Estudo Bíblico Baseado na
Escola Bíblica Dominical da CPAD | 1º Trimestre de 2013 - Lição 4 | Jonas
M. Olímpio
Somente o poder de Deus em nossa vida é capaz de fazer, através de nós, que o inimigo seja derrotado, o povo se prostre diante do verdadeiro Deus e o nome do Senhor seja glorificado |
TEXTO
ÁUREO
Então, Elias[1] se
chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o
SENHOR é Deus, segui-o; e, se Baal[2],
segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada (1º
Rs 18:21).
VERDADE
PRÁTICA
O confronto entre
Elias e os profetas de Baal marcou definitivamente a separação entre a
verdadeira e a falsa adoração em Israel.
PALAVRA-CHAVE
Falso: Contrário a realidade; fingimento, dissimulação, dolo.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
1º Reis 18:36-40
36Sucedeu,
pois, que, oferecendo-se a oferta de manjares[3],
o profeta Elias se chegou e disse: Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e de
Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e
que conforme a tua palavra fiz todas estas coisas.
37Responde-me,
SENHOR, responde-me, para que este povo conheça que tu, SENHOR, és Deus e que
tu fizeste tornar o seu coração para trás.
39O
que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o SENHOR é Deus!
Só o SENHOR é Deus!
40E
Elias lhes disse: Lançai mão dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. E
lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom[5]
e ali os matou.
INTRODUÇÃO
·
O famoso desafio de
Elias contra os profetas de Baal é uma das passagens bíblicas mais impactantes
em toda a história do povo de Deus.
·
Naquele período da
história, o povo de Israel passava por uma grave crise espiritual, e essa
vitória de Elias sobre os falsos profetas teve um grande significado em sua
escolha entre continuar servindo a Jeová ou entregar-se de vez a Baal.
·
Deus não precisa provar
nada a ninguém, mas, por sua imensa misericórdia, provou ser único e verdadeiro
para que aquele povo não se perdesse pela ignorância.
·
A existência dos falsos profetas não foi um
problema apenas daquela época, mas o próprio Jesus mostrou que eles ainda
surgiriam até os últimos dias.
“E
surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.”
(Mt 24:11)
I - Confrontando
os falsos deuses
1.
Conhecendo o falso deus Baal
·
Baal
nunca existiu de verdade; ele era apenas um ídolo representado por várias
imagens, o qual, provavelmente, foi inventado por um grupo de fanáticos cananeus[6] da época.
·
Certamente,
se houve algum sinal sobrenatural atribuído a ele, isso ocorreu por meio de
manifestações demoníacas para confundir a mente do povo.
·
O
significado de Baal é proprietário, marido ou senhor; isso mostra que ele era tão reverenciado por seus devotos
que eles o consideravam como dono de tudo, inclusive deles próprios.
·
Como
bem sabemos, Satanás usa de vários meios para afrontar o Todo-Poderoso,
ambicionando ser adorado como Ele; porém, o seu fim será trágico;
“Como
caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva[7]! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!
13E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das
estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei,
da banda dos lados do Norte. 14Subirei acima das mais altas nuvens e
serei semelhante ao Altíssimo. 15E, contudo, levado serás ao
inferno, ao mais profundo do abismo."
(Is
14:12-15)
2. Identificando a
falsa divindade Aserá
·
Aserá[8] era considerada a deusa-mãe, a companheira de
Baal.
·
Seus
devotos a invocavam para “resolver” assuntos referentes à fertilidade tanto
humana, quanto animal ou vegetal, ou seja: prosperidade e crescimento;
acredita-se que vários atos imorais eram praticados em seu culto.
·
As
palavras poste-ídolo e bosque são outras denominações usadas
também em relação a Aserá, e ela era também conhecida como Astarote ou Astarte.
·
Satanás
tem se manifestado de várias formas, mas a sua força ilusória é limitada e o
seu fim será a vergonha eterna.
“Os que te
virem te contemplarão, considerar-te-ão e dirão: É este o varão que fazia estremecer
a terra e que fazia tremer os reinos? 17Que punha o mundo como um
deserto e assolava as suas cidades? Que a seus cativos não deixava ir soltos
para a casa deles?”
