Pode um inocente nascer debaixo de maldição e estar condenado a sofrer pelos erros de seus pais ou de alguém próximo a ele? No conceito divino de justiça, obviamente, isso não tem lógica, mas as maldades desse mundo maligno impõem sérias consequências sobre a vida humana; mas até que ponto Deus permite isso? |
As
Escrituras Sagradas nos levam a conhecer três tipos de maldição: quando Deus
pune alguém devido ao pecado (2º Sm 12:9-11); quando o homem, movido pela
ira, profere palavras desejando mal a alguma pessoa (Nm 22:5,6);
e quando pessoas que realmente agem usadas por espíritos malignos se prestam a
fazer trabalhos para enganar e, de alguma forma, destruir vidas alheias (Lc 16:16-18).
Em resposta a essas três situações, usamos como base o texto de 1ª João 5:18
que diz que aquele que é nascido de Deus não vive em pecado, porque aquEle que
de Deus é gerado (Jesus Cristo) o protege e assim o maligno não lhe toca, ou
seja, o inimigo não age se o Senhor não permitir (Lc 22:31,32[1]);
e podemos também nos basear no relato do livro de Números 23:23 em que o
próprio Deus declara que contra Jacó[2]
(seu povo), nenhum encantamento - que seria feitiçaria, bruxaria, macumba,
catiça, travamento, amarração, agouro, olho gordo, mal olhado, mandinga, praga
jogada, coisa mandada, azaração ou qualquer outro nome de sua preferência -
ou supostas adivinhações - que também podem ser maldições - não têm
validade. Mas observe que em ambos os textos bíblicos existe o fator
condicional expresso pelos termos que podem ser traduzidos como “não vive em
pecado” e “seu povo” que significam simplesmente que se trata
de pessoas que fazem a vontade do Senhor, ou seja, são obedientes aos
princípios ensinados em sua Palavra.
Como
já vimos, maldição existe e causa efeito contra quem não está espiritualmente
protegido, mas e a maldição hereditária? Pode alguém herdar o mal lançado
contra outra pessoa? A crença na maldição hereditária, basicamente, expressa a
ideia de que há pessoas que possam estar vivendo sob maldição porque algum
antepassado, ou alguém ligado à ela, tenha sido amaldiçoado. Biblicamente
falando, há alguma lógica nessa linha de interpretação? Para responder essas
perguntas, vamos citar as passagens bíblicas mais mencionadas em relação ao
assunto. Lembrando que não estamos questionando a existência da maldição, mas
sim de sua hereditariedade.
Gênesis 3:15-19 - “E porei inimizade
entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. 16E à mulher disse:
Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição[3]; com dor darás à luz
filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. 17E
a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore
de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de
ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. 18Espinhos, e
cardos[4] também, te produzirá; e comerás a erva do campo. 19No
suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela
foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás”. A
julgar por esse texto, receber maldição por herança, a nível coletivo - no
caso, aqui envolve toda a humanidade - é algo inquestionável. O versículo
15 mostra que o próprio Deus colocou entre Satanás, juntamente com seus
seguidores (a semente dele), e Cristo (a semente da mulher) uma contenda; assim
como o inimigo usou a mulher para trazer o pecado ao mundo, Deus usaria a
mulher para trazer ao mundo o Salvador da humanidade, o Qual lhe feriria a
cabeça com sua vitória na cruz mesmo tendo seu “calcanhar ferido pela serpente”
(Cl
2:14,15; Lc 23:32-38). Quanto à mulher – que ainda
não era chamada de Eva - como punição passaria a ter dificuldades na
gravidez e no parto e, por ter assumido
uma certa liderança, sendo ela quem “abriu a porta” para o marido pecar, a
segunda parte de sua punição consistiu em “ter seu desejo voltado para seu
marido”, ou seja, embora as traduções bíblicas sejam vagas nessa interpretação,
podemos entender que a mulher teria desejo de estar com seu marido mesmo tendo
sido colocada num estado de submissão em relação ele; por sua vez, Adão, que
não foi diretamente enganado pela serpente, mas deu ouvido à mulher mesmo
sabendo que não deveria comer daquele fruto (Gn 2:16,17),
recebeu o castigo de ter dificultados seus trabalhos para levar o sustento à
sua família. Concluindo: eles erraram, mas sobrou pra nós! Isso mesmo! As
maldições foram proferidas em consequência de seus atos e atingiram toda a
humanidade que, por herança, se encontra agora nessa tão caótica situação (Rm 5:12).
