a sua construção (Êx 25:9).

Estudo Bíblico Baseado na Escola Bíblica Dominical da CPAD | 1º Trimestre de 2014 - Uma Jornada de Fé - Lição 7 | Jonas M. Olímpio

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