Estudo Bíblico Baseado na
Escola Bíblica Dominical da CPAD | 1º Trimestre de 2013 - Lição 8 | Jonas M.
Olímpio
A fidelidade de Eliseu à Elias, como também a Deus, foi a chave de seu bem sucedido ministério |
TEXTO
ÁUREO
E disse Jeosafá[1]:
Não há aqui algum profeta do SENHOR, para que consultemos ao SENHOR por ele?
Então respondeu um dos servos do rei de Israel, dizendo: Aqui está Eliseu,
filho de Safate[2],
que derramava água sobre as mãos de Elias (2º
Rs 3:11).
VERDADE
PRÁTICA
Através do ministério de Elias aprendemos que os grandes
homens foram aqueles que aprenderam a servir.
PALAVRA-CHAVE
Sucessor: Aquele que sucede a outrem ou que o substitui
em cargo, funções.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
16 - Também a Jeú[3], filho de Ninsi[4], ungirás rei
de Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá[5], ungirás
profeta em teu lugar.
17 - E há de ser
que o que escapar da espada de Hazael[6], matá-lo-á
Jeú; e o que escapar da espada de Jeú, matá-lo-á Eliseu.
19 - Partiu, pois,
Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas[7] de bois
adiante dele; e ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou a sua
capa sobre ele.
20 - Então, deixou
ele os bois, e correu após Elias, e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha
mãe e, então, te seguirei. E ele lhe disse: Vai e volta; porque que te tenho eu
feito?
21 - Voltou, pois,
de atrás dele, e tomou uma junta de bois, e os matou, e, com os aparelhos dos
bois, cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram. Então, se levantou, e
seguiu a Elias, e o servia.
INTRODUÇÃO
·
Quando Elias foi
arrebatado ao céu, seu legado[8] se manteve vivo na terra e foi continuado através de Eliseu;
quando uma Obra é direcionada por Deus, ela não morre com a morte ou a
desistência de seus executores.
·
Eliseu
alcançou um incalculável privilégio ao receber em suas mãos a responsabilidade
de dar continuação à missão do profeta Elias; porém, ele não recebeu isso por
acaso, pois ele trabalhou muito em prol desse objetivo.
·
Da
mesma forma, Elias não escolheu seu sucessor por acaso, porque, sendo um homem
de Deus, ele bem sabia a importância do seu trabalho e que ele não poderia ser
continuado por qualquer um.
·
O chamado de um servo
de Deus para a Obra depende de uma série de fatores os quais incluem se caráter
moral, sua condição espiritual e sua força de vontade para o trabalho:
“Escolhei,
pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito
Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.”
(At 6:3)
I - O longo
percurso de Elias
1. Uma volta às origens
·
Elias
caminhou aproximadamente 400 quilômetros até o Monte Horebe[9], o qual também é conhecido como Monte Sinai[10], o lugar aonde Deus apareceu e entregou a Lei a
Moisés.
·
Foi
necessário um grande esforço do profeta, o qual ele cumpriu sem questionar
mesmo estando em um difícil momento de sua vida devido às perseguições de
Jezabel; porém, sua recompensa foi ver o próprio Deus se manifestando a Ele
poderosamente naquele lugar, como vemos em 1º Reis 19:9-18.
·
E foi
logo após esse tremendo encontro com o Senhor que ele conheceu Eliseu, seu
sucessor. Ir àquele monte representou retornar às origens - aonde Deus havia entregue a Lei ao homem
posteriormente - para receber orientações de como deveria prosseguir em sua
missão.
·
Confiar
em Deus não significa esperar que Ele faça tudo, mas sim agir tendo a plena
certeza de que Ele honrará o seu compromisso:
“Esforçai-vos,
e ele fortalecerá o vosso coração, vós todos os que esperais no SENHOR."
(Sl 31:24)
2. Uma revelação
transformadora
·
No
período em que ficou escondido numa caverna, Elias, preocupado consigo mesmo,
parecia não ter muita noção sobre o que ocorria a sua volta até que Deus foi
tratar com ele.
