Estudo Bíblico Baseado na
Escola Bíblica Dominical da CPAD | 1º Trimestre de 2013 - Lição 6 | Jonas
M. Olímpio
Receber o profeta, crer na Palavra que ele ministrou e obedecer àquilo que ouviu foram os segredos que levaram a viúva de Sarepta a receber sua bênção |
TEXTO
ÁUREO
Em
verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando
o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve
grande fome; 26e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta[1] de
Sidom[2], a
uma mulher viúva (Lc 4:25,26).
VERDADE
PRÁTICA
Para sustentar os
seus filhos, Deus usa os meios mais inesperados.
PALAVRA-CHAVE
Provisão: Abastecimento, fornecimento, mantimentos.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
1º Reis 17:8-16
8Então,
veio a ele a palavra do SENHOR, dizendo:
9Levanta-te,
e vai a Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma
mulher viúva que te sustente.
11E,
indo ela a buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me, agora, também um
bocado de pão na tua mão.
12Porém
ela disse: Vive o SENHOR, teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um
punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui,
apanhei dois cavacos e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o
comamos e morramos.
13E
Elias lhe disse: Não temas; vai e faze conforme a tua palavra; porém faze disso
primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para fora; depois, farás para ti e
para teu filho.
14Porque
assim diz o SENHOR, Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o
azeite da botija não faltará, até ao dia em que o SENHOR dê chuva sobre a
terra.
15E
foi ela e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua
casa muitos dias.
16Da
panela a farinha se não acabou, e da botija o azeite não faltou, conforme a
palavra do SENHOR, que falara pelo ministério de Elias.
INTRODUÇÃO
·
Elias havia acabado de
dar uma notícia nada boa ao rei Acabe sobre uma longa seca que viria sobre Israel
e, logo em seguida, Deus lhe ordena que se esconda junto ao ribeiro de Querite[3] aonde foi sustentado por corvos;
·
Há duas razões básicas para
o Senhor ter-lhe ordenado que se escondesse: primeiro, profecias que desagradavam
à nação, geralmente, causavam a perseguição e a morte dos profetas e, segundo, foi
para protege-lo da fome e da seca que estavam por vir;
·
Outro detalhe
interessante é que, de acordo com a Lei mosaica, conforme está escrito em
Deuteronômio 18:3-8, os sacerdotes deveriam ser sustentados pelo povo de
Israel, porém, devido ao desprezo com as coisas sagradas e a adoração a Baal,
ironicamente, o Senhor mostrou não precisar deles usando corvos, que eram aves
desprezíveis, para sustentar seu servo. Vale ainda ressaltar que a Bíblia não
relata se Elias era de origem levita ou não, mas, por ser reconhecidamente um
profeta, tudo indica que sim.
·
Tendo passado alguns dias, a água do ribeiro
secou devido a falta de chuva, e Deus o mandou ir para Sarepta, que era uma das
cidades de Sidom, curiosamente, a nação de origem de Jezabel, a principal
inimiga de Elias;
·
E o mais interessante ainda é que Ele lhe mandou
que procurasse por uma viúva, sendo que as viúvas estavam socialmente
classificadas entre as pessoas mais pobres e necessitadas em qualquer nação
daquela época, pois não tinham marido para sustenta-las e não existia emprego
para mulheres.
·
Para se conseguir entender as formas de Deus
trabalhar é necessário ter discernimento espiritual, pois para o homem natural,
as coisas espirituais parecem loucura:
“Porque
qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele
está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. 12Mas
nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para
que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. 13As
quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o
Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. 14Ora,
o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe
parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente.”
(1ª Co 2:11-14)
I – Um
profeta em terra estrangeira
1.
A fonte de Querite
·
O
ribeiro de Querite, sendo uma pequena porção de água situada nas proximidades
do rio Jordão, foi o lugar escolhido por Deus para proteger seu profeta contra as
ameaças dos idólatras e a fome e a seca que estavam por vir.