Gênesis 9:24-27 - “E despertou Noé do seu
vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera. 25E disse: Maldito
seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. 26E disse:
Bendito seja o Senhor Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. 27Alargue
Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.” Essa
primeira menção sobre o vinho na Bíblia é um dos textos mais polêmicos em
relação à questão da maldição hereditária. Noé se embebedou com vinho e, dentro
de sua tenda, acabou tirando sua roupa, nesse momento chegou seu filho Cão e o
viu nu e contou a seus irmãos (Gn 9:21-23); a Bíblia não relata nada mais
do que isso, então não sabemos se, ao presenciar tal cena, Cão teve uma certa
malícia, zombou dele, o repreendeu ou simplesmente teve a infelicidade de
entrar no lugar errado na hora errada, somente o que as Escrituras relatam é
sua triste consequência para seu filho mais novo Canaã que nada tinha a ver com
o que Cão, seu pai, fez ou simplesmente viu; considerando-se que Cão tinha
quatro filhos, porque justamente Canaã foi amaldiçoado? Alguns teólogos
acreditam que Canaã tenha visto a nudez do avô e espalhou a notícia de forma
desrespeitosa. Enfim, não nos convém ficar aqui tentando adivinhar o que
ocorreu nesse embaraçoso episódio, mas sim relatar suas consequências ao povo
cananeu tempos depois: os povos que descenderam de Canaã cresceram
grandiosamente (Gn 10:15-20[5] [6] [7] [8] [9] [10] [11] [12] [13] [14] [15] [16] [17] [18] [19] [20] [21] [22])
e foram os mesmos que se opuseram aos israelitas desde sua peregrinação pelo
deserto e sofreram as devidas consequências (Nm 14:43-45[23]; Dt 20:17,18; Js 5:1;
17:12,13[24]).
Comprovações científicas recentes, por meio de DNA, comprovam que seus
descendentes atuais são os libaneses e os iranianos, atualmente inimigos de
Israel.
Números 14:18 - “O Senhor é longânimo,
e grande em misericórdia, que perdoa a iniqüidade e a transgressão, que o
culpado não tem por inocente, e visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos
até a terceira e quarta geração[25].” Essa
declaração de Moisés, repetindo o que Deus já havia falado antes (Êx 20:5; 34:6,7),
e confirmou posteriormente (Dt 5:9), a respeito daqueles que
desobedeciam a Deus dá uma ampla visão sobre a existência de maldição por
herança. Mas estariam mesmo os descendentes daqueles que receberam tal punição
presos às essas consequências mesmo não tendo eles culpa alguma dos pecados
cometidos?
2º Reis 5:27 - “Portanto a lepra de
Naamã[26] se pegará a ti e à tua
descendência para sempre. Então saiu de diante dele leproso, branco como a
neve.” Aqui nos deparamos com uma situação muito crítica: após
Naamã ser curado da lepra, o mesmo quis recompensar o profeta Eliseu[27],
o qual recusou tal “pagamento” pelo milagre. Tentando aproveitar-se da
situação, seu servo Geazi[28]
foi atrás de Naamã e inventou que Eliseu havia mudado de ideia e assim conseguiu
enganá-lo levando para ele prata e roupas. Quando retornou, foi questionado
pelo profeta e tentou mentir a ele, mas Deus já lhe havia revelado tudo, então
o mesmo proferiu-lhe tal maldição, a qual também incluía seus descendentes. A
Bíblia mostra que no mesmo momento ele ficou leproso, mas não relata se isso se
cumpriu em sua descendência; porém, bem sabemos da autoridade das palavras
proferidas por homens de Deus como Eliseu (2º Rs 4:3-6,16,17;
5:10,14).