(Is 14:16,17)
II - Confrontando
os falsos profetas
1.
Profetizavam sob encomenda
·
Os profetas
de Baal foram bem aceitos pelo rei e pelo povo porque somente falavam o que
eles queriam ouvir.
·
Para
eles era uma comodidade muito grande fazer a vontade de Acabe e Jezabel, pois,
como podemos observar em 1º Reis 18:19, eles tinham conforto e status dentro da
palácio real.
·
Os 450
profetas de Baal e também os 400 de Aserá, não têm sua identidade ou origem
reveladas na Bíblia, mas imagina-se que muitos deles fossem realmente profetas
de Deus que, por ganância, se venderam às facilidades oferecidas no templo dos
falsos deuses.
·
O verdadeiro
servo de Deus fala apenas a verdade em qualquer circunstância sem se importar
com as consequências que possa vir a enfrentar por agradar ao Senhor e não ao
homem.
“Homens de
dura cerviz[9] e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao
Espírito Santo; assim, vós sois como vossos pais. 54E, ouvindo eles
isto, enfureciam-se em seu coração e rangiam os dentes contra ele. 55Mas
ele, estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória de
Deus e Jesus, que estava à direita de Deus, 56e disse: Eis que vejo
os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus. 57Mas
eles gritaram com grande voz, taparam os ouvidos e arremeteram unânimes contra
ele."
(At
7:51,54-57)
2. Eram mais
numerosos
·
Nas
regiões próximas ao reino do Norte, era comum a adoração aos mais variados
tipos de deuses, mas Baal e Aserá, além de serem os principais, eram
oficialmente reconhecidos devido ao fato de serem reverenciados por Acabe e
Jezabel.
·
A razão
da existência de um grande número de “profetas” - 950 no total - se devia a necessidade de alcançar todos os habitantes
do extenso reino de Israel.
·
O fato
de os falsos profetas serem a maioria em Israel passava ao povo uma certa
credibilidade, e isso fazia com que a imagem dos verdadeiros profetas ficasse
apagada no meio da nação.
·
Seguir a
maioria é um grande erro cometido por aqueles que não conhecem verdadeiramente
a Deus, pois quem realmente tem comunhão com Ele sabe que seu imenso poder não
depende das ações daqueles que dizem representá-lo na terra, mas sim da fé e da
fidelidade daqueles que verdadeiramente o servem.
“Filhinhos, sois de Deus e já os tendes
vencido, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo. 5Do
mundo são; por isso, falam do mundo, e o mundo os ouve.”
(1ª Jo 4:4,5)
III - Confrontado
a falsa adoração
1.
Em que ela imita a verdadeira
·
Os
cananeus que introduziram a adoração a Baal em Israel não chegaram oferecendo
algo diferente que demonstrasse ofender a santidade de Jeová, sua tática de
ação consistiu simplesmente em inserir algo a mais com o pretexto de aprimorar
o culto ao Senhor.
·
Os
rituais hebreus foram mantidos, porém, muitas heresias foram acrescentadas a
ele.
·
No
entanto, mesmo com algumas mudanças, embora tenham conseguido imitar os
cânticos, as danças, as orações e até os sacrifícios, há algo que eles não
conseguiram imitar: o derramamento de fogo divino sobre o altar, o que
representa a aprovação de Deus sobre o sacrifício e sobre aqueles que o
oferecem.
·
Nos últimos
dias tem se cumprido o que Jesus Cristo já havia predito: muita enganação e
falsos sinais que visam ganhar não apenas os incrédulos, mas também o próprio
povo de Deus.
“Porque se
levantarão falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e prodígios[10], para enganarem, se for possível, até os escolhidos."
(Mc
13:22)
2. No que ela se
diferencia da verdadeira
·
A
principal característica da verdadeira adoração é o simples detalhe de que o
adorador exalta aquEle a quem ele está adorando e não a si próprio;
·
O
profeta Elias deixa isso bem claro em 1º Reis 18:36: “Sucedeu, pois, que, oferecendo-se a oferta de manjares, o profeta Elias
se chegou e disse: Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel,
manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que
conforme a tua palavra fiz todas estas coisas.”.