·
A
Bíblia não dá muitos detalhes sobre essa questão, mas, mediante a forma como
ele profetizou a Acabe, podemos deduzir que sua ousadia o tornou uma “persona
non grata” - pessoa não bem vinda -
no reino de Israel, pois em 1º Reis 17:1, vemos que ele deixou bem claro ao rei
que não haveria chuva senão segundo a sua palavra;
·
Obviamente,
Elias não profetizou por si próprio - como
vemos hoje em dia -, pois ele tinha autoridade dada por Deus e aquela seca
estava dentro dos planos divinos, mas o fato de ele ter se colocado diante do
líder maior da política nacional como o ministro de uma palavra totalmente
desfavorável a toda a nação, certamente, o transformou no inimigo público
número um.
·
Então,
mediante a isso, e à necessidade de proteger seu servo contra a seca e a fome,
Ele o mandou para o ribeiro de Querite. No entanto, apesar de ser um lugar
confortável, esse ribeiro não era uma espécie de exílio aonde o profeta pudesse
passar o restante de sua vida, mas apenas um refúgio momentâneo em que ele poderia
refletir e ser preparado para o prosseguimento de sua missão;
·
Muito
provavelmente, Elias não sairia de lá por espontânea vontade, por isso Deus
permitiu que a fonte se secasse; muitas vezes, o Senhor cria situações que nos
obrigam a querer sair de onde estamos.
·
A confiança
e a obediência faz com que sejamos guiados e protegidos no santo caminho do
Senhor:
“Deitar-me
faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas."
(Sl
23:2)
2. Elias em Sarepta
·
Quando
a água de Querite se secou, mesmo diante da necessidade de sair dali, Elias não
se desesperou e nem tomou nenhuma decisão precipitada indo para qualquer lugar,
ele esperou que Deus lhe dissesse para onde ir;
·
E então
recebeu a ordem de dirigir-se à Sarepta, no território da Fenícia, a 15
quilômetros de Sidom, fora de Israel, justamente no lugar de origem de Jezabel,
e era um lugar aonde também predominava a idolatria.
·
Parece
não haver lógica alguma em refugiar-se exatamente na terra do inimigo, porém,
os planos de Deus, muitas vezes, parecem loucura aos olhos humanos, mas Ele
sabe o que faz, pois raciocine bem: o rei jamais pensaria em mandar seus
soldados procura-lo justamente num lugar em que ele deveria ter medo só de passar
perto.
·
Muitos
são os que nos censuram pela Palavra que pregamos e pela maneira que vivemos,
mas somente os filhos de Deus conseguem entender os seus mistérios:
“Porque a
palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos,
é o poder de Deus.”
(1ª Co 1:18)
II - Uma
estrangeira no plano de Deus
1.
A soberania e a graça de Deus
·
Deus
não o enviou a Sarepta em vão, Ele o mandou até lá para receber sua bênção,
pois foi naquele lugar que Ele preparou uma pessoa - uma viúva - para ajuda-lo.
·
Como
podemos observar o relato do próprio Senhor Jesus, em Lucas 4:25,26, haviam
várias viúvas em Israel nos dias de Elias, mas ele foi enviado à uma viúva de
Sarepta de Sidom, ou seja: enviou seu profeta para fora de Israel.
·
Com isso
Jesus quis dizer que os homens de Deus em sua própria pátria eram tão
desonrados que Deus acabava enviando-os à terras estrangeiras - inclusive inimigas - tanto para serem
abençoados como também para abençoar.
·
Quando o
Senhor provê meios para que saiamos de onde estamos é porque Ele quer que preguemos
a sua Palavra e façamos a sua Obra no lugar aonde Ele está nos enviando:
“E
disse-me: Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe.”