Como
vimo nesses textos do Antigo Testamento, é inegável que o próprio Deus, como
também homens cheios de autoridade espiritual, tenham amaldiçoado pessoas
desobedientes aos princípios das Sagradas Escrituras; porém, questionável é se
parece justa a questão da hereditariedade de uma maldição, afinal, isso fere os
princípios de justiça do caráter do Criador. Seria justo os filhos pagarem
pelos erros dos pais ou uma nação - ou até a humanidade inteira - pagar
pelas falhas de uma ou de algumas pessoas? Como explicar de forma equilibrada e
aceitável tais textos bíblicos que parecem irrefutáveis diante da Teologia da
maldição Hereditária?
1.
No caso do pecado original no
Jardim do Éden, houve uma desobediência consciente de suas consequências. A
grande responsabilidade estava nas mãos de um homem, o qual falhou
miseravelmente em sua missão. Embora seja misericordioso, o Senhor não negaria
a si mesmo tolerando tão grave ato de insubmissão de sua criatura; no entanto,
ele poderia tê-los destruído e formado outro casal, mas não o fez, simplesmente
alterou sua forma de viver e continuou cuidando deles. Quanto à seus filhos e
todos os demais - inclusive nós hoje -, simplesmente nasceram debaixo de
um decreto vindo em decorrência de um castigo, mas que não impede de fato que
todos usufruam, ainda que de forma limitada, das bênção materiais e também, não
lhes nega a possibilidade, sob condição de obediência a seus mandamentos, de
alcançarem a salvação. Podemos então afirmar que não nascemos amaldiçoados, mas
sim dentro de um mundo cheio de maldições provenientes do pecado, às quais nos
faz sentir limitados em relação à bênçãos que deveriam ser plenas.
2.
Quanto ao ocorrido em relação à
Noé e Cão, isso nos ensina o quanto Deus nos dá autoridade e como devemos zelar
para sermos cuidadosos em relação à ela, pois num momento de fúria ele
amaldiçoou uma geração inteira. Obviamente, não quero me prender a teorias,
mas, por outro lado, o que podemos absorver desse episódio é que Deus, em sua
presciência[29],
conhecendo o caráter de Canaã, já sabia como seriam seus descendentes e, assim
sendo, apenas permitiu as palavras de Noé como uma profecia sobre o futuro
deles. Se Noé não os tivesse amaldiçoado, teria a história dos cananeus sido
diferente?
3.
Em relação à Moisés e suas
declarações sobre o fato de que Deus, apesar de sua paciência e misericórdia,
visita a iniquidade dos pais sobre os filhos até a terceira e quarta geração, o
que podemos ver é o quanto um ato errado pode atingir aqueles que fazem, ou
farão, parte de nossa vida. Porém, dentro dessa permissividade, não encontramos
em toda a Escritura Sagrada, nenhum impedimento de que tais “herdeiros de
maldição” possam abandonar as práticas pecaminosas daqueles que os ensinaram
errado e assim viverem abençoados apesar de terem sido, pelas circunstâncias,
destinados à maldição.
4.
Sobre a situação que envolve a
maldição da lepra de Geazi, esse castigo gerado por sua ganância seguida de uma
mentira não pode ser visto como algo injusto. Porém, o que mexe com nossa mente
é o porquê de ele ter também amaldiçoado a descendência do rapaz e se tal
maldição também se cumpriu. Lembremo-nos de que a Bíblia também relata sobre
Acã[30],
o qual , numa batalha, se apoderou de bens que não lhe pertenciam e ele acabou
sendo apedrejado junto com toda a sua família (Js 7:22-25[31] [32]);
tal fato nos leva a imaginar que seus familiares aprovaram seu erro e o
ajudaram a encobrir o roubo dentro de sua tenda e por isso foram punidos
juntamente com ele. Seria esse também o caso de Geazi? Isso nos faz pensa na
grande responsabilidade que temos sobre todas as decisões e atitudes que
tomamos, porque elas podem atingir nossa família e pessoas que fazem parte de
nosso convívio.
Pelo
que vimos nas referências bíblicas mais usadas para defender a teoria da
maldição hereditária, o que houve foram punições por pecados seguidas de
consequências para aqueles que faziam parte do convívio dos pecadores em
questão, e não vimos nenhum impedimento para que se houvesse arrependimento e
atitudes diferentes por parte dos que foram atingidos assim “quebrando” tais
maldições. Para entender melhor a
ilógica de se herdar uma maldição, basta olhar sob o conceito de justiça
divina, assim podemos compreender que não faz sentido nenhum, por exemplo,
filhos pagarem por erros dos pais (Ez 18:1-23,30-32).
É necessário ter em mente também que nem tudo é maldição (Jo 9:2,3),
pois vivemos num mundo imperfeito com um corpo limitado e enquanto não
estivermos em nosso Lar Celestial (Rm 8:18), continuamos sujeitos às
adversidades desse mundo (Jo 16:33).
Desde
o princípio, as Escrituras Sagradas nos deixam claro que viver bênçãos ou
maldições é uma opção da própria pessoa e não culpa dos seus antepassados, pois
a mesma tem livre-arbítrio para obedecer ou desobedecer a Palavra do Senhor (Dt 11:26-28; 30:19).
Mas isso significa então que, por exemplo, pessoa que faz um trabalho maligno
contra alguém incluindo também seus filhos inocentes, tal maldição não vai
funcionar? Absolutamente isso é muito relativo, pois aí entra a permissividade
de Deus, ou seja, não compreendemos seus propósitos, mas bem sabemos que em
muitos casos Ele permite isso acontecer; no entanto, para aquele que está
espiritualmente protegido, ou seja, na presença do Senhor, ainda que o mal
venha a agir, isso não significa que seja seu fim (Jó 1:9-12);
mesmo permitindo a ação do inimigo, Ele permanece no controle de nossa vida (Jó 2:4-6).
Isso significa que ainda que um antepassado seu tenha vivido sob algum tipo de
maldição e, de certa forma, você sinta as consequências disso, você total
oportunidade de reverter essa situação espiritualmente, mesmo que sua família
não tenha a mesma fé e permaneça na mesma situação. Jó orava por todos os seus
filhos, mesmo assim eles morreram, mas Jó permaneceu firme e, juntamente com
sua esposa que ficou ao seu lado, foi grandemente abençoado.
Assim,
deixo claro que não se trata de negar a existência da maldição ou da maldade em
si, mas de se compreender que há casos e casos e a permissão de Deus depende de
seus diferentes propósitos na vida de cada um. Então pode se herdar uma
maldição? Eu diria que herdamos as consequências de uma maldição e que por
aprendermos a viver de uma determinada forma, sofremos da mesma maneira de quem
foi amaldiçoado; por exemplo: quem nasce num ambiente que se pratica
feitiçaria, roubos ou imoralidade, vai aprender a praticar feitiçaria, roubar
ou ser imoral e, do mesmo jeito, quem nasce de pais com doenças contagiosas,
muito provavelmente nascera doente; porém, em todos esses casos, a “quebra da
maldição” consiste numa mudança de
pensamentos e atitudes e, com relação à uma enfermidade genética, buscar um
tratamento ou mesmo crer que o Senhor faça um milagre.
E
quanto àqueles casos curiosos de problemas semelhantes que acontecem com
pessoas da mesma família? Nesse tipo de situação é importante observar que com
nem todos dessa mesma família ocorrem esses mesmos problemas, e isso nos leva a
entender que demônios agem contra aqueles que, por alguma razão, escolhem
alguns indivíduos específicos como suas vítimas sequenciais para determinados
propósitos malignos atuando com elas por meio de um mesmo modo de ação. Isso,
muitas vezes, leva tais pessoas a acreditarem que por estarem sob essas
maldições jamais serão felizes e acabam por se entregar à uma vida de maldade
ou mesmo à depressão. Mas demônios possuem esse poder? Contra a vida de quem se
sujeita a eles, querendo servi-los ou não, podemos afirmar categoricamente que
sim (2ª
Co 2:9-11[33])!
Não devemos ignorar a atuação das forças malignas, mas o inimigo age com mais
intensidade nas vidas onde encontra liberdade pra isso. E consideremos também
que muitas vezes é mais questão de tratar o caráter do que forças malignas; e o
tratamento do caráter, para se atingir uma plena vida espiritual, começa pela
mudança de pensamento (Rm 12:2).
A proteção contra tudo isso é estar firme na presença de Deus (Rm 8:1), sabendo que cada um dará conta de si mesmo (Rm 14:12). Resumindo: a pessoa não nasce necessariamente amaldiçoada, mas sim sujeita às consequências da maldição em seu ambiente de convivência. E isso é válido tanto para maldições quanto para bênçãos. Diante de tudo isso, nos deparamos à velha pergunta que não quer se calar: sendo questão de ação maligna, consequências do meio em que se vive, ou mesmo um caráter que precise ser tratado, é correto e é válido se fazer campanhas ou cultos para quebra de maldição? Sejamos coerentes: com relação a ser correto, se a intenção é sincera não posso dizer que seja errado; mas com relação à ser válido, sejamos realistas: se não houver uma real transformação e um autêntico desejo de obedecer a Deus, tudo não passa de mero ritual (Mt 15:8,9), e ritual sem obediência não pode surtir o efeito desejado (Is 58:3-11).
Pesquisas, Texto e Edição: Pb. Jonas M. Olímpio
[1]Cirandar: Peneirar, padejar. Biblicamente significa “pôr à prova”.
[2]Jacó: Significa enganador. Filho de Isaque e Rebeca e irmão gêmeo de Esaú (Gn
25:21-26). A Esaú cabia o direito de Primogenitura por haver nascido primeiro,
mas Jacó comprou esse direito por um guisado (Gn 25:29-34). Jacó enganou Isaque
para que este o abençoasse (Gn 27:1-41). Ao fugir de Esaú, Jacó teve a visão da
escada que tocava o céu (Gn 27:42-28:22). Casou-se com Léia e Raquel, as duas
filhas de Labão (Gn 29:1-30). Foi pai de 12 filhos e uma filha. Em Peniel lutou
com o anjo do Senhor, tendo recebido nessa ocasião o nome de Israel. Para fugir
da fome, foi morar no Egito, onde morreu. Esse nome também era usado para
identificar o povo de Israel (Nm 24:5). Pai de José, o marido de Maria (Mt
1:15-16).
[3]Conceição: Ação de conceber; concepção. Gravidez.
[4]Cardo: Nome comum a várias plantas espinhosas.
[5]Sidom: Cidade situada numa ilha entre Beirute e Tiro, na Fenícia, atual
Líbano. Era um centro de fabricação de objetos de vidro, e o seu povo era dado
à idolatria (Jz 10:6; 1º Rs 11:5; Is 23:2-4; Ez 28:20-23). Jesus visitou Sidom
(Mc 7:24), mencionou Sidom (Mt 11:21) e teve contato com os sidônios (Mc 3:8;
Lc 6:17). Local de origem de Jezabel, esposa do rei Acabe (1º Rs 16:31).
[6]Hete: Significa
Aquele que Jeová fortaleceu. De acordo com Gênesis 10:15, esse é o segundo
filho de Canaã, filho de Cam, filho de Noé. Ele é antepassado dos Hititas,
segunda das doze nações cananitas que descenderam dos seus filhos, que
habitaram perto de Hebrom (Gênesis 23:3 e 7).
[7]Jebuseu: Morador
de Jebus, um nome antigo de Jerusalém (2º Sm 5:6).
[8]Amorreu: Povo mal e guerreiro que morava nas montanhas de Canaã e que foi
dominado por Josué (Gn 15:16; Js caps. 10-11).
[9]Girgaseu: Descendente de Gergashi,
significa "Vivendo em Solo Arenoso", foi um dos filhos de Canaã,
filho de Cam, filho de Noé. Os girgaseus viveram ao leste do rio Jordão e do
mar da Galileia, e foram uma das tribos cananitas na terra de Canaã.
[10]Heveu: Significa "Camponeses". Um dos sete povos que Josué derrotou
por ocasião da conquista de Canaã (Js 24:11). Provavelmente o mesmo que horeus.
[11]Arqueu: Os arqueus são descendentes de
Arqui, em hebraico significa "Meu Anúncio" ou "Roendo".
Arqui foi um dos filhos de Canaã, filho de Cam, filho de Noé. Habitaram nos
arredores do Monte Líbano.
[12]Sineu: Os sineus são descendentes de
Sin, também chamado de Seni ou Sinim, em hebraico significa "Pico",
"Barro" ou "Lama". Foi um dos filhos de Canaã, filho de
Cam, filho de Noé.
[13]Arvadeu: Os arvadeus são descendentes de
Arvade ou Arodi, em hebraico significa "Quebrar Longe" ou
"Vagabundo Agitado", ele foi um dos filhos de Canaã, filho de Cam,
filho de Noé. Povoaram a ilha fenícia de Arad, a alguma distância da costa do
Líbano, e próxima a Trípoli.
[14]Zemareu: Os
zemareus são descendentes de Zimodi, em hebraico significa "Roupas de Lã
Duplas", foi um dos filhos de Canaã, filho de Cam, filho de Noé. Viveram
na cidade de Simyra, ou Sumra, na região a oeste do Monte Líbano.
[15]Hamateu: Os hamateus são descendentes de
Hamate ou Chamoti. Hamate significa "Fortaleza" ou "Cercado de
Ira". Foi um dos filhos de Canaã, filho de Cam, filho de Noé. Habitaram a
antiga cidade de Hamate, atual cidade de Hama, na Síria.
[16]Gerar: Significa,
em hebraico, "Noite" ou "lugar de Pernoite". Era a
principal cidade dos filisteus na época de Abraão e de Isaque, estava
localizada na fronteira sul da Filístia, não muito distante da cidade de Gaza.
[17]Gaza: Significa "Lugar
Forte". Cidade dos filisteus que Josué incorporou na tribo de Judá. Era
uma das cinco fortalezas dos filisteus, situada na parte meridional da
Palestina (1 Sm 6.17), entre Ráfia e Ascalom, 96 km. ao sudoeste de Jerusalém.
Hoje somente existem restos da sua primitiva grandeza. A moderna Guzzeh está
numa elevação: as casas são construídas de pedra; é uma cidade palestina
localizada na Faixa de Gaza (território palestino composto por uma estreita
faixa de terra localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo, no Oriente
Médio, que faz fronteira com o Egito no sudoeste (11 km) e com Israel no leste
e no norte (51 km); o território tem 41 quilômetros de comprimento e apenas de
6 a 12 quilômetros de largura, com uma área total de 365 quilômetros
quadrados).
[18]Sodoma: Significa "Lugar de
Cal". Uma das cinco cidades do vale de Sidim, destruída por causa de sua
pecaminosidade (Gn 13:10; Gn cap. 14; 18:16-19; cap. 29; Jd 1:7).
[19]Gomorra: Significa "Submersão".
Cidade que ficava na planície ao sul do mar Morto. Foi destruída por causa da
maldade dos seus moradores (Gn 19:24-28).
[20]Admá: Terra que faz parte da pentápole
(conjunto de cinco cidades/regiões) do Vale de Sidim. Foi destruída juntamente
com Sodoma, Gomorra e Zeboim.
[21]Zeboim: Foi uma antiga
cidade do vale de Sidim da chamada Pentápole. Seu nome ocorre cinco vezes no
Velho Testamento (Gn 10:19, 14:2-8, Dt 29:23, Os 11:8), e segundo as descrições
estava na fronteira sul dos cananeus. Moisés, ao citá-la no Deuteronômio, alude
à sua destruição junto de cidades vizinhas, enquanto Oseias a toma como exemplo
de julgamento divino para com cidades malignas.
[22]Lasa: O limite
meridional dos cananeus, perto de Sodoma e Gomorra (Gn 10:19). Tem sido
identificado com Calirhoé, um sítio famoso pelas suas nascentes de água quente,
perto da costa oriental do mar Morto.
[23]Horma: Significa
"Consagrado" ou "Um Asilo". Era a cidade real dos cananeus,
que foi conquistada por Josué (Nm 21:3), e cedida a Simeão. Chamava-se, em
tempos primitivos, Zefate (Jz 1:17).
[24]Manassés: Significa "Causando
Esquecimento". A Bíblia menciona quatro pessoas com esse nome. [l] O filho
mais velho de José (Gn 41:51). A tribo de Manassés estabeleceu-se ao oriente do
Jordão, possuindo o país de Basã, desde a ribeira de Jaboque para o norte - e a
outra meia tribo de Manassés ficou ao ocidente do Jordão, e tinha as terras que
ficavam entre Efraim, ao sul, e Issacar, ao norte (Js 17.10). [2] O 15º rei de
Judá. Era filho de Ezequias e tinha doze anos de idade, quando iniciou o seu
reinado, que durou o espaço de cinquenta e cinco anos. Ele prestou culto aos
ídolos de Canaã - reedificou os altos que o seu pai tinha destruído - levantou
altares a Baal - e fez a construção de poste-ídolo. [3] Pessoas que, nos dias
de Esdras, tinham casado com mulheres estrangeiras (Ed 10.30,33). [4]. Em
juízes 18:30 está relatado que ‘Jônatas, filho de Gérson, o filho de Manassés’
foi um dos sacerdotes consagrados ao culto daquela imagem, que para si os
filhos de Deus levantaram.
[25]Geração: Sucessão de descendentes em linha reta: pais, filhos, netos, bisnetos,
trinetos, tataranetos (Sl 112:2; Mt 1:17). Conjunto de pessoas vivas numa mesma
época (Dt 32:5; Fp 2:15).
[26]Naamã: Comandante do exército da Síria. Ele era leproso, mas foi curado por
milagre (2º Rs cap. 5).
[27]Eliseu: Profeta sucessor de Elias no Reino do Norte de Israel. Filho de Safat e
vivia em Abel-Meolá, no Vale do Jordão. Pertencia a uma abastada família que
possuía 12 juntas de bois. É um dos profetas que mais tem milagres registrados
na Bíblia e dentre eles estão listados. Sua história está registrada no segundo
livro de Reis.
[28]Geazi: Significa "Vale da Visão". Servo de Eliseu. Quando o profeta
curou da lepra o general Naamã, este lhe ofereceu um belo presente, que não foi
aceito. Geazi, contudo, por palavras mentirosas obteve parte daquela oferta.
Foi castigado por Eliseu, que o feriu de lepra a ele e à sua posteridade (2º Rs
5:15-27).
[29]Presciência:
Ciência, saber ou conhecimento
do futuro, de eventos futuros. Pressentimento; ação de pressentir, de
suspeitar, de sentir antecipadamente. Conhecimento inato, instintivo e anterior
à instrução formal, acadêmica. Teologicamente, se refere ao saber que Deus possui
de tudo o que está por vir e certamente acontecerá.
[30]Acã: Significa “Perturbador”. Foi um dos soldados da tribo de Judá.
Havia desrespeitado a palavra de Deus durante a batalha de Jericó (Js 6:18,19).
Em vez de destruir as coisas proibidas e entregar os metais preciosos para o tesouro
de Deus, ele levou algumas coisas para a tenda dele. Escondeu uma capa
babilônica, um pouco mais de 2 kg de prata e cerca de 500 gramas de ouro. A
consequência foi muito grave: além dos 36 homens mortos na batalha, ele e toda
a sua família com todas suas posses foram destruídas.
[31]Josué: Significa "Javé É
Salvação". Auxiliar e, depois, sucessor de Moisés (Êx 17:8-13; Dt 31:1-8).
Josué comandou a travessia do rio Jordão (Js cap. 3) e tomou Jericó (Js cap.
6). Conquistou a terra de Canaã e a dividiu entre as tribos de Israel (Js caps.
8-21). Após abençoar o povo e renovar a Aliança com Deus, Josué morreu com a
idade de 110 anos (Js cap. 24). É o autor de um livro que leva o seu nome.
[32]Vale de
Acor: Significa "inquietação",
"distúrbio". É o vale onde Acã e sua família foram apedrejados (Js
7:2-26).
[33]Ardil: Astúcia; má intenção.
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