·
Na
verdadeira adoração tudo ocorre de acordo com os princípios ensinados pela
Palavra de Deus, sem exageros ou invencionices extravagantes.
·
Num lugar
aonde não conseguimos ver ao nosso Senhor exaltado assim como Ele merece, não
existe verdadeira adoração, mas sim exaltação do ego humano.
“É
necessário que ele cresça e que eu diminua.”
(Jo 3:30)
IV - Confrontando
o sincretismo religioso estatal
1.
O perigo do sincretismo religioso
·
O
significado da palavra “sincretismo” pode ser definido da seguinte forma: “Mistura. Sistema que combina os princípios
de diversos sistemas. Fusão de dois ou mais elementos culturais antagônicos num
só elemento, continuando, porém, perceptíveis alguns sinais de suas origens
diversas”.
·
E era
exatamente nessa situação em que Acabe, por ouvir Jezabel, havia colocado
Israel: um verdadeiro sincretismo religioso, o qual provocou profundamente à ira
divina.
·
O
principal problema nessa mistura é a perda da identidade espiritual, ou seja:
muitas coisas que haviam sido proibidas por Deus através de sua Lei entregue
por Moisés - como, por exemplo, a
adoração as imagens de escultura - estavam sendo praticadas livremente como
parte do ato de adoração.
·
Na prática,
o que levou os israelitas a adorarem aos falsos deuses foi a ambição pela
prosperidade; nos dias atuais as coisas não têm sido muito diferentes, pois a
busca desenfreada pelo crescimento financeiro tem levado muitas pessoas a
servirem ao dinheiro e não a Deus.
“Ninguém
pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se
dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom[11].”
(Mt 6:24)
2. A resposta divina
ao sincretismo
·
Logo
após a grande manifestação do poder divino que mandou fogo sobre o altar que
havia sido reparado por Elias, Deus ordenou a ele que lançasse mão dos profetas
de Baal; a Bíblia não revela de que forma o profeta fez isso, apenas diz que
ele os matou.
·
De
fato, essa parece ser uma atitude fora dos padrões do amor ensinado por Jeová,
porém, esse foi o cumprimento da Lei mosaica que, de acordo com o que está
escrito em Deuteronômio 13:12-15, dizia o seguinte: “Quando ouvires dizer de alguma das tuas cidades que o SENHOR, teu Deus,
te dá, para ali habitares, que 13uns
homens, filhos de Belial[12], saíram do
meio de ti, que incitaram os moradores da sua cidade, dizendo: Vamos e sirvamos
a outros deuses que não conheceste, 14então,
inquirirás, e informar-te-ás, e com diligência perguntarás; e eis que, sendo
esse negócio verdade, e certo que se fez uma tal abominação no meio de ti, 15então, certamente ferirás
ao fio da espada os moradores daquela cidade, destruindo ao fio da espada a ela
e a tudo o que nela houver, até os animais.”.
·
A
consequência do sincretismo foi a destruição dos que introduziram a idolatria
no solo sagrado e daqueles que a receberam e não se arrependeram reconciliando-se
com o verdadeiro Deus.
·
Não pode
haver consenso algum entre as coisas sagradas e as profanas; a partir do
momento em que optamos por servir a Deus, devemos buscar pela libertação,
renunciando a tudo aquilo que possa vir a nos afastar dEle.
“E que
consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus
vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o
seu Deus, e eles serão o meu povo. 17Pelo que saí do meio deles, e
apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; 18e
eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor
Todo-poderoso.”
(2ª Co 6:16-18)
CONCLUSÃO
·
A luta de Elias contra os profetas de Baal não foi uma
simples disputa religiosa, mas sim uma verdadeira batalha espiritual travada no
intuito de fazer prevalecer sobre aquela nação a adoração ao verdadeiro Deus.
·
O profeta correu um grave risco e passou por grandes
dificuldades, mas nem por isso desistiu de lutar em nome da verdadeira fé.