(At
22:21)
2. A providência de
Deus
·
Em 1º
Reis 17:10-16, vemos que as dificuldades materiais dessa viúva eram tão terríveis
que ela e o seu filho já se preparavam para fazer a última refeição antes
da morte;
·
Quando o
profeta apareceu pedindo um pouco de água, provavelmente se acenderam as
esperanças daquela mulher com sua criança, mas, logo em seguida, o profeta também
pediu comida, e então ela deve ter percebido que a situação dele talvez fosse pior
do que a sua, mas, mesmo assim, ela o obedeceu prontamente;
·
O segredo
do êxito da nossa fé é, quando tivermos a certeza de que é realmente Deus quem
está falando, obedecermos sem medo a sua voz. Pois assim ela o fez preparando
um bolo pequeno com sua última porção de farinha e azeite e servindo primeiro
ao profeta. Dessa forma, ela nunca mais teve falta de alimento em sua casa.
·
Ela acreditou
e, logo em seguida, também agiu; não basta ter fé, é necessário ter atitude,
pois é isso que comprova a nossa fé em Deus:
“Vedes, então, que o homem é justificado pelas
obras e não somente pela fé.”
(At 2:24)
III - O
poder da Palavra de Deus
1.
A escassez humana e a suficiência divina
·
Dentro
da lógica humana, o pouco que aquela mulher possuía, realmente não significava
nada para o seu sustento e a alimentação do seu filho, pois as expressões “punhado”
ou “bocado” - dependendo da versão bíblica
- representam algo em quantidade muito pequena.
·
Mas,
para Deus, o muito, o pouco e o nada também não têm diferença nenhuma para se
realizar um milagre.
·
Suas provisões,
de fato, eram muito pequenas, mas o seu temor diante do homem de Deus - o qual tinha uma fé muito maior do que os
seus problemas -, fizeram a diferença entre a derrota e a vitória.
·
Fazer o
bem ao próximo - sem encarar isso como
uma troca - significa cumprir a vontade de Cristo na terra, e, certamente,
nossas boas ações - assim como as más
- não serão esquecidas:
“Então,
dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí
por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; 35porque
tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era
estrangeiro, e hospedastes-me; 36estava nu, e vestistes-me; adoeci,
e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. 37Então, os
justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de
comer? Ou com sede e te demos de beber? 38E, quando te vimos
estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? 39E, quando te
vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? 40E, respondendo o Rei,
lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus
pequeninos irmãos, a mim o fizestes."
(Mt
25:34-40)
2. Deus, a prioridade
maior
·
Sua atenção
ao pedido do profeta - independentemente de
ela ser conhecedora e fiel ou não ao Senhor, pois ela era estrangeira - surtiu
efeito como se ela estivesse fazendo algo para o próprio Deus.
·
Atender
primeiro ao seu pedido, deixando para alimentar a ela e aos seu filho depois,
apesar da fome que eles deveria estar sentindo, significou colocar as coisas de
Deus em primeiro lugar.
·
Ela não
se preocupou em obedecer a lógica da situação - pois ela poderia ter dado prioridade à fome do seu filho, em vez de
alimentar a um homem desconhecido -, mas respeitou a missão do profeta e
lhe deu alimento mediante a fé que ela teve em sua palavra.
·
Servir aos
servos de Deus significa fazer parte de seu ministério e ser merecedor da mesma
honra e galardão que ele:
“Quem vos
recebe a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou. 41Quem
recebe um profeta na qualidade de profeta receberá galardão de profeta; e quem
recebe um justo na qualidade de justo, receberá galardão de justo. 42E
qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos,
em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu
galardão.”
(Mt 10:40-42)
IV - O
poder da oração
1.
A oração intercessória
·
Conforme
está escrito em Tiago 5:17, quando profetizou que não haveria chuva, Elias não
determinou nada, ele orou pedindo isso a Deus, como também orou novamente
pedindo que chovesse.
·
Algum tempo
depois, conforme está relatado em 1º Reis 17:17-24, o filho da viúva adoeceu e
morreu e, mais uma vez, Deus manifestou-se poderosamente através do profeta
devolvendo o fôlego de vida ao menino.
·
Elias era
um homem de oração, o qual tinha como um costume natural não resolver nada sem
antes falar com o Senhor pedindo-lhe direção e ajuda do alto.