·
O
Senhor lhe ajudou a resgatar sua autoestima mostrando-lhe que ainda estava com
ele e que o seu trabalho não foi em vão;
·
E
mostrou-lhe ainda que ele não estava só como pensava, mas que ainda haviam
outros sete mil servos fiéis e ainda lhe revelou que era chegada a hora de ele
ser substituído.
·
Muitas vezes,
o Senhor nos permite passar por tão grandes aflições que, em nossa ente humana,
pensamos estar completamente abandonados; mas quando mantemos a confiança nEle,
Ele manifesta poderosamente mostrando que tudo isso faz parte de seu propósito
em nossa vida:
“Meus
irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em
nome do Senhor. 11Eis que
temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó
e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e
piedoso.”
(Tg 5:10,11)
II - Elias
na casa de Eliseu
1. A exclusividade da chamada
·
Conforme
está relatado em 1º Reis 19:19-21, esse foi o momento em que Elias se encontrou
com Eliseu, o que marcou o início do seu chamado.
·
Há
quatro importantes lições para nós no chamado de Eliseu:
a)
Haviam
sete mil fiéis, e ele foi o escolhido: é necessário que façamos a diferença,
dando o melhor de nós para que Deus nos exalte;
b)
Ele
estava no campo trabalhando: não há como crescermos de braços cruzados, pois
Deus tem compromisso com quem tem compromisso com Ele;
c)
Ele
sacrificou os bois antes de seguir Elias, usando as próprias juntas para
acender o fogo: é essencial que nos desprendamos daquilo que possa nos impedir
de cumprir nosso chamado;
d)
Ele não
somente seguiu, mas serviu a Elias: não basta estarmos presentes, é preciso que
façamos parte de todos os projetos e trabalhos que visem o crescimento do Reino
de Deus.
·
Elias
não escolheu Eliseu por ter se agradado de sua aparência, posição social ou
amizade, mas sim cumpriu uma ordem divina, pois o Senhor viu nele graça para
essa Obra e o capacitou para isso.
·
A partir
do momento em que temos a certeza de que realmente recebemos um chamado divino
devemos nos prontificar a obedecê-lo, pois é isso que Deus espera de nós:
“Depois
disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por
nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim."
(Is 6:8)
2. A autoridade da
chamada
·
A
chamada de Eliseu foi oficializada no momento em que Elias lançou o seu manto
sobre ele;
·
Esse
gesto simbolizava a autoridade profética significando uma transferência de
unção.
·
Essa
consagração não ocorreu por uma vontade própria de ambos, mas sim por sua
disposição em obedecer a Deus. E sua autenticidade é comprovada através de seu
ministério bem sucedido posteriormente.
·
Quando o
Senhor realmente chama, Ele dá autoridade e a confirma através da ação do seu
Espírito Santo, o qual se manifesta tornando a Obra bem sucedida mesmo que em
meio à dificuldades:
“E
eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor
e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!”
(Mc 16:20)
III - Elias
e o discipulado de Eliseu
1. As virtudes de Eliseu
·
Eliseu
foi um aprendiz obediente e observador. Ele não questionava as ordens ou as
atitudes de seu líder, apenas o acompanhava e obedecia.
·
Em 2º
Reis 2:2, vemos que ele fazia questão de estar ao lado de seu mestre, porque
não só aprendia com ele como também o amava.
·
Sua
expectativa era grande, pois ele sabia que algo tremendo estava para acontecer,
e tinha total consciência do quanto seria importante para o seu ministério
fazer parte desse tão grandioso evento.
·
Eliseu
não se apressou, ele soube esperar o seu momento de ser exaltado; aqueles que
realmente tem fé - confiança - naquEle
que o chamou, sabe esperar e, dessa
forma, o trabalho sendo feito no tempo certo, acaba tendo também o resultado
esperado:
“sabendo
que a prova da vossa fé produz a paciência. 4Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que
sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma."
(Tg
1:3,4)
2. A nobreza de um
pedido
·
Em 2º
Reis 2:9 podemos observar que Elias deu a Eliseu a oportunidade de pedir o que
quisesse; então, ele não pensou duas vezes e pediu que houvesse porção dobrada
do seu espírito sobre ele.
·
Analisando
o texto de Deuteronômio 21:17 podemos entender melhor o que significa essa
porção dobrada: na Antiga Lei, o filho primogênito tinha direito a uma parte
maior da herança, além do privilégio de tornar-se o chefe da casa na ausência
do pai, foi por isso que ´Jacó fez tanta questão de comprar a primogenitura de
Esaú.
·
Ao
pedir porção dobrada do espírito de Elias, Eliseu, considerando-se como seu
filho espiritual, sabendo que haviam outros discípulos de seu mestre, rogou-lhe
o direito de primogenitura, certamente, por ser o mais achegado a ele. Em
outras palavras, ele não queria apenas a unção que qualquer outro profeta
poderia ter, mas sim algo mais - e isso
não significa que fosse exatamente o dobro, ou que ele quisesse ser melhor do
que Elias -.
·
Eliseu,
assim como Salomão, foi abençoado porque desejou as coisas do alto, ou seja: as
espirituais; o segredo de sermos bem sucedidos diante de Deus está em
desejarmos o sobrenatural acima do natural:
“Portanto,
se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo
está assentado à destra de Deus. 2Pensai
nas coisas que são de cima e não nas que são da terra;”
(Cl 3:1,2)
IV - O
legado de Elias
1.Espiritual
·
Elias
deixou grandes exemplos ao seu sucessor - e
não somente problemas para resolver, como acontece normalmente -: sua
coragem e perseverança foram tesouros valiosos da herança que ele deixou ao seu
filho espiritual.
·
“Substituir”
um líder como esse é mais que um simples privilégio, mas também uma grande
responsabilidade, a qual Deus não confiaria a qualquer um; certamente, muitos
quiseram ter essa oportunidade, mas foi em Eliseu que Deus encontrou as
condições necessárias para isso.
·
Assim
como Elias, Eliseu também tinhas suas falhas, mas quando o homem está
espiritualmente de pé, não há nada que o impeça que impeça de ser aprimorado e
capacitado para qualquer grande missão.
·
Momentos
ou situações de fraqueza fazem parte da vida de qualquer homem de Deus; porém,
os que estão realmente edificados em Cristo conseguem superá-las e não as usam
como desculpas de quedas espirituais:
“Porque
o que faço, não o aprovo, pois o que quero, isso não faço; mas o que aborreço,
isso faço. 16E, se faço o
que não quero, consinto com a lei, que é boa. 17De maneira que, agora, já não sou eu que faço isto, mas
o pecado que habita em mim. 18Porque
eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito,
o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. 19Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não
quero, esse faço. 20Ora,
se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. 21Acho, então, esta lei em
mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. 22Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei
de Deus."
(Rm
7:15-22)
2. Moral
·
Um grande
exemplo do bom caráter moral de Elias foi o fato de mesmo ele tendo acesso ao
palácio, não se rendeu às vantagens que o rei lhe poderia ter proporcionado se
ele profetizasse falsamente como os profetas que se dobraram a Baal.
·
Não se
vender ao sistema mesmo tendo que enfrentar duras consequências é uma qualidade
moral bastante incomum até mesmo entre os “servos” de Deus. Elias suportou tudo
enfrentou a todos em nome da defesa da fé.
·
Diante
de toda essa demonstração de fidelidade, o peso que estava sendo colocado sobre
o ombro de Eliseu ia muito além da capacidade de muitos para batalhar em nome
do Reino Espiritual. Com certeza, muitos desejaram e invejaram quando ele
conquistou essa posição, mas Deus conhece o coração de cada um.
·
Ter vontade
de fazer a Obra é uma coisa, mas ter condições e a aprovação de Deus para realiza-la
é outra; de fato, o Senhor transforma o homem, mas é necessário que ele esteja
disposto a ser transformado:
“Esta
é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado[11],
excelente obra deseja. 2Convém,
pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio,
honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; 3não
dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado,
não contencioso[12],
não avarento; 4que
governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a
modéstia 5(porque, se alguém
não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); 6não neófito[13],
para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. 7Convém, também, que tenha
bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do
diabo.”
(1ª Tm 3:1-7)
CONCLUSÃO
·
Com o ministério de Elias, aprendemos que o servo de Deus não
é um super herói espiritual totalmente infalível, mas sim um homem comum
sujeito às mais diversas falhas e dificuldades, que somente consegue superá-las
admitindo sua completa dependência de Deus.
·
Com o ministério de Eliseu, aprendemos que ter um chamado não
é questão de sorte ou merecimento, mas de perseverança, dedicação, fé,
obediência e humildade, honrando sempre aqueles que se dispõem a nos ensinar e
ajudar.
·
A vida desses dois grandes profetas é um valiosíssimo exemplo
a ser seguido por todos nós que almejamos e que fomos chamados para o serviço
do Reino.
·
Eliseu foi imitador de Elias, assim como Paulo foi imitador
de Cristo. A quem você tem imitado? Isso faz uma grande diferença entre servir
ou não a Deus verdadeiramente:
“Sede
meus imitadores, como também eu, de Cristo.”
(1ª Co 11:1)
Jonas M. Olímpio
[1]Jeosafá: Josafá. Quarto rei de Judá, que reinou de 870 a 848 a.C., depois de Asa,
seu pai. Mandou ensinar ao povo a Lei do Senhor (2º Cr caps. 17-20). É também o
nome do vale em que Deus julgará todas as nações no Dia do Senhor (Jl 3:2,12).
[2]Safate: A Bíblia relata a existência de cinco homens com esse nome: 1) Filho de
Hori e o príncipe de Simeão escolhido para observar a terra prometida; 2) Pai
do profeta Eliseu; 3) Um judaíta, filho de Semaías e descendente de Zorobabel
na linhagem real de Judá; 4) Um líder da tribo de Gade; 5) Filho de Adlai e
líder dos pastores a serviço de Davi nos vales.
[3]Jeú: Décimo rei de Israel, que reinou 28 anos (841-814 aC). Matou Jorão e
reinou no lugar dele. Matou adoradores de Baal e também Jezabel e Acazias, rei
de Judá, e os descendentes de Acabe (2º Rs caps. 9-10).
[4]Ninsi: Avô do rei Jeú (1º Rs 19:16).
[5]Abel-Meolá: Uma cidade de Issacar, terra natal de Eliseu.
[6]Hazael: Rei da Síria, que reinou de 841 a 798 a. C. em lugar de Ben-Hadade, a quem
assassinou. Dominou e castigou o povo de Israel e esteve a ponto de atacar
Jerusalém (2º Rs 8:7-15,28-29; 10:32; 12:17-18; 13:3,22-24).
[7]Junta de boi: É o nome popular dado a uma dupla de bois utilizados para desenvolver
trabalhos de tração em atividades rurais como puxar um carro de bois ou um
arado. As juntas de bois são unidas por uma canga (jugo), que assenta na nuca
dos bois, prendendo-os pelo pescoço.
[8]Legado: Missão; continuação de um trabalho. Disposição, a título gracioso, por via
da qual uma pessoa confia a outra, em testamento, um determinado benefício, de
natureza patrimonial; doação "causa-mortis". Parte da herança deixada
pelo testador a quem não seja herdeiro por disposição testamentária nem
fideicomissário.
[9]Monte Horebe: Também
chamado de Sinai, está situado entre os golfos de Suez e de Ácaba. Nesse monte
foi dada a Moisés a Lei (Êx 19:20-20.26). É também o nome do deserto ao seu
redor (Êx 19:1).
[10]Monte Sinai: Também
chamado de Horebe, está situado entre os golfos de Suez e de Ácaba. Nesse monte
foi dada a Moisés a Lei (Êx 19:20-20.26). É também o nome do deserto ao seu
redor (Êx 19:1).
[11]Episcopado: A função de bispo (1ª Tm 3:1). supervisão. Ministério de supervisão,
ofício, cargo, ofício de um ancião. Supervisores ou dirigentes de uma igreja
cristã.
[12]Contencioso: Causador de contendas. Que é contestado, litigioso. Duvidoso, incerto.
Encrenqueiro. Popularmente chamado de contendeiro.
[13]Neófito: Novo convertido.
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