De acordo com o “conhecimento bíblico” que tem sido propagado em muitas portas abertas nos dias atuais com nome de igreja, a resposta para essa pergunta é quase que automática: campanha de sete dias usando um tema bíblico fora do contexto, voto com oferta financeira, Bíblia aberta no Salmo 23 ou 91, uso de objetos ungidos pelo pastor, não falar contra o pecado porque Jesus é amor, cantar louvores para expulsar espíritos malignos e, entre outras coisas mais, “profetizar” palavras positivas para afastar o capeta. Se essa é sua visão espiritual, meu amigo, sinto muito em dizer, mas você é apenas um supersticioso disfarçado de cristão. Isso mesmo! Não são rituais que serão atendidos por Deus - se assim fosse, estaríamos sob a “letra da Lei[1]” até hoje -, mas a maravilhosa Graça[2] por meio do nosso arrependimento e transformação. Quer entender melhor? Então vamos para a Bíblia!
Em 2ª Coríntios 5:17
está escrito o seguinte: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as
coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”;
tal afirmação abrange todas as áreas na vida de um cristão, inclusive fatores
relacionados à maldições, o que pode ser maldição lançada por alguém no passado
contra a pessoa diretamente ou sobre sua família, fazendo com que alguns a sua
volta, ou ele mesmo, esteja preso à problemas diversos ou específicos,
consequências do ambiente em que vive ou da maneira que foi ensinado a agir,
por não estar espiritualmente vivendo conforme a vontade de Deus.
“Estar em Cristo” é um fator condicional, mas o que
significa isso? Isso nada mais é do que reconhecer que Jesus Cristo é o
Salvador da tua alma, assim sendo, Ele é o teu Senhor, o teu Dono. Quem
reconhece o senhorio - a autoridade - de alguém, se dispõe a
obedecê-lo. A pessoa que está em Cristo procura agradá-lo em todas as suas
atitudes e não apenas em momentos de adoração num ambiente de religiosidade;
ela procura conhecer Sua Palavra porque é nela que estão contidos seus
mandamentos e busca se manter espiritualmente ligada à Ele, entendendo que,
apesar de viver nesse mundo, sua vida aqui é passageira e o mais importante é
preservar a vida eterna (Fp 3:20,21). Não há maldição que resista a
isso!
“Ser nova criatura” é um processo de transformação que
começa interiormente e atinge todo o exterior da pessoa; não há como não
perceber quando alguém muda totalmente suas atitudes buscando ser alguém melhor
para si mesmo e também para o próximo. Você próprio sabe se é uma nova criatura
quando não consegue mais dizer aquelas mentirinhas de costume, passa a ter
vergonha de atitudes imorais, começa a repudiar atos de covardia e chega a
sentir um certo medo de ações desonestas que antes pareciam normais; resumindo,
você não aceita mais aquilo que você sabe que Deus não aceita. Sua mentalidade,
sentimentos e atitudes simplesmente mudam (Rm 12:2).
Não há maldição que resista a isso!
“As coisas velhas já terem passado” é um grande desafio
para o cristão, pois isso implica em não ser mais dominado por sentimentos como
ressentimentos do passado, porque existe um processo maligno que costuma
abranger todo o período de vida de um indivíduo: quando a pessoa está
espiritualmente vulnerável os traumas do passado ocupam uma grande parte de
seus pensamentos a levando a viver com tristeza, ódio e medo; tais estados
fazem com que sua vida no presente seja dominada por constantes situações de
stress, as quais resultam em conflitos em seus ambientes de convivência; em
decorrência desses desacertos várias conquistas são frustradas levando a mesma
a um grande estado de ansiedade pelo futuro, geralmente, num misto de esperança
de êxito e certeza de fracasso. Tudo isso são ingredientes da venenosa receita
da indesejada, temerosa e perigosa depressão[3]
- devo ressaltar que não estou afirmando que todos que se encontrem em
depressão estejam sob ação maligna -. De fato, lidar com questões tão
complexas que te causem dor não é tão simples assim, no entanto, saber não
supervalorizar coisas negativas do passado pode sim tornar o presente mais
fácil e o futuro melhor. Carregue o pensamento de que todo o sofrimento é
momentâneo, mas, para quem não desistir, a vitória será eterna (2ª Co 4:17,18).
Não há maldição que resista a isso!
“Tudo se fazer novo” se refere aos efeitos das mudanças na
vida de quem verdadeiramente se entregou a Cristo. Embora muitos problemas
continuem acontecendo em sua vida, a grande diferença é que você não se
encontra mais dominado por eles; você não está mais acuado num canto entregue
ao desânimo ou ao desespero, pois aprendeu a lidar com as adversidades e
transformá-las em degraus para chegar aos seus objetivos, ou seja, o que antes
era derrota, agora é experiência, e com experiência não existem
impossibilidades que abalem sua fé, pois até mesmo a morte é encarada como uma
grande vitória (Fp 1:21). Não há maldição que resista a
isso!
Sabe o que mantém muitos escravizados se julgando vítimas
de maldição? É o fato de não se disporem a aprender Bíblia porque dizem que
Teologia é conhecimento do homem, mas, por outro lado, qualquer homem que
inventa alguma heresia eles obedecem cegamente acreditando que aquilo seja a
sua verdadeira salvação. Colocam sobre os obreiros da igreja a responsabilidade
de orarem pela vida deles, mas não se dispõem a buscar ao Senhor de forma
devida aceitando que precisam de uma grande transformação em sua vida. Quer “quebrar”
maldição? Comece quebrando o pecado, o qual se manifesta no menores detalhes
dentro do seu coração: aquilo que “não tem problema não porque Jesus conhece
meu coração” é o que pode estar me afundando cada vez mais. Vigilância e oração
são o princípio básico que muitas vezes não te ensinam na “campanha da vitória”,
porque se ensinarem isso terão que ensinar também que não é correto usar a
fraqueza da carne como desculpa - Ops! Eu quis dizer “justificativa” -
para o pecado (Mt 26:41).
Finalizando sobre essa questão, o Senhor Jesus Cristo é
nossa única defesa contra qualquer tipo de maldição (Rm 8:1),
porque nossa carne sempre seguirá a tendência de nos manter presos àquilo que
disseram que sempre seria o atraso de sua vida (Rm 8:2,3).
É de extrema importância também guardar em nosso coração que, mesmo que alguém
nos tenha feito mal por meio de palavras ou mesmo atitudes, jamais devemos
reagir no mesmo espírito de maldade porque o pecado que cometeram contra nós
não nos dá o direito de também pecarmos. A justiça está nas mãos do Senhor de
forma individual; cada um dá o que tem e isso define o seu final (Mt 12:35-37).
O homem pode ter te desejado ou proporcionado uma herança maligna, mas se você
não se sujeitar a aceitá-la, sendo obediente às Escrituras Sagradas, herdará em
abundância as bênçãos do Senhor (Rm 8:14,28,31,35,37).
Apesar de terem inventado muitas coisas no moderno mundo Gospel, a oração, o
jejum e a obediência à Palavra continuam sendo a receita infalível para quebrar
qualquer coisa maligna, inclusive maldição. Que Deus abençoe sua vida
poderosamente!
Pesquisas, Texto e Edição: Pb. Jonas M. Olímpio
[1]Lei: É um termo usado com frequência na Bíblia para definir um código de
leis formado por mandamentos, ordens e proibições. Segundo as Escrituras
hebraicas, a Lei foi dada por Deus através do profeta Moisés, tendo sido os Dez
Mandamentos escritos em tábuas de pedra pelo próprio dedo de Deus no monte
Sinai, a tábua dos dez mandamentos. Pode ser resumida nos Dez Mandamentos, que
em língua hebraica são chamados simplesmente de "As Dez Palavras" ou
"Os Dez Ditos". Os Dez Mandamentos regulamentam a relação do ser humano
com Deus e com seu próximo. Para fins didáticos, o Código Mosaico pode ser
dividido em Leis Morais, Leis Civis e Leis Religiosas (Leis Cerimoniais).
[2]Graça: Favor
imerecido ou não merecido. O vocábulo Graça provém do latim gratia, que deriva
de gratus (grato, agradecido) e que em sua primeira acepção designa a qualidade
ou conjunto de qualidades que fazem agradável a pessoa que as têm.
Teologicamente, refere-se ao período que se iniciou com a morte de Cristo na
cruz, o qual pôs fim às rígidas imposições da Lei mosaica, colocando em vigor o
Novo Testamento.
[3]Depressão: Existem
dois tipos de depressão: a depressão mental e a depressão nervosa. A depressão
mental é uma perturbação que atinge e mente e é caracterizada pela ansiedade e
pela melancolia; e a depressão nervosa é um estado patológico de sofrimento psíquico
assinalada pelo abatimento do sentimento de valor pessoal, por pessimismo e por
desinteresse em relação à vida. Ambos os tipos também se caracterizam pela
irritação e, geralmente, são causados pelo stress, podendo causar problemas
cardíacos que podem levar até mesmo à morte. A depressão provoca as seguintes
reações no corpo humano: diminuição do calibre dos vasos sanguíneos, elevando a
pressão arterial; maior produção de fatores coagulantes, permitindo a formação
de coágulos que entopem as artérias; desequilíbrio nas atividades do endotélio
estreitando os vasos e produzindo compostos inflamatórios; emissão de sinais
que elevam a frequência cardíaca; redução no sistema de defesa, deixando o
corpo vulnerável à várias doenças.