·
Se
todos tivessem noção do poder da do arrependimento e da oração, buscariam muito
mais intensamente a comunhão e a intimidade com Deus:
“Confessai
as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a
oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.”
(Tg 5:16)
2. A oração
perseverante
·
Elias orava
persistentemente. Um exemplo disso é que o menino não ressuscitou na primeira
oração, mas ele não desanimou e, ao orar pedir pela misericórdia divina já pela
terceira vez, viu o milagre acontecer.
·
O profeta,
de fato, depois disso, veio a passar por crises depressivas, mas, mesmo
chegando a esperar pela morte, não perdeu a fé e nem a confiança, continuando a
falar persistentemente com Deus e ouvindo também a sua voz.
·
Através
da perseverança, Elias alcançou metas jamais atingidas pela maioria dos
profetas, sacerdotes, discípulos ou apóstolos, sendo lembrado por sua comunhão
e intimidade com Deus por todos os crentes até os dias atuais.
·
O
Senhor se agrada e recebe a oração de um fiel que é grato a Ele sob qualquer
circunstância; a Bíblia é bem simples e clara em relação a isso:
“Orai sem cessar. 18Em tudo dai graças, porque
esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.”
(1ª
Ts 5:17,18)
CONCLUSÃO
·
A soberania divina sobre todas as nações é comprovada através
de ocorrências como essa da viúva de Sarepta, pois Ele não depende de um povo -
ou de uma igreja - para abençoar seus
fiéis, como também abençoa a quem Ele quer levando provisões e salvação.
·
Muitas vezes tememos em cumprir alguma missão em território
inimigo, mas devemos agir como Elias, pois ele bem sabia que todas as nações da
face da terra pertencem a Deus que tudo criou e sobre tudo tem poder.
·
A fé do profeta e a obediência da viúva são grandes exemplos
para muitos crentes dos dias de hoje que não entendem porque seus projetos não
dão certos e suas orações não são ouvidas.
·
Aquela
viúva não pertencia ao povo de Israel e, pela lógica da Lei, nem sequer teria
direito a salvação, mas o fato de Elias ter sido enviado até ela nos prova
claramente que as bênçãos de Deus e a sua salvação estão ao alcance de todos aqueles
que o buscarem com fé e fidelidade:
“Porquanto
não há diferença entre judeu e grego, porque um mesmo é o Senhor de todos, rico
para com todos os que o invocam. 13Porque todo aquele que invocar o
nome do Senhor será salvo.”
(Rm 10:12,13)
Jonas M. Olímpio
[1]Sarepta: Cidade da antiga Fenícia, atual Sarafand, na costa mediterrânea do Líbano,
entre Sídon e Tiro. Conta a Bíblia, que Deus enviou o profeta Elias para a casa
de uma viúva desta cidade, onde ele hospedou-se, descansou, fez o milagre da
botija (multiplicando a farinha e o azeite da viúva) e ressuscitou lhe o filho,
(1º Reis 17:8-24).
[2]Sidom: Cidade situada numa ilha entre Beirute e Tiro, na Fenícia, atual Líbano.
Era um centro de fabricação de objetos de vidro, e o seu povo era dado à
idolatria (Jz 10:6; 1º Rs 11:5; Is 23:2-4; Ez 28:20-23). Jesus visitou Sidom
(Mc 7:24), mencionou Sidom (Mt 11:21) e teve contato com os sidônios (Mc 3:8;
Lc 6:17). Local de origem de Jezabel, esposa do rei Acabe (1º Rs 16:31).
[3]Querite: Significa "cortante". Ribeiro junto ao qual Elias ficou escondido
durante uma seca; fica ao leste do Jordão (1º Rs 17:3).
Estudo Bíblico Baseado na Escola Bíblica Dominical da CPAD | 1º Trimestre de 2013 - Lição 6 | Jonas M. Olímpio
muito bom o blog, fico feliz de saber que os conhecimentos maravilhosos da palavra de Deus explicados pela escola dominical sejam levados adiante!
ResponderExcluirObrigado, irmão Márcio!
ExcluirQue Deus continue te abençoando!
Fica na paz!