·
Os pecadores tiveram que suportar as consequências de sua
idolatria, pois tiveram oportunidade e os que permaneceram no erro morreram por
causa dele.
·
Santificação não é uma opção, mas sim uma obrigação àqueles
que querem realmente ter uma vida plena com Deus e a herança da vida eterna.
“Ora,
amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da
carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.”
(2ª Co 7:1)
Jonas M. Olímpio
Foi após oferecer uma oferta de manjares que o profeta Elias teve sua oração respondida; o agradecimento e a adoração são fatores essenciais àqueles que querem exercer um ministério bem sucedido |
[1]Elias: Significa Javé É Deus. Foi um profeta tesbita (de Tisbé, em Gileade) que
enfrentou em várias ocasiões o rei Acabe e Jezabel, sua mulher (1º Rs caps.
17-21). Foi levado ao céu num redemoinho (2º Rs 2:1-15). Apareceu com Moisés na
transfiguração (Mt 17:3,4).
[2]Baal: (Significa "dono, Senhor, marido). O principal "deus" da
fertilidade em Canaã. O culto a Baal foi uma das piores tentações dos
israelitas, desde os tempos antigos (Jz 2:13; 1º Rs 16:31-32). Havia várias
formas de Baal, que eram encontradas em diversas cidades, como se pode ver nos
três verbetes seguintes. "Baalins" é o plural de "Baal" (Jz
2:11). Sua companheira era Aserá.
[3]Oferta de manjares: Era uma oferta de cereais (Lv 2:1-16; 6:14-23)
composta de farinha fina, em que se deitava sal, e era amassada com azeite e
incenso, mas sem fermento, sendo isto geralmente acompanhado de uma oferta de
vinho. Uma porção dessa massa, incluindo todo o incenso, devia ser queimada
sobre o altar como ‘porção memorial’, o resto pertencia ao sacerdote, mas as
ofertas de manjares dos próprios sacerdotes deviam ser inteiramente queimadas.
Seu objetivo era reconhecer a soberania e a benignidade de Deus, oferecendo-lhe
seu melhor cereal (símbolo de sustento da vida) com azeite (símbolo de riqueza)
e vinho (símbolo do vigor e da alegria) como agradecimento e fazia parte de
várias cerimônias oficiais. A ausência de fermento e a presença de sal
significavam pureza.
[4]Holocausto: [Grego: queimado]. Sacrifício em que a vítima era consumida pelo fogo.
[5]Quisom: Ribeirão que se torna rio e que desemboca no mar Mediterrâneo ao norte do
monte Carmelo. Lugar onde o profeta Elias matou os profetas de Baal (1º Rs
18:40).
[6]Cananeu: Descendente ou morador de Canaã (nome antigo da Palestina).
[7]Alva: A primeira luz alva e clara que aparece no
horizonte entre a escuridão da noite e a aurora; alvor, alvorada.
[8]Aserá: Uma deusa babilônica (Astarte) e cananéia (da fortuna e felicidade), a
suposta esposa de Baal. Árvores sagradas ou postes erguidos próximos a um
altar.
[9]Cerviz: Parte posterior do pescoço. A expressão "endurecer a cerviz"
significa "ser desobediente, rebelde" (Ne 9:29; At 7:51).
[10]Prodígio: Fenômeno extraordinário ou inexplicável que causa admiração. Maravilha;
milagre. Pessoa de extraordinário talento; portento. Qualquer feito ou sucesso
extraordinário.
[11]Mamom: É um termo derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou
cobiça, na maioria das vezes. A própria palavra é uma transliteração da palavra
hebraica "Mamom" (מָמוֹן), que significa literalmente
"dinheiro". Mamon não era o nome de uma divindade, como muitos
pensam, e sim um termo de origem hebraica que significa dinheiro, riqueza, ou
bens materiais. Jesus, no Evangelho, utiliza a palavra quando afirma que não é
possível servir simultaneamente a Deus e a Mamon (Lucas 16:13).
[12]Belial: Pessoa má, sem valor (Jz 19:22; 1Sm 30:22). Diabo ( 2ª Co 6:15